Penso em você, logo desisto escrita por British


Capítulo 19
A estreia


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Tudo bem? Espero que sim! Neste capítulo, temos a grande estreia de Deidara! Como será que ele vai se sair hein? Nos falamos nos comentários! Boa leitura e um bom final de semana!



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Rio de Janeiro. Domingo, 19 de novembro de 2017.

Sakura acordou cedo, mas não queria sair da cama. Tinha ido dormir tarde por causa festa que havia ido com Sasuke e queria colocar o sono em dia, mas o telefone não parava de vibrar em sua mesa de cabeceira. Ainda atordoada e com os cabelos jogados no rosto, ela puxou o celular para perto e verificou que tinham oito mensagens de voz de Deidara no WhatsApp. Imediatamente, pensou que havia morrido alguém.

— Sakura, bom dia! Te acordei? Espero que não! – Dizia Deidara na primeira mensagem.

— Como foi a festa ontem? Quero saber dos detalhes! Encontrou a Ino lá? – Deidara perguntava na segunda mensagem.

— Eu ainda estou bêbado, então me perdoa se estou sendo chato. É que eu queria muito escutar sua voz... Passei a noite toda pensando nisso. – Disse Deidara na terceira mensagem completamente alcoolizado.

— Eu sei. Você deve ter dormido com o Sasuke e por isso não tá me atendendo. Eu entendo! Sei que ele é uma das suas prioridades. – Lembrou Deidara na quarta mensagem.

— Acho que o monólogo me deu a capacidade de conversar sozinho. Estou até gostando da nossa conversa unilateral. – Comentou Deidara na quinta mensagem.

— Eu to ouvindo um cover muito bom da Beyoncé aqui de Crazy in Love. Escuta só! Não é bom? – Disse Deidara colocando um trecho da música para Sakura ouvi na sexta mensagem.

— Got me looking so crazy right now, your love's/ Got me looking so crazy right now / Got me looking so crazy right now, your touch/ Got me looking so crazy right now/ Got me hoping you'll padin me right now, your kiss/ Got me hoping you'll save me right now/ Looking so crazy in love's/ Got me looking, got me looking so crazy in love -  Cantarolou Deidara.

— Bom, acho que você não está acordada... Quando acordar pode me ligar de volta? – Pedia Deidara após dar um intervalo de dois minutos entre o última mensagem e essa.

Sakura riu ao terminar de ouvir todas as mensagens. Certamente, Deidara estava muito louco para mandar essas mensagens para ela. Sakura então se sentou na cama e ligou para o amigo que atendeu imediatamente.

— Olha só quem finalmente deu o ar da graça! – Disse Deidara ao atender o telefone.

— Você ainda não foi dormir, acertei? – Perguntou Sakura.

— Não, eu ainda nem to em casa. To saindo de uma festinha agora... – Contou Deidara.

— Não acha melhor a gente conversar quando você estiver sã e salvo em casa? – Perguntou Sakura.

— Não. Quero falar agora! Aliás, a minha festinha foi bem perto da sua casa... Posso ir praí? – Pediu Deidara.

— Pode. Vou liberar sua entrada na portaria e te esperar para não fazer barulho. Meus pais ainda estão dormindo. – Avisou Sakura.

— Ok. Em menos de dez minutos eu chego aí. – Avisou Deidara.

Em pouco tempo chegou no apartamento de Sakura. Ele estava completamente bêbado, cambaleando e até fedendo um pouco. No entanto, Sakura o recebeu de braços abertos, o levou para o seu quarto e o deitou em sua cama.

— Você não tá legal, Dei... – Disse observando o estado do amigo.

— Eu to um pouco enjoado... – Comenta Deidara.

— Vai vomitar? Melhor você ir pro banheiro... – Aconselhou Sakura ajudando a levar o amigo até o banheiro.

— Obrigado. – Disse ele antes de se ajoelhar na frente do vaso sanitário e vomitar.

Enquanto ele vomitava, Sakura segurava seus longos cabelos e afagava suas costas. A Haruno estava preocupada com o amigo. Nunca tinha visto Deidara naquele estado.

— Tá melhor agora? – Perguntou Sakura quando Deidara parou de vomitar.

— Acho que eu preciso de um banho. Posso tomar um aqui? – pediu o ator e Sakura consentiu.

— Sim, pode. Eu vou pegar uma toalha e roupas limpas. Acho que o meu pai não vai se importar em te emprestar algumas roupas. Deve ficar um pouco largo, mas vai servir... – Disse Sakura deixando Deidara no banheiro sozinho.

— Obrigado, Sakura. Você é um anjo. – Agradeceu Deidara.

Deidara tomou o banho, então pegou a toalha que Sakura gentilmente pendurou na maçaneta da porta e depois de se secar vestiu as roupas que ela lhe emprestara. Quando saiu do banheiro secando o cabelo com a toalha, Sakura sorriu para ele.

— Agora sim, parece gente! – Brincou a Haruno e Deidara jogou a toalha em cima dela.

— Debochada! – Riu Deidara.

— O que te deixou naquele estado hein? – Perguntou Sakura.

— Tequila, querida. Muita tequila! – Comentou Deidara e então se jogou na cama de Sakura.

— Antes que você me peça, vou deixar você dormir aqui. Mas vê se não abusa! – Avisou Sakura.

— Você é muito boa pra mim! Seu namorado não vai gostar, se eu ficar aqui...

— Dei, você não está em condições ainda de ir pra casa. Precisa dormir, depois comer e só então vou te deixar ir pra casa. Você precisa estar sóbrio. – Alertou Sakura.

— Ok. Eu vou ficar quietinho aqui então. Faz cafuné em mim? – Pediu Deidara se arrastando para colocar a cabeça nas pernas de Sakura que estava sentada na cama.

— Só um pouquinho. – Concordou Sakura, passando as mãos nos cabelos longos de Deidara. Então ele logo adormeceu.

[...]

Após Deidara adormecer profundamente, Sakura saiu do quarto e foi para a sala. Quando chegou lá, seu pai lia o jornal e sua mãe abria as janelas do apartamento.

— Quem veio tão cedo pra cá, Sakura? Ouvi a campainha tocando... – Disse Mebuki.

— O Deidara. Ele não tava muito bem, me ligou e pediu pra vir pra cá. Agora ele está dormindo. – Avisou Sakura.

— Ele foi com vocês na festa da Joalheria Hyuuga? – Perguntou Kizashi.

— Não, ele foi a outra festa. Me ligou agora de manhã completamente bêbado, então deixei ele vir. Ah, emprestei umas roupas suas pra ele, ok pai? As dele estvam fedendo a bebida e cigarro. – Contou Sakura.

— Tudo bem. Não faz mal ajudar a um amigo. – Respondeu Kizashi.

— Esse rapaz é muito apegado à você filha. – Comentou Mebuki.

— Ele não tem família no Rio, então acho que sou a pessoa em que ele mais confia agora. Sou uma espécie de porto-seguro. – Disse Sakura.

— Sasuke tem razão em sentir ciúme dele. – Disse Mebuki.

— Por que? – Surpreendeu-se Sakura com o posicionamento da mãe.

— Eu gosto muito do Deidara, mas ele é um pouquinho abusado, filha. – Disse Mebuki.

— Não vejo dessa forma. Acho que ele é uma pessoa que precisa ser amparada e se nós podemos fazer isso, por que não ajudar? – Questionou Sakura.

— Está certa filha! E pare de ser chata, Mebuki! O Deidara é um ótimo rapaz! Estamos trabalhando duro no monólogo e logo ele será uma estrela que foi descoberta pela Sakura! É bom ter a lealdade de artistas assim! – Lembrou Kizashi.

— Querido, você vê do ponto de vista dos negócios, mas eu to vendo do ponto de vista pessoal. Por mais incrível que ele seja, vocês dois tem que dar limites a ele, senão daqui a pouco ele se muda pra cá. – Avisou Mebuki, então Kizashi e Sakura riram.

— Está exagerando, mamãe! – Disse Sakura.

[...]

No momento em Deidara acordou, viu Sakura sentada na penteadeira se maquiando. Por um momento, ele ficou parado admirando a amiga.

— A bela adormecida finalmente acordou! – Disse Sakura encarando Deidara através do espelho.

— Me sinto novinho em folha. Obrigado, viu? Sem você, estaria correndo perigo nas ruas. – Agradeceu Deidara.

— Sei que você faria o mesmo por mim! – Disse Sakura.

— Faria. Eu daria a minha vida por você! – Afirmou Deidara e Sakura então se virou em sua direção.

— E aí? O que lembra da noite passada? – Perguntou Sakura e Deidara parou por alguns segundos para se lembrar.

— Eu fui para um bar com uns conhecidos, aí de lá seguimos para uma balada, onde eu fiquei até às 5h da manhã e depois fui para um outro bar, quando a festinha acabou. Lembro que eu tava com uma garota que deu match no tinder comigo. A gente bebeu junto e... Ah isso não vou contar pra você. – Disse Deidara.

— O que? Tá com vergonha de me contar que transou com alguém? – Perguntou Sakura.

— Não, não é vergonha. É que só não foi relevante, sabe? Eu nem lembro do nome dela... – Respondeu Deidara.

— Mas lembra como ela era? – Perguntou Sakura.

— Vagamente. Ela era morena, tava usando muita maquiagem e um salto enorme. Era bonita, mas depois que a gente ficou ela disse que precisava ir embora. Aí eu liguei pra você. – Recordou-se Deidara.

— Pegou o número do telefone dela? – Perguntou Sakura.

— Não, mas acho que ela pegou meu número. Pena que dei o número o errado... – Admitiu Deidara e Sakura riu.

— Tava muito interessado na menina né?

— Interesse passageiro... enfim, e a sua festa como foi?

— Divertida! Encontrei a ex-namorada do Sasuke lá e foi bom ver que as coisas entre eles realmente acabaram de vez. Ah, só teve uma coisa ruim, a Ino estava lá e a gente saiu no tapa, mas a irmã da Hinata interviu e aí cada uma foi pro seu lado. – Resumiu Sakura.

— Que chato isso! Tava torcendo pra vocês fazerem as pazes. – Comentou Deidara.

— Eu também, Dei, mas não to pronta pra isso ainda. Aliás, não sei se estarei um dia. Parte de mim acredita que a Ino não mudou ou se arrependeu do que fez comigo e enquanto essa sensação não passar, não conseguirei perdoá-la. – Confessou Sakura.

— Siga seu coração. Ele vai mostrar o caminho correto. – Afirmou Deidara.

— Tomara que sim!

— Bem, agora acho melhor eu ir... Não quero mais incomodar você. – Disse Deidara.

— Não quer ficar para o almoço? – Perguntou Sakura.

— Não, melhor não. Quero ir pra casa estudar meu texto. – Disse Deidara.

—  Tá chegando o dia da estreia né?

— Sim, está. Quero você na primeira fila no dia. Promete que estará lá?

— Eu não estaria em nenhum outro lugar nesse dia tão importante. – Afirmou Sakura e ganhou um abraço de Deidara.

— Ótimo! Depois a gente se fala... – Despediu-se Deidara.

— Te levo até a porta... – Disse Sakura acompanhando o amigo.

[...]

Rio de Janeiro. Sexta-feira, 1 de dezembro de 2017.

Deidara acordou se sentindo preocupado. Afinal, havia chegado o dia de sua estreia no teatro com o monólogo dirigido por Kizashi Haruno. Quando inda estava tomando café da manhã, ele foi surpreendido por uma ligação de Sakura. Assim como ela, ela estava muito ansiosa.

— Bom dia! Como você tá? – Perguntou Sakura ao ouvir a voz de Deidara do outro lado da linha.

— Bem... Nervoso. E você? Seu pai está por aí? – Perguntou Deidara.

— Eu to bem e feliz por você! Hoje é seu dia, Dei! Ah, meu pai saiu já. Ele quer ver os últimos detalhes para que tudo fique certo para mais tarde. Aliás, ele vai dar uma entrevista no jornal na hora do almoço para convidar às pessoas para a peça. A sessão de hoje está esgotada, mas ainda tem ingresso pras próximas. – Informou Sakura.

— To com medo de decepcionar seu pai. – Confessou Deidara.

— Não precisa ter medo! Faça como ensaiou e vai ficar tudo bem. Se sentir qualquer dúvida no palco, pode olhat pra mim na plateia! – Disse Sakura.

— Ok. Obrigado por ficar do meu lado. – Agradeceu Deidara.

— É exatamente onde eu quero ficar! – Garantiu Sakura.

— O Sasuke vai com você hoje? – Perguntou Deidara.

— Vai sim! Eu falei tanto da sua peça pra ele que o Sasuke está tão ansioso para ver o monólogo quanto eu! – Riu Sakura.

— Que bom...

— Além disso, muitos atores vão te ver! O Shikamaru, a Tenten, a Temari e até o Kiba confirmaram presença! – Revelou Sakura.

— Seu ex-namorado vai desejar que eu quebre a perna no palco!

— Você sabe que não é no sentido literal né? Em alguns países isso significa boa sorte! Da mesma forma como dizem “merda” antes de entrar em cena. – Explicou Sakura.

— Eu sei, mas vindo do Kiba seria natural que ele quisesse que eu me ferrasse porque roubei o papel dele.

— Ele não precisa fazer isso. Até porque a peça dele com a Tenten vai muito bem!

— Ok, se você diz...

— Preciso desligar, porque o Sasuke chegou aqui para gente almoçar fora. Até mais tarde, Dei, e, mais uma vez, merda! – Disse Sakura e Deidara sorriu.

— Obrigado.

[...]

— Já tava falando com o Deidara né? – Perguntou Sasuke após dar um beijo rápido na namorada.

— Sim, eu precisava saber como ele está. Hoje é o dia dele! Ele deve estar uma pilha de nervos! – Respondeu Sakura abraçando Sasuke e ganhando um beijo na testa.

— Todas as pessoas que têm você em suas vidas é sortuda. Veja só o que você fez pelo Deidara! Eu não conheço ninguém mais no mundo que faria algo igual. – Elogiou Sasuke.

— O talento dele que fez isso por ele, eu só dei um empurrãozinho. – Afirmou Sakura.

— Você é modesta! Fez mais que isso e sabe bem...

— Eu só pedi para o meu incluí-lo no teste. O resto foi por conta do Dei! Ele é muito talentoso! Você vai perceber isso hoje à noite! – Garantiu Sakura.

— Sim, eu poderei ver isso hoje à noite, mas isso não diminui o que você fez.

— Bem, vamos almoçar? – Perguntou Sakura.

— Vamos! – Concordou Sasuke.

[...]

O teatro estava lotado. Na coxia, Deidara conseguia ouvir a vibração do público na plateia e um frio na barriga despertava, deixando-o apreensivo. Era a sua estreia, o momento mais importante de sua vida até então. De repente, Deidara sentiu uma mão sobre seu ombro. Era Kizashi Haruno. Ele o abraçou, desejou boa sorte e disse que estava tudo pronto. Então o som do primeiro sinal tocou. As pernas e mãos de Deidara tremiam. Quase entrou em pânico, quando o segundo sinal tocou. Só faltava mais um. Então, Deidara respirou fundo, rezou suas preces e fechou os olhos para sentir todas as sensações de estar no palco até o som do terceiro sinal soar e ele pode escutar o som do silêncio da plateia à sua espera.

Os primeiros passos de Deidara no palco foram inseguros, até que parou bem no centro e um holofote o iluminou por completo. De repente, Deidara se viu de cara com o público e na primeira fila, como esperava, estava Sakura, acompanhada de Sasuke, sua mãe e dos amigos atores da companhia de seu pai. Deidara então começou a dizer seu texto. Nos primeiros cinco minutos, ele ainda não estava cem por cento seguro do que estava fazendo, mas continuou fiel ao que tinha ensaiado.

O texto saía naturalmente de sua boca. Em alguns momentos, a plateia ria. Deidara era engraçado. E, toda vez que ele pensava em vacilar, olhava para Sakura e nos seus olhos encontrava coragem para prosseguir. No fim do monólogo, Deidara foi aplaudido de pé. Então, se curvou diante do público emocionado.

Após as cortinas se fecharem, Deidara foi para o camarim receber as pessoas e lá estava Sakura o cobrindo de beijos e abraços. Sasuke ficou no canto olhando a interação entre eles até que também teve a sua vez.

— Você foi glorioso no palco, Dei! Estou tão orgulhosa! – Disse Sakura vibrante.

— Sua presença me fez sentir mais confiante no palco. – Revelou Deidara.

— Ninguém sentiu seu nervosismo! – Afirmou Sakura e então Sasuke se aproximou.

— Você foi ótimo mesmo! Texto rápido, mas denso. Você tem até o timing da comédia. Ficou bem equilibrado. – Elogiou Sasuke.

— O texto do mestre Kizashi é tragicômico. É para você parar pra pensar porque aquele cara está cogitando se mudar de um lugar seguro para um em que ele não conhece ninguém. E aí ele fica dividido e confuso, saudosista e esperançoso. O personagem conta histórias engraçadas do passado, enquanto pondera sobre o que realmente é seu futuro e aí a gente acaba percebendo que ele deixa o presente meio que de lado. – Comenta Deidara.

— Por isso a peça se chama “Presente do Subjuntivo”? – Perguntou Sasuke.

— Sim, é por isso. Mas a Sakura pode te explicar melhor. Ela sabe mais sobre a peça do que eu. – Disse Deidara.

— Nem sei tanto assim! – Desmentiu Sakura.

— Claro que sabe! – Insistiu Deidara.

— Só um pouco... – Concordou Sakura.

— Por que seu pai escreveu essa peça? – Perguntou Sasuke.

— Ele queria falar de desejos, hipóteses e suposições. Aí ele criou o personagem do Dei. Esse cara que tá meio perdido.  Simplifica Sakura.

— Eu achei o final perfeito! – Intrometeu-se Tenten, chegando à sala junto com Kiba, Temari e Shikamaru.

— É mesmo? – Perguntou Deidara empolgado.

— Sim, você foi perfeito em cena! A plateia conseguiu acreditar nesse cara que vive numa linha tênue entre a tragédia e a comédia, que fica imaginando possibilidades de futuro enquanto está arrumando uma mala. – Disse Tenten.

— O objeto cênico escolhido que foi a mala é muito legal também, porque mostra as escolhas, o que ele leva e o que fica na casa desse cara. – Observa Kiba.

— Foi ideia do Kizashi! Ele disse que uma mala era melhor do que uma mochila ou uma caixa. Porque a mochila poderia fazer parecer que a ida desse cara seria só passageira e que a caixa de papelão podia significar que o que ele levava consigo era descartável. Então, a mala é o símbolo da partida definitiva para um futuro que não compartilha da realidade dele meio frustrada naquele apartamento. – Comentou Deidara e Temari bateu palmas.

— É incrível como detalhes de uma cena tem tanto a dizer! – Comentou Temari.

— Até os momentos de silêncio foram colocados no tempo certo. Você foi bem assertivo para uma estreia, Deidara. – Elogiou Shikamaru.

— É uma honra pra mim ouvir elogios de atores já consagrados como vocês, pessoal. – Agradeceu Deidara.

— Agora só falta ler a crítica teatral amanhã! – Disse Sakura animada.

— To com um pouco de medo, confesso! – Disse Deidara.

— Se não for sucesso de crítica, vai ser de púbico! O teatro tava lotado e você foi ovacionado. É algo muito bom pra uma estreia! Além disso, mesmo você sendo novato, tem o respaldo do nome de Kizashi Haruno! – Disse Kiba que já tinha passado por isso de experiência própria.

— Isso é verdade... Meu nome está em jogo hein Deidara? Mas tenho certeza que você me honrou essa noite. Agora, crianças, vamos à comemoração? Tenho uma reserva para todos nós num ótimo restaurante! – Disse Kizashi.

— Vamos! – Todos concodaram.

Na saída do teatro, Deidara parou para receber o cumprimento de alguns espectadores da peça, tirou algumas fotos e depois seguiu com o grupo para o restaurante que Kizashi havia reservado. A noite foi agradável, todos riram e contaram histórias sobre o teatro. Pela primeira vez desde então Kiba e Sakura estiveram no mesmo local e se comportaram como adultos. Embora não conversarem diretamente, eles conseguiam interagir dentro do grupo. Sasuke o tempo todo ficou ao lado de Sakura, o que também impediu que Kiba tentasse qualquer aproximação indevida.

No fim da noite, Deidara ia chamar um táxi para levá-lo em casa, quando Tenten parou do seu lado.

— Quer uma carona? – Ofereceu a atriz.

— Agradeço, mas você nem sabe onde eu moro. Pode ser ruim pra você ir até lá. Tá tarde, é perigoso... – Disse Deidara.

— A Sakura me disse onde você mora. Não tenho medo de te levar até lá. – Disse Tenten.

— Corajosa! Mas tenho uma ideia melhor... Em vez de você me levar em casa, você podia me levar para uma balada. To a fim de beber pra comemorar... O que acha? – Sugeriu Deidara.

— Topo beber com você, Deidara. Tem um bar ótimo, ali na Lagoa. Vem comigo! – Disse Tenten, puxando Deidara pela mão.

No bar, Deidara e Tenten ficaram numa mesa no meio da rua. Pediram cerveja e começaram a conversar sobre a profissão.

— Como é ser uma estrela, Tenten? – Perguntou Deidara após esvaziar o primeiro copo.

— É bom. A fama pode incomodar, mas o êxito alcançado no trabalho é muito bom. A sensação de ser aplaudida é de me arrepiar dos pés à cabeça. É viciante. – Explicou Tenten.

— Eu gostei de ser aplaudido. – Comentou Deidara.

— Depois que a gente é ovacionado uma vez, quer isso sempre. É como droga. Por isso, a gente não quer ficar longe dos palcos, da adrenalina que sente em estar ali cara a cara com o público. TV e cinema são diferentes.

— Você prefere o teatro? – Perguntou Deidara.

— Sim, prefiro. Sou cria do teatro. Faço peças desde a infância... A TV e o cinema são consequências do meu bom trabalho no teatro.

— As propagandas publicitárias também?

— Sim, elas também. Não gosto muito de fazer, mas pagam as minhas contas. Então, faço.

— Achei lindas as suas fotos para a Joalheria Hyuuga. – Elogiou Deidara.

—  Eu também gostei das fotos. O filho da puta do Itachi é bom profissional mesmo. – Respondeu Tenten.

— Você não gosta dele?

— Não é questão de não gostar. É que ele deu em cima de mim e eu tive que cortar.

— Foi assédio?

— Não acho que chegou a esse ponto. Ele tentou, eu disse não e ele me respeitou depois disso.

— Acho que eu nunca faria fotos nu, mesmo se fosse artístico. – Revelou Deidara.

— Nessa profissão eu aprendi a nunca dizer nunca – Risos – o ator trabalha muito com o corpo, esse é nosso instrumento. Um nu é só um nu. Às vezes, as pessoas ficam nuas no palco do teatro.

— É. Você tá certa, mas eu tenho um certo pudor.

— Então, perde esse pudor logo! Ator tem que ser assim... Seu corpo é o do personagem. – Aconselhou Tenten.

— E as cenas de sexo? Como são pra você?

— Comuns. Já me acostumei. No teatro é muito mais insinuação do que qualquer coisa. Na TV e no cinema expõem mais o corpo, mas tudo tem limite, a direção precisa ser cuidadosa. Não é um pornô.

— Você e o Kiba já fizeram muitas cenas de sexo né? Já rolou algo entre vocês? Dá pra confundir personagem e pessoa? – Perguntou Deidara curioso.

— Eu e o Kiba estamos cansados de fazer esse tipo de cena! Mas sempre contracenamos no teatro, então nunca foram cenas com nudez. Somos muito amigos e nunca rolou. Acho que porque quando eu o conheci ele já namorava a Sakura e ela é uma amiga, filha do meu mestre. Mas, às vezes, ator e personagem se confundem. Eu já senti tesão em cena, afinal é meu corpo ali. – Respondeu Tenten.

— Entendo. Como no monólogo sou eu sozinho em cena ainda não passei por esse tipo de coisa.

— Ah, não se preocupe porque você ainda vai passar. Todo mundo passa.

— Tenten, você já se apaixonou por alguém que você nunca vai poder ter? – Perguntou Deidara.

— Infelizmente, já. Aliás, to passando por isso nesse momento. – Respondeu Tenten antes de pedir mais uma garrafa de cerveja para o garçom.

— Somos dois então. Você tem algum conselho para me dar sobre isso?

— Segure a onda! Não intervenha, não se declare, não persiga. As pessoas fazem escolhas nas vidas delas e por mais que a gente as ame não podemos força-las a nos amarem de volta.

— Você afastou do cara que você ama?

— Ah, Deidara. Eu mantenho uma distância segura, mas eu ainda o vejo. É perturbador toda vez. – Confessou Tenten.

— Sei como é... – Deidara ficou pensativo.

— É uma droga não é mesmo? Eu to sem saber o que é transar desde então! Não consigo dar pra ninguém, porque só penso naquele desgraçado! – Confessou Tenten e Deidara riu.

 - Bem, a minha paixão não tem me atrapalhado nisso por enquanto, mas toda mulher com quem eu fico se tornou descartável. – Relatou Deidara e Tenten colocou a mão sobre a dele.

— É uma merda isso! É como se a gente não conseguisse se apaixonar por outra pessoa né? – Disse Tenten.

— Como se a gente estivesse com defeito. – Completou Deidara.

—Deidara, eu tive uma ideia muito louca! – Disse Tenten rindo.

— Que ideia? Compartilhe comigo! – Pediu Deidara e então Tenten se curvou na mesa para aproximar seu rosto do de Deidara.

— Que tal você me beijar? Você é tão lindo! Quem sabe você me faz esquecer pelo menos por umas horinhas o otário por quem eu sou apaixonada. – Propôs Tenten.

—  Não precisa pedir duas vezes... – Disse Deidara antes de tomar os lábios de Tenten. Os dois se beijaram intensamente.

— Foi bom! Vamos sair daqui? – Perguntou Tenten.

— Vamos. Minha casa ou a sua? – Perguntou Deidara e Tenten deu um sorriso safado.

— A minha casa! – Sentenciou Tenten antes de pedirem a conta e partirem para a casa dela, de onde Deidara não sairia até a manhã seguinte.

[...]

Deidara estava tomando banho, enquanto Tenten ainda pensava nos detalhes da noite anterior com ele. O ator havia sido surpreendente de muitas formas para Tenten. Ainda perdida em seus pensamentos, ela foi despertada pelo som do celular de Deidara vibrando na mesa de cabeceira. No visor, não aparecia um nome, mas a palavra “Ela”, seguida de um coração. Tenten não precisou pensar muito para saber que aquela que ligava era o amor de Deidara. Curiosa, a atriz não pestanejou em atender a ligação.

— Alô. – Disse Tenten.

— Tenten? Desculpe, acho que me confundi e liguei errado. Eu tava ligando pro Deidara. – Disse Sakura e Tenten ficou boquiaberta do outro lado da linha.

— Você ligou certo. É o celular do Deidara. Ele só não pode atender no momento. Assim que ele sair do banheiro, eu peço pra ele te ligar de volta. – Disse Tenten tentando parecer normal.

— Ele passou a noite aí né? – Perguntou Sakura rindo.

— Foi. Ficamos juntos. – Contou Tenten.

— Eu shippo! Deidara está precisando mesmo de uma namorada, alguém que cuide dele! – Afirmou Sakura.

— Não se anime tanto! Pelo menos não agora ok? Eu o conheci melhor ontem, mas estamos longe de um namoro. – Revelou Tenten e Sakura lamentou.

— É uma pena! Ia ser um máximo ver dois amigos meus juntos! Bem, quando ele sair peça para ele me ligar! Eu tenho boas notícias pra ele! Tchau Tenten! – Despediu-se Sakura.

— Tchau, Sakura! – Tenten disse e ouviu Sakura desligar a ligação.

Tenten ainda estava surpresa. Ela não tinha imaginado até então que a paixão impossível de Deidara era por Sakura. Ainda pensando sobre a descoberta que fizera, Tenten foi flagrada por Deidara com seu celular na mão.

— Alguém me ligou? – Perguntou Deidara e Tenten entregou o celular na mão do amigo colorido.

— Sim, a Sakura. Ah, ela pediu pra você ligar de volta. – Disse Tenten.

— Tá, eu vou ligar. Por que você tá com essa cara? – Estranhou Deidara.

— É ela né? Seu amor secreto... – Jogou Tenten no ar e Deidara ficou preocupado.

— Você está supondo isso por causa da forma como o nome dela está registrado no meu celular?

— Sim, “Ela ♥” parece muito mais coisa de namorados do que amigos. Como está o seu nome no celular dela? – Questionou Tenten.

— No dela está “Dei”, que é como ela me chama. Olha, não conta pra ninguém ok? Ela não me trataria da mesma forma se soubesse... – Pediu Deidara.

— Seu segredo está a salvo! Não se preocupe! Agora eu entendo porque você disse que se apaixonou por alguém que nunca vai poder ter.

— É. Ela é Sakura Haruno! Namora Sasuke Uchiha, que vem de uma família bem-sucedida! Eles são lindos, apaixonados, têm um milhão de planos para o futuro perfeito deles. Que chance eu teria? Ser amigo dela já é bom demais. É muito mais do que eu poderia ter.

— Sei como você se sente. Eu sou apaixonada por Neji Hyuuga! Com tantos homens no mundo, eu tinha que me encantar por um que está noivo e vai se casar em poucos meses! Somos tão otários, Deidara!

— Acho que fundei o clube dos otários! Só pode ser! – Riu Deidara.

— Quero a minha carteirinha desse clube! – Exigiu Tenten.

— Não sei qual de nós está na pior... – Comentou Deidara.

— Bem, o seu caso é bem delicado. Eu não sou tão íntima do Neji como você é da Sakura. Fora que além do Sasuke, a Sakura é também o amor da vida do Kiba. Você tá em terceiro lugar nessa fila.

— Eu sei. Como eu te disse, sei que as minhas chances são iguais a zero. Não vou tentar nada. Vê-la feliz é bom. – Disse Deidara.

— Como aconteceu, Deidara? Porque a Sakura sempre conta que você apoiou o envolvimento dela com o Sasuke desde o início. – Disse Tenten.

— Eu apoiei mesmo! Lembro da Sakura chegando lá no pré-vestibular, tinha acabado de terminar com o Kiba, tava mal. Eu ajudei. Aí ela me contou que tinha ficado com o Sasuke e eu achei de verdade que eles formariam um lindo casal.

— Não foi amor à primeira vista entre vocês?

— Não. Tivemos uma conexão muito forte desde o princípio, mas era só amizade. E aí a gente foi se aproximando, eu fui me encantando e quando eu vi já era tarde demais para impedir. Eu tava apaixonado!

— Quando você percebeu? – Questionou Tenten.

— No dia seguinte do aniversário dela. Eu dormi lá e os pais dela me pediram para acordá-la. Eu entrei no quarto e ela dormia como um anjo. Naquele momento, eu quis presenciar aquela cena por toda a minha vida. Então, percebi que eu a amava. E você? Quando notou que amava o Neji?

— No dia que eu o conheci. Foi meio instantâneo. Ele é um homem deslumbrante! Eu sabia que poderia fazê-lo feliz se ele assim quisesse, mas ele prefere a própria prima. – Contou Tenten.

— Amores impossíveis tem seu charme... – Comentou Deidara.

— Os amores reais são melhores!

— Bom, eu concordo. Agora, vou ligar pra Sakura. Deve ser importante o que ela tem pra falar já que ligou tão cedo!

— Vai ver ela descobriu que te ama também! – Brincou Tenten e Deidara riu.

— A vida não seria tão boa assim pra mim! – Comentou Deidara e ligou para Sakura.

— Deidara! Até que enfim você retornou minha ligação! – Disse Sakura.

— Desculpe, eu retornei assim que a Tenten me deu o recado. – Respondeu Deidara.

— Você que tem que me desculpar por atrapalhar seu climinha de romance! Mas é que é muito importante!

— O que aconteceu, Sakura?

— Saiu a crítica da peça!!!

— Foi boa?

— Boa? Foi maravilhosa! Perfeita! Incrível! Eu vou ler pra você, senta pra não desmaiar! – Disse Sakura e então prosseguiu lendo a matéria – O monólogo “Presente do Subjuntivo” estreou na noite passada, no Rio de Janeiro, prometendo ser mais um grande sucesso de seu escritor e diretor Kizashi Haruno.  Famoso por peças com qualidade de texto e elenco, mais uma vez, Kizashi surpreendeu o público com um texto engraçado e ágil que tinhas pitadas de uma dolorosa tragédia pessoal. No centro do palco, o ator revelação Deidara preencheu o palco com um show de emoções. Estreante, é natural que o nervosismo estivesse presente nos primeiros momentos do monólogo, mas, aos poucos, o protagonista ganhou confiança e o coração da plateia. No fim do espetáculo, saí de lá com a certeza de que Kizashi Haruno tinha acertado em tudo: texto, iluminação, objetos cênicos e, principalmente, na escolha de Deidara para o papel principal. Esse tem um brilhante futuro pela frente! – Sakura terminou de ler e Deidara estava chorando do outro lado da linha.

— Eu fui tão bem assim? – Perguntou tentando segurar o choro.

— Foi! Você foi! Parabéns, Dei! – Disse Sakura entusiasmada.

— Obrigado por me dar essa notícia! Todas as coisas boas que aconteceram comigo tem o seu dedo! – Agradeceu Deidara.

— Sou seu amuleto de sorte! Agora vá comemorar com a Tenten, mas não se atrase para a sessão de hoje! – Disse Sakura.

— Você vai estar lá? – Perguntou Deidara.

— Sim, eu estarei lá. – Confirmou Sakura e Deidara sorriu.

— Ok. Até mais tarde! – Despediu-se Deidara e Tenten ficou o observando.

— A crítica foi boa né? – Perguntou Tenten e ganhou um abraço apertado de Deidara.

— Foi ótima! Eles me elogiaram muito! Eu vou comprar o jornal pra guardar o recorte da matéria! – Disse ainda emocionado.

— Você merece! A Sakura tem razão! – Disse Tenten.

— Ela sempre tem razão! – Concordou Deidara.


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