Penso em você, logo desisto escrita por British


Capítulo 27
Fragilidades


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Tudo bem com vocês? Eu nem vou falar muito porque não quero dar spoiler nenhum, então leiam e... ah, vocês vão pirar com esse capítulo e, provavelmente, ainda mais com o próximo! Enfim, boa leitura! ♥

Obs: Deixem aquele lindo comentário no final, porque é SEMPRE legal saber o que vocês acham. De verdade, é a parte mais legal. *-*



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Rio de Janeiro. Sábado, 10 de março de 2018.

Desde a briga por causa da situação de Itachi e Ino, Sasuke e Sakura não tinham feito as pazes. Embora dividissem a mesma cama, ambos não falavam mais do que o necessário um com o outro. Toda vez que Sakura tentava tocar no assunto para que eles se resolvessem, Sasuke a cortava alegando que não queria brigar. Sakura então não insistia, pois seguia o conselho de Deidara de dar um tempo ao parceiro. No entanto, o tempo estava passando e a cada dia eles estavam mais longe do casal que eram quando resolveram morar juntos.

Sakura então decidiu dar um tratamento de choque em Sasuke. Ela estava arrumando uma mala, quando ele parou e se deu conta que ela estava colocando suas roupas lá, deixando vazia sua parte do guarda-roupa.

— Pra onde você vai? – Perguntou Sasuke parado na porta do quarto.

— Voltar pra casa dos meus pais. Não tá funcionando a gente junto. – Disse Sakura ainda colocando peça por peça na mala.

— Sakura... – Sasuke chamou em tom de alerta e ela o encarou.

— O que você quer que eu faça? Sasuke, você não fala comigo direito há dias, anda emburrado o tempo todo porque eu to do lado da Ino e não do seu irmão. Se põe no meu lugar também! – Rogou Sakura.

— Mais uma vez você está deixando a Ino estragar a sua vida. – Disse Sasuke.

— Não tem nada a ver com ela! Quer dizer, tem, mas não exatamente. Porque a questão aqui é nós dois! Se você soubesse lidar com essa situação, a gente não estaria brigado caramba!

— O que você quer que eu faça? – Perguntou Sasuke seriamente.

— Dê o direito da dúvida para a Ino. Eu sei que é difícil pra você pensar que o seu irmão mentiu, mas você também não pode apedrejar a Ino antecipadamente pelos erros que ela já cometeu na vida. Seria injusto e tudo que eu não quero é namorar um homem que age dessa forma.

— Ok. Não vou acusar a Ino de nada, embora acredite no meu irmão. Vou sentir muito quando você se decepcionar com ela novamente.

— Viu, Sasuke? Você faz sem nem perceber! Quando você fala que eu vou e decepcionar com a Ino é uma acusação de que ela é desonesta!

— Eu não sei mais o que falar então! Tudo que eu digo você interpreta dessa forma! Eu só não queria brigar...

— Casais brigam, Sasuke! Faz parte! Meus pais já brigaram milhares de vezes, mas sabe o que os mantém unidos?

— O amor? – Chutou Sasuke.

— Não. É claro que eles se amam, mas isso não é suficiente. Eles possuem algo muito difícil de se conseguir com um cônjuge: parceria. Minha família é um time que nunca joga pra perder. Como o papai fala, minha família não sai de casa se não for para receber aplausos. Nesse pouco tempo que vivo com você, percebi que a nossa parceria tem muitas falhas que você se recusa a consertar.

— Sakura, a única coisa que eu fiz foi ficar do lado do meu irmão.

— Ficar do lado do seu irmão desencadeou milhares de outras coisas. A partir do momento que você escolheu o lado dele, você me negou a oportunidade de dialogar sobre o assunto. Desde então, você tem sido frio, distante, omisso e eu odeio tudo isso. Gosto de colocar todas as cartas na mesa para que você saiba o que está acontecendo e depois não venha me perguntar porque eu to voltando pra casa dos meus pais.

— Por favor, Sakura, não vá. – Pediu Sasuke.

— Me dê uma razão! – Exigiu Sakura.

— Eu te amo. – Disse Sasuke.

— Eu também te amo, mas isso não é uma razão boa o suficiente pra mim.

— Se por amor você não ficaria, o que te faria ficar?

— Um pedido de desculpas seria bom. – Disse Sakura.

— Tá bom. – Sasuke então se aproxima e segura as mãos de Sakura – Amor, me desculpe pelos últimos dias. Eu fui rude, chato, frio, distante, você tá certa. Não vamos deixar a situação do Itachi com a Ino atrapalhar a gente ok? Nós merecemos mais que isso.

— Vamos permanecer neutros até esse assunto se resolver na justiça, pode ser? – Sugeriu Sakura.

— Sim, mas por favor, desfaz essa mala. – Sasuke então abraça Sakura, que o aperta.

— Eu vou ficar dessa vez, mas não se acostuma. Se vacilar de novo, não vai ter pedido de desculpas que dê jeito. – Avisou Sakura para em seguida beijar o namorado, que correspondeu. Ele estava morrendo de saudade daquele beijo, daquele toque, daquele calor que a pele dela emanava.

[...]

Nova York. Domingo, 11 de março de 2018.

Itachi chegou no hotel e logo percebeu uma placa comemorativa pela indicação ao prêmio de Homem do Ano da revista Eighteen junto com um bilhete de boas-vindas.

Itachi Uchiha,

É uma honra para a Eighteen receber você para a entrega do 50º prêmio Melhores do Ano. Esperamos que aproveite a estadia em Nova York pelos próximos dois dias e a festa que estamos preparando para celebrar os melhores.

Somos grandes admiradores do seu trabalho!

Revista Eighteen

Itachi leu o bilhete com um sorriso nos lábios. Se tinha uma coisa que ele adorava, era ser reconhecido pelo seu trabalho e aquela indicação ao prêmio de Homem do Ano significava muito para ele. Além de ótimo publicitário e fotógrafo, Itachi também era um defensor da natureza. Por conta disso, estava sempre engajado em alguma campanha contra desmatamento, poluição, venda de animais silvestres, caça, entre outras coisas.  

Caso ganhasse o prêmio, Itachi sabia que teria o prazer de esfregá-lo na cara de seu pai e isso era o que ele mais queria. A falta que Fugaku fez em sua infância e adolescência tinha sido algo marcante para ele. As desavenças com o pai fizeram de Itachi um homem que procurava ser o contrário do que o patriarca. Por isso, ele correu da faculdade de Medicina como o diabo foge da cruz. Também por isso, essa aversão a formar uma família e ter filhos. Não queria ser como o pai, um homem que põe a família atrás de tudo. Então, fez sua escolha. Os negócios viriam primeiro, como ele aprendeu, mas não existiria uma família esperando por ele quando voltasse pra casa e que se queixaria de sua ausência. No máximo, uma mulher exuberante para ele se divertir. Enquanto namorava Ino, Itachi pensou que pudessem passar anos e mais anos juntos, mas essa gravidez dela tinha estragado seus planos e a tornado descartável como tantas outras que vieram antes dela.

Depois de descansar, Itachi se arrumou e foi dar uma volta pelas ruas de Nova York. Queria respirar um pouco fora de sua rotina maluca no Rio de Janeiro.

Quando voltou ao hotel, Itachi parou no bar para beber algo e olhar o movimento. Logo reconheceu a nadadora olímpica Konan, então mandou o garçom entregar um drink para ela em seu nome. Assim que recebeu a bebida, Konan procurou por Itachi e sorriu para ele. Encantado com a beleza da mulher, ele se aproximou.

— É um prazer conhecê-la, Konan. Meu nome é Itachi Uchiha. Te vi competir nas últimas Olimpíadas no Rio e confesso que fiquei impressionado. – Elogiou Itachi.

— É um fã então? – Perguntou Konan.

— Prefiro a palavra admirador. – Disse Itachi beijando a mão da atleta.

— Gosto de ter um admirador. Mas o que você faz aqui em Nova York, Itachi? Negócios? – Chutou Konan.

— Mais ou menos. Vim porque sou um dos indicados a Homem do Ano no prêmio da revista Eighteen que acontecerá amanhã. E você?

— Então, você é famoso? Bem, eu vim ter uma reunião com meu patrocinador.

— Não sei se famoso é a palavra certa. Sou influente, pertenço a uma família tradicional e tenho uma carreira brilhante. – Disse Itachi.

— Você não é mesmo modesto. – Comentou Konan bebericando o drink.

— Vencedores não precisam ser modestos. – Respondeu Itachi.

— Com o que você trabalha?

— Sou publicitário, fotografo e ativista ambiental nas horas vagas. – Respondeu Itachi com um sorrisinho.

— Currículo impressionante. Um homem bonito e com tantas qualidades não deve ser solteiro né? – Provocou Konan.

— Acho que você é uma garota de sorte, porque eu acabei meu último relacionamento há alguns dias. – Disse Itachi em tom sedutor.

— E já está me cantando? Rápido você!

— Digamos que eu sei colocar o passado em seu devido lugar. A vida não é para vivermos de lamentação. Que tal você aproveitar essa noite comigo?

— Você está me convidando para o seu quarto? – Perguntou Konan surpresa.

— Pode ser para o seu. Não vejo problema nisso. – Respondeu Itachi a encarando e Konan riu.

— Você é bom nisso... – Comentou.

— Quando sei o que quero, não hesito. – Disse diretamente se aproximando para beijá-la, então Konan cedeu e o beijou.

— Ok. Você venceu. – Disse Konan após se afastarem.

— Para onde vamos agora? – Perguntou Itachi.

— Para o seu quarto. Mas tem uma condição...

— O que você quiser! – Respondeu Itachi eufórico.

— Amanhã, serei sua acompanhante na premiação. – Disse Konan e Itachi sorriu.

— Será uma honra tê-la ao meu lado, Konan.

— Vamos ver se você faz essa noite valer a pena...

— Você não vai se arrepender! – Garantiu Itachi, então viu Konan beber o resto do drink num único gole. Em seguida, eles foram rindo e conversando até o elevador que os levaria até o quarto.

[...]

Ino chegou em Nova York no dia da premiação da revista Eighteen. Ela seguiu para seu hotel, se arrumou e estava prestes a sair, quando notou a ligação via WhatsApp de Kiba.

— Ino, aonde você se enfiou? – Perguntou Kiba preocupado.

— Oi, Kiba. Eu viajei. Desculpa por não ter avisado. – Disse Ino rapidamente.

— Viajou pra onde? Por que?

— Ah, eu resolvi expor o Itachi na imprensa e não tem ocasião melhor do que na premiação em que ele está concorrendo. Pretendo constrangê-lo na after party. Consegui um convite com uma amiga minha que está modelando em Nova York.

— Ino, você tem certeza sobre o que está fazendo?

— Não vou deixar ele envenenar o mundo contra mim! Ele já estragou a relação da Sakura com o Sasuke, já jogou os pais dele contra o próprio neto. Preciso que mais alguém fique do meu lado! – Disse Ino.

— Eu estou preocupado com você aí sozinha.

— Não se preocupe. Eu sei me virar. Avise a Sakura que estou aqui para ela não ficar preocupada também à toa. – Disse Ino.

— Ok. Depois da festa me liga para dizer como foi.

— Se tudo der certo, você vai saber de tudo que aconteceu antes mesmo que eu ligue.

— Você vai armar um barraco?

— Só vou jogar na cara do Itachi e da imprensa americana algumas verdades sobre ele.

— Ino, Ino...

— Eu não vou deixar mais o Itachi ficar me difamando por aí.

— Ok, Ino. Qualquer coisa, eu to aqui.

— Obrigada, Kiba. Depois nos falamos. Tenho que seguir para o local da After Party.

[...]

 Itachi posou no tapete vermelho ao lado de Konan para as fotos. Perguntaram como deveriam se referir à Konan e Itachi disse sorrindo que eles eram amigos. Konan assentiu e então disse que queria prestigiar seu novo amigo. Finalmente, Itachi tinha encontrado uma mulher que não estava interessada em compromisso e estava se achando com sorte.

Já posicionado no seu assento, Itachi assistiu à premiação ao lado de Konan. Entre uma categoria e outra, ele esboçava sorrisos para Konan, sussurrava em seu ouvido algum comentário e nos momentos de tédio acariciava a perna exposta pela fenda gigantesca do vestido de sua acompanhante. Se naturalmente, Itachi já era lindo, então o imaginem de smoking.

Na hora em que anunciaram que Itachi havia sido o ganhador do prêmio de Homem do Ano, que foi o último a ser entregue, tocava a música “Man of the Year – Leroy Sanchez”. O publicitário, então deu um singelo beijo na bochecha de Konan e seguiu até o palco para pegar seu troféu. Sorridente, ele parou de frente ao microfone, contemplou o símbolo de sua vitória por alguns segundos antes de esboçar um “uau” no microfone.

— Eu imaginei essa noite milhões de vezes na minha cabeça. Estar aqui e receber esse prêmio significa que todo o trabalho duro que venho fazendo nos últimos anos valeu a pena. Então, eu queria dizer obrigado. Tenho que agradecer à Eighteen pelo reconhecimento, à minha família e, quero agradecer também a uma pessoa muito especial que eu tenho certeza que fará parte da minha vida daqui pra frente: Konan, obrigado. – Itachi finalizou e câmera que filmava a premiação focou no rosto de Konan vermelho pela menção. Por essa, ela não esperava, mas seu ego ficou contente ao ter aquele homem a citando em cima do palco.

Quando voltou para o seu assento, Konan ignorou completamente que estava sendo filmada e beijou Itachi com entusiasmo. Ele, ciente que a tinha conquistado, sussurrou em seu ouvido que ela saberia como agradecê-lo muito melhor entre quatro paredes.

[...]

Já na festa pós-premiação, Ino fotografou no tapete vermelho e foi questionada sobre Itachi após dizer de onde era o seu vestido e as joias que usava. Então, a Yamanaka pensou em soltar a bomba logo ali, mas, como Itachi ainda não havia chegado, ela pensou que ele poderia fugir da festa caso soubesse do escândalo que ela queria provocar. Ino então decidiu adiar a revelação e sorriu ao dizer que não queria falar sobre o seu ex-namorado no momento.

Já lá dentro da festa, o celular de Ino a notificou da foto de Itachi beijando Konan na premiação e em seguida do vídeo em que ele a agradecia. Ino segurou o choro. Por algum momento, ela quis acreditar que a pessoa especial a quem ele se referia era ela, mas não. Estava, novamente, enganada. Ino então passou a mão sobre sua barriga e jurou que Itachi teria o que merecia.

Não demorou muito para Itachi chegasse à festa e passasse pelo tapete vermelho. O publicitário fotografou ao lado de Konan, mas se recusou a falar com os jornalistas. Já em sua mesa, Itachi se sentou com seu novo interesse amoroso e logo eles começaram a conversar sobre o futuro. Konan falava empolgadamente sobre a próxima competição, enquanto Itachi lhe falava das metas que tinha traçado para os próximos seis meses. Ele nunca pensava muito além disso. Ia meta por meta.

— Você é inacreditável, Itachi! Eu mal te conheço, mas já sou fã. – Declarou Konan.

— Bom saber que você gosta de mim. – Disse Itachi segurando o queixo de Konan com os dedos, antes de beijá-la delicadamente. De longe, Ino observava a cena, pensando em como se aproximaria.

Ino respirou fundo, pegou uma taça de champanhe, andou passo a passo até a mesa de Itachi e, quando ele notou sua presença, parou de beijar Konan.

— Ino, o que faz aqui? – Perguntou Itachi surpreso, enquanto Konan analisava a mulher dos pés à cabeça.

— Vim brindar o homem do ano! – Ino disse enquanto levantava a taça em sua mão para em seguida despejá-la na cabeça de Itachi, que ficou paralisado.

— Tá louca, garota? – Konan saiu em sua defesa.

— Louca, eu? Louca está você de sair com esse homem. Ele é mais podre que lixo!  - Berrou Ino, chamando ainda mais a atenção dos fotógrafos que já tinham registrado a confusão.

— Ino, aqui não é lugar de lavar a nossa roupa suja. – Disse Itachi tentando manter a calma.

— Eu discordo! – Respondeu Ino com raiva.

— Quem é ela, Itachi? – Perguntou Konan.

— Minha ex-namorada. – Respondeu Itachi.

— Eu diria mãe do filho dele! – Rebateu Ino, deixando Konan boquiaberta e Itachi sem fala.

— Filho? – Perguntou Konan surpresa e Itachi fuzilou Ino com os olhos.

— É uma longa história, mas posso garantir que o que essa mulher diz não é verdade. – Disse Itachi em alto tom de voz para todos escutarem, inclusive os jornalistas que cobriam a festa.

— Me chamar de mentirosa agora é fácil! Mas antes esse aí falava que eu era TUDO pra ele! Me falava um monte de mentiras que nem agora ele deve estar falando pra você! – Disse Ino.

— Ino, chega! – Disse Itachi segurando o braço da ex. – Vamos falar desse assunto em outro lugar?

— Não – Ino puxa o seu braço – Eu já dei o meu recado! Quero que TODOS entendam que o homem do ano ABANDONOU a sua namorada grávida, sugeriu ABORTO e agora me chama de mentirosa quando o GRANDE MENTIROSO é ele! Tenho nojo de você, Tachi! – Disse Ino irônica, ao chamá-lo pelo apelido carinhoso de antes. Então, saiu andando e em seguida Itachi foi atrás dela.

— Ino, volta aqui! – Gritou Itachi, mas Ino ignorou. Então, ele correu, a colocou em seus braços à força mesmo sendo fotografado e então pediu ajuda a produção da festa por um lugar reservado para conversar com a ex.

Após serem encaminhados para uma salinha apertada nos bastidores, Itachi pôs Ino no chão, ela então tentou correr para a porta, mas ele se atravessou no caminho.

— Você não vai a lugar algum. – Disse Itachi seriamente.

— Me deixa ir, Itachi. Já dei meu recado.

— O que você pretende com isso? Me atingir? Sujar a minha imagem? O escândalo que você fez só me ajuda, porque você agiu de forma descompensada. Era ciúme? – Debochou Itachi e Ino deu um tapa na cara dele, mas Itachi só riu.

— Idiota! – Gritou Ino.

— Foi ciúme! Que meiga! – Disse Itachi apertando as bochechas de Ino – Você ainda pode me ter, mas sabe o que teria de fazer pra isso acontecer...

— Eu não quero você de volta nem pintado de ouro! Tenho vergonha que o pai do meu filho seja alguém como você, sem caráter! – Cuspiu Ino.

— Eu já disse Ino. Não sou pai dessa criança. Arranje outro otário para formar família com você.

— Vai fazer com aquela garota a mesma coisa que fez comigo? – Perguntou Ino.

— Ela não é burra como você. – Disse Itachi e uma lágrima escorreu pelo rosto de Ino.

— Tomara que não seja mesmo. Não desejo nem pro meu pior inimigo o que você fez comigo. Lembra que eu disse pra você quando começamos nossa história?

— Você me disse muitas coisas...

— Eu disse que não aguentaria ser abandonada de novo e olha o que você está fazendo! – Gritou Ino e Itachi a abraçou para conter sua fúria.

— Ino, você fez uma escolha. Não fui eu quem abandonou você. Ao escolher o bebê, você deu adeus a nós. Eu queria muito que você tivesse feito a escolha certa, talvez nós pudéssemos estar hoje juntos... – insinuou Itachi e Ino o empurrou.

— Você não me leva mais na sua conversa! Acabou! Aguarde o contato do meu advogado! – Disse Ino saindo às pressas da sala e deixando Itachi sozinho.

[...]

Itachi se recompôs, voltou até Konan para se explicar e se negou a dar qualquer declaração à imprensa. Disse apenas que um comunicado seria enviado em breve.

De volta ao hotel, Konan acompanhou Itachi até o quarto dele, onde o publicitário jurou que daria a ela todas as explicações.

— Não prefere conversar amanhã? – Sugeriu Konan.

— Não, acho que você merece alguma explicação sobre a cena horrorosa que viu hoje. – Disse Itachi.

— Ok. Sou toda ouvidos. – Relaxou Konan.

— Como eu já havia dito, a Ino é minha ex-namorada. Eu terminei com ela justamente porque desconfiei da fidelidade dela quando ela me disse que estava grávida. Acho que ela armou pra mim achando que eu assumiria o bebê dela cegamente só porque tava apaixonado. Mas ela se enganou, eu sou mais esperto que isso. Então exigi o exame de DNA. O barraco que ela fez hoje foi pra tentar jogar a imprensa contra mim. – Resumiu Itachi.

— Você sugeriu o aborto? – Perguntou Konan.

— Olha, Konan, vou ser sincero com você... Eu disse a Ino que se o filho fosse meu eu gostaria que ela fizesse o aborto porque não quero ser pai. É uma escolha minha.  Aliás, ela sabia que eu não suporto criança.

— E ela disse não ao aborto?

— Disse.

— E se o exame provar que esse bebê é seu filho?

— Bem, eu vou arcar com a responsabilidade financeira, mas não vou querer contato com a criança.

— Isso é cruel.

— Cruel é o que a Ino está fazendo comigo! Olha, esse bebê não tem como ser meu! A gente usava camisinha e ela tomava pílula!

— Uma vez só sem usar já basta.

— Eu sei, mas a chance desse bebê ser meu é mínima!

— Mas existe! Se você nunca pensou em ter filhos, por que não fez uma vasectomia? – Questionou Konan.

— Eu conversei com meu médico sobre isso há uns cinco anos, mas ele disse que me achava novo demais e disse para amadurecer a ideia e voltar lá com 30 anos que aí ele faria. Eu tenho 26, então falta um tempo ainda...

— Seu médico achava que você mudaria de ideia?

— Sim, ele contava com isso. Dizia que um dia eu acharia a garota certa, com quem ia querer ter pelo menos um filho. Nunca aconteceu... Ah, e meu pai também não gostou da ideia da vasectomia e falou muito no meu ouvido para esperar e enquanto isso usar camisinha como único método contra filhos.

 - Entendi. Mesmo que ela queira te aplicar o golpe da barriga, se esse bebê fosse seu, eu te aconselharia a criá-lo. Eu fui abandonada pelos meus pais num orfanato e vai por mim é a pior coisa do mundo sentir essa rejeição. – Aconselhou Konan.

— Eu também fui rejeitado pelo meu pai. Por isso, não quero ter filhos.

— Besteira, Itachi! Acho que um dia você ainda vai se amarrar na ideia de ser pai, até porque você não tem cara de ser o idiota que a loira lá disse que você é. – Disse Konan.

— Você gostou mesmo de mim, né Konan?

— Até agora, não tive razões suficientes para não gostar. – Declarou Konan e ganhou um beijo de Itachi.

— Acho que estou me apaixonando por você. – Confessou Itachi.

— Rápido demais, baby! – Konan se afastou.

— Tudo bem... Eu sou paciente. Estamos nos conhecendo né?

— Sim, nós estamos. – Concordou Konan.

— O que você pensa sobre mim? – Perguntou Itachi a encarando.

— Que você é muito gato! – risos – Mas também que existe um cara legal por trás dessa carapaça de odeio criancinhas.

— Eu odeio mesmo criancinhas. – Afirmou Itachi e Konan riu.

— Tá mentindo! Eu aposto que você gosta pelo menos um pouquinho de crianças...

— Não. Está errada.

— E de cachorros? – Questionou Konan.

— Prefiro gatos.  – Respondeu Itachi.

— Tudo bem. Eu gosto de gatos também. – Disse Konan se sentando no colo de Itachi e acariciando o rosto dele.

— Miau. – Brincou Itachi e Konan riu para em seguida beijá-lo entusiasmada.

Apesar das acusações graves que Ino tinha feito, Konan tinha achado Itachi interessante demais para ficar à solta. Ela o queria, mesmo que fosse só por algumas noites, que ele tornaria menos solitárias.


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