Penso em você, logo desisto escrita por British


Capítulo 17
Enem


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Tudo bem? O capítulo de hoje tem um salto no tempo para o famoso e implacável ENEM hahaha Espero que apreciem o capítulo! Boa leitura! Nos vemos nos comentários! ♥



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Rio de Janeiro. Segunda-feira, 10 de abril de 2017.

Sakura estava se dedicando aos estudos. Após voltar da viagem de Búzios com Sasuke, ela pediu para o namorado dar um tempo em saídas, festas e viagens. Ela queria focar nos livros e nos exercícios que queria fazer para passar na prova do Enem dessa vez. Por conta disso, Sasuke foi barrado de vê-la e até de falar com a namorada no telefone por alguns dias. Mas era inevitável que eles se cruzassem nos corredores e na sala de aula do pré-vestibular. Naquela segunda-feira, Sasuke viu Sakura procurando o seu nome seguido de uma nota no quatro da recepção.

— Como foi no simulado? – Perguntou Sasuke ao pé do ouvido de Sakura, o que fez a garota se assustar.

— Que susto! Oi, Sasuke. Fui bem! Eu gabaritei! – Disse com o sorriso de orelha a orelha.

— To orgulhoso, viu? Continue assim! – Incentivou Sasuke dando um beijo na testa da namorada.

— Obrigada! Para que eu continue assim, você sabe que vamos ter que continuar com o meu plano de nos vermos menos, certo?

— Se é o que você precisa, eu concordo, embora não goste. Senti sua falta nos últimos dias. Principalmente, depois da nossa viagem...

— Quando eu passar nessa prova, teremos mais tempo! Seja paciente! É a única coisa que te peço.

— Eu sei, Sakura. Não vou perder a minha paciência com você como fez o Kiba.

— Não fala dele, por favor. – Pediu Sakura.

— Você o viu depois do dia do seu aniversário?

— Felizmente, não. Sei que ele está trabalhando com a Tenten e que o último dia da peça do meu pai com ele é neste sábado.

— Você vai assistir à peça?

— Preciso prestigiar o meu pai. Você quer ir comigo? – Convidou Sakura.

— Adoraria, mas não vai dar. Meus pais vão dar um jantar para um cirurgião premiado lá em casa e eu vou ter que ficar lá, já que Itachi se recusou a ir e eles precisão de pelo menos o apoio de um filho.

— É uma pena que não possa ir ao teatro comigo.

— Eu sei. Com certeza vai ser mais divertido do que o jantar dos meus pais.

— Serão só vocês quatro?

— Na verdade, meu pai convidou mais uma pessoa. Sasori vai estar lá.

— Por que ele vai?

— Ah, meu pai gosta muito dele. Além disso, Sasori é estudante de medicina como eu e vai querer conhecer um outro médico importante que pode abrir portas para ele no futuro.

— Entendi.

— Após a peça, tenta não falar com o Kiba. Pode ser?

— Por que?

— Não acho seguro.

— Sasuke!

— Ué, eu não acho! Está claro pra mim que ele ainda te ama e eu não vou estar lá pra te proteger.

— Não se preocupe! Eu não estarei sozinha lá. Meus pais estarão lá, meus amigos e Deidara vai comigo!

— Claro! Deidara tinha que estar lá! – Sasuke revirou os olhos.

— Você tinha me prometido que pararia de implicar com ele. Cadê isso acontecendo?

— Ok. Sei que pra você ele não é ameaça, mesmo assim toda vez que eu vejo vocês juntos tenho uma má impressão.

— Deidara é meu amigo e shippa a gente desde o início meu amor!

— Ok. Eu posso estar exagerando...

— Claro que está!

— Mudando de assunto... e a Ino?

— Fora do meu radar assim como o Kiba. Espero que continue assim...

— Ela pode estar no teatro para prestigiar o Kiba...

— Sim, mas ter que ver a cara dela lá não vai me obrigar a dizer uma palavra sequer a ela.

— Toda vez que a gente fala dela, eu percebo que você está mais inclinada a perdoar o Kiba do que a Ino.

— Sasuke, pode parecer loucura, mas eu vejo arrependimento nele e nela não vejo nada.

— Sei que algo se quebrou na amizade de vocês, que talvez vocês nunca se recuperem, mas você me prometeu que no dia que perdoar a o Kiba, vai perdoá-la também. Então...

— Eu sei o que você quer dizer e posso te garantir que vou cumprir a minha palavra. Kiba só terá meu perdão no dia que eu voltar a acreditar na Ino também. – Garantiu Sakura.

[...]

Ino estava saindo do seu prédio, quando Itachi cruzou seu caminho. Ela se surpreendeu, arregalou os olhos e tentou ir para a direção oposta à que ele estava, mas o publicitário correu e a segurou pelo braço.

— Está fugindo de mim? – Perguntou Itachi e Ino o encarou.

— Na verdade, eu estou te evitando. Só não esperava que você fosse ter a cara de pau de ficar plantado na porta do meu prédio me esperando sair. – Acusou Ino e Itachi largou seu braço.

— Depois de você não ter atendido nenhuma das minhas ligações, eu tive que fazer isso.

— Quando uma garota não atende o telefone ou não responde às suas mensagens, quer dizer que ela não está interessada. – Respondeu Ino.

— Aí que tá! Você está interessada! – Acusou Itachi e Ino riu.

— Você é muito pretensioso! Eu até achei fofo num primeiro momento, mas cansei dos seus joguinhos.

— Ino, o que você quer?

— Eu quero muitas coisas, mas nenhuma delas você pode me dar.

— Peça e aí eu digo se posso ou não.

— Quer saber o que eu quero Itachi? – Perguntou Ino, Itachi assentiu e ela prosseguiu – Eu quero ser amada! Mas não quero uma transa! Eu quero ser a vida de alguém, o motivo pelo qual um cara como você levanta e vai dormir todos os dias! Eu quero ser o centro do mundo de alguém! E sabe o que mais eu quero Itachi? Quero minha melhor amiga de volta! Que Sakura olhe nos meus olhos e não veja estampado na cara dela que ela pensa que eu sou uma vadia traidora! E não para por aí, Itachi! Eu quero meus pais de volta! Não quero que eles divorciem! Quero eles morando no mesmo apartamento, dividindo a mesma cama e me dizendo que eu sou uma boa garota, como eles me criaram pra ser! Mas sabe a verdade Itachi? O mundo não é como a gente quer! E você seria incapaz de conseguir tudo isso pra mim apesar de toda a sua boa vontade comigo! Sabe por que? No final, eu sou só mais uma transa! Você está aqui falando comigo, mandando flores e convidando para jantares porque eu não te dei o que você quer! Eu posso ter cara de sonsa, ter dado indícios que estava interessada em você, mas a grande verdade é que eu não estou interessada em você, porque você não tem nada que eu queira pra me oferecer! Então, pega o seu precioso tempo e gaste com alguém que vá abrir as pernas pra você no primeiro encontro, porque comigo você não vai conseguir nada! – Desabafou Ino e Itachi ficou imóvel a encarando.

— Já acabou? – Perguntou Itachi.

— Já. – Afirmou Ino.

Itachi então se aproximou dela e a abraçou.

— Você tem razão em muitas das coisas que você fala. Eu realmente não posso impedir que seus pais se divorciem, que a sua melhor amiga te perdoe, mas eu posso te amar. Você duvida de mim, mas quando eu olho pra você não vejo uma transa. Você é mais que isso, melhor que isso. Então, se você quiser ser amada, amada pra valer, a ponto de se tornar a vida de uma pessoa, basta você assumir pra si mesma que me quer também e não se envergonhar por isso. Então... – Itachi a solta – Pense sobre isso e me responda.

— Qual é a sua pergunta?

— É uma pergunta muito simples, Ino. O que você quer de mim? Um namorado? Eu posso ser. Um estranho? Também posso ser.  Mas eu não sou esse cara aí que você descreveu, que só pensa em transar, esse homem não sou eu.

— A gente só saiu uma vez, Itachi.

— Você quer sair mais vezes comigo? Eu quero o mesmo! Então, vamos sair? Me deixa te amar? A gente pode deixar os rótulos pra depois, mas me mantenha na sua vida. É só isso que eu te peço.

— Itachi... – Disse Ino indecisa.

— Você sentiu medo desde o começo de sair comigo. Eu tinha percebido. Eu dou medo mesmo. Mas aposto que você aguenta o tranco!

— Se eu for deixada mais uma vez...

— Você tem medo do abandono, eu sei. Seu ex-namorado te largou, sua amiga te largou, seus pais te largaram. Você se sente sozinha o tempo todo. Eu também sou meio assim. Meus pais estão sempre muito ocupados com outros assuntos, meu irmão tem a vida dele e eu não tenho um amor. Quer dizer, eu não tinha até por meus olhos em você.

— Itachi, amor à primeira vista não acontece. Não estamos uma comédia romântica.

— Ino, dane-se o amor à primeira vista. Eu não to interessado em contos de fadas. Mas eu to muito interessado em você. Sou insistente, eu sei. Mas vai valer a pena se você dizer sim!

— Sim pra que?

— Sai comigo? Vem ver no que dá o que a gente sente um pelo outro? Quando a gente se beijou no outro dia eu senti que é especial.

— Você é muito bom em convencer as pessoas... – Observou Ino.

— Sou um publicitário, querida! Estou o tempo todo convencendo pessoas que elas precisam comprar algo de que não precisam. Faço elas desejarem aquilo como nunca quiseram algo antes. Meu trabalho agora está sendo convencer você que eu sou um bom partido. No fundo, você sabe que eu sou!

— Eu saio com você. Pode ser hoje à noite?

— Combinado. Às 21h eu passo aqui. – Informou Itachi.

— Estarei esperando. – Concordou Ino, então Itachi sorriu e caminhou até seu carro.

— Vou contar as horas até esse momento! – Ele então entrou no carro e Ino o observou partir.

[...]

Sasuke foi levar umas correspondências para Itachi no apartamento novo dele. Quando chegou lá, notou que o irmão estava todo arrumado.

— Você vai sair? – Perguntou Sasuke assim que entregou os envelopes para o irmão.

— Obrigado por ter trazido minhas correspondências. Ah, eu vou sim. Jantar romântico! – Falou com um sorriso nos lábios.

— Namorada nova? Mamãe ia gostar de conhecê-la. – Disse Sasuke.

— Ainda é recente. Ela nem aceitou ser minha namorada. Estamos nos conhecendo. Mas acho que você a conhece. Ela é a antiga melhor amiga da Sakura, a Ino. – Informou Itachi.

— O que? Você não vai namorar essa garota né? Ela e a minha namorada não se dão bem

— To nem aí pra sua namorada. Problema dela se não gosta da Ino! Eu gosto!

— Itachi, tantas garotas no mundo... por que ela?

— Não sei explicar. E isso foi a coisa mágica nisso tudo. Antes, eu saía com uma garota pela bunda, o par de peitos, as coxas grossas, os olhos felinos, o sorriso perfeito, o papo bom. Agora, com a Ino, não tem uma coisa só que eu goste, é tudo, o conjunto. Gosto até do jeito como ela me enfrenta, como ela diz que não sou pra ela. Eu não acredito em alma gêmea, mas, se acreditasse, a minha seria ela. – Declarou-se Itachi e Sasuke riu.

— Tenho que admitir que você está apaixonado. Nunca te vi assim.

— Eu também nunca me vi assim. Quero ir fundo dessa vez.

— Então, vá!

— Obrigado, Sasuke. E como estão as coisas com a Sakura?

— Bem... Ela é incrível.

— Então, nada mais de choramingar pelos cantos por causa da Karin?

— Isso já acabou faz um tempo. Hoje, eu vejo que foi melhor pra mim a Karin me largar. Deveria ter feito isso antes!

— Engraçado te ver falando assim da ruiva. Eu gostava dela.

— E da Sakura você gosta?

— Não tenho uma opinião formada sobre a sua namorada. Ela parece uma boa moça, Ino tem uma grande estima por ela, mas não gosto da forma como vejo a minha garota sofrendo por causa da sua namorada.

— Ino traiu a confiança da Sakura. No lugar dela, você perdoaria?

— Se o arrependimento fosse verdadeiro, não vejo motivos para não perdoar.

— Você fala isso porque não foi com você.

— Ei, não vamos discutir por causa a briga das nossas garotas ok? Deixe a treta delas entre elas. 

— Ok. Eu já vou pra não te atrasar mais pro seu encontro. Aliás, boa sorte.

— Valeu, irmãozinho. – Agradeceu Itachi.

[...]

Itachi buscou Ino em casa como haviam combinado. No carro, a conversa foi trivial, mas bem monossilábica da parte dela. Por mais que Itachi instigasse o papo, Ino sempre o cortava que aquilo o irritava profundamente, mas ele não queria perder a cabeça com ela tão cedo. O publicitário precisava se controlar para conquistá-la. Sabia que o jogo não estava ganho, que ele precisava ser o príncipe que ela gostaria que ele fosse.

Quando chegaram ao restaurante, tudo saiu como ele havia planejado. Eles tinham a melhor mesa reservada, o melhor vinho e um prato especial que era sugestão do chef. Ino ficou encantada com o local. Itachi percebeu, então, tentou se gabar.

— Fiz uns pontinhos com você pela escolha do local? – Perguntou Itachi após fazerem o pedido ao garçom.

— Sim. Esse restaurante é ótimo. Vim aqui duas vezes antes. Uma com Kiba e outra com meus pais. – Informou Ino.

— Kiba é o seu ex-namorado?

— Sim, ele é.

— Vocês ainda se falam?

— Ele é meu melhor amigo. Sempre será. – Enfatizou Ino e Itachi queria dizer a ela que amizade com homens nunca eram sinceras, que sempre tinham segundas intenções, mas ele sabia que não era isso o que ela queria ouvir.

— Bom pra ele. – Respondeu Itachi.

— Por que pra ele? Não pode ser bom pra mim também? – Perguntou Ino.

— Bem, eu falo por mim... Se eu tivesse uma ex-namorada, ia querer continuar por perto caso pudesse consolá-la de vez em quando. Isso não ia ser necessariamente bom pra ela, mas ia ser muito bom pra mim que tiraria proveito da situação.

— Kiba não é assim. Ele nunca tiraria proveito de mim.

— Ah, isso é o que você pensa agora. Mas uma hora vai perceber as intenções dele.

— Você está errado! – Rebateu Ino.

— Não vamos brigar por isso, querida. Que tal me falar dos seus pais? Você disse que eles se separam... O processo do divórcio está sendo difícil pra você?

— Uma separação nunca é fácil. Mas não quero falar disso. Fale você dos seus pais. – Disse Ino, então o garçom chegou para servi-los.

— Posso falar deles. Não vejo problema algum. O que quer saber? – Perguntou Itachi ao sentir o aroma do vinho e em seguida beber um gole.

— Qual o seu problema com eles? – Perguntou Ino e Itachi riu.

— Não tenho problema com eles. Acho que é o contrário. Eles têm problemas comigo.

— Por que? – Disse Ino antes de voltar sua atenção para o prato servido.

— Sou a ovelha negra da família, o que não quis ser médico, o que nunca namorou sério, que não quer ter filhos, que não tem religião, que saiu de casa antes do que eles planejavam. Ignorei os conselhos deles e isso os deixou muito bravos comigo. Minha mãe me ama, mas não tenho tanta certeza que meu pai se sinta do mesmo jeito.

— Os pais sempre amam os filhos. Pode ser de um jeito torto, mas ainda assim amam.

— Nem todos, Ino. Se meu pai pudesse, diria que seu filho único é o Sasuke. Ou talvez, poria Sasori no meu lugar.

— Desculpe, mas quem é Sasori?

— O neto da empregada. Foi criado lá dentro de casa, está estudando medicina por causa do meu pai e é adorado por ele.

— Você sente ciúmes do seu pai com ele?

— Quando era mais jovem, senti. Hoje não mais... Alcei voos maiores do que o meu pai planejava. Não preciso e não quero a aprovação dele pra nada.

— Apesar do que você disse, sua família é unida. A minha hoje não existe mais. É só uma lembrança. Minha mãe está em outro país. Meu pai vive para o trabalho. É como se eu não tivesse ninguém. - Lamentou Ino.

— Você tem a mim agora. – Afirmou Itachi colocando a mão sobre a dela.

— Até a sua próxima conquista aparecer. – Brincou Ino e Itachi riu.

— Muito difícil eu querer outro alguém depois de conhecer você. – Disse Itachi e Ino sentiu o coração disparar.

— Não brinca com isso. – Ela então puxou a mão para se afastar de Itachi.

— Não é brincadeira. Namora comigo Ino? – Perguntou Itachi ainda no meio daquele jantar.

— Pense melhor sobre isso. Se eu disser sim, não há mais volta.

— Eu quero você, Ino. Seja minha namorada! – Disse confiante e Ino ficou em dúvida.

— Se eu disser não, o que vai acontecer?

— Você vai se arrepender.

— E se eu disser sim?

— Você vai ser amada. – Itachi disse sem desviar os olhos dos dela e Ino sorriu.

— Sim. – Ela disse em alto e bom som.

Itachi não se conteve. Levantou da cadeira, puxou Ino pela mão, então a modelo levantou e ele a beijou. Um beijo cinematográfico, que parou todo o restaurante. Não demorou a aplausos surgirem, além de algumas fotos tiradas por alguns dos presentes. Em breve, o romance estaria oficializado em algum site de fofoca.

— Todos estão nos olhando! – Disse Ino.

— Estão com inveja! – Ele disse sorrindo, enquanto acenava discretamente para os presentes no restaurante.

Como cortesia, o restaurante os deu uma garrafa de champanhe para brindarem o início do namoro, porque Itachi era uma pessoa conhecida.

— Um brinde a nossa história que está só começando! – Itachi levantou a taça e brindou com Ino.

— A nós! – Respondeu Ino.

— Ah, Ino! Você vai ser tão amada, mais tão amada que vai até enjoar! – Brincou Itachi.

— Estou pagando pra ver! – Disse aos risos.

Rio de Janeiro. Sábado, 15 de abril de 2017.

Havia chegado o dia da última apresentação de “Penso em você, logo desisto”. No camarim, Kiba estava concentrado, enquanto Tenten terminava a maquiagem e Temari discutia com Shikamaru num canto. Eles tinham passado uma temporada inteira juntos e agora estavam ali para celebrar o fim daquele projeto, com ingressos esgotados e as melhores críticas possíveis para o desempenho deles.

— Vou sentir falta dessa peça, de interpretar a Tris... – Confessou Tenten olhando de soslaio para Kiba.

— Você devia se preocupar mais com seu próximo projeto, Tenten. – Aconselhou Kiba.

— Eu me preocupo com ele, mas nós fizemos história aqui... juntos... – Disse Tenten nostálgica e Temari riu.

— Você tá feita Tenten! Depois daqui vai para o seu próprio projeto, está dando seu grito de independência, enquanto eu aqui vou ter que voltar a fazer testes atrás de um papel. – Disse Temari.

— Pensei que você ia fazer uma série para a Netflix. – Comentou Kiba.

— E ela vai! É tudo drama! – Cutucou Shikamaru.

— Não é! É um projeto curto, provavelmente só vai ter uma temporada. O Brasil ainda está longe de investir nas séries como os outros países. Estamos engatinhando! – Criticou Temari.

— Isso é verdade! – Concordou Tenten.

— E você, Shikamaru? – Perguntou Kiba.

— Estarei no próximo projeto da companhia. Serei coadjuvante da peça que a Mebuki vai estrelar. Serei filho dela. – Informou Shikamaru.

— Pensei que o Kizashi fosse focar no monólogo. – Comentou Kiba.

— Mebuki quer estrear a peça antes do monólogo. Essa é a atual prioridade do Kizashi, além disso, o tal Deidara ainda está ensaiando. Deve demorar alguns meses até a estreia. – Informou Shikamaru.

— Bem, todo mundo vai ter trabalho após esse projeto e isso é o mais importante! Nos divertimos aqui! – Disse Tenten sorrindo.

— É... Foi divertido curtir com a cara do Shikamaru! – Disse Temari e Shikamaru riu.

— No fundo, você me ama! – Afirmou Shikamaru.

— Sò se for bem lá no fundo mesmo! – Retrucou Temari.

— Vou sentir falta disso: das brigas. – Disse Kiba.

— Vou sentir falta de todos vocês, menos do Kiba, que vai comigo para a minha peça. – Disse Tenten.

— Nunca vou largar de você! – Disse Kiba.

— Bem, prontos para arrasarem no palco? Acabou de tocar o primeiro sinal. Precisamos ir para nossas posições! – Disse Tenten ficando de pé.

— Vamos! – Concordaram Temari e Shikamaru.

— Espero ver certo alguém na plateia... – Disse Kiba esperançoso ao ouvir o segundo sinal.

— Sakura está lá. – Disse Tenten segurando a mão de Kiba atrás da cortina.

— É tudo que eu mais quero. – Afirmou Kiba, soltou a mão de Tenten e então o terceiro sinal tocou.

A plateia estava em silêncio. A cortina se abriu. Tenten caminhou até sua primeira marca no centro do palco onde disse suas primeiras falas. Na sua deixa, Kiba entrou e dialogou com ela. Uma briga de um casal que não havia dado certo. Tão comum e ainda assim tão especial. Tris e Bem, o casal protagonista de “Penso em você, logo desisto”, eram o chamariz da peça, aquele tipo de amor que sufoca, mas que ainda assim encanta.

Após o primeiro ato, Shikamaru e Temari entraram em cena. Suas funções eram dar consolo aos dois amantes que haviam perdido a chance de amarem. No meio dos desencontros dos protagonistas, os coadjuvantes encenaram o amor à primeira vista, a mágica, a sorte do amor tranquilo que um dia Cazuza cantou. Eles eram o contraponto do amor turbulento de Tris e Ben, que embora nunca acabasse, tinha uma sobrevida difícil e agoniante.

No último ato, Kiba e Tenten estavam dando suor e lágrimas por aqueles papeis. Essa era a sua despedida dos personagens. A plateia estava atenta a cada palavra, a cada mágoa de Tris pelos erros de Ben, a cada desculpa esfarrapada de Ben que fazia Tris desistir dele.

— E, de novo, você me deixa aqui. Qual a sua desculpa dessa vez? – Questiona Kiba ao interpretar Ben.

— Deve estar me confundindo com você! Se nós nunca demos certo, a culpa é sua! – Diz Tenten encarando Kiba.

— A culpa de tudo é minha! Sempre minha! Assuma uma vez na vida seus erros Tris! – Grita Kiba e Tenten seca a lágrima que cai de seu olho rapidamente.

— Meu erro, o único que cometi até agora, foi amar alguém que não sabe o real significado dessa palavra. Sabe o que acontece comigo toda vez que eu escuto essa sua conversa?

— Você foge! Se esconde! Corre pra longe de mim! – Acusa Kiba.

— Errado! Eu me salvo! Porque amar você é um ato de loucura! Não vou fazer mais isso! Eu desisto! – Esbraveja Tenten e Kiba ri.

— Você é fraca!

— Nunca fui tão forte! Porque me livrar de você é a coisa mais difícil que eu já fiz na vida!

— Então, não faça! Não se livre de mim! Nós podemos... – Começa Kiba, mas Tenten interrompe.

— A essa altura não podemos mais nada! Volte para a sua vida de casado... – Diz Tenten.

— Eu peço o divórcio! – Prometeu Kiba e Tenten ria e chorava ao mesmo tempo.

— Não caio mais na sua conversa! – Abre a porta do apartamento montada no palco -  Vá!

— Se eu for, não volto nunca mais! – Ameaçou Kiba.

— Pode ir e não precisa olhar pra trás! – Incentivou Tenten, Kiba olhou uma última vez para ela e saiu.

Sozinha no palco, Tenten se lançou ao chão aos prantos. Algumas pessoas na plateia choravam junto com ela, compartilhavam de sua dor. De repente, Tenten se pôs de pé, olhou bem a plateia e o tempo de seu silêncio foi respeitado até que ela o rompeu com suas últimas falas.

— Desde aquele dia, Ben não voltou. Pelo menos, uma de suas vagas promessas ele pode cumprir. Expulsá-lo da minha casa, abrir aquela porta foi a coisa mais difícil que já fiz, mas não me arrependo. Hoje, sou novamente dona de mim – Tenten se abraça e continua olhando para a plateia – Ele não valia tanto sacrifícios, a paz em minha consciência. Não sou mais a segunda opção se um homem casado! Sou só a Tris! Mesmo assim, Ben deixou uma marca em mim. Toda vez que penso nele, desisto – longa pausa – do amor.

As cortinas então se fecham atrás dela e das laterais do palco surge o elenco. Kiba, Temari e Shikamaru dão as mãos à Tenten. Então, eles reverenciam o público, que os aplaude de pé. Completamente ovacionados, eles sorriem e choram admirando o público. Então, Tenten anuncia que precisam fazer os agradecimentos.

Tenten começa. Ela chama Kizashi ao palco, lhe entrega flores e diz que não seria nada sem ele.

— Obrigada, Kizashi! Disso isso em meu nome e dos meus colegas! Saímos desse trabalho melhores, mais maduros e completos como profissionais e seres humanos. O público está de prova pela sua obra prima! Obrigada pela oportunidade, pela confiança! Nós te amamos! – Disse Tenten emocionada e passou a palavra para Temari.

— Além de agradecer ao Kizashi, que é a grande mente por trás de nós, eu preciso agradecer a toda a equipe do teatro que nos ajudou a colocar essa peça de pé semana após semana. Preciso agradecer meus amigos por contracenarem comigo de forma tão brilhante! É um orgulho ser parte dessa companhia! – Agradeceu Temari e passou a palavra para Shikamaru.

— Mais uma vez, Kizashi foi brilhante! Por isso, peço mais uma salva de palmas para ele! O palco é um lugar sagrado que eu aprendi a honrar fazendo parte dessa companhia! Foi um prazer estar nessa peça, com esses atores, sendo dirigido por esse monstro da nossa arte e contando uma história tão humana! – Encerrou Shikamaru e passou a palavra para Kiba.

Kiba demorou a começar a falar. Ele ainda procurava na plateia por Sakura. Ela não estava na primeira fila, como de costume. Então, ele demorou um pouco para identifica-la sentada próxima a uma das saídas de emergência. No entanto, a cabeleira rosa era inconfundível. Virado totalmente para ela, ele começou seu agradecimento.

— Eu devo tudo que conquistei com essa peça uma pessoa: Sakura Haruno. – Começou Kiba e, em sua cadeira, Sakura se encolheu -  Sem ela, Kiba Inuzuka seria só mais um figurante. Lembro, como se fosse ontem, de Sakura me incentivando a fazer o teste para esse papel, me dizendo que eu era bom. Ela foi a primeira pessoa que acreditou em mim, antes mesmo do Kizashi me dar uma oportunidade. Sakura, obrigado. Eu sinto muito por ter magoado você. Sinto muito por ter estragado tudo, como Ben estragou as coisas com a Tris. Mas tem uma coisa que eu quero que você saiba... O Ben desistiu da Tris, mas eu... Eu nunca vou desistir de você, de nós. – Kiba terminou o discurso emocionado e aplaudido de pé.

Sakura saiu correndo ao ouvir os aplausos e foi seguida por Deidara que tinha a acompanhado ao teatro. No corredor, o amigo a amparou em seus braços.

— Vai ficar tudo bem... – Prometeu Deidara sentindo as lágrimas de Sakura molharem sua camisa.

— Como ele teve coragem? – Questionou Sakura ainda chorosa.

— Ele apelou para conseguir o seu perdão. – Concluiu Deidara.

— Eu não posso perdoá-lo! Eu prometi ao Sasuke que só vou perdoar o Kiba quando perdoar a Ino. Não vai ser agora! – Disse Sakura tentando recuperar a compostura.

— Pra mim você não precisa mentir. – Disse Deidara.

— Hã? Mentir? – Perguntou confusa.

— Você já o perdoou! Seu olhar para ele durante todo o discurso foi de compaixão e amor. – Comentou Deidara.

— Me tira daqui! Eu não posso falar com ele agora, além disso, daqui a pouco as pessoas vão sair. – Disse Sakura.

— Vou te levar pra casa, mas você precisa assumir pra si mesma que não tem mais raiva nenhuma dele dentro de você. Só há amor... – Disse Deidara e Sakura o ignorou.

— Dane-se tudo. Não posso perdoá-lo ainda! – Disse seguindo para a saída.

— Você é muito teimosa! – Reclamou Deidara.

[...]

Na casa da família Uchiha, Fugaku e Mikoto estavam recebendo a visita do doutor Kakashi Hatake para o jantar. Cirurgião cardíaco muito premiado, ele tinha ido até lá para conhecer Sasuke e também Sasori. Durante o jantar, eles trocaram figurinhas sobre o futuro.

— Meu filho pensou bastante e está inclinado a se especializar como cirurgião cardíaco, então pensei que apresentá-los poderia ser uma boa ideia. – Disse Fugaku.

— É uma ótima opção, Sasuke. Já considerou se candidatar para uma bolsa se estudos ou um intercâmbio em Harvard? – Sugeriu Kakashi.

—  Já, mas não é o momento ainda. Só estou no segundo período e tenho assuntos que me prendem aqui. – Disse Sasuke.

— O assunto é uma namorada. – Sasori se intrometeu.

— Não se meta, Sasori. – Retrucou Sasuke. 

— E não é verdade? Não há problema algum nisso, filho. – Disse Mikoto.

— Sasuke é um romântico incurável, Kakashi. Por causa da outra garota, não prestou vestibular para Harvard e agora por causa dessa não quer considerar nem um intercâmbio. – Comentou Fugaku.

— O amor tem seu preço. Acho bonita a atitude do garoto. E você, Sasori, por que não tenta? – Disse Kakashi.

— Eu adoraria, mas não tenho dinheiro pra isso. – Informou Sasori.

— Poderia tentar uma bolsa de 100%. É algo difícil, mas não impossível. E Fugaku sempre me diz o quanto você é esforçado. – Argumentou Kakashi.

— Sasori é como um filho! Tenho certeza que ainda vai me dar muito orgulho! Deveria tentar a bolsa! – Incentivou Fugaku.

— Quem sabe no próximo ano? – Disse Sasori.

— Ótimo! Tente no próximo ano e, Sasuke, quem sabe você não se inspira a seguir os passos do seu veterano? – Propôs Fugaku.

— Quem sabe... – Disse Sasuke.

— Não pressione nosso filho, querido! – Intercedeu Mikoto para Fugaku.

— Se ele for inteligente, vai tomar a decisão certa. – Opinou Fugaku.

No fim do jantar, Sasori e Sasuke estavam conversando na varanda do apartamento, após Kakashi ir embora e Fugaku se retirar junto com Mikoto para o quarto.

— Você jogaria fora a chance de se especializar fora do país por causa de uma garota? – Perguntou Sasori.

— Não é qualquer garota. É a Sakura! Minha namorada! – Defendeu Sasuke.

— Uma garota não vale um sacrifício desses. No seu lugar, meu pau não precisaria me perguntar uma segunda vez...

— Mais uma vez eu digo, não é por uma garota, é pela pessoa que eu amo. Você já amou alguém Sasori?

— Não, aliás, acho que amor é uma coisa supervalorizada. A vida profissional de uma pessoa é tão importante quanto. Se amanhã a tal da Sakura te dar um pé na bunda, você perdeu uma grande oportunidade. – Argumentou Sasori.

— A profissão é importante, mas não é tudo. Meus pais trocaram a chance de estarem comigo e com meu irmão muitas vezes por causa de trabalho. Às vezes, eles não passavam nem o natal em casa.

— Não os critique por isso. Você pelo menos tem família. – Disse Sasori.

— Eu entendo o seu lado, mas sua avó, Sasori, me deu mais amor do que os meus pais juntos uma vida inteira. – respondeu Sasuke.

— Minha avó é uma boa pessoa, mas ela não pode substituir os pais de ninguém. Nem os meus ou os seus. – Disse Sasori e então sentiu o celular vibrar, ao ver o conteúdo, ele entregou o aparelho para Sasuke – Você precisa ver isso!

— O que é? – Sasuke perguntou enquanto olhava  para a tela e se surpreendia com o print de uma matéria sobre Sakura e Kiba.

— É sobre a sua garota! – Disse Sasori, enquanto Sasuke lia a matéia que havia acabado de sair.

KIBA INUZUKA PEDE PERDÃO PARA SAKURA HARUNO PUBLICAMENTE

Dizem que o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta. No caso de Kiba Inuzuka e Sakura Haruno pode ser verdade. Após trair a então namorada, o ator não deu nenhuma declaração à imprensa sobre o assunto até o dia de hoje em que o protagonista da peça “Penso em você, logo desisto” pediu perdão a ex-namorada e agradeceu por seu apoio no início da carreira. No fim, Kiba ainda disse que não desistiria deles como Ben (seu personagem na peça) abriu mão de Tris (interpretada por Tenten Mitsashi), fazendo uma clara referência ao texto de Kizashi Haruno.

Será que Sakura Haruno é capaz de perdoar o ex-namorado? Pessoas presentes na peça, garantem que Sakura ficou visivelmente emocionada e deixou o local aos prantos.

Como sempre os shippamos, ainda torcemos pelo casal. E vocês?

— E aí? E se ela perdoou mesmo o cara? – Perguntou Sasori para Sasuke.                        

— Ela não faria isso. – Disse Sasuke, devolvendo o celular para Sasori.

— Isso o que? Perdoar ele ou deixar você? – Questionou Sasori.

— As duas coisas! Ela não faria! Eu fiz um trato com ela! – Grita Sasuke e sai para o seu quarto, deixando Sasori sozinho na varanda.

[...]

No quarto, Sasuke pega o seu celular e liga para Sakura. O telefone chama até cair na caixa-postal. Então, Sasuke liga de novo e, mais uma vez, ela não atende. Sasuke começa a ficar nervoso, manda mensagens, mas não há resposta. Então, de repente, o celular dele começa a tocar. É ela. Sasuke respira aliviado, mas não fica nada contente ao ouvir que a voz do outro lado não é a da namorada.

— Sasuke, sou eu, Deidara. – Disse Deidara assim que Sasuke chamou por Sakura.

— Cadê a Sakura? – Perguntou Sasuke nervoso.

— Melhor vocês se falarem outra hora. Ela estava muito nervosa, aí tomou um calmante e foi dormir. Eu estou na casa dela, esperando os pais dela chegarem da comemoração com o elenco da peça. – Informou Deidara.

— Foi por causa do Kiba? Eles conversaram? – Questionou Sasuke aflito.

— Ela ficou sensibilizada com o discurso dele no final da apresentação. Tive que trazê-la pra casa às pressas, mas ela não falou com o Kiba. Se tivesse falado, ele teria sido perdoado, Sasuke. – Comunicou Deidara.

— Ela vai terminar comigo? Ela te disse algo?

— Sasuke, ela não disse nada sobre isso. Só que não podia perdoar o Kiba agora por sua causa. – Disse Deidara.

— Ela me prometeu que só o perdoaria quando pudesse perdoar a Ino também.

— Eu sei. Ela está cumprindo com a suas palavras, mas posso ser sincero?

— Seja! – Exigiu Sasuke.

— Ela já perdoou o Kiba, só não disse isso a ele. Eu a vi Sasuke! Os olhos dela transbordavam amor por ele.

— E isso quer dizer que...

— Nada demais. Só que você devia deixá-la pensar sobre esse perdão sozinha.

— Deidara, acorde a minha namorada! Eu preciso falar com ela AGORA! – Ordenou Sasuke.

— Desculpe, Sasuke, mas não vou fazer isso. – Deidara bateu o telefone na cara de Sasuke que ficou furioso.

Após discutir com Deidara no telefone, Sasuke seguiu para a casa de Sakura e, quando chegou lá, Deidara atendeu a porta.

— Vá embora, Sasuke! Não vou permitir que você a acorde. – Disse Deidara bloqueando a porta.

— Quem você pensa que é pra me impedir de falar com a minha namorada? – Disse Sasuke já empurrando Deidara.

— Ela está dormindo! Amanhã vocês se falam! – Pediu Deidara, mas Sasuke invadiu o apartamento.

— Eu vou falar com ela agora e você não vai me impedir!

Sasuke correu até o quarto. Lá, Sakura estava adormecida, então Sasuke se ajoelhou na beira da cama, fez um cafuné nos cabelos da namorada e a acordou com um beijo.

— Sasuke? O que faz aqui? – Perguntou Sakura atordoada, ficando sentada na cama.

— Eu vi as notícias que saíram sobre você e o Kiba. Fiquei preocupado e resolvi vir aqui saber se tá tudo bem. – Sasuke tentou se explicar.

— Vai ficar tudo bem. – Sakura disse para Sasuke e em seguida olhou para Deidara.

— Você já pode ir, Dei. Amanhã nos falamos. Agora, eu e o Sasuke vamos conversar. – Dispensou Sakura.

— Tem certeza? – Perguntou Deidara.

— Tenho. Pode ir. – Disse Sakura, então Deidara resolveu sair.

— Seja prudente, Sasuke. Boa noite. – Despediu-se Deidara e saiu.

— Ele é seu cão de guarda? – Perguntou Sasuke após a saída do ator.

—  Ele ficou preocupado comigo. Não queria me deixar sozinha até meus pais chegarem. – Disse Sakura.

— Você perdoou o Kiba? – Sauske foi direto ao assunto.

— Acho que sim, mas não disse a ele. Vou fazer o que combinamos. Só direi a ele que o perdoei quando perdoar a Ino também.

— Acho que ele está esperando uma resposta de você depois de hoje... –Disse Sasuke.

— Ele terá meu silêncio como resposta.

— Sakura, quanto a nós dois, o que esse seu perdão a ele significa?

— Nada muda entre nós. Eu amo você. – Afirmou Sakura.

— Deidara comentou comigo no telefone que seus olhos transbordavam amor pelo Kiba. – Disse Sasuke entristecido.

— Eu gosto dele, Sasuke. Tenho uma história com ele, mas isso não faz de você menos importante. Entende isso?

— Senti ciúme de você. – Confessou Sasuke.

— Não precisa. Perdoar o Kiba só muda o nosso sofrimento, mas o resto continua igual. A gente continua igual. – Afirmou Sakura e Sasuke suspirou aliviado.

— Obrigado por dizer isso. Eu já estava enlouquecendo! – Sasuke então abraça Sakura.

[...]

Após aquela declaração de Kiba, Sakura evitou o ex-namorado ao máximo. Tudo que ela queria era uma distância segura entre eles. Conseguiu. Focou em seus estudos, deu atenção à Sasuke e pediu para que seus pais dispensassem cada uma das tentativas de Kiba se aproximar. Deu certo. Aos poucos, o ator foi seguindo seu caminho, indo ensaiar sua nova peça com Tenten e abafando o amor que ainda sentia pela Haruno no peito.

Apesar do namoro com Sakura ir bem, a ameaça fantasma de Kiba àquele relacionamento deixava Sasuke em estado de alerta quase o tempo todo. Pelo menos, o medo de perder Sakura para Kiba desviou as crises de ciúme por causa de Deidara. Aliás, o ator estava ensaiando incansavelmente para estrear o monólogo em dezembro. Enquanto isso, Kiba e Tenten estavam recebendo os louros por suas apresentações. A estreia havia sido grandiosa. Neji na primeira fila acompanho por Hinata. Tudo como o planejado.

Aliás, a paixonite de Tenten por Neji não havia acabado. Só era administrada com doses diárias de lucidez, vindas de conselhos por parte de Kiba. Neji era noivo e Kiba sempre lembrava a amiga desse fato para que ela não se excedesse e algum dia o convidasse para beber. Naruto estava na mesma. Ainda apaixonado por Hinata, ele lutava para esconder seus sentimentos. Para piorar a situação, ele e a Hyuuga haviam se tornado amigos. A proximidade que era para fazê-la enxergar que ele era o seu verdadeiro amor até então não tinha funcionado. Em suas conversas Hinata sempre mencionava Neji. Pior, falavam do casamento que a cada semana que passava ficava mais próximo.

Embora a passagem do tempo tenha afetado de maneira negativa algumas pessoas, para Gaara e Karin havia contribuído para o relacionamento deles se fortificar. Mais juntos do que nunca, o casal já fazia planos para o futuro e Karin já havia conhecido Temari, que aprovou o namoro de cara. Karin era o que Gaara precisava, segundo a irmã.

O tempo também ajudou Itachi e Ino. Aos poucos, eles foram encontrando seu caminho como casal. Eram diferentes, viviam discordando, mas havia entre eles uma conexão eletrizante. Era uma paixão avassaladora! Ino havia pedido para ser amada e Itachi correspondia a isso de forma extrema. Ela tinha se tornado a vida dele. Chegava a ser um pouco obsessivo, mas Ino não se importava mais, porque Itachi havia oferecido a ela um amor que ela nunca tinha conhecido antes.

Rio de Janeiro. Domingo, 5 de novembro de 2017.

Assim, meses se passaram e havia chegado o dia da prova do Enem. Sakura estava ansiosa, esperando o horário de abrirem os portões na frente da Universidade em que faria a prova. Foi acompanhada por Sasuke, que lhe deu um beijo de boa sorte antes que ela sumisse após a abertura dos portões.

— Dê o melhor de si! – Disse Sasuke observando Sakura seguindo em frente.

Na sala, Sakura olhou os outros estudantes, uns mais e outros menos nervosos do que ela. Quando a prova começou, Sakura se sentia como se tivesse começado a correr uma maratona. Precisava dar conta daquelas questões com rapidez e eficácia. Sua concentração começou a falhar quando ela sentiu fome. Então, Sakura pegou a barra de chocolate e comeu um pedaço. Queria enganar sua fome, para assim continuar focada nas questões. Algumas eram ridículas, mas outras a deixavam muito dividida entre as opções de respostas que tinha.

No fim da prova, Sakura saiu esgotada, mas confiante. Como foi uma das últimas a sair da sala, conseguiu levar suas respostas anotadas no caderno de questões. Na saída, Sakura viu algumas pessoas chorando, pois a pressão no ambiente era forte. Mas seguiu dali até sua casa, onde seus pais estavam ansiosos por novidades.

— Como foi querida? – Perguntou Mebuki assim que pôs os olhos na filha.

— Acho que me saí bem, mas ainda tem a outra metade da prova... – Respondeu Sakura.

— Tenho certeza que dessa vez você passa! – Incentivou Kizashi.

— É tudo que eu mais quero!

Depois de comer com seus pais na cozinha, Sakura seguiu para o quarto e ligou para Sasuke que também estava ansioso por notícias.

— Quero boas notícias! – Pediu Sasuke para Sakura.

— Acho que me saí bem! Não senti tanta dificuldade nessa parte! Caiu um conteúdo muito próximo do que estudei o ano todo. Agora, basta esperar a parte final da prova e a luta pelas vagas do sisu! Já te disse que eu ODEIO as notas de corte?

— Eu também odeio! – Risos – Mas você vai se sair bem. Você é a minha garota!

— Deixe pra se gabar da sua garota quando eu passar entre os dez melhores no vestibular.

— O primeiro lugar já é seu, Sakura!

— Deus te ouça! – Risos.

Rio de Janeiro. Domingo, 12 de novembro de 2017.

Na segunda parte da prova, Sakura estava ainda mais encorajada a dar o melhor de si. Ela e Sasuke haviam conversado bastante e chegaram a uma conclusão: se Sakura passasse para a sua Universidade, eles iriam dividir um apartamento próximo da faculdade. O que era claramente um sinal de compromisso, eles viam como a oportunidade de ficarem mais próximos.

Ela chegou cedo ao local da prova, mas tinha esquecido seus documentos para apresentar ao fiscal no carro de Sasuke. Então, teve que ligar para Sasuke voltar e levar sua identidade. O alivio só veio quando Sasuke entrou na sala da prova, a entregou o documento, a abraçou e desejou mais uma vez boa sorte.

O sorriso de Sakura iluminou a sala inteira, que aplaudiu o ato do namorado da estudante. Sakura então fez a prova tranquilamente. Tinha estudado muito para chegar até ali e sabia que aquilo era só o começo de uma árdua e longa jornada.

Quando entregou o cartão-resposta, Sakura respirou fundo e agradeceu o desejo de boa sorte do fiscal da prova. Sakura saiu daquele prédio com um peso a menos sob seus ombros. Na saída, ela teve uma surpresa, pois alguém que ela não esperava chamou seu nome.

— Sakura! – O grito chamou a atenção dela, que virou imediatamente na direção do som.

— Kiba? Você por aqui? – A surpresa de Sakura foi grande. Ela viu o ex-namorado acenando para ela e seu desejo era seguir para a direção contrária, mas não havia tempo, pois ele correu até ela.

— Queria estar aqui nesse dia tão importante. – Disse Kiba e Sakura ficou sem jeito.

— Não precisava, Kiba. – Respondeu Sakura.

— Nós não nos vemos desde a última apresentação da peça. Queria saber se você tem algo para me dizer...

— Pensei que você tinha entendido a minha resposta.

— Sakura, silêncio não é a resposta certa no nosso caso. Eu pedi perdão. É sim ou não.

— Ainda é não. – Respondeu Sakura, dando em seguida às costas ao ex-namorado que a segurou pelo braço.

— Você tá mentindo. Seu silêncio é porque é mentira! Olha pra mim e diz na minha cara que não me perdoou! – Exigiu Kiba, segurando o rosto de Sakura com as mãos.

— Me solta, Kiba!

— Não antes de você me dizer a verdade!

— Kiba – Sakura tira as mãos de Kiba do seu rosto – você tem meu perdão.

— Obrigado! – Kiba sorriu, então abraçou Sakura e ela se deixou envolver por alguns segundos antes de afastá-lo.

— Mas não o meu amor... – Completou Sakura e Kiba murchou, o seu sorriso desapareceu novamente.

— O que isso quer dizer?

— Que eu não sinto raiva quando olho pra você, mas que a gente não tem volta. Ah, e também quer dizer que eu tenho que perdoar a Ino. Fiz um trato com Sasuke, então preciso fazer isso. Não conte a ela por enquanto... pode ser? Quero fazer surpresa.

— Estou um pouco decepcionado, mas, quanto a Ino, não se preocupe... Eu mal falo com ela desde que a Ino começou a namorar o Itachi.

— Eu fiquei sabendo do namoro deles. Torço pela felicidade dela.

— E eu pela sua.

— Kiba!

— É sério! Quando eu falo que torço por você, é verdade. Saber que você é feliz ameniza minha dor.

— Tenten comentou comigo que a peça é um sucesso. Isso também alivia a sua dor, não?

— Sim, alivia. Trabalho ocupa a cabeça, faz a gente focar em outra coisa. Mas, quando eu ponho a cabeça no travesseiro, a única imagem que vem à minha cabeça é a do seu rosto.

— Kiba, para! Chega!

— Eu to te falando como eu me sinto...

— Eu amo o Sasuke!

— Eu sei. Kiba ama Sakura que ama Sasuke que ama Sakura também. Já saquei quem está sobrando.

— Que bom! Assim, eu não preciso explicar de novo.

— Sakura, algum dia eu vou poder fazer parte da sua vida de novo?

— Talvez, mas não agora. Eu ainda preciso de tempo.

— Pra me esquecer de vez?

— Para colocar uma pedra na sua traição de vez. E também porque para a gente ser amigo você não pode estar apaixonado por mim.

— Entendi.

— Deixa eu ir, Kiba. O Sasuke tá me esperando... – Disse Sakura e se virou para ir embora.

— Pode ir. Eu também já vou... – Respondeu Kiba e Sakura marchou em frente sem olhar para trás.


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