Rio de Janeiro. Segunda-feira, 27 de março de 2017.

Era véspera do aniversário de Sakura, por isso Deidara estava na casa dos Haruno para ajudar nos últimos preparativos. Era uma festa para poucas pessoas, mas mesmo assim estava dando muito trabalho.

— Estou exausto! Você está me explorando aqui! – Queixou-se Deidara se jogando em seguida no sofá.

— Pensa que você vai vir só pra boca livre é? Não é assim não! Você precisa colaborar, meu bem! Já acabou de fazer o painel que vai ficar atrás da mesa do bolo? Então, vai lá na cozinha ajudar minha mãe com os docinhos! – Ordenou Sakura.

— Sua mãe me expulsou de lá já. Ela disse que eu vou comer todos os docinhos antes da festa. – Contou Deidara.

— Então arruma outra coisa pra fazer! – Disse Sakura.

— Por que vocês não contrataram uma empresa para fazer a decoração do apartamento hein? – Questionou Deidara.

— Economia ué! Estamos em tempos de crise. – Disse Sakura.

— Mas seus pais são ricos, Sakura! – Respondeu Deidara.

— E isso não é motivo para eles saírem esbanjando por aí. Contratamos um buffet já para o resto da comida, mas vamos nos encarregar pelos docinhos, pela bebida e pela decoração. – Disse Sakura.

— Quer que eu vá comprar bebida? – Se ofereceu Deidara.

— Não precisa. Meu pai já foi. – Disse Sakura e então a porta se abriu com Kizashi cheio de sacolas.

— Olá, meninos! Comprei as bebidas! Vou colocá-las no freezer. – Anunciou Kizashi já indo rumo à cozinha.

— Pai, o senhor já ligou pro ator que vai fazer o monólogo? – Perguntou Sakura e notou o olhar de Deidara acompanhar seus movimentos.

— Ainda não. Não tive tempo. Quer me ajudar e ligar pro ator escolhido? – Perguntou Kizashi e Sakura sorriu.

— Como o senhor quiser. – Assentiu Sakura e Deidara ficou nervoso.

— Ótimo! Vou para a cozinha, depois me conte os detalhes. – Despediu-se Kizashi.

— Sakura, quem ficou com o papel? – Perguntou Deidara aflito.

— Que curioso! Quando chegar a sua hora de receber o feedback você vai saber. Por enquanto, eu tenho que ligar pra quem ficou com o papel... – Disse Sakura e Deidara começou a pensar que ele não era o escolhido.

Sakura discou o número no telefone de casa e, de repente, o celular de Deidara começou a tocar. O rapaz ficou gelado, tremendo e então olhou para Sakura que mantinha um sorriso maior do que o mundo no rosto.

— Não quer receber boas notícias? – Indagou Sakura e então Deidara correu para abraça-la com força.

— Eu passei, não foi? – Perguntou emocionado, apertando a amiga entre seus braços.

— O papel é seu, Dei! É seu! Só seu! Parabéns! – Disse Sakura radiante e então Deidara começou a rodopiar com ela pela sala.

— Eu não tenho nem palavras! – Disse o rapaz com a voz embargada.

— Você merece esse papel, Dei! Meus pais falaram que você foi perfeito, que foi melhor que o Kiba! Você será o protagonista desse monólogo! Estou muito orgulhosa de você! – Garantiu Sakura e finalmente Deidara s afastou da amiga.

— Preciso agradecer aos seus pais pela oportunidade! – Disse Deidara indo até a cozinha.

— Vá! Eu vou com você! – Disse Sakura acompanhando o amigo.

Na cozinha, Kizashi e Mebuki estavam conversando quando foram surpreendidos por um abraço caoroso de Deidara chorando.

— Obrigado! Muito obrigado! – Disse emocionado.

— Querido, não chore! Você passou no teste! É motivo para comemorar! – Disse Mebuki.

— Você não nos deve nada! Esse papel você conquistou com seu talento! – Disse Kizashi.

— Mesmo assim, eu não teria conseguido esse teste sem vocês terem permitido que eu participasse... – Disse Deidara.

— Agradeça a Sakura. Ela identificou o seu talento e fez uma boa recomendação. – Disse Kizashi.

— Eu só abri uma porta. Todo o resto foi você, Dei! Você merece essa oportunidade. – Garantiu Sakura.

— Eu realmente não sei mais o que dizer... – Afirmou Deidara.

— Não precisa dizer nada, garoto! Só estude bem o texto, venha ensaiar comigo a partir da próxima semana que nós temos que nos preparar para a estreia. – Disse Kizashi.

— Ok. – Concordou Deidara.

— Você precisa agora pedir demissão lá do pré-vestibular para se dedicar a peça, Dei. Seu trabalho agora é como ator. – Disse Sakura.

— Eu vou fazer isso hoje mesmo! – Disse Deidara.

— Seu contrato agora vai ser comigo e com a minha companhia. – Afirmou Kizashi.

[...]

Rio de Janeiro. Terça-feira, 28 de março de 2017.

Na manhã de seu aniversário, Sakura acordou com abraço carinhoso dos pais. Só por aqui, ela já se sentia a pessoa mais abençoada do mundo.

— Feliz aniversário, filha! Saiba que estamos com você para o melhor e o pior nessa vida! – Disse Mebuki antes de dar um beijo demorado na testa da filha.

— Obrigada, mãe. – Agradeceu Sakura.

— Filha, você é a coisa mais valiosa que nós possuímos! Por isso, eu desejo que seu dia hoje e a festa mais tarde sejam incríveis. Você merece tudo isso e muito mais, Sakura! – Disse Kizashi.

— Obrigada, pai! Eu amo vocês! Obrigada por tudo! – Disse Sakura.

— Bem, agora tá na hora de acordar e ver a surpresa que chegou pra você! Tá lá na sala! Nem mexemos no cartão, porque achamos que você vai querer ver primeiro. – Anunciou Mebuki e Sakura ficou curiosa.

— Uma surpresa? – Questionou Sakura.

— Sim, uma surpresa. Se arrume e te esperamos na cozinha. – Disse Mebuki.

— Ok. – Concordou Sakura.

[...]

Sakura tomou seu banho às pressas. Estava curiosa para saber o que a esperava na cozinha. Quando chegou lá, se deparou com uma cesta imensa de café da manhã cheia de guloseimas. Era um presente lindo. Perto do laço pomposo, estava um cartão. Sakura pensou que seria de Sasuke o presente, mas o sorriso logo se desfez ao ver que o tal incrível presente havia vindo de Ino. No cartão, ela havia escrito as seguintes palavras:

“Feliz aniversário, Sakura! Que este dia seja repleto de boas energias lhe rondando. Sei que não fizemos as pazes ainda, mas não poderia ignorar essa data. Você é e sempre será uma pessoa muito especial para mim independentemente de qualquer coisa. Você é minha melhor amiga e eu te amo! Minhas desculpas são sinceras, então espero que algum dia você possa me perdoar

Ino Yamanaka”

Quando Sakura terminou de ler, amassou o cartão. Ela não sabia o que sentia, se era raiva ou pena.

— Pelo visto o presente não foi do Sasuke... – Comentou Mebuki para Kizashi.

— Foi do Kiba o presente, filha? – Perguntou Kizashi.

— Pior, da Ino. Será que ela nunca vai me deixar em paz? – Perguntou Sakura.

— Vai ver ela só quer ser sua amiga de novo... – Comentou Kizashi.

— Nossa filha não quer mais essa amizade. – Disse Mebuki.

— Eu tenho esse direito não? Ela vacilou e eu não quero mais ter a presença dela na minha vida. É uma escolha minha e é chato que toda vez que ela ache uma brecha tente se reaproximar. Outro dia ela invadiu aqui o apartamento! – Reclamou Sakura.

— Longe de mim querer defender a Ino, mas o que ela fez foi gentil. Essa cesta de café da manhã tem muita coisa boa... – Comentou Kizashi analisando os pães e doces.

— Sei que você não quer ter contato com ela, mas o seu pai tem razão ao dizer que ela foi gentil. Você poderia interfonar para o apartamento dela e agradecer o presente só por educação. – Sugeriu Mebuki.

— Por mim, devolveria esse presente. – Disse Sakura ainda pensando no que fazer.

— É seu aniversário, querida! Você merece um café da manhã especial e essa cesta está perfeita. – Disse Kizashi.

— Tudo bem. Eu vou ficar com a cesta. Já que ela ficou com o meu namorado, acho que não tem problema... – Disse Sakura pegando um doce e dando uma mordida.

— E vai ligar para agradecer? – Perguntou Mebuki.

— Vou mandar um e-mail. Assim não preciso ouvir a voz dela. – Disse Sakura.

[...]

Após o café da manhã, Sakura recebeu um lindo buquê de flores. Ficou com medo de abrir o cartão e ler o nome de Kiba, uma vez que já tinha se surpreendido com o presente de Ino. Mas, para sua felicidade, as flores tinham sido mandadas por Sasuke. Seu rosto se iluminou ao ler o cartão. Era simples, mas bonito.

“Meu amor,

Que esse aniversário seja o primeiro de muitos que ainda vamos passar juntos. Eu te amo.

Sasuke Uchiha”

— Dessa vez foi presente do Sasuke, acertei? – Perguntou Mebuki.

— Foi. – Sorri – Ele é incrível. Dei sorte ao conhecê-lo. – Disse Sakura.

— Então, esse namoro é sério mesmo? – Perguntou Kizashi.

— É, pai. Se depender de nós, será pra vida inteira. – Disse Sakura.

— Como eu queria ver a cara do Kiba sabendo disso! – Comentou Mebuki.

— Falando no Kiba, o senhor já contou a ele sobre o teste? – Perguntou Sakura.

— Já e a reação não foi boa. Ele me acusou de estar fazendo uma injustiça. Tive que repreendê-lo pela exaltação. – Comunicou Kizashi.

— Ele deve ter estar achando que a culpa foi minha. – Disse Sakura.

— E isso importa filha? Deixa o Kiba com o recalque dele... – Comentou Mebuki.

— Não quero abusar da sua boa vontade, filha, mas se você puder falar com o Kiba sobre isso eu ficaria feliz. – Disse Kizashi.

— Dizer o que? – Questionou Sakura.

— Que eu não tirei o papel dele por sua causa. Afinal, eu prometi que não ia prejudicá-lo, embora também não vá mais promovê-lo sem que ele faça esforço. – Disse Kizashi.

— Vou pensar pai. – Garantiu Sakura.

[...]

Sakura estava pronta para receber seus convidados. O buffet já estava se organizando, Mebuki e Kizashi dando as últimas instruções para os garçons, quando a campainha tocou. Sakura correu para atender e ficou feliz ao dar de cara com Deidara.

— Feliz aniversário, minha flor! – Ele disse enquanto a abraçava.

— Obrigada, Dei! Que bom que você foi o primeiro a chegar! – Disse Sakura puxando o amigo para dentro do apartamento.

— To aqui pra ficar do seu lado! Sei que você vai querer me enxotar quando o Sasuke chegar, mas até lá não vou desgrudar de você. – Afirmou Deidara.

— Nem eu quero que você desgrude, mas não se preocupe que eu vou apresentar você ao pessoal da companhia. Você já conheceu Tenten, mas falta conhecer Temari e Shikamaru. Eles são legais. – Disse Sakura.

— Eu espero que sejam mesmo! E algum sinal do Kiba? – Questionou Deidara.

— Não, pelo menos ele não teve a coragem da Ino de me mandar um presente. – Disse Sakura.

— Quer saber? Ele deveria sim ter mandado um presente, era o mínimo que ele poderia fazer. – Disse Deidara.

— Não precisa. O melhor presente que ele pode me dar se chama distância. Fico feliz por vê-lo respeitando isso. – Admitiu Sakura.

— E o Sasuke só te mandou as flores? – Perguntou Deidara.

— Só? Eu achei um presente lindo. – Disse Sakura.

— Ele é seu namorado. Deveria te dar algo melhor. – Comentou Deidara.

— Ele me dá amor. Não tem nada melhor que isso. – Disse Sakura se referindo.

— É o que você acha? – Perguntou Sasuke.

— É. – Reiterou Sakura.

— Então, tá bom. Vou trocar o presente que eu comprei pra você na loja, já que meu amor também deve bastar. – Brincou Deidara.

— Para! Me dá meu presente! – Pediu Sakura sacolejando Deidara.

— Ok. Para de me balançar garota! Tá aqui sei presente! – Disse Deidara tirando do bolso uma pequena caixa de papel.

— O que é? – Perguntou Sakura enquanto abria a embalagem.

— Abra. Espero que goste... – Disse Deidara observando a reação de Sakura.

— Que lindo! – Sakura disse sorrindo enquanto erguia a pulseira que tinha um pingente das máscaras da tragédia e da comédia do teatro.

— É uma pulseira de prata.  Queria te dar algo que pudesse te fazer lembrar de mim quando eu estiver distante. Além disso, o teatro nos uniu. É uma forma de te dizer obrigado também. – Reforçou Deidara.

— Eu amei. Coloca ela em mim? – Pediu Sakura e então Deidara prendeu a pulseira no pulso da amiga.

— Você é muito especial, Sakura. Nunca se esqueça disso. – Afirmou Deidara.

— Com você do meu lado eu nunca vou esquecer! – Sakura sorriu e então a campainha tocou. – Vou atender! Pode atacar a mesa de frios enquanto isso! Os salgadinhos já devem estar vindo!

Sakura abriu a porta e encontrou com Temari e Shikamaru. Eles a abraçaram, entregaram as sacolas com os presentes e então a aniversariante os apresentou a Deidara. Logo eles emendaram um papo sobre teatro.

— Então foi você que pegou o papel no monólogo? Caramba! Parabéns! O Kiba está arrasado... – Comentou Temari.

— Kiba é um bebê chorão! Que bom que pegou o papel, cara! – Parabenizu Shikamaru.

— Eu dei o melhor de mim e consegui. O Kiba é um bom ator e é uma honra saber que disputei um papel com ele e consegui. – Disse Deidara tentando não se gabar.

— Deidara é modesto! Ele arrasou no teste! Meus pais só sabem falar dele agora. – Contou Sakura.

— Acho que o Kiba tem um treco se escutar isso. – Riu Temari.

— Gente, vou deixar vocês conversando, pois tenho que atender à porta! Já volto! Fiquem à vontade e ataquem os garçons! – Sugeriu Sakura.

— Pode deixar! – Concordaram os três.

— O Kiba jurava que vocês dois eram um casal, sabia? – Disse Temari para Deidara.

— A gente fingiu uma vez que era só pra deixar ele mal. – Comentou Deidara.

— E você não sente nada por ela? – Perguntou Shikamaru que tinha percebido a intimidade entre os dois.

— Sinto. – Pausa dramática – Uma enorme amizade! – Completou Deidara e Temari riu.

— Engraçadinho! – Disse Temari.

— Mas na real? – Insistiu Shikamaru.

— Na real, é só amizade. Ela e o Sasuke formam um lindo casal. Vocês vão ver quando ele chegar. – Disse Deidara.

— Acho que ele já chegou... – apontou Temari para a porta, onde Sakura e Sasuke estavam se beijando.

[...]

— Feliz aniversário, Sakura! – Disse Sassuke entregando um embrulho de presente para a namorada.

— Obrigada. O que é isso? – Perguntou Sakura enquanto abria o embrulho.

— Abra e verá... – Sasuke tentou fazer um clima de suspense.

— Ok. – Disse Sakura e quando viu o que era o presente se surpreendeu – É uma reserva numa pousada para o próximo final de semana em Búzios?

— Sim. Você vai comigo? – Perguntou Sasuke.

— Eu deveria estudar nesse final de semana, mas vou tirar uma folga. – Respondeu Sakura e ganhou um selinho de Sasuke.

— Nosso final de semana será incrível. – Disse Sasuke confiante e então reparou na pulseira que Sakura estava usando. – Que joia é essa?

— Ah, foi o Deidara que me deu. É linda não é? – Perguntou Sakura mostrando o pulso para o namorado.

— Dá pra perceber que não é bijuteria. Ele deve ter parcelado umas 12 vezes no cartão. – Brincou Sasuke e Sakura não gostou.

— E o que tem? Foi um presente especial e mostra que ele se importa. Além disso, representa o teatro que é tão importante para o Dei e também para mim. – Defendeu Sakura.

— Sei que vocês são amigos, mas não sabia que eram tão próximos assim... – Disse Sasuke e Sakura riu.

— Não acredito que você está com ciúmes do Dei! – Sakura deu um tapinha no braço de Sasuke.

— É estranho ele ficar o tempo todo grudado em você e te dando presentes caros. – Comentou Sasuke.

— Você também me deu um presente caro. – Rebateu Sakura.

— Mas eu sou o seu namorado...

— E ele é meu melhor amigo.

— Eu deveria ser o seu melhor amigo.

— Ah, Sasuke. É diferente. Kiba foi meu namorado e melhor amigo e quando eu perdi o namorado, acabei perdendo o amigo junto. Quero fazer diferente agora. Quero ter um namorado e um melhor amigo. – Explicou Sakura.

— Tudo bem. Não vamos brigar por causa disso, ainda mais no dia do seu aniversário. – Relevou Sasuke.

— Bem melhor. – Sakura sorri. – Vem, tenho que te apresentar a Temari e o Shikamaru.

— Ok. – Concordou Sasuke, sendo levado pela namorada para a roda de amigos.

[...]

Ino tocou a campainha da porta de Kiba incessantemente, mas ele parecia não querer atendê-la, pois demorou uma eternidade até abrir a porta.

— Oi, Ino. Pra onde você tá indo? – Perguntou Kiba ao notar que a garota estava muito arrumada.

— Pra festa da Sakura. Aliás, eu vim saber se você vai também. – Disse Ino e o queixo de Kiba foi ao chão.

— É claro que eu não vou. Se você tiver um pingo de juízo não deve ir também. Ela não te quer lá... Ou por acaso ela te convidou e eu não sei? – Perguntou Kiba desconfiado.

—  Ela não fez um convite abertamente, mas ela me agradeceu pelo presente que eu mandei pra ela. Foi um e-mail muito cordial, então eu acho que posso dar uma passada lá para parabeniza-la pessoalmente. – Informou Ino e Kiba revirou os olhos.

— Não vá! Ser cordial e querer a sua presença na festa dela são coisas muito diferentes. – Explicou Kiba e Ino ficou irritada.

— Ela é minha amiga, Kiba! Talvez ela ainda esteja chateada demais para fazer um convite desses, mas eu posso ir lá e...

— Estragar tudo mais uma vez! – Completou Kiba.

— Não! Eu posso ir lá e me surpreender! Sakura pode tentar me perdoar! Pode aceitar a minha presença na festa, mesmo sem me dar muita atenção ou me agradecer por isso. Estou tentando salvar essa amizade. – Desabafou Ino.

— Se você quer ir, eu não posso impedir, mas não acho uma boa ideia. Ainda é recente tudo que fizemos a ela... É um pouco demais impor a sua presença num momento tão pessoal...

— Kiba, desde que a Sakura se mudou pra cá eu nunca perdi uma festa sequer de aniversário dela. – Argumentou Ino.

— Mas isso foi antes da facada que nós dois demos nas costas dela. O cenário é diferente agora. – Pontuou Kiba.

— Quer saber? Não vou mais ficar perdendo tempo discutindo com você e vou na festa da minha amiga. Ganho mais desse jeito... – Disse Ino e deu às costas para Kiba que fechou a porta do apartamento antes que Ino chegasse ao elevador.

[...]

Ino seguiu confiante até o andar do apartamento dos pais de Sakura. Quando tocou a campainha, respirou fundo porque sabia que estava dando um grande passo. Ir até lá, depois de tudo, era como dar a cara a tapa.

Sakura ouviu a campainha, então pediu licença aos convidados e disse que deveria ser Tenten, Naruto com Hinata (Sim, eles viriam juntos, porque Sakura sugeriu e HInata achou uma boa ideia) ou Gaara, irmão de Temari, que também havia sido convidado, mas que chegaria atrasado por causa do treino semanal. No entanto, a surpresa de Sakura ao ver Ino parada em sua porta foi grande.

— Feliz aniversário, Sakura! – Disse Ino num tom animado.

— O que faz aqui, Ino? – Perguntou Sakura ainda bloqueando a porta para que a garota ão entrasse.

—  Ué? É seu aniversário! Eu vim pra te ver! – Disse Ino como se tudo fosse igual a antes e Sakura se sentiu desconfortável.

— Desculpe, mas você não foi convidada. Não é bem-vinda aqui. – Disse Sakura pronta para fechar a porta na cara de Ino.

— Por favor, não faz isso... Pensei que pudéssemos voltar a ser amigas... – Disse Ino enquanto impedia que Sakura fechasse a porta em sua cara.

— Você pensou errado. Aceitei seu presente e agradeci por pura educação, mas não te quero de volta à minha vida. Fique longe, por favor... – insistiu Sakura e Ino caiu na real.

— Ok. Se é o que você quer... Tenha um feliz aniversário... – Disse Ino triste e então viu Sakura fechar a porta.

[...]

Ino chamou o elevador com pressa. Estava chorando e se sentindo mal por Sakura ter rejeitado sua amizade novamente. Quando o elevador parou no andar, ela se surpreendeu ao ver Gaara dentro dele. O rapaz notou a tristeza de Ino e, em vez de seguir para a festa, decidiu acompanhá-la até seu apartamento em outro andar do prédio.

— Você não tá bem. O que aconteceu? – Perguntou Gaara preocupado.

— Sakura me barrou na festa dela. – Informou Ino assim que chegaram ao seu andar.

— Que chato! Sinto muito por isso... – Diss gara enquanto via Ino procurar a chave de casa na bolsa.

— Não sinta. Eu mereci isso. Kiba me avisou que aconteceria, mas eu preferi me iludir... – Comentou Ino abrindo a porta do apartamento – Melhor você ir para a festa. Eu estou bem agora. Ao contrário de mim, estão esperando por você lá.

— Antes de ir pra lá, quero conversar com você. Acho que serei mais útil te fazendo companhia... – Disse Gaara seguindo Ino até a sala do apartamento.

— Obrigada, mas não precisa. – Disse Ino.

— Precisa sim. Você está triste e precisa desabafar. Sou todo ouvidos... – Disse Gaara se sentando no sofá ao lado dela.

— Eu pensei que o dia de hoje era a oportunidade perfeita de Sakura e eu fazermos as pazes. De manhã, enviei pra casa dela uma cesta com o café da manhã dos sonhos e um cartão. Um pouco mais tarde, ela me mandou um e-mail bastante cordial agradecendo o presente. Achei que fosse um aviso...

— Achou que deveria se aproximar?

— Sim, achei. Então, fui a casa dela. Queria que ela me dissesse que eu poderia ficar na festa, mas ela me disse que não sou bem-vinda, logo eu que estive presente em praticamente todos os seus aniversários.

— Ino, ela ainda não te perdoou. Precisa dar tempo ao tempo.

— Parece que já faz uma eternidade que não nos falamos. Quero acabar com isso...

— Não imponha a sua presença. Sakura pode estar recomeçando agora e te ver deve lembra-la do passado.

— Devo fazer uma plástica então? Se eu mudar o meu rosto ela pode voltar a ser minha amiga? – Perguntou Ino e Gaara riu.

— Não seja tão radical. O tempo cura todas as feridas, até as que parecem mais difíceis como essa. Deixe Sakura seguir em frente... Em determinado momento ela também vai sentir sua falta e vai se sentir pronta para te perdoar. Mas com você insistindo desse jeito só vai assustá-la.

— Gaara, você tem razão. Kiba também argumentou isso comigo, mas não quis ouvi-lo.

— Kiba não tem procurado a Sakura, certo?

— Não, ele tem respeitado isso ao máximo.

— Ele está certo. Dando tempo para a Sakura, ela vai conseguir perdoar vocês com mais facilidade.

— Eu sou uma burra né?

— Não. Você é uma garota corajosa que está lutando pela sua melhor amiga depois de ter feito algo errado. – Respondeu Gaara.

— Você é muito gentil.

— Só digo o que vejo. Quando olho pra você, não vejo maldade...

— Eu invejei a Sakura. Invejei o relacionamento dela com o Kiba...

— A inveja faz parte do ser humano. Você só não pode deixar que isso interfira na sua vida, nas relações com aqueles que ama.

— Entendi. Gaara, obrigada, mas agora eu quero ficar sozinha. Pode ir pra festa agora... – Disse Ino.

— Vai ficar bem?

— Vou. Pode ir. É sério. – Disse Ino sorrindo e convenceu Gaara.

— Ok, eu já vou então, mas pode contar comigo para o que precisar. – Disse se levantando.

[...]

Enquanto Deidara, Temari e Shikamaru dançavam no meio da sala a música “Você Não Presta” da Mallu Magalhães. Sakura e Sasuke estavam na varanda do apartamento olhando a vista.

— É sério isso de que o Naruto vem com a Hinata? – Questionou Sasuke.

— Sim, ele me pediu para convidar a Hinata e aí eu fiz. Para a sorte dele, quando fiz o convite, Hinata me disse que Neji não poderia vir e aí eu sugeri, como quem não quer nada, que Naruto poderia dar uma carona. Agora, os dois estão vindo pra cá juntinhos como um casal...

— Que cúpida! – Elogiou Sasuke.

— Sou a melhor cúpida que você conhece, meu amor! – Riu Sakura.

— Estou vendo! Que orgulho de você! – Sasuke disse abraçando a namorada e roubando um beijo em seguida.

— Espero que ele esteja conquistando a Hinata nesse exato momento, porque é difícil conseguir uma oportunidade dessas para eles dois longe do Neji. – Disse Sakura.

— Aliás, por que o Neji não vem mesmo?

— Segundo a Hinata, ele precisou viajar para São Paulo à trabalho e só volta amanhã. – Explicou Sakura.

— Ah, sei que reunião é essa... O Itachi também foi. Ele precisou falar do impacto do lançamento da coleção com a diretoria da empresa lá.

— Uma pena seu irmão não poder vir. Queria conhecê-lo melhor. – Disse Sakura.

— Não está perdendo nada. Itachi é muito ocupado.  A prioridade dele sempre é o trabalho. Às vezes, me pergunto como é ter um irmão, porque esqueço que tenho um. O Naruto é mais próximo de mim do que o Itachi.

— Ah, Sasuke. Seu irmão tem outras responsabilidades nessa altura da vida.  Compreenda-o também.

— Às vezes acho que o pai tem razão sobre Itachi. 

— Razão sobre o que exatamente?

— Que todas as escolhas do Itachi são caprichos e que ele faz isso para ferir todos que ama.

— A publicidade é um capricho?

— Talvez, sim. Talvez, não. É difícil adivinhar e Itachi não fala muito sobre. Está sempre medindo forças com o nosso pai.

— Então, se você não sabe o que se passa pela cabeça dele, pergunte.

— Ele não responderia mesmo se eu perguntasse... Itachi faz a linha misterioso.

— Você acha que ele esconde algum segredo podre?

— Se esconde, é muito bem escondido, porque eu não sei de nada.

[...]

No carro, Hinata e Naruto estavam conversando animadamente enquanto o rádio tocava a música “Your Song’, da Rita Ora.

— Estou feliz de que vamos a essa festa juntos. – Disse Naruto sem desviar o olhar do trânsito.

— Eu também. Desde aquele dia na cafeteria não nos falamos direito. – Lembrou Hinata.

— Aliás, você nem me contou como foi lá com o Neji...

— Foi aturável, mas não me sinto bem em ambientes como aquele. Os repórteres só queriam saber sobre o casamento ou o que eu estava vestindo. É chato. – Disse Hinata e Naruto sorriu.

— E o que disse a eles?

— Que não temos uma data para o casamento e que a roupa era do meu acervo pessoal. – Disse Hinata.

— Já pensou que se você namorasse outra pessoa não teria que ir a esses eventos? – Sugeriu Naruto.

— Já. Eu já pensei sim, mas parece egoísmo largar o Neji por isso. Ele é especial demais para eu trata-lo dessa forma.

— Você nunca namorou outra pessoa?

— Não, desde criança Neji e eu somos muito próximos. Na adolescência foi meio que natural nos apaixonarmos.

— Entendi. – Disse Naruto e o assunto morreu.

— E você? Sasuke sempre brinca que você está à procura da garota perfeita, tipo a dos filmes...

— Ele fala da minha vida sentimental pra você?

— Um pouco. Ele me disse que faz tempo que você não tem uma namorada, por exemplo.

— É. Sou um pouco exigente, confesso.

— Existe a garota ideal?

— Sempre existe, mas prefiro as reais como você. – Disse Naruto e Hinata ficou sem jeito.

— Como assim?

— O que eu quis dizer é que pra mim a garota ideal é humana, não um personagem de filme algum. Deu pra entender ou eu fui confuso?

— Deu pra entender. Você não estava se referindo a mim, mas a qualquer garota real...

— É. É isso sim. – Concordou Naruto, porque não achava que estava na hora de se declarar.

— É esse o prédio da Sakura? – Perguntou Sakura ao ver Naruto estacionando.

— É sim. Vamos a festa?

— Vamos! – Concordou sorrindo.

[...]

Gaara chegou a festa e ficou surpreso ao ver um climinha de romance entre Temari e Shikamaru. Depois de conhecer Sasuke, Deidara e cumprimentar Mebuki e Kizashi, o rapaz chamou Sakura para conversar num canto. Queria falar de Ino.

— Que bom que veio a festa! Temari já estava preocupada com a sua demora... – Disse Sakura.

— Na verdade, demorei mais do que o previsto porque cruzei com a Ino no corredor após você expulsá-la daqui. – Informou Gaara e Sakura ficou surpresa.

— Não sabia que vocês se conheciam. – Respondeu séria.

— Na verdade, faz pouco tempo e não nos conhecemos bem, mas tive que ajudá-la ao vê-la naquele estado. Sakura, ela estava péssima... Sei que das diferenças entre vocês e não deveria me meter, mas...

— Você está certo, Gaara. Não deveria se meter mesmo. Ino sabe o que fez para não ter sido convidada. – Retrucou Sakura.

— Longe de mim querer defendê-la, mas só queria dizer que o sofrimento dela é real. Não é fingimento.

— Como você mesmo disse, não a conhece bem, então não tem como dizer se era ou não fingimento. Agora, com licença... – Afastou-se Sakura para abrir a porta.

[...]

Naruto e Hinata chegaram sorridentes e cumprimentaram Sakura com um forte abraço. Após entregarem os presentes, a aniversariante agradeceu, apresentou os dois para os outros amigos e pediu para que eles se sentissem à vontade.

Após Hinata pedir para Sakura informa-la onde ficava o banheiro, Naruto aproveitou para conversar com Sasuke a sós na varanda.

— E aí? Como foi com ela? – Perguntou Sasuke para o amigo que estava nervoso.

— Eu quase me declarei pra ela no carro! Foi por pouco! – Confessou Naruto e Sasuke riu.

— Tava doido pra levar um fora né?

— Pior que não... Eu sinto que ela gosta de mim. Pode ser só uma impressão boba, mas tem algo entre eu e ela.

— Você não tá se iludindo não?

— Talvez, eu esteja, mas há algo. O jeito como ela olha pra mim, as nossas conversas...

— Ok. Mas você precisa sair do campo da suposição agora... Assim que ela sair daquele banheiro, tire-a para dançar. Neji não vai estar aqui mesmo, então você pode ser sedutor. – Incentivou Sasuke.

— Ok. Vou tomar coragem. Ah, a Sakura gostou do seu presente?

— Gostou. Estamos animados para o final de semana romântico. – Entregou Sasuke.

— Agora, deseje-me boa sorte, porque lá vou eu dar em cima da Hinata. – Anunciou Naruto antes de pegar uma bebida, beber tudo num gole só e se aproximar da indefesa Hinata.

— Quer dançar Hinata? – Perguntou Naruto assim que começou a tocar a música “Amei Te Ver”, do Tiago Iorc com participação da Solange Almeida.

— Quero sim. – Respondeu a garota e então os dois começaram a dançar juntos.

Não eram os únicos a dançar. Nessa hora, Sakura arriscava alguns passos com Deidara, Temari com Gaara, Mebuki com Kizashi, enquanto Sasuke e Shikamaru engatavam uma conversa bebendo cerveja.

Hinata e Naruto estavam se divertindo. Não estavam falando, mas o toque dizia muito sobre eles, além da forma como se olhavam. Enquanto uma mão de Naruto segurava a de Hinata com força, a outra estava delicadamente depositada em sua cintura. Enquanto dançavam, os dois entoavam a letra da canção com alegria.

De repente, a campainha tocou e Sakura largou Deidara na pista para atender à porta. Foi então que Tenten apareceu. O queixo da atriz quase foi ao chão a ver que a noiva de Neji Hyuuga estava interagindo com Naruto em clima de total intimidade. Por isso, ela não se conteve e comentou com Sakura.

— O que a noiva de Neji Hyuuga faz aqui? – Perguntou Tenten para Sakura.

— Ah, ela amiga do Sasuke. – Respondeu Sakura.

— E o loirinho com ela?

— É o melhor amigo do Sasuke. Por que?

— Nada não. Neji não vem a festa?

— Não, ele não vem. Você e ele já se conheceram né?

— Sim, já. Só estou estranhando a intimidade entre os dois. – Comentou Tenten e Sakura disfarçou.

— Ah, não é nada demais. Quer uma bebida? – Desconversou Sakura.

— Aceito. – Respondeu Tenten sem desgrudar os olhos do “casal” dançando.

[...]

O restante da festa foi tranquilo. Os convidados interagiram, na hora do parabéns Sakura estava radiante e o com quem será foi cantado, citando o nome de Sasuke. Aliás, o Uchiha ficou o tempo todo do lado da namorada, que entregou o primeiro pedaço a ele.

— O primeiro pedaço vai para a pessoa que mudou minha vida esse ano. Sasuke, esse é para você. – Disse Sakura entregando o pedaço de bolo.

Na hora, Deidara ficou um pouco enciumado. Queria ter sido mencionado, mas entendeu que Sasuke fazia um papel mais importante na vida de Sakura do que ele, que era apenas um coadjuvante.

Enquanto todos comiam ou atacavam a mesa de doces, Tenten não desgrudava os olhos de Hinata. A Hyuuga não se lembrou dela, então ambas ficaram afastadas na festa, onde Tenten só interagiu com seu grupo do teatro e se esquivou de Naruto, Hinata e até de Sasuke, porque queria se manter fiel a amizade de Kiba.

Quando todos já estavam indo embora, Sasuke se ofereceu para dar uma carona para Deidara, mas Sakura disse que ele iria dormir ali, o que deixou Sasuke surpreso.

— O que? Deidara pode dormir aqui e eu não? – Questionou boquiaberto.

— Sasuke, o Dei mora na favela. Está tarde e é perigoso pra ele sair agora. Ele vai dormir no quarto de hospedes, não se preocupe seu ciumento! – Riu Sakura.

— Ok. Não vou bancar o ciumento agora. Dorme bem e sonha comigo. – Pediu Sasuke dando um beijo de despedida na namorada.

— Pode deixar! – Prometeu Sakura e então Sasuke acenou para Deidara que estava no sofá conversando com Mebuki e Kizashi.

— Até amanhã, meu amor. – Despediu-se Sasuke.

— Até! – Disse Sakura e fechou a ´porta.

[...]

Sakura estava ajudando seus pais e Deidara a arrumarem a casa, quando o telefone tocou. Era Tenten. A atriz ligou para Sakura dizendo que estava preocupada com Kiba.

— Ele está com algum problema? – Perguntou Sakura.

— Sim, ele deve estar. Depois que saí da sua casa bati na porta dele, mas ele não abriu. Liguei e ele também não atendeu. Perguntei na portaria e o porteiro não soube me informar nada. Sakura, me ajuda a acha-lo! – Pediu Tenten preocupada.

— Eu imagino onde ele deve estar... É um lugar secreto, que ele não leva ninguém. Acho melhor você não ir. Ele não vai gostar. – Disse Sakura.

— Estou preocupada com ele! Se eu não posso ir, você pode ir lá checar como ele está por favor? – Insistiu Tenten e Sakura respirou fundo.

—  Ok. Eu vou. Meu pai me pediu pra falar com ele também. Pode ir pra casa tranquila que eu falo com ele. – Concordou Sakura.

— Obrigada. Sei que não é algo fácil pra você. – Agradeceu Tenten mais tranquila.

— Não vai me arrancar pedaço algum ir até lá dizer meia dúzia de palavras. – Disse Sakura e se despediu da amiga.

[...]

Sakura foi até a o terraço do prédio, onde tinha a horta da família Haruno. Kiba tinha ajudado a construir aquele cantinho verde no meio do cimento. Apenas ele, Ino e Sakura sabiam de lá, fora Mebuki e Kizashi. Não foi estranho encontrá-lo regando a hora. Era o que Kiba fazia quando estava com a cabeça cheia de problemas.

Ouça Boys Like You – de Anna Clendening.

— Sabia que ia te achar aqui. – Disse Sakura e o som da voz dela surpreendeu Kiba que parou imediatamente o que estava fazendo para observá-la.

— Estava procurando por mim? – Questionou, ficando de pé.

— Na verdade, estava. Tenten me ligou preocupada com você. Então, imaginei que estaria aqui. Sempre que você tem problemas corre pra cá. – Disse Sakura.

— É. Você tem razão. Eu sempre venho pra cá. Gosto demais desse canto e seu pai ainda me deixa vir aqui.

— Eu sei.

— Ah, feliz aniversário, Sakura. – Disse Kiba e Sakura olhou o relógio, que marcava 23h55.

— É. Ainda é meu aniversário. – Confirmou.

— Não precisa se preocupar comigo Sakura. Estou bem. Volte para sua festa. – Disse Kiba.

— Minha festa já acabou. A Ino foi lá...

— Você a deixou ficar? Falei pra ela que era loucura. – Comentou Kiba se aproximando de Sakura.

— Na verdade, eu disse que ela não era bem-vinda.

— É – Kiba deu um riso de nervoso – Somos intrusos na sua vida agora.

— Não vim aqui pra falar disso... – Começou Sakura.

— Veio pra que então? – Perguntou arredio.

— Eu imagino o motivo pelo qual você está chateado. É por causa da peça. Meu pai não tirou o papel de você por causa de mim, ele só achou que deveria abrir teste para todos e o Deidara se sobressaiu. – Disse Sakura.

— Ah, claro. Um ator sem qualquer experiência foi melhor do que eu... – ironizou.

— Todo mundo precisa de uma primeira oportunidade para provar seu valor. Kiba, você teve a sua. Agora, é a vez do Deidara. Entenda...

— Nunca vou entender. Estou perdendo tudo. Perdi você, agora esse papel... Qual será a minha próxima perda?

— Não culpe os outros pelos seus erros. É um bom começo. Quero que siga em frente, como eu estou fazendo, como a Ino está tentando.

— Você vai perdoá-la?

— Não sei. Só sei que agora não é o momento de falarmos disso.

— Você veio aqui falar o que?

— Que você é um ator talentoso, que terão outros papeis, novas chances e espero que você não se afunde em dor e sofrimento. – Disse Sakura e então viu Kiba começar a chorar.

— Me perdoa, Sakura? Só assim minha dor e sofrimento podem acabar... – Implorou Kiba de joelhos.

— Não faz assim... – Pediu Sakura visivelmente emocionada.

— Me perdoa... Por favor, me perdoa... Por favor... – Continuou repetindo Kiba aos prantos e Sakura se comoveu.

Ela se ajoelhou perto dele, o abraçou com força e chorou.

— Cala boca! – Exigiu Sakura e sentiu as mãos de Kiba apertarem ela de volta no abraço.

— Eu amo você. Sou um idiota, mas quero que você seja feliz, Sakura. Quero mesmo. – Disse Kiba.

— Então, por favor, fica longe de mim. Eu to bem e preciso que você fique também. – Disse Sakura e se afastou de Kiba.

— Você é feliz com o tal Sasuke? – Perguntou Kiba e Sakura assentiu. – Então, eu vou ficar bem. Pode ir.

— Promete? – Perguntou Sakura antes de sair.

— Prometo. – Afirmou Kiba e viu Sakura sair dali.