Betrayed Friendship - Jily escrita por Vitória Serafim


Capítulo 3
Capítulo II - A Festa de Halloween


Notas iniciais do capítulo

Olá vocês! Estou aqui de volta mais cedo do que planejei!
Era para estar escrevendo o último capítulo de Green Eyes? Decerto. Mas aconteceram algumas coisas esse fim de semana que me abateram bastante e me inspiraram muito para escrever um capítulo dessa fic maravilhosa aqui que tanto tem a ver com a minha vida.
Bem, sem tantas delongas... Aí vai um capítulo maiorzinho que de costume!
Espero que gostem!
[Capítulo betado por Alie maravilhosa de minha life ♥]



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Paixão. A coisa mais traiçoeira que já vi na vida. Algo que tem a capacidade de te iludir a qualquer custo, te fazendo acreditar em coisas irreais e agir de maneira desesperada/idiota. Era como eu me sentia. O dia de hoje tinha sido demais para mim. Sinceramente, eu não sabia como iria lidar com isso sozinha. Era simplesmente insano.

            Acordei na manhã do dia 31 totalmente disposta. Abri as cortinas e as janelas logo depois. O sol já não irradiava tanto assim, visto que já era outono. Encarei o quadro já finalizado do busto de Sirius e sorri com o resultado. Havia o finalizado há dois dias, estava apenas esperando que a tinta secasse.

            Fui ao banheiro e encarei meu reflexo no espelho, lembrando de que hoje seria o dia em que eu teria que colocar meus planos em ação. Fantasiaria-me para a festa de Halloween e colocaria em prática todos os planos que demorara uma semana para elaborar; não sabia como o faria, mas era tempo de tentar.

            19 anos é tempo demais para não ter conhecimento do que é uma língua, sinceramente falando. Eu era uma vergonha.

            Escovei os dentes, lavei o rosto e troquei de roupa, optando por usar uma blusa fina e uma calça jeans folgada, não deixando, ainda, de ter aquele tão maravilhoso cós alto. Assim que tirei meu celular da tomada, desbloqueei a tela deparando-me com uma ligação perdida de papai e dez mensagens no WhatsApp de Dorcas.

            Fui até a cozinha e coloquei o leite no fogo para ferver, enquanto isso, aproveitei para ler as mensagens que havia recebido mais cedo.

—___________________________________________________________________

Hoje:

[08:22] Dorcas : Tudo pronto para hoje?

[08:22] Dorcas: Já estou aqui no ginásio arrumando as coisas.

[08:23] Dorcas: Preciso que você traga a caixa com os copos da cafeteria da sua mãe.

[08:24] Dorcas: Também não se esqueça dos recortes dos corações para o correio elegante...

[08:24] Dorcas: Porque né... (emoji malicioso)

[08:24] Dorcas: Alguém vai mandar um para James Potter e esse alguém não sou eu.

[08:24] Dorcas: Hehe.

[08:25] Dorcas: Enfim, venha para cá o mais rápido que puder.

[09:02] Dorcas: Olááááá?

[09:14] Dorcas: Vem logo, o James já tá aqui.

—_____________________________________________________________________

            Respirei fundo sentindo meu coração palpitar. A única coisa que respondi foi: “Chego aí em meia hora”.

            Assustei-me ao ver o leite borbulhar, prestes a vazar para no fogão, desliguei o mesmo e sacudi a cabeça, a fim de tentar afastar os devaneios. Acrescentei ao leite duas colheres de cappuccino sabor baunilha e bebi meia caneca antes de deixar minha casa e pegar um táxi até o Paris Hogwarts High.

            Eram nove e quarenta e cinco em ponto quando cheguei ao ginásio, que estava quase todo enfeitado, afinal, Dorcas e eu tínhamos passado horas da noite anterior prendendo os recordes nos gigantes metros de cordão, para passarmos por toda a extensão do lugar onde se sucederia a festa.

            – Ah! Finalmente! Achei que a princesinha só viria na hora da festa – Dorcas disse de cima de uma escada, enquanto terminava de amarrar o último pedaço de corda na parede. Estava ficando muito bom. A única coisa que faltava era a arrumação das mesas onde os comes e bebes estariam à venda.

            – Demorei, mas cheguei – sorri e deixei a caixa que trazia em cima do primeiro banco das arquibancadas. Ao me virar, deparei-me com Potter olhando para mim, meu coração imediatamente deu um salto. – Oi.

            – Oi – ele sorriu e entregou um pedaço de fita adesiva para minha amiga, um enfeite havia rasgado.

            Virei-me novamente, com os olhos arregalados. Idiota era... Ele era tão natural e eu sempre tão tensa...

            – Bem, agora forre as mesas com os tecidos que eu deixei ali dentro daquela caixa ali e coloque as plaquinhas com os nomes na sua respectiva mesa – disse Dorcas descendo os degraus da escada.

            Assim o fiz.

            Demorou apenas mais umas duas horas para acabarmos tudo. James fora encarregado de arrumar os aparelhos de luz e som, eu arrumaria as mesas e Dorcas espalharia o restante dos enfeites macabros típicos de Halloween.

            Assim que terminamos, saímos para tomar um sorvete, num clima super tenso onde só os monitores conversavam sobre os planos para a noite tão esperada (pelo menos para mim era mega esperada). L ogo depois cada um foi para sua respectiva casa. Mamãe acabara de voltar para casa para sua hora de almoço.

            – Oi filha! – ela sorriu assim que me viu entrar pela porta da frente que dava na cozinha.

            – Oi mãe – sorri de volta, encaixando minhas mãos nos bolsos dianteiros da calça jeans.

            – Como foi com os preparativos para a festa? – perguntou ela enquanto despejava suco em um copo e levava-o para a mesa.

            – Bem, eu acho. Vai ser ótimo – pensei mais uma vez no que havia planejado e sorri.

            – Estou vendo... – mamãe sorriu maliciosa.

            Neguei com a cabeça, sorrindo.

            – Vou terminar de arrumar a bagunça do meu quarto e assim que ficar pronta eu te chamo – disse e beijei seu rosto delicadamente. – Qualquer coisa é só me mandar uma mensagem – avisei-a e ela assentiu.

            Como Dorcas tinha vindo à minha casa para me ajudar com os recortes de fantasmas e morcegos, o quarto estava uma bagunça só e eu estava tão estupidamente exausta no dia anterior que mal tive coragem de limpá-lo adequadamente. Não levou mais de uma hora para tudo estar em ordem de novo.

            Sentei-me à janela do quarto e fiquei a observar o horizonte, que era preenchido com a linda visão da Torre Eiffel.

Minha mãe e eu vivíamos numa casinha em cima de uma loja de roupas de um conhecido nosso (ele era sempre muito ocupado e quase não nos via, já que passava o dia inteiro enfurnado dentro daquele lugar, fissurado em vender qualquer coisa que seja), o senhor Fletcher. Depois que meu pai separou-se de mamãe nós fizemos uma reforma na casa – já que não tínhamos dinheiro suficiente para nos mudarmos – para que aquele lugar não fosse uma maneira de nos aprisionar ao passado. Por mais que pareça idiota, deu certo. E cá estamos nós, cinco anos depois, plenamente estabelecidas (eu nem tanto) e felizes, na medida do possível.

Depois de passar alguns quartos de hora pensando enquanto ouvia música, levantei-me e dei-me conta que já era tempo de me aprontar. Geralmente gostava de ouvir música e pensar enquanto observo a paisagem, me ajuda muito a encontrar inspiração.

Tomei um banho de aproximadamente quinze minutos e fui para meu quarto, enrolada em meu roupão. Fiz a minha maquiagem de Halloween, tratando de não me esquecer de nenhum detalhe e, por fim, a minha fantasia. Eu iria fantasiada de Sibylline Sister, que era uma fantasia bem elaborada, porém super incomum, tratava-se de uma veste vermelha escura com um capuz de mesma cor e olhos pintados nas costas das mãos. Onde encontrei essa fantasia? Fuçando nas profundezas da internet. Se eu estava ansiosa para usá-la? Nem tanto. Eu havia feito uma aposta com Dorcas onde ela poderia escolher minha fantasia de Halloween e em troca arrumaria mais pessoas para realizar encomendas de pinturas, já que a demanda estava fraquíssima. Bem, o que não faço pela minha carreira, certo?

Depois de uma hora e meia de maquiagem e mais meia de cabelo, finalmente fiquei pronta. Coloquei todos os acessórios que faltavam e segui para a sala de estar com o celular em mãos.

Mais uma chamada perdida de papai... Eu ligaria para ele amanhã, talvez.

Já passava das seis horas quando mandei uma mensagem para mamãe dizendo que estava saindo de casa. Peguei um táxi e pela segunda vez no dia mencionei o nome da escola onde estudava para o taxista. Coloquei meu fone de ouvido e fui ouvindo The Neighbourhood até chegar ao meu destino, que foi uns quarenta minutos, já que tínhamos nos envolvido num congestionamento de carros.

Assim que cheguei à festa, o ambiente já estava escuro e pessoas já dançavam ao som de Ghostbusters a todo vapor, balões com desenhos de abóbora e fantasmas na cor neon brilhavam nas arquibancadas. As luzes deixavam o ginásio com um ar ainda mais sinistro.

Guardei meu celular e fones nas minhas vestes e andei a procura de alguém conhecido. Vi Dorcas de longe conversando com mais quatro meninas e me aproximei, cumprimentando-as.

— Lily! Que bom que você chegou! A fantasia ficou ótima – disse minha amiga, sorrindo. – Essas são Alice, Ninfadora, Marlene e Emmeline. Meninas, essa é a Lily – as garotas sorriram.

— Prazer – comentei assim que Dorcas finalizou as apresentações.

— Bem, fique aí com elas que eu preciso monitorar algumas coisas, ok? Qualquer coisa me manda uma mensagem... – disse, por fim e saiu sacudindo as asas de sua fantasia de anjo.

Alice, Ninfadora, Marlene e Emmeline estavam fantasiadas como unicórnio, bruxa, vampira e panda, respectivamente. Eu, com certeza, sou a pessoa mais barroca de toda a festa.

— Adorei a sua fantasia, Lily – Alice falou e eu sorri.

— Obrigada. A sua está uma fofura só – disse fitando o seu chifre de unicórnio. Pigarreei. – Alguém de vocês vai mandar correio elegante hoje? – perguntei um pouco desconfortável.

As meninas se entreolharam e sorriram de canto.

— Eu vou mandar um para Sirius e Ninfadora um para Remus – agora era Marlene que se manifestava.

— Eu vou mandar um também. Deixem-me saber quando forem mandar, porque assim eu vou com vocês – comentei e elas afirmaram sorrindo.

— Agora nós vamos dançar – Emmeline disse e todas nós começamos a nos mexer no ritmo de Lost Into Trying.

Estava me divertindo muito, até que ele chegara... Estava vestido de Drácula.

Meus olhos fixaram-se nele por uns três segundos e eu retornei à dança, como se nada tivesse acontecido. Não olharia para ele. Não suportaria vê-lo próximo de tantas garotas, ele era um pedaço de carne fresca em meio a leões.

— O que vocês querem fazer quando saírem da escola? – iniciei a conversa assim que desviei meu olhar de Potter.

— Eu quero medicina – disse Ninfadora, prontamente.

— Arquitetura – Alice seguiu.

— Quero ser comissária de bordo – Emmeline disse um pouco envergonhada.

— E você, Marlene? – os outros quatro rostos olharam em sua direção, curiosos.

— Eu vou assumir os negócios do meu pai adotivo. Ele tem uma loja de roupas, sabe? E, além disso, eu adoro moda. Então acho que não seria um problema – todas a encararam com um olhar perdido de quem não entendeu a história de ela ter um pai adotivo, porém ninguém interpelou-a sobre o assunto.

Suspirei e olhei em volta mais uma vez. James bebia cerveja com os amigos, um deles identifiquei como Sirius Black, o restante eu já havia visto no grupo, mas não sabia os nomes.

— Só para matar a curiosidade da Lily... Aqueles são James Potter, Sirius Black, Remus Lupin, Peter Pettigrew e Frank Longbottom – disse Marlene e eu me virei imediatamente, fingindo que nada daquilo tinha acontecido.

Respirei fundo tentando me concentrar em não olhá-los.

— Já que estamos a falar dos garotos, por que não mandamos o correio elegante agora? – Ninfadora sugeriu.

Meu coração deu um pulo.

— Por mim tudo bem – Marlene disse e saiu na frente.

Ah, Deus... Chegara a hora...

— Você não vem, Lily? – ela chamou e eu apressei o passo.

Assim que chegamos à mesa do correio elegante, cada uma pegou um cartão e escreveu um recado. Não sei como havia chegado àquela conclusão, mas havia codificado uma mensagem que seria legal mandar, apesar de ter plena certeza de que ele não entenderia o que isso significaria... A aposta era mandar um correio elegante e não uma mensagem romântica. Então peguei a caneta fluorescente e escrevi:

Para James Potter

       128Ve980

Entreguei para a encarregada do correio elegante e retornei ao grupo de garotas. Graças ao escuro, ninguém me perguntou o que eu havia escrito, mas eu esclareci que estava mandando para James a fim de cumprir o desafio que Dorcas havia me lançado.

Tínhamos muito dessas de apostas. Ficávamos o tempo todo desafiando uma a outra a fazer coisas e apostando, era uma das coisas que deixava a nossa amizade em contraste com qualquer outra. Não havia lançado nenhum desafio a ela porque não me viera nenhum à cabeça, mas logo que viesse eu o faria e aí estaríamos quites de novo.

A festa tinha ficado boa, as músicas cada vez mais animadas e dançantes e eu nem mesmo precisei do álcool para começar a remexer tudo. Senti um olhar estranho sobre mim e percebi que muitos do grupinho de James nos encaravam, inclusive este último, que não largava a mão da cerveja um minuto sequer. Desviei meu olhar dele e meu coração deu outro salto assim que percebi que eles se aproximavam do nosso grupo, todos juntos.

James Potter, representante do grupo que era, fez as honras.

— Com licença... – ele pediu e todas as meninas direcionaram seus olhares para eles. – Meu amigo ali fantasiado de policial está interessado em você – ele apontou para Peter e só depois percebemos que ele se dirigia à Emmeline. – Ele tá querendo saber se você também sente o mesmo interesse por ele.

Todas as meninas fitaram Emme com um olhar malicioso, ela certamente estava morrendo por dentro, porque até mesmo eu que não tinha nada a ver, estava. A garota franziu o cenho e disse:

— Desculpa, mas diga para o seu amigo que não estou interessada. Sinto muito – ela disse e negou com a cabeça, queixando-se do absurdo que acabara de presenciar.

James riu da situação.

— Ae, Peter! Parece que não foi dessa vez, cara. Parte pra outra – ele gritou para o amigo, que mesmo no escuro, deixou aparentar bochechas vermelhas como o sangue de groselha que sujava as roupas de James.

O rapaz pigarreou e sorriu olhando para o restante de nós.

— Bem, para não perdermos a viagem... Tem alguém aqui que está interessada em alguém do meu grupo?

Silêncio. As cabeças mexendo de maneira negativa foi o suficiente para demonstrar o desprezo das meninas pela cena. Só fui descobrir que não havia conseguido me mexer quando todos olhavam para mim.

Meu estômago embrulhava, acredito que nem máquina em modo centrifugação girava tanto quando ele no momento. Meus olhos encontraram os de James Potter por milésimos de segundo. Estava demorando demais... Manifeste-se, Lily!

            – Bem, interesse sabemos que existe... – James comentou encarando-me. Os demais garotos começaram a sorrir de maneira maliciosa.

            – Você tem interesse, Lily? – Emme perguntou e eu encarei o chão, totalmente indecisa.

            Era agora ou nunca. Meu coração falhou uma batida e quando menos esperei já tinha pulado em cima de James Potter, sua língua explorando minha boca de maneira voraz, eu estava perdida... Afinal, o que era beijar um James de seis anos em comparação a esse... Novo James?

            Não escutei absolutamente nada do que se passava ao redor, nem se as meninas haviam gritado ou coisa parecida, apenas não conseguir lidar com a rapidez do rapaz que tinha os lábios grudados nos meus.

            – Não sei beijar, quer me ensinar para relembrar os velhos tempos? – disse com os lábios próximos à sua orelha. James sorriu.

            – Vem comigo – foi tudo o que ele disse.

            Segui-o sem nem mesmo olhar para trás e acabamos em um dos corredores escuros da escola. James não disse nada, apenas retirou seus óculos e guardou-os sabe lá Deus onde, colocando-me contra a parede e iniciando o beijo.

            Era insano o jeito que ele estava sedento. Sua língua explorava cada maldita região da minha boca e eu simplesmente tentava ir ao seu compasso. Nesse momento nada parecia ser como beijo de séries ou filmes de romance que você treina na própria mão. Esse era um James sedento, não havia tempo para preliminares demais, com ele era 8 ou 80.

            Suas mãos apertaram minha cintura e eu continuei com meus olhos completamente fechados, estava tensa como nunca estive antes em toda minha vida, ainda parecia ser mentira a cena que estava acontecendo. Beijei seu lábio inferior com todas as forças que encontrei dentro de meu ser e então James descera a mão pela minha bunda, senti um pequeno espasmo de momento, mas não cessei o movimento de meus lábios. Num impulso ele levantou uma de minhas pernas e fez com que nossas coisas encostassem-se ao meio do caminho, ainda encoxando-me na parede. Agora eu estava totalmente morta, desconcertei-me e desviei dos lábios para seu pescoço. Sua impaciência me afetava, ele impediu que eu continuasse com minhas carícias, passando ele mesmo a beijar-me o pescoço, a única coisa que conseguira fazer fora segurar sua nuca enquanto ouvia os suspiros de James Potter no pé do ouvido.

            Ficamos ali por mais alguns instantes, quando finalmente paramos por um instante.

            – Você tá nervosa? – ele perguntou e minha respiração entrecortou por um momento. Meus braços ainda se localizavam ao redor do seu pescoço e eu suspirei.

            – Estou... Porque eu gosto de você – disse. – Você já deve ter percebido, né? – ri envergonhada. Ele sorriu de volta e eu o olhei nos olhos.

            – É, percebi sim – ele disse simplesmente e eu o abracei.

            – Desculpe se não foi tão bom quanto você esperava... – comentei com a voz abafada.

            – Relaxa... – ele disse e retribuiu o abraço.

            Depois de alguns instantes, voltei ao grupo de garotas, que me receberam com um olhar de surpresa.

            – Meu Deus! O que foi aquilo, Lily? – Emmeline perguntou.

            – Aquilo fui eu perdendo o meu bv – comecei a rir eufórica. – Meu Deus – abanei o rosto com as mãos, completamente sem ar.

— Vou ao banheiro – Marlene disse sem emoção e retirou-se depois de receber um “ok” das meninas.

            Comecei a contar alguns detalhes para Alice, Ninfadora e Emmeline, que pareciam totalmente interessadas na experiência, e continuei dançando, agora com mais vigor. Minha cabeça já começou a girar só de ver Marlene voltando apressada sem nenhuma porcaria de bebida em mãos, a cara preenchida de desgosto. Meu sorriso murchou instantaneamente, já podia prever o que veria a seguir.

            – Marlene, o que foi? Você está me assustando.

            – Vem aqui – ela me puxou pelo braço e eu olhei para os lados, confusa. Ela me guiou entre os corredores escuros e parou em frente ao armário de vassouras. Ergui as sobrancelhas como se elas dissessem: Tá, e ai? Estamos em frente a um armário de vassouras, o que tem demais nisso?

— Só para desencargo de consciência... Olha aí dentro – ela disse cruzando os braços.

Senti um refluxo me atingir assim que varri o ambiente escuro com o olhar e me deparei com Dorcas Meadowes beijando James Potter, o meu James.

— Ele é um babaca... Não quis te dizer nada na hora em que você voltou porque você estava feliz, mas ele é todo popular e tem essa reputação... Sai beijando muitas por aí. Não quero pagar a de malvada, mas achei que devesse saber, até porque Dorcas é sua amiga...

Fiquei alguns segundos observando a cena e senti meu peito despedaçar. Afirmei com a cabeça comprimindo os lábios e sibilei:

— Tudo bem, obrigada. Ele não era grande coisa...

— Não está chateada, está?

— Não, não... Está tudo bem... Obrigada por me contar.

Não sabia o que era mais injusto: Eu ter me “declarado” para James e ele ter feito isso comigo em menos de vinte minutos ou Dorcas que prometera me ajudar a conquistá-lo estar sendo a maior hipócrita de todos os tempos. Era tão surreal...

O gosto de cerveja proveniente do beijo ainda impregnava minha língua. Não consegui aguentar até chegar ao banheiro, acabei vomitando na lixeira no corredor ao lado. Marlene segurou meus cabelos e suspirou.

— Vai ficar tudo bem, Lily... Vai ficar tudo bem.


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Notas finais do capítulo

É galera... A vida não tá fácil nem pra mim, nem pra Lily rsrsrsrs (risos nervosos).
Bem, espero que vocês tenham se identificado (ou não).
Obrigada pelo tempo de vocês e até o próximo capítulo! ^^



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