Rio de Janeiro. Sábado, 11 de março de 2017.

Deidara se sentia confiante. Nunca foi modesto, mas o que estava diante dele era uma oportunidade única: a chance de mudar sua vida. Ele estava com medo que aquele teste para a peça desse errado. A vida tinha sido tão boa quando colocou Sakura em seu caminho, que duvidava muito que algo tão bom se repetisse. Deidara queria passar no teste, ser o protagonista, ganhar os aplausos e também o respeito das pessoas.

Por isso, quando chegou ao teatro, não se intimidou com o olhar raivoso de Kiba. Além dele, outros atores estavam sentados numa sala esperando para serem chamados até o palco. Deidara tinha estudado aquele texto até a sua exaustão, sabia cada fala, cada intenção, cada posição em que ficaria no palco. Se sentia pronto e confiante. Por isso, não se abalou quando Kiba se sentou na cadeira vazia ao seu lado.

— Você por aqui? – Perguntou Kiba a Deidara.

— Vou fazer o teste e acho que você também. – Chutou Deidara.

— Eu atuo há anos e essa deve ser a sua primeira peça. Acertei? O que acha que vai te fazer passar? Um pedido da Sakura para o pai? – Supôs Kiba.

— Sim, essa pode ser a minha primeira peça profissional, mas eu já participei de outras de forma amadora. Posso não ter tanta experiência como você, mas sou tão capaz quanto. Não importa o que você diga, eu vou fazer esse teste. Minha amizade com a Sakura não me assegura nada. O pai dela me deu uma oportunidade, mas não sei porque você critica isso, uma vez que ele também deu uma oportunidade a você. Agora, dá licença. Não quero perder meu tempo conversando com alguém que não vale a pena. – Finalizou Deidara.

Kiba se levantou sem dizer nada. Também não queria brigar ali. Voltou ao seu lugar e ficou esperando a hora de ser chamado. Na sua vez, ele não estava nervoso. Conhecia bem o texto e sabia que era bom. Na plateia, estavam apenas Kizashi e Mebuki avaliando. Ter rostos conhecidos ali também ajudava a Kiba.

— Olá, Kiba. Está aqui porque me pediu uma oportunidade, mesmo que eu já tenha conversado com você que não é o tipo certo para o personagem. – Começou Kizashi.

— Insistente você hein rapaz? – Completou Mebuki.

— Eu luto pelo que desejo. Quero esse papel e vim aqui para conquistá-lo. Claro que se vocês acharem que eu mereço. – Disse Kiba.

— Ótimo! Então, nos mostre o que sabe fazer de melhor... – Pediu Kizashi e Kiba respirou fundo.

Kiba disse o texto sem nenhum erro. Foi confiante, engraçado e sedutor como o texto pedia. Kizashi, em alguns momentos sorriu, mas Mebuki não. Kiba olhava para ela e não sabia se sua ex-sogra não gostava de sua interpretação ou era só o ódio que ela sempre havia sentido por ele. No fim, Kiba parou e ficou esperando o fim das anotações de Kizashi em um papel, uma espécie de ficha.

— Boa apresentação, Kiba. – Elogiou Kizashi.

— Parabéns, rapaz. – Disse Mebuki.

— Quando sai o resultado? – Perguntou interessado.

— Acredito que nas próximas semanas. Entraremos em contato sendo o resultado positivo ou negativo. Então, só aguarde. – Disse Kizashi.

— Ok. Obrigado pela oportunidade, mais uma vez. – Disse Kiba e se retirou.

— Ele é um bom ator, Mebuki. – Disse Kizashi encarando a mulher.

— Vai voltar atrás e dar o papel para ele? – Perguntou a atriz.

— Eu escrevi essa peça para ele. – Confessou Kizashi.

— Errado, querido. Você escreveu essa peça para quem você achava que ele era. Você precisa de um protagonista melhor, de alguém que seja como a pessoa que você idealizou. – Opinou Mebuki.

— Até agora não vi nenhum ator que chegasse aos pés do que o Kiba nos entregou. Se nada me impressionar, o papel será dele. Não posso tirar o papel dele por birra. Tirei dele a escolha óbvia, mas ele continua sendo meu ator preferido. É minha aposta. – Resumiu Kizashi.

— Temos mais dois nomes. Então, os olhe sem preconceitos. Sei que você adora o Kiba, meu amor, mas ele vai se achar para o resto da vida se você o der esse papel. – Disse Mebuki.

— Ok, mas estou te avisando que o papel por enquanto está com o Kiba. – Disse Kizashi.

Deidara continuava sentado na sala de espera. Viu Kiba sair com um largo sorriso no rosto, o que achou algo ruim. Mesmo assim, não se intimidou. Quando seu nome foi chamado, Deidara seguiu confiante até o palco.

— Olá, Deidara. Minha filha sempre fala de você, mas agora quero vê-lo em ação. – Disse Kizashi.

— Fique à vontade, querido. Comece quando se sentir pronto. – Incentivou Mebuki.

— Ok. Obrigado pela oportunidade. – Disse Deidara e começou a sua apresentação em seguida.

Deidara disse cada palavra daquele texto como havia ensaio tantas vezes antes. Ele interagia com a plateia, sorria e até improvisava porque sentia em alguns momentos que precisava imprimir alguma característica sua ali. No fim, Mebuki Kizashi o aplaudiram.

— Adorei, Deidara! – Disse Mebuki entusiasmada.

— Parabéns, Deidara! Ótima apresentação! – Completou Kizashi.

— Que bom que gostaram! – Respondeu Deidara.

— Bem, o resultado deve sair nas próximas semanas. Em caso positivo ou negativo, entraremos em contato. – Disse Kizashi.

— Você pode perguntar pra Sakura também! Ela sempre descobre quem escolhemos primeiro! – Sorriu Mebuki.

— Ok. Mais uma vez, obrigado pela oportunidade! – Disse Deidara e se retirou.

Deidara saiu daquela sala com a sensação de que tinha feito tudo que podia. Os dados haviam sido lançados e agora só restava esperar. Não tinha mais saída. Então, a primeira coisa que ele fez foi ligar para Sakura.

— Alô. – Disse Sakura.

— Tem um tempinho pra falar comigo? – Perguntou Deidara.

— Todo o tempo do mundo para o meu melhor amigo. E aí? Como foi o teste? – Perguntou Sakura.

— Eles gostaram, mas, como não sei como foram os outros, não tenho parâmetro pra comparar. – Confessou Deidara.

— Fique tranquilo! Tenho certeza que foi maravilhoso! Não fique nervoso antes da hora, quando meus pais decidirem vão me dizer e eu vou falar pra você em primeira mão. – Disse Sakura.

— Sua mãe me disse a mesma coisa. – Cotou Deidara.

— Pra você não ficar nervoso?

— Não, que você iria me contar assim que soubesse. – Disse Deidara e Sakura riu.

— Eles me conhecem bem! Quando deram o papel principal de "Penso em você, logo desisto" para o Kiba, eu dei a notícia pra ele. Nunca vou me esquecer daquele dia e da felicidade que me deu ser a portadora dessa notícia. – Disse Sakura se lembrando do momento.

— Falando nele, Kiba também fez o teste. – Revelou Deidara.

— Eu não sabia que ele faria o teste. – Sakura ficou surpresa.

— Deve ter pedido uma segunda chance ao seu pai. – Chutou Deidara.

— Deve ter sido. Meu pai tem coração mole. Tá com medo que ele fique com a vaga? – Perguntou Sakura.

— Ia ser o máximo ficar com o papel e ganhar do Kiba, mas sei entender uma derrota. Seu pai não vai me dar o papel só por ser seu amigo. Eu tenho que ser bom pra isso.

— Bom você é. Não duvide disso. – Argumentou Sakura.

— Você é minha melhor amiga. Não conta. – Rebateu Deidara.

— E eu amo o Kiba. Ignoro isso, mas ainda amo. Sei que ele é bom, mas te acho melhor pra esse papel. Confia em mim.

— Ama tanto quanto ama o Sasuke? – Perguntou Deidara.

— Eu amo mais o Sasuke. Muito mais. Sem comparações. – Respondeu Sakura.

— E como você faz com a parte de você que ama o Kiba? – Perguntou Deidara.

— Essa parte não existe na maior parte do tempo. Só vem à tona quando me lembro do passado, das coisas boas. Então, eu fecho os olhos, lembro dele beijando a Ino e o amor acaba. Simples assim. Tem funcionado.

— Um dia você não vai lembrar mais. – Disse Deidara.

— É meio difícil com ele morando no mesmo prédio, mas estou firme no propósito.

— Só lembra do Sasuke. Só isso importante agora.

— Sim, só isso importa. Estamos tão bem que eu cheguei à conclusão que tinha me esquecido do que era a real felicidade até encontra-lo. – Confessou Sakura.

— É muito bom te ver feliz. – Disse Deidara.

— Então, agora eu preciso desligar, porque vou encontrar com o meu namorado daqui a pouco.

— Aquele encontro especial?

— Esse mesmo! – Vibrou Sakura.

— Então tá! Depois nos falamos! – Despediu-se Deidara.

[...]

O apartamento estava vazio. Então, Sasuke cuidou de cada detalhe para que aquela noite fosse perfeita. Havia encomendado um jantar, que serviria a luz de velas para Sakura, escolheu o melhor vinho, escolheu as melhores músicas românticas que conhecia e estava ansioso para a chegada de sua amada.

Quando a campainha tocou, Sakura surgiu em um lindo vestido vermelho. Imediatamente, Sasuke sorriu.

— Mal via a hora de você chegar. – Assumiu Sasuke e em seguida tomou Sakura em seus braços para um beijo caloroso.

— Eu eu tava doida pra te ver, te tocar, te ter. – Disse Sakura nervosa, enquanto era guiada por Sasuke pela casa.

— Tem um jantar ali nos esperando, mas eu só consigo pensar no quanto eu quero te amar. – Admitiu Sasuke.

— Podemos pular o jantar... – Sugeriu Sakura,

— Ótima ideia! – Concordou Sasuke.

Em seguida, ele apagou as velas, a casa ficou totalmente no escuro e Sasuke colocou Sakura em seu colo. Enquanto caminhavam até o quarto dele, tocava a música "Fica", das duplas Anavitória e Matheus e Kauan.

— A casa é só nossa hoje? – Perguntou Sakura enquanto sentia a boca de Sasuke beijar toda a extensão de seu pescoço antes de jogá-la na cama.

— Toda nossa. Itachi não mora mais aqui, meus pais viajaram, a Dona Chiyo está de folga e foi visitar o Sasori. Não tem ninguém mais aqui além de nós. – Disse Sasuke enquanto tirava a camisa e a calça, ficando apenas de cueca.

— Eu posso ficar a noite toda aqui? – Perguntou Sakura enquanto puxava o zíper do vestido, ficando apenas de calcinha e sutiã, sendo admirada por Sasuke.

— Por mim, pode ficar a vida inteira. Eu não me importo. – Afirmou Sasuke antes de praticamente devorá-la com seu beijo.

Não estavam sendo mais racionais naquele momento. Eram movidos por paixão e luxuria. Sasuke e Sakura queriam se provar da maneira mais intima que um casal gostaria. Ambos queriam ultrapassar limites, conquistar territórios, explorar sensações. A cada beijo ou toque eles se entregavam cada vez mais.

Enquanto Sasuke estava dentro de Sakura, seus olhos não desgrudavam dos olhos dela. Estava vidrado em suas expressões de prazer, pois queria satisfazê-la por inteiro. Não só o corpo, mas a alma. Então, se beijaram como se não quisessem se separar nunca mais. Ambos buscavam por mais contato. Após chegarem ao ápice, Sasuke esmoreceu ao lado de Sakura na cama e a abraçou.

— Você falou sério quando disse que queria que eu ficasse a vida inteira com você? – Perguntou Sakura.

— Sim, eu falei. Você é meu futuro, Sakura. – Disse Sasuke.

— Gosto de me imaginar no seu futuro. – Respondeu Sakura enfiando o rosto no peitoral de Sasuke.

— E eu gosto de sentir você me abraçando do modo como está agora. Eu te amo, Sakura. – Disse Sasuke.

— Eu também. Amo mais do que eu pensei que pudesse. – Confessou Sakura.

— Consegui arrancar o Kiba do seu coração? – Perguntou Sasuke.

— Kiba não está mais no meu coração. Talvez, esteja no pulmão. – Brincou Sakura.

— Só vou ficar satisfeito quando não tiver nenhum pedacinho dele na sua vida. – Disse Sasuke.

— Então, acho que eu deveria me mudar. Ele mora no meu prédio. – Disse Sakura.

— Daqui a algum tempo, podemos providenciar isso. – Sugeriu Sasuke.

— Ui, senti que vai rolar um pedido importante então.

— Não vai ser de casamento. Morar junto, talvez, num apartamento pequeno perto da faculdade. – Imaginou Sasuke.

— Eu vou adorar quando esse dia chegar, mas, primeiro, eu tenho que passar pra faculdade.

— Podemos estudar juntos fora do pré-vestibular. O que acha?

— Não ia prestar. Na sala de aula tem outras pessoas. Só com você, eu não ia me controlar! – Admitiu Sakura e Sasuke riu.

— Bom saber disso. – Sasuke beija Sakura – Vamos dormir agora?

— Vamos! – Sakura então o abraçou e enroscou suas pernas nas dele.

[...]

Era sábado à noite e Naruto estava muito entediado. Ficar em casa observando Karin chorar com todas as comédias românticas do mundo não estava ajudando, então ele avisou a prima que iria dar uma volta. Acabou parando no shopping e foi na Starbucks comprar um café. Após pegar o seu pedido, ele notou que Hinata estava sentada numa mesa sozinha.

Então, ele pensou rápido e viu que era a oportunidade perfeita de ter uma conversa a sós com ela. A cada passado que dava, seu coração batia mais forte e mais rápido. Mas teve coragem.

— Oi, Hinata. Posso me sentar aqui? – Perguntou Naruto já puxando uma cadeira.

— Pode. É claro! O que está fazendo aqui? – Perguntou Hinata, sendo gentil.

— Estava de bobeira em casa aí resolvi espairecer um pouco e você? – Deu início a conversa.

— Não queria ir a uma festa, aí briguei com meu noivo e vim pra cá. – Respondeu Hinata.

— Brigaram por que você não queria ir a uma festa? – Estranhou Naruto.

— Hoje é o grande dia do lançamento da nova coleção de joias, mas eu odeio essas festas com imprensa. Acabo sendo só elemento decorativo pro Neji, então me recusei a ir. Ele não gostou, bateu o pé e brigamos. Mas amanhã passa. – Garantiu Hinata.

— É importante pra ele a sua presença? – Perguntou Naruto.

— Sim, é importante, mas eu quero que ele aprenda o que é importante pra mim também. Não quero ser um enfeite. – Admitiu Hinata e então Naruto colocou sua mão em cima da dela.

— Tenho certeza que ele sabe que você não é um enfeite. – Respondeu Naruto.

— Eu sei, mas eu to com medo do casamento. Eu não disse isso pra ninguém até agora, mas estou com medo do que casar com o Neji vai significar.

— Como assim?

— Não tenho dúvidas de que ele me ama e eu também amo o Neji, mas amor não é tudo num casamento. São necessárias mais coisas. Preciso sentir que ele tem as mesmas prioridades na vida que eu.

— Quais são as suas prioridades?

— No momento, me formar, arrumar um emprego e ser feliz. Pode parecer simples, mas essas coisas não são fáceis de conseguir.

— Não são mesmo. – Concordou Naruto.

— Você deve me achar uma boba né? – Perguntou Hinata.

— Por que eu acharia? – Questionou Naruto.

— Devia estar em uma festa luxuosa com meu noivo, mas estou aqui tomando café num shopping e ainda briguei com ele.

— Na verdade, eu te acho muito esperta. Eu também fugiria de qualquer festa luxuosa. Quer que eu fique aqui tomando café com você? – Sugeriu Naruto.

— Sim, eu quero. Obrigada. – Agradeceu Hinata.

[...]

O lançamento da coleção de joias da Joalheria Hyuuga estava acontecendo no terceiro andar do shopping. Tenten chegou no horário marcado, acompanhada de seu empresário Rock Lee. Logo na chegada, ela parou para as fotos da imprensa, enquanto Lee foi ver com quais veículos ela falaria depois. Após o primeiro momento de flashes e cumprimentos a estranhos, Tenten encontrou Itachi.

— Você está maravilhosa! Não tanto quanto nas minhas fotos, mas está linda. – Elogiou Itachi.

— Quis estar à altura desse evento e do meu anfitrião. Falando nele, cadê Neji Hyuuga? – Perguntou Tenten interessada.

— Ainda não chegou. Neji teve um imprevisto. – Avisou Itachi.

— O que aconteceu? – Perguntou Tenten após pegar uma taça de champanhe e beber um gole.

— Ele não me deu muitos detalhes pelo telefone. Disse apenas que ia demorar um pouco a chegar. Fique calma, pois ele vem. Isso aqui é o negócio da família dele. – Disse Itachi devolvendo o copo de uísque que estava em sua mão e trocando por um novo.

— Eu sei. Aliás, não estou nervosa. Só quero que você cumpra a promessa que me fez de nos apresentar. – Insistiu Tenten.

— Farei isso. – Garantiu Itachi.

— Ótimo! – Tenten deu um sorriso e então se distanciou do publicitário.

Rock Lee chamava por Tenten, pois estava na hora de dar algumas entrevistas. Ela ficou cerca de 15 minutos falando como havia sido o photoshoot e também quais eram os seus planos após a peça "Penso em você, logo desisto" terminar sua temporada. Tenten falou animadamente sobre a campanha publicitária e disse que tinha projetos ainda em andamento para depois da peça e aproveitou a oportunidade para agradecer a oportunidade oferecida por Kizashi Haruno.

A atenção de Tenten para os repórteres só mudou de foco quando Neji Hyuuga pisou na joalheria. O empresário foi cercado por fotógrafos, mas não parou para os cliques. Ele foi diretamente até Itachi a quem cumprimentou com um aperto de mão. Após isso, Tenten dispensou a imprensa e pediu para Rock Lee lembrar Itachi de apresentá-la ao dono da joalheria.

— Neji, preciso que você conheça a nossa estrela pessoalmente. Esta é Tenten Mitsashi. – Disse Itachi aproximando os dois.

— É um prazer conhecê-la, senhorita Mitsashi. – Disse Neji, enquanto pegou a mão da atriz e a beijou.

— Igualmente, senhor Hyuuga. – Respondeu Tenten formalmente e Itachi riu.

— Não precisamos de tanta formalidade né? Diga-me Neji, o que achou do resultado final das fotos? – Perguntou Itachi.

— Seu trabalho sempre é espetacular Itachi. Toda a minha família adorou, incluindo eu. – Respondeu Neji.

— Fico feliz por sua aprovação. Convencer a modelo a fotografar não foi nada fácil... – Entregou Itachi.

— Por que? Tinha alguma questão pessoal ou profissional que estava lhe incomodando Tenten? – Perguntou Neji.

— Nada demais. Eu e Itachi nos acertamos. – Respondeu Tenten.

— Ela não queria que eu a visse sem roupas, Neji. – Revelou Itachi e Tenten arregalou os olhos, ficando vermelha em seguida.

— Deve realmente ser algo incomodo. Mas espero que a senhorita não tenha se sentido ofendida. Pelo que eu entendi na apresentação de Itachi sobre o projeto é que a intenção sempre foi que a sua beleza só ressaltasse o brilho de nossas joias. Tenho que dizer que foi exatamente isso que aconteceu. – Disse Neji.

— Eu sei. Agradeço pela sua confiança em me deixar ser o rosto da marca pelo próximo ano. – Disse Tenten.

— Não precisa me agradecer. Nossa parceria faz muito bem a todos os lados. – Disse Neji.

— Com certeza. Todos nós ganhamos. – Garantiu Itachi.

— Neji, eu gostaria de uma reunião para tratar de negócios. Como faço para conseguir?

— Que negócios?

— Estou buscando patrocínio para um novo projeto meu e gostaria de apresenta-lo ao senhor. – Disse Tenten.

— Aqui tem o endereço, telefones e e-mail do meu escritório. – Entrega o cartão - Ligue e agende uma data. Será muito bem-vinda. Agora, se vocês puderem me dar licença, eu preciso dar um telefonema... – Disse Neji.

— Claro! – Concordaram e assim viram Neji se distanciar.

— Você ainda teve a cara de pau de me dizer que não estava nervosa. – Comentou Itachi.

— Ele é impressionante. – Disse Tenten ainda fascinada.

— E noivo! Lembre-se disso! – Advertiu Itachi.

— Não quero uma reunião para conquistá-lo. Eu quero falar do meu projeto, quero o apoio financeiro dele. – Afirmou Tenten.

— Prepare uma boa apresentação. Ele gosta de checar números, se prevenir contra prejuízos. Afinal, é um homem de negócios. Mas acho que você conseguirá o que quer...

— Por que?

— Ele é um fã, Tenten. Ele assistiu à sua peça pelo menos umas três vezes. Pelo menos foi o que ele me contou quando eu sugeri o seu nome. Ele aceitou de imediato. – Confessou Itachi.

— É sério isso? Por que não me contou antes? – Perguntou Tenten.

— Achei que não precisava. Olha, não precisa ficar chamando o Neji de senhor Hyuuga. Ele não é velho. É apenas o herdeiro de uma grande família.

— Ele administra a parte da noiva dele no negócio? – Perguntou Tenten.

— Não, não administra. Como o pai de Hinata e Hanabi ainda é vivo, é ele quem administra. Mas o pai de Neji é o acionista majoritário da empresa. Ou seja, a presidência é do Neji agora. Ele toma conta de praticamente tudo desde que se formou. Foi treinado a vida inteira para isso. – Contou Itachi.

— Entendi. Não acha estranho a noiva dele não ter vindo acompanhá-lo? – Questionou Tenten.

— Na verdade, foi por isso que ele se atrasou. Hinata não quis vir e aí eles discutiram. Naquela hora que ele saiu, foi para ligar pra ela. – Informou Itachi e Tenten ficou surpresa.

[...]

Neji entrou na sala da gerência da loja para dar seu telefone com privacidade. Lá, ligou para Hinata três vezes até ela atender ao celular.

— Até que enfim você atendeu! Estava preocupado! – Disse Neji ao ouvir um alô do outro lado da linha.

— Estou bem. Já chegou na joalheria? – Perguntou Hinata.

— Cheguei, mas ainda não tive coragem de encarar os fotógrafos e os repórteres, porque uma das perguntas vai ser por que a minha adorável noiva não está comigo nessa noite especial. – Argumentou Neji.

— Eu já disse um milhão de vezes que não gosto dessas situações sociais e que preciso evitar. Quando era apenas sua namorada fui raras vezes.

— Agora é diferente! Você é minha noiva! Mais que isso, você é uma das herdeiras desse negócio! O que custa aparecer e tirar uma foto comigo? – Questionou Neji.

— Neji...

— Por favor, Hinata. Faz isso por mim! – Pediu Neji.

— Eu estou no shopping, mas estou num café e sem o vestido de gala. – Disse Hinata.

— Não importa o que você está vestindo! Vem aqui ok? – Insistiu Neji.

— Tudo bem... Eu dou uma passada aí daqui a pouco. – Prometeu Hinata.

— Estou te esperando. – Neji respirou aliviado. – Até daqui a pouco!

— Até! – Despediu-se Hinata.

[...]

Quando Hinata desligou o telefone, os olhos curiosos de Naruto buscavam alguma resposta.

— E aí? – Perguntou Naruto.

— Ele insistiu tanto que eu me senti mal em negar. Vou até lá dar um beijo nele e dizer que estou orgulhosa do trabalho dele. – Resumiu Hinata.

— Você não precisa ir se não quiser. – Disse Naruto.

— Vou me sentir mal amanhã, se não for. Embora eu não goste, senti pelo tom de voz dele que é muito importante pra ele a minha presença. – Argumentou Hinata.

— Quer que eu vá com você? – Ofereceu Naruto.

— Não precisa! Obrigada de coração, mas isso é algo que eu tenho que fazer sozinha, afinal é o meu noivo. – Explicou Hinata.

— Tudo bem. Terminamos esse café e aí você vai. Pode ser?

— Sim, vamos fazer isso. – Concordou Hinata

[...]

Neji havia sumido por alguns minutos e, durante esse tempo, Tenten não parou de procurá-lo. Quando ele finalmente apareceu, foi conversar com a imprensa e a atriz continuou de longe observando. Após esse momento, Neji foi tirar as fotos e um deles pediu para que ele fotografasse com Itachi e também com Tenten, que voltou a ficar sorridente por estar perto do empresário.

Os dois voltaram a conversar rapidamente após a foto, mas então a atenção de Neji se desviou. De repente, ele parou de conversar com Tenten, pediu licença e foi até o meio do corredor do shopping em direção a Hinata. Ela não estava trajando um vestido de festa nem joias caras. Hinata estava com uma calça preta de alfaiataria, um cropped preto de renda e um blazer branco. Suas únicas joias eram um brinco de ouro branco pequeno e o exuberante anel de noivado.

Na hora que chegou perto nela, Neji a levantou do chão, a beijou apaixonado e pediu desculpas. Em resposta, Hinata sorriu e mururrou algo que de longe Tenten não descobriu o que era. Mas ali, naquele momento, ela percebeu que Itachi tinha razão: ela tinha um tombo pelo empresário.

De repente, Neji puxou Hinata para as fotos e o casal foi cercado de fotógrafos e repórteres que estavam doidos para saberem detalhes do casamento, que ainda não tinha data marcada. Tenten, de longe, observou a cena e catou uma taça de champanhe.

— Ele é louco por ela. – Comentou Itachi para Tenten.

— Sorte dela. Ele parece ser um homem fantástico. – Analisou Tenten.

— Sabe o que eu acho? Ela não dá tanto valor pra ele. – Disse Itachi.

— O que está insinuando? – Perguntou Tenten.

— O que é óbvio. Ela não sente o mesmo que ele... Pelo menos não na mesma intensidade. – Fofocou Itachi.

— Acha que esse noivado pode melar? – perguntou Tenten.

— Isso só o tempo dirá. Neji não larga a prima, mas não garanto que ela não o largue no altar. – Respondeu Itachi.

— Só sendo louca pra largar um homem desses... – Disse Tenten.

— Você não largaria? – Perguntou Itachi.

— Não, eu não largaria. – Tenten afirmou como se isso fosse óbvio.

[...]

Depois de falarem juntos com a imprensa, Neji levou Hinata para uma área mais isolada da loja.

— Obrigado por ter vindo. – Agradeceu Neji, abraçando Hinata em seguida.

— Vim porque era importante pra você, mas não queria ter vindo. Sinto muito por termos brigado por causa disso. Não quero que uma situação dessas se repita. – Admitiu Hinata.

— Você vai casar com um empresário que vive tendo esse tipo de evento social. Eu preciso de você ao meu lado, sendo parte do meu time. – Argumentou Neji.

— Aí que tá. Nessas ocasiões eu sou apenas um enfeite. Todas as perguntas que nos fizeram não foram sobre a forma como você pretende conduzir a joalheria ou as próximas coleções. Todos só queriam saber do nosso casamento, o que eu estava vestindo e o tamanho do meu anel de noivado. Não gosto disso. Sou estudante de medicina. Preferia ficar em casa revisando a matéria que tenho para estudar. – Contou Hinata.

— Mas você também não estava em casa estudando quando eu te liguei.

— Tava com a cabeça cheia e fui tomar um café. Não gosto de brigar com você que é o homem que eu amo. – Respondeu Hinata.

— Eu também odeio, meu amor.

— Então, posso começar a faltar esses eventos? Você não precisa de mim aqui. Vi que a atriz da campanha está aqui e ela é linda. Os flashes deviam ir pra ela. – Disse Hinata.

— Eu prefiro ser fotografado com você. Pra mim, sua presença aqui não é de enfeite. Você é dona de tudo isso aqui também, sua presença me fortalece e engrandece. Sou melhor com você ao meu lado. – Declarou-se Neji e Hinata então o beija.

— Eu te amo. – Diz Hinata e Neji abre o sorriso.