Penso em você, logo desisto escrita por British


Capítulo 16
De olho no pódio


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Tudo bem? Sei que teve gente que não gostou muito da Ino com o Itachi, mas, por hora, vai ser assim. (Tenho motivos!) E, para quem tava com saudade do Gaara, temos um episódio focado nele :D Boa leitura.



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Rio de Janeiro. Segunda-feira, 3 de abril de 2017.

Gaara madrugou na Universidade. Queria usar a piscina antes de Suigetsu para não ter que cruzar com seu rival. Após duas horas de treino, Gaara saiu da piscina e se deparou com uma moça de cabelo vermelho na arquibancada. Ele não deu muita bola para ela, foi pegar uma toalha para se secar, mas então a moça se aproximou dele.

— Você deve ser o grande rival de Suigetsu Hozuki, acertei? – Perguntou Karin e Gaara a encarou.

— Sim, esse cara sou eu. E você quem é? – Perguntou Gaara achando o rosto daquela mulher familiar, embora não soubesse de onde.

— Desculpe, eu nem me apresentei. Sou Karin Uzumaki, sou estudante de Direito e uma fã do seu esporte. – Apresentou-se.

— Agora eu lembrei de você! Ex-namorada do Suigetsu, não é mesmo? Konan me falou de você! – Contou Gaara.

— Não fale dessa vadia na minha frente! – Retrucou Karine Gaara riu.

— Calma, moça! A Konan não tem culpa da infidelidade do Suigetsu. Ela é uma amiga minha, inclusive. Então, melhor você não falar mal dela na minha frente. – Disse Gaara.

— Como você pode ser amigo de uma mulher que se envolve com o seu rival? – Perguntou curiosa.

— Karin, eu não odeio o Suigetsu. Não somos inimigos. Somos rivais nas piscinas, competimos em busca do pódio, de bons resultados. Nossa vida pessoal não interfere em nada. – Explicou Gaara.

— Ah, entendi... – Disse Karin.

— Você veio me procurar querendo um aliado pra destruir a vida dele? Acho que você perdeu a sua viagem. – Respondeu Gaara.

— Não, não quero vingança. Pelo contrário, acho que ainda gosto dele e por isso vim aqui. Tava procurando por ele, mas acabei encontrando você e fiquei fascinada ao vê-lo nadar. Você merece estar no pódio. Talvez mereça mais do que o Sui. Desculpe te incomodar. Já vou indo.  – Confessou Karin e ia saindo, mas Gaara a segurou pelo braço.

—  Eu ainda não tomei café, Karin. Quer tomar um café comigo? – Convidou Gaara.

— Quero sim. – Disse Karin.

— Ótimo! Me espera aqui então que eu já volto. Só preciso trocar de roupa! – Avisou Gaara e Karin assentiu.

Quando Gaara voltou, eles foram até a cantina para tomarem café. Logo Gaara explicou sua rotina de treinos e deixou Karin fazer perguntas sobre como ele estava se preparando para as próximas olimpíadas. Ela era, de fato, uma entusiasta do esporte e ficava feliz de estar conversando com um possível campeão.

— Qual a sensação de estar num pódio? – Perguntou Karin.

— Sensação de dever cumprido. Sei lá, passa tanta coisa na cabeça. Eu fiquei no alto do pódio algumas vezes em campeonatos, mas não numa olimpíada e é isso que eu busco. Quero bater de frente com o Suigetsu em Tokio 2020. – Afirma Gaara.

— Você já tem patrocínio? – Perguntou Karin.

— Na verdade, acabei de perder meu patrocinador. Acho que até a próxima competição devo ter arrumado alguém para colocar no lugar.

— Posso te dar uma dica? A Joalheria Hyuuga está ampliando seus investimentos agora. Conheço Neji Hyuuga e acho que ele ia se interessar em patrocinar você. Eu até ia indicar isso pro Sui antes da gente terminar...

— Você tá falando sério? Uma joalheria me patrocinar?

— Por que não? Se eu fosse você, falaria com Neji Hyuuga.

— Karin, eu nem sei como chegar num cara desses...

— Mas eu sei! Neji é amigo meu, eu o conheço bem e posso apresentá-los.

— E você faria isso por mim a troco de nada?

— Vamos dizer que ver você no pódio ao invés do Suigetsu vá me trazer muita satisfação... É um bom motivo, não?

— E aí a única coisa que eu teria que fazer é vencer?

— Sim, só isso.

— Tudo bem. Quero que você me apresente ao tal Neji, mas quero que faça isso como minha amiga.

— Já me considera uma amiga?

— Acho que posso considera-la assim já que você quer me ajudar.

— Ótimo! Vou ligar pro Neji hoje mesmo! – Karin sorriu.

— Você tem um sorriso bonito. – Elogiou Gaara e Karin ficou sem jeito.

— O que?

— Seu sorriso é bonito. É um elogio. As pessoas não te elogiam?

— Faz tempo que eu não escuto um.

— Eu sou aquele tipo de cara que elogia todo mundo. Acho legal falar coisas positivas para que as pessoas se sintam bem. Minha irmã é atriz, é super instável então aprendi desde cedo a dizer a coisa certa para que ela se sinta melhor com ela mesma.

— Você está insinuando que a minha autoestima não é boa?

— Não é isso, mas acho que o Suigetsu abalou um pouco a sua autoconfiança. Ele é mestre nisso. Vi várias garotas que ficaram com ele saírem mal de um relacionamento com ele, até porque ele nunca esteve de verdade num relacionamento.

— Ele esteve num relacionamento de verdade comigo por seis meses.

— Eu sei e foi o primeiro relacionamento longo da vida dele. Foi desgastante. Ou você acha que ele não te traiu de caso pensado?

— Mas não fui eu quem terminou com ele. Suigetsu terminou comigo porque eu beijei o meu ex.

— Ele ainda fez você ser a traidora da história? Que cachorro! Posso ser sincero com você? Ele não queria mais estar num relacionamento com você e deu um jeito de sair dessa sem arranhar a imagem dele. Foi isso.

— Como você sabe disso?

— Eu conheço bem o Suigetsu e suas artimanhas. Agora faz todo o sentido ele e Konan se beijarem.

— Acho que eu sou a maior otária do universo então. Meu primo tinha razão.

— Bom, pelo menos você não se humilhou atrás dele.

— Bem, era isso que eu ia fazer se eu tivesse encontrado com você na piscina no lugar dele.

— Acho que salvei a sua vida então, Karin. – Disse Gaara.

— Com certeza, você me salvou. – Afirmou Karin encantada com o nadador.

[...]

Na hora de seu almoço, Karin fez questão de ligar para Neji. Ela queria muito apresentá-lo a Gaara e conseguir o patrocínio para o novo amigo.

— Olá, Karin! Quanto tempo! Fiquei surpreso ao ver você me ligando... – Comentou Neji ao atender o celular.

— Eu sei... Acabei me afastando de todo mundo depois de terminar com o Sasuke. Não queria colocar a amizade dele com você e a Hinata numa situação ruim. – Confessou Karin.

— Ah, claro. Você sabe que nunca vou tomar partido numa situação dessas. O importante é que vocês se acertaram não é mesmo?

— Acho que a fase do clima ruim entre nós acabou, mas não gosto de ver o Sasuke.

— Por isso agora está estudando de manhã ao invés da noite?

— É. É por isso sim. Li sobre o seu casamento com a Hinata! Queria parabenizá-lo!

— Obrigado, Karin. Já temos uma data e o local, estamos vendo os preparativos. Tenha certeza de que será convidada! – Disse Neji.

— Agradeço desde já pelo convite, mas, Neji, eu liguei pra você por uma outra razão.

— Pode falar...

— Eu tenho um amigo que é nadador profissional e ele acabou de perder o patrocínio. Fiquei pensando se você não aceitaria patrociná-lo...

— Querida, eu não posso patrocinar o Suigetsu Hozuki. Seria uma afronta ao Sasuke! – Disse Neji.

— Não! Não é ele! Claro que eu não pediria isso a você se fosse pra ele! Na verdade, é para o nadador Gaara Sabaku No.

— Você sabe que eu sou um fã de esportes em geral... Vai ser um prazer conhecer o seu amigo, mas não posso garantir o patrocínio até falar com ele. Mas podemos marcar uma reunião.

— Ótimo! Obrigada mesmo! Quando ele for a reunião ele precisa levar o que pra você?

— Eu preciso que ele me mostre um plano de quanto gasta por mês para ver se posso arcar com os custos dele como atleta. Mande ele preparar uma apresentação formal com campeonatos de que participou, resultado nos últimos anos, exames para checar a saúde dele. Preciso conhecer em quem estou investindo. – Explicou Nei.

— Sabia que você não ia me decepcionar!

— Fico feliz em ajudar! Olha, assim que você se formar, quero que se torne minha advogada!

— Com certeza vou pensar em aceitar a proposta de emprego, mas você sabe que tenho o escritório da minha família!

— Fico feliz em ouvir isso! Só de você pensar já está bom! É um começo! Agora eu preciso desligar porque tenho uma reunião em dez minutos. Espero te ver em breve! – Despediu-se Neji.

— Nos vemos em breve! Até mais! – Despediu-se Karin e desligou.

[...]

Rio de Janeiro. Terça-feira, 4 de abril de 2017.

Gaara ficou feliz quando Karin ligou avisando que havia conseguido uma reunião para ele com Neji Hyuuga na sexta-feira. Em sinal de agradecimento, o nadador convidou a estudante de direito para um cinema. Então, eles marcaram de ir ao shopping ver um filme de terror.

— Então eu tenho que fazer uma apresentação pro seu amigo para provar que eu mereço o patrocínio dele? – Perguntou Gaara ao andar ao lado de Karin no shopping.

— Sim, mas tenho certeza que você vai tirar de letra. – Disse Karin, enquanto finalmente chegavam na frente do cinema.

— Ok. Ei, você vai querer pipoca? Hoje é tudo por minha conta! – Ofereceu Gaara.

— Assim, fica difícil não aceitar! Quero sim! Pode ser aquele combo mega duplo! – Opinou Karin.

— O que vai beber?

— Coca-cola e você?

— Um mate.

— Ah, claro! O saudável! – Brincou Karin e Gaara riu.

— Vem! Vamos comprar que a nossa sessão já vai começar... – Disse Gaara puxando Karin pela mão, que gostou do toque do nadador.

Durante a sessão, vez ou outra Karin olhava de soslaio para Gaara. Ele era um rapaz agradável e a fazia se sentir bem consigo mesma. No fim da sessão, Karin estava tremendo de frio por causa do ar condicionado forte e ela estava com um vestido de alça fina. Gaara reparou no desconforto da moça, então retirou a jaqueta jeans que usava e pediu para Karin vesti para se aquecer.

— Veste isso! Você tá tremendo! – Disse colocando a jaqueta sobre os ombros da ruiva.

— Você não vai sentir frio? – Disse Karin apesar de aceitar a jaqueta.

— Prefiro que você não passe frio! – Insistiu Gaara e Karin concordou.

— Obrigada! Você é muito educado sabia? Seus pais devem morrer de orgulho de você! – Disse Karin.

— Tive uma boa criação, mas minha mãe morreu quando eu e minha irmã éramos crianças. Meu pai criou a gente sozinho. Fez um bom trabalho. Agora, ele mora em São Paulo e só eu e a Temari ficamos aqui.

— Temari é a sua irmã?

— Sim, minha irmã mais velha. Você tem irmãos Karin?

— Não, mas eu tenho um primo que é quase um irmão.

— Então você e seu primo são próximos né?

— Sim, eu to morando na casa dele desde que a minha família se mudou para São Paulo. – Contou Karin.

— Legal. – Disse Gaara e de repente eles ficaram sem assunto.

Karin e Gaara andaram até o estacionamento em silêncio. Quando chegaram a porta do carro, Karin destrancou as portas do veículo para ela e Gaara entrarem. Então, Karin assumiu o volante e Gaara ficou no carona.

— Minha casa fica no caminho oposto da sua. Tem certeza que quer me dar uma carona? Eu posso ir de metrô. – Disse Gaara e Karin o encarou.

— Já falei que não é incomodo nenhum. Você pagou o cinema, então não custa nada te levar em casa.

Durante o caminho, eles conversaram mais sobre seus gostos e descobriram que eram fãs da mesma música ao cantarolarem a assim que começou a tocar no rádio.

— Você curte “All I Think About Is You”, do Ansel Elgort? – Perguntou Gaara ao ver Karin cantar baixinho.

— Curto muito! Por que? – Perguntou ela e Gaara sorriu.

— Eu também! – Foi a resposta de Gaara antes dos dois entoarem a letra juntos.

— All I think about is you ♪

Gaara e Karin terminaram o dueto muito animados. O nadador estava tão empolgado que bateu palmas para a sua parceira que aceitou os elogios quanto a sua maravilhosa voz.

— Eu to impressionado! Que talento mais você esconde por trás da estudante de Direito hein? – Perguntou Gaara interessado.

— Não escondo nada de ninguém. Você esconde? – Rebateu Karin.

— Sou um livro aberto. Quer perguntar algo em especial? – Sugeriu Gaara e Karin mordeu o lábio.

— Não sei...

— Pode perguntar! – Incentivou Gaara.

— Você falou que conhece a tal Konan que ficou com o Suigetsu. Você e ela também...

— Eu já fiquei com ela, caso seja isso que você quer saber. – Interrompeu Gaara.

— Todos vocês atletas são galinhas? Passam o rodo em geral mesmo? – Perguntou Karin e Gaara gargalhou.

— Que isso! Quem me dera a minha vida sexual fosse tão animada assim!

— Então você ficou com ela uma vez só? Você sabe, mesmo que seja fofoca, quantas vezes o Suigetsu ficou com ela?

— Eu fiquei com a Konan uma vez após uma competição. Todo mundo saiu pra comemorar e rolou. Sem dramas. Já o Suigetsu e ela sempre foram muito próximos. Não sei quantas vezes, mas com certeza foi mais de uma. Satisfeita? – Disse Gaara e Karin olhou para ele após parar o carro num sinal vermelho.

— Acho que sim... Sabe, Gaara, antes de conhecer o Suigetsu, eu namorava um cara muito legal. Ele me amava, era todo fofo, presente, amável e eu não dei valor. Troquei ele pelo Suigetsu porque uma paixão louca me consumiu.

— Você se arrepende de ter escolhido o Suigetsu?

— Não sei se arrependimento é a palavra certa. – Respondeu Karin pensativa.

— Qual seria?

— Decepção. Acho que essa é a palavra. Eu achava que ia ser tão feliz e olha só o que ele fez comigo.

— Você está melhor sem ele. – Comentou Gaara e o sinal ficou verde, fazendo com que Karin começasse a dirigir.

— Acho que você tem razão. – Concordou Karin.

— O Suigetsu perdeu a chance de ter uma excelente namorada. – Disse Gaara tentando melhorar o ânimo de Karin.

— Não sou tudo isso também.

— É uma mulher bonita que parece lutar pelo que quer. Quando olho pra você, é o que vejo. – Resumiu Gaara.

— Você é um cara legal, Gaara. Tem certeza que você está solteiro? – Perguntou Karin enquanto estacionava o carro na frente do prédio de Gaara.

— Tenho. Não encontrei a garota certa ainda. – Respondeu Gaara tirando o cinto.

— Enquanto isso se diverte com as erradas... – Jogou Karin no ar e Gaara riu.

— Estou aproveitando bem a minha solteirice – Fez uma pausa dramática e continuou – treinando.

— Claro que você só pensa em treino!

— Atualmente, é o meu principal foco. Mas, não descarto a possibilidade de me apaixonar por uma mulher inteligente, parceira e que dê conta do recado. – Brincou Gaara.

— Você se acha muita areia pro caminhãozinho das mulheres?

— Sei o meu valor. – Afirmou antes de dar um beijo na bochecha de Karin, deixando-a desconcertada. – Boa noite, Karin. Depois a gente se fala. – Despediu-se.

— Boa noite, Gaara. – Disse Karin ainda suspirando com a aproximação do rapaz.

[...]

Rio de Janeiro. Sexta-feira, 7 de abril de 2017.

Gaara chegou ao escritório de Neji no horário marcado. Pontualmente, o Hyuuga o atendeu. No início, Gaara estava um pouco nervoso, afinal a presença de Neji era realmente intimidadora e aquele patrocínio significava muito para o atleta nessa altura do campeonato.

— Karin foi só elogios a você! Então, eu devo te perguntar se ela tem razão em confiar tanto assim na sua performance... – Começou Neji.

— Para te responder isso, eu preciso saber o que ela te falou sobre mim. – Disse Gaara.

— Ela não te disse? – Perguntou Neji e Gaara negou – Bem, ela me contou que você perdeu o seu patrocinador, mas que seu talento não poderia ser ignorado.

— Karin é uma ótima pessoa. Eu detesto ser modesto, então eu tenho que concordar que meu talento não deve ser ignorado. Nessas planilhas e documentos – Gaara entrega os papeis para Neji - Você poderá analisar minha aptidão física, meus resultados no último ciclo olímpico, os prêmios que ganhei durante toda a minha vida de atleta e a minha carga de treinos. Além de, claro, uma declaração médica comprovando minha saúde. – Diz Gaara, então Neji começa a avaliar os papeis.

— Seus resultados são ótimos. – Disse Neji avaliando os dados fornecidos por Gaara.

— Sempre fui um bom atleta. – Disse Gaara.

— Mas ainda não é o melhor... – Comentou Neji desviando o olhar dos papeis e encarando Gaara.

— Neji, acredito que o caminho de um atleta até o lugar mais alto do pódio é feito de forma gradativa e não meteórica. Tenho bons resultados, tenho treinado ainda mais desde a última olimpíada no ano passado e sinto que em Tokio 2020 estarei no meu melhor momento. Nada vai me parar até conseguir a medalha de ouro, e, após ela, continuarei treinando para trazer mais glórias ao meu país e quero poder dizer em minhas futuras entrevistas que conto com o seu apoio. – Discursou Gaara.

— Gosto da forma como você defende seus objetivos, Gaara.

— E isso quer dizer que...

— Quer dizer que gostaria de patrociná-lo, mas, antes preciso que você me dê mais alguns detalhes sobre a sua vida. – Disse Neji.

— Pergunte o que quiser! – Autorizou Gaara.

— Antes de você vir aqui, fiz uma pesquisa prévia sobre você e descobri que sua irmã é atriz. Como é a sua relação com ela?

— O que isso tem a ver com o patrocínio?

— A partir do momento que eu patrocinar você, sua imagem estará atrelada a da minha empresa. Dessa forma, tudo envolvendo você e, inclusive, a sua irmã, interessam no nosso negócio.

— Bem, respondendo a sua pergunta, eu e Temari somos muito ligados.

— Ok. Se, por acaso vocês brigassem, isso poderia se tornar um escândalo público?

— Raramente, eu e Temari brigamos. Somos realmente muito unidos, dividimos um apartamento aqui no Rio e ela é a minha melhor amiga. Mesmo que um dia a gente brigasse, nunca se tornaria algo público. Posso te dar a minha palavra. – Afirma Gaara.

— Ok. Vou confiar em você. Acredito no seu talento e também no julgamento que Karin fez de você. – Respondeu Neji, que estendeu a mão para o nadador para que fechassem o negócio.

— Agradeço sua confiança. – Respondeu Gaara retribuindo o aperto de mão.

— Quero ver resultados Gaara. Sei do que discurso sobre galgar um caminho até o objetivo final, mas quanto antes vierem os resultados será melhor para você. – Aconselhou Neji.

— Ok. Posso lhe fazer uma pergunta referente a Karin?

— Claro, se não for algo muito particular...

— Você disse que acredita no julgamento que Karin fez de mim. Por que ela tem tanta credibilidade com você?

— Karin é minha amiga há anos. Nos conhecemos num jantar de negócios em que ela acompanhava a um ex-namorado, cuja família é muito próxima da minha. Lembro de, naquela ocasião, ela me dizer com muita clareza o que ela queria alcançar como ser humano e fiquei impressionado. Naquela época, ela deveria ter 17 anos e já sabia que seu destino era comandar o escritório de advocacia de sua família. Assim, como eu tive que assumir as rédeas dessa empresa muito cedo. Me identifiquei com ela.  Trocamos figurinhas sobre a pressão familiar. Karin julga as situações e as pessoas muito friamente. Ela não costuma se enganar. Se ela me diz pra apostar em você, posso confiar nela.

— Ela se enganou no julgamento sobre Suigetsu. – Apontou Gaara.

— Não é que ela tenha se enganado. Ela pagou para ver. Lembro do dia em que ela terminou com o namorado e em seguida me ligou confusa dizendo que não deveria ter feito aquilo, mas que seu coração pedia e ela não deveria ignorar um pedido tão urgente. Quando ela terminou o namoro e se envolveu com o tal Suigetsu foi a paixão falando mais alto. Ela sabia que era um erro, todo mundo sabia, mas ela quis ir até o fim e sofreu as consequências disso. Pagou seu preço por viver uma louca paixão. Eu não me arriscaria tanto.

— Você não faria uma loucura por amor como ela fez? Desculpe, se estou sendo invasivo, mas fiquei curioso.

— Não, não faço esse tipo de coisa. Não dessa forma... Sou noivo e amo a minha Hinata. Vou me casar no próximo ano e terei um relacionamento equilibrado, com a minha pessoa favorita no mundo. Sei que a faço feliz e ela também se sente assim comigo. Não preciso desse sentimento doido que Karin queria.

— Karin quer viver um grande amor. Eu percebi isso. – Comentou Gaara.

— Quem sabe com você ela não tem mais sorte... – Comentou Neji e Gaara ficou boquiaberto.

— Co-comigo?

— Você não percebeu? Ah, ela está interessada.

— Ela te disse alguma coisa? – Perguntou Gaara confuso.

— Não precisou dizer. Conheço Karin bem e só de ela ter pedido algo tão grandioso como um patrocínio pra você já quer dizer muito. Isso não é um tipo de coisa que se faz por um estranho. – Comentou Neji e Gaara começou a pensar se tinha sido cego por não perceber antes.

— Tem razão. Eu fui um burro de não perceber! – Concordou Gaara.

— Olha, não tenha medo de dar o fora nela caso esse seja o seu desejo. Karin, sabe lidar com a rejeição. É que falando com você eu também identifiquei um interesse nela, mas talvez seja só amizade...

— Eu não tinha processado isso dela ter algum interesse em mim.

— Ah, claro. Não vou me intrometer mais entre vocês. Agora, Gaara, você pode me dar licença? Preciso me preparar para uma videoconferência que começa em dez minutos. – Pediu Neji educadamente.

— É claro. Depois nos falamos para fecharmos os detalhes...

— Isso não precisa ser comigo. Vou passar um relatório do que falta para a minha secretária e ela entrará em contato com você para resolver o que falta. – Disse Neji e Gaara concordou.

Gaara saiu do escritório de Neji meio cambaleando. Fora a felicidade de conseguir um novo patrocinador, ele estava um tanto confuso com a informação que Neji lhe deu sobre Karin. Ele realmente não havia notado o interesse dela por ele, até porque eles tinham falado muito sobre Suigetsu, que era um assunto broxante. Mas Gaara saiu daquele escritório com dúvidas sobre o que sentia por Karin.

[...]

Karin estava em casa assistindo Netflix, quando o porteiro ligou avisando que um rapaz chamado Gaara estava na portaria pedindo para subir. Karin ficou surpresa, mas autorizou a visita do atleta, já que estava sozinha em casa.  Quando atendeu a porta, Gaara estava com uma pizza nas mãos e uma garrafa de vinho.

— Queria companhia para comemorar! – Disse Gaara parado na porta e Karin deu passagem para ele.

— Suponho que Neji tenha lhe dado o patrocínio. Acertei? – Perguntou Karin enquanto fechava a porta.

— Acertou! Fiquei surpreso dele mesmo não ter te ligado para avisar... – Disse Gaara colocando a pizza e o vinho sobre a mesa de centro na sala.

— Neji é um homem muito ocupado. Além disso, ele deve ter imaginado que você gostaria de me dar a notícia em primeira mão. – Comentou Karin se sentando ao lado de Gaara.

— Quando eu saí de lá, a primeira coisa que eu quis fazer foi ver você.

— Claro, afinal fui eu quem conseguiu isso pra você. Justo! E ainda me trouxe comida e bebida! É perfeito! – Disse Karin olhando o vinho que ele tinha trazido.

— Gosta de sabor peperoni? – Perguntou Gaara abrindo a caixa da pizza.

— Amo! Vou pegar pratos, talheres e copos pra gente comer. – Avisou Karin e foi até a cozinha.

Enquanto Karin não voltava, Gaara observou o apartamento. Tinha tons neutros, um sofá de três lugares, a televisão ficava na parede, no rack tinha apenas algumas livros e dois porta-retratos. No primeiro, uma foto de um rapaz loiro que ele achou o rosto conhecido com um senhor também loiro e uma mulher de cabelo vermelho. No segundo, uma foto do mesmo rapaz com Karin. Os dois estavam numa praia. Gaara estava segurando o segundo porta-retratos quando Karin voltou.

— São fotos de família! – Avisou Karin.

— Esse rapaz loiro é o seu primo? – Perguntou Gaara colocando o porta-retratos de volta no lugar.

— Sim, é ele. Se chama Naruto.

— Engraçado, eu acho que já vi seu primo em algum lugar. – Disse se servindo da pizza, enquanto Karin enchia as taças de vinho.

— Essa cidade pode ser muito pequena. Se você cruzou com um meu primo em algum lugar, pode apostar que foi em uma festa ou na praia. Quem sabe na faculdade? Ele estuda lá, só que a noite para poder estagiar de dia. – Resumiu Karin.

— Pode ser... Aliás, ele vai voltar logo?

— Não. Naruto foi viajar. Vai passar sete dias surfando na Indonésia.

— E as aulas?

— Ele é um bom aluno no geral. Não vai afetá-lo faltar aula.

— Entendi. Bem, pelo menos agora, com a minha chegada, você tem companhia... ou gosta de ficar sozinha?

— Aprendi a ficar bem sozinha, Gaara. Mas é bom ter companhia de novo. – Karin sorriu após terminar de beber sua taça de vinho.

— Sem querer ser intrometido, mas já sendo, você é namoradeira? Por que você acusou de ser mulherengo... – Lembrou Gaara.

— Eu? Não, não mesmo. Antes do Suigetsu, eu só namorei um cara. Então, não sou namoradeira. Nada contra quem é. Deve ser legal transar sem ter um compromisso com o alguém, mas eu não curto muito. Acho importante ter sentimento no meio. E você?

— Eu costumo transar só por diversão. Tenho feito isso desde a minha primeira vez. Acho que nunca me apaixonei por alguém a ponto de querer ficar com a pessoa pra sempre, de só pensar em uma única pessoa. Por isso, apesar de não me sentir incluso na categoria “mulherengo”, acho que no fundo sou. – Confesou Gaara.

— De onde eu te vejo, você não se parece com um mulherengo. – Disse Karin encarando Gaara.

— Acho que já está tarde. Melhor eu ir... – Disse Gaara se levantando e caminhando até a porta.

— Fica, por favor? – Pede Karin segurando a mão de Gaara que afagou a mão dela devagar.

— Se eu ficar, a gente pode se arrepender. – Alegou Gaara.

— Sei que não vou... – Disse Karin se aproximando a ponto de quase beijar Gaara.

— Você tem certeza? – Perguntou Gaara, mas foi calado com um beijo.

Karin e Gaara se beijaram até que a ruiva o empurrou no sofá e subiu em cima dele. Então, eles voltaram a se beijar e Gaara segurou com força o cabelo se Karin.

— Vamos para o quarto... – Sussurrou Karin entre o beijo.

— Vamos. – Gaara concordou.

[...]

No dia seguinte, quando Gaara acordou, estava sozinho na cama. Ainda nu, ele procurou o paradeiro de suas roupas e do celular, que estava caído no chão. Por sorte, a tela não tinha quebrado. Verificou a hora e ainda era cedo. Não passava das 8h da manhã. Foi até o banheiro, tomou um banho, vestiu suas roupas e só então foi atrás de Karin. Gaara a encontrou tomando café da manhã na mesa da cozinha.

— Bom dia. – Disse Karin com a xícara de café na mão enquanto via Gaara se sentar à sua frente.

— Bom dia. – Respondeu Gaara e então pegou a xícara que Karin tinha separado para ele, que estava em cima da mesa.

— Dormiu bem? – Perguntou Karin e Gaara parou de passar a margarina no pão para respondê-la.

— Dormi, mas tenho que confessar que preferia ter acordado com você lá na cama. – Disse Gaara.

— Eu acordei às 5h da manhã, aí eu fiquei te observando dormir até às 6h e aí percebi que eu não devia estar fazendo isso, então eu peguei uma roupa limpa, tomei um banho e saí dali antes que você acordasse.

— Por que não devia?

— Porque não estamos apaixonados e não sou sua namorada. – Disse Karin e Gaara reprovou o que ela disse com o rosto.

— Você está certa quando diz que não é a minha namorada, mas eu não tenho certeza quanto a outra parte. – Observou Gaara.

— Você mesmo disse que costuma transar só por diversão. Eu achei que...

— Achou errado! – Gaara a interrompeu e continuou -  Eu vim aqui ontem com um propósito: descobrir o que sinto por você.

— E descobriu?

— Quero você, Karin.

— Acha que eu sou a garota certa?

— Não sei, mas to a fim de descobrir... – Disse Gaara e então começou a comer.

— O que isso significa? Gosto de definições. Quero saber o que sou pra você, porque eu sou o tipo de garota que comemora aniversário de namoro e se isso for se tornar um namoro eu vou querer anotar na minha agenda. – Confessou Karin e Gaara riu.

— Gosto da ideia de você ser minha namorada. Ta aí sua definição. Me passa o queijo, por favor? – Pediu Gaara e Karin passou.

— Toma, meu amor. – Ela encheu a boca para falar e Gaara sorriu.

— Olha só! Ela aprendeu rápido! Repete, Karin. – Pediu.

— Meu amor, meu amor, meu amor! – Repetiu cantarolando e Gaara deu um selinho nela.

— Karin, sabia que o Neji me disse que você estava a fim de mim? – Contou Gaara.

— Eu sou muito transparente. Ele deve ter sacado quando eu pedi o patrocínio. – Disse.

— Quando exatamente você viu que sentia algo por mim? – Perguntou Gaara.

— Quando você elogiou meu sorriso em nossa primeira conversa. Naquele momento eu pensei que eu merecia um cara como você. – Revelou Karin.

— Como eu?

— Que é capaz de reparar em mim. Suigetsu não era assim.

— E seu ex? Aquele que a arrastava um caminhão por você?

— Esse reparava até demais. Não gosto de excessos. Você é a medida certa pra mim. O equilíbrio perfeito até na cama. – Comentou Karin e Gaara engasgou com o café.

— Você tá falando que...

— Que você é muito bom de cama! Muito bom mesmo! Mas muito muito muito bom! – Enfatizou Karin e Gaara ficou acanhado.

— Se você diz...

— E repito! Minha melhor transa no último ano! Quiçá da vida! – Karin disse e Gaara riu.

— Você é maravilhosa, sabia?

— Agora que você está dizendo eu posso acreditar. – Disse Karin sorrindo.

[...]

Rio de Janeiro. Sábado, 8 de abril de 2017.

Gaara chegou em casa cantarolando e Temari estranhou.

— Você quis me matar do coração! Por que não ligou avisando que não ia dormir em casa? Eu lotei a sua caixa postal de recados! – Disse Temari.

— Eu mandei uma mensagem hoje de manhã falando que tava tudo bem. – Respondeu Gaara.

— Eu passei a noite em claro! Liguei pra todos os seus amigos e ninguém sabia me dizer onde ou com quem você estava! – Temari deu a bronca.

— Desculpe é que nem eu sabia que ia dormir fora...

— Tem garota nessa história! Até porque você tá de cabelo úmido! Passou a noite num motel foi?

— Tema, eu to namorando. – Revelou Gaara.

— Namorando com quem?

— O nome dela é Karin Uzumaki, estudante de Direito, ruiva, linda... Em breve quero apresentá-las!

— Passou a noite com ela no motel?

— Na verdade, ficamos na casa dela. Ah, e eu tenho outra novidade pra te contar!

— Não me diz que pediu essa garota em casamento sem que eu a conheça!

— Calma, Tema! Longe disso! É que eu consegui um novo patrocinador! A Joalheria Hyuuga agora me patrocina e a Karin que me ajudou com isso. Ela não é um máximo?

— Essa garota tem superpoderes hein? Como ela conseguiu isso?

— Ela é amiga do Neji Hyuuga.

— Uau! A família dela deve ter dinheiro então, coisa que a nossa não tem!

— Você é atriz, eu sou atleta, não somos pobres também.

— Mas o tipo de gente que anda com Neji Hyuuga deve ser top né? Você viu a namorada dele lá no aniversário da Sakura não viu?

— É eu vi, mas esse tipo de coisa não me assusta. Karin é uma mulher decidida e com quem eu quero estar.

— Tá apaixonado? Nunca te vi falar de alguém assim! – Disse Temari.

— Estou começando uma nova etapa de minha vida e quero essa mulher do meu lado nesse período. Dessa vez, é sério.

— To feliz por você, irmãozinho! Afinal, essa é a sua primeira namorada! – Comemorou Temari.

— Também estou feliz! – Disse Gaara e deu um beijo na bochecha da irmã antes de seguir para o seu quarto.

[...]

Rio de Janeiro. Segunda-feira, 10 de abril de 2017.

A vida de Suigetsu após terminar com Karin estava igualzinha à antes de conhecê-la. O atleta se dedicava aos treinos e nos dias se folga ia para a farra, ficava com pelo menos duas garotas por noite. Naquela manhã, quando chegou para treinar, ainda estava de ressaca. E seu mau humor piorou ao ver Karin aos beijos com Gaara na borda da piscina.

— Que palhaçada é essa?! – Gritou Suigetsu na frente do casal.

— Nada que lhe diga respeito, Suigetsu. – Respondeu Gaara abraçando Karin pela cintura.

— Tira as mãos da minha ex! – Insistiu Suigetsu.

— Olha lá você como fala comigo e com a minha namorada! – Rebateu Gaara num tom de voz mais alto.

— Namorada? Vocês me poupem! É ridículo isso! Se ela tá com você é pra me provocar! – Argumentou Suigetsu e Karin resolveu se defender.

— Você não é o centro do mundo, Suigetsu! Eu e Gaara estamos juntos! Você não tem nada a ver com a gente! – Disse Karin.

— Cala boca, Karin! E você, Gaara, é um imbecil de ficar com essa daí! Sabe por que? Ela ainda me ama e tá usando você! Você é um prêmio de consolação! – Berrou Suigetsu.

— Você não sabe da minha história com ela então não se mete! – Disse Gaara.

— Vamos embora, Gaara! A gente não tem que ficar brigando aqui com ele. É perda de tempo. – Disse Karin puxando o namorado pela mão.

— Está certa, Karin. Fica aí com a sua dor de cotovelo! – Disse Gaara antes de empurrar Suigetsu que caiu na piscina.

— Seu babaca! Você é um idiota! Tá com essa piranha pra tentar me atingir também! Mas quem vai ficar no lugar mais alto do pódio sou eu! – Esbravejou Suigetsu na água e Gaara fingiu não ouvir.

— Não liga para o que ele diz. Ele não pode nos afetar! – Disse Gaara abraçando Karin e caminhando com ela para longe dali.

— Sinto muito por esse espetáculo deprimente, meu amor. – Desculpou-se Karin.

— A culpa não é sua. A gente vai ignorar a existência desse ser ok?

— Ok. – Concordou Karin.


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