Betrayed Friendship - Jily escrita por Vitória Serafim


Capítulo 2
Capítulo I - O casal da cafeteria


Notas iniciais do capítulo

Olá Genteeem. Chegay com o primeiro capitulozinho!
Decidi que os capítulos serão breves. Não que eu não queira escrever muito, mas estou passando por um momento em que quero conhecer a minha escrita. Eu escrevo capítulos enormes na minha outra fanfic (Green Eyes), então resolvi escrever curtinhos desse aqui pra ver no que dá. Isso aqui pretende ser shortfic, mas se as ideias me possuírem quem sabe não fica uma fanfic com vários capitulozinhos? Hehe.
Bem, sem mais enrolação. Espero que vocês gostem!
Boa leitura :3

[Capítulo betado por vocês sabem quem ♥ {Alie mozona}]



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Cubra os pontilhados. Lia-se na folha branca da atividade do jardim de infância. Apesar de fazer anos, lembrava-me perfeitamente do dia em que me apaixonei por James Potter.

A professora estava sentada à sua mesa preparando alguns enfeites de natal para enfeitar a sala, e eu estava na mesma mesa que o pequeno James. Ele era extremamente inteligente e sempre acabava a tarefa primeiro. Pena que as coisas se reverteram no futuro, não é mesmo? (Ou pelo menos eu o ultrapassei).

Pode parecer estúpido, mas cobrir pontilhados para formar frases era difícil para mim na época. E, na maior inocência, eu lhe pedia ajuda, afinal, éramos melhores amigos. Depois das mãozinhas de Potter eu não demorei muito a aprender a ter uma boa coordenação. A partir daí os traços dos desenhos ficaram ainda mais firmes, assim como os laços da nossa amizade.

Uma das coisas mais importantes na minha vida é a arte. Tanto a música, quanto a dança ou qualquer tipo de expressão que venha do interior de alguém. No meu caso, a minha grande paixão é a pintura. Desde aquela época sempre fui muito dedicada a pintar revistinhas para colorir, desenhar coisas que gostava. Minha mãe sempre me incentivara em tudo o que eu fazia e hoje faço o último semestre do ensino médio, prestes a ingressar na minha faculdade de artes plásticas. E, mesmo que todos à minha volta fizessem uma cara de "achei-meio-pombo" quando falo que estou seguindo esse caminho para a minha vida, eu não me deixo abalar;  afinal, para quê se importar com a opinião alheia sendo que você faz o que ama?

Contornava as olheiras com pinceladas suaves o lindo rosto de Sirius Black. Tentava terminar aquele quadro há semanas, mas sempre que tentava fazê-lo, acabava com as mãos trêmulas, mal conseguindo traçar uma simples linha. Seria por que fora James Potter quem o encomendara? Muito provavelmente.

Dentro de algumas semanas seria o aniversário de Sirius. James, como seu melhor amigo, decidiu dar a ele um presente um pouco diferente. Não o conhecia muito bem, mas de acordo com o histórico montado a partir do meu banco de dados sobre stalkear tudo que se relacionasse à vida de James Potter e seus afluentes, Sirius era um cara do povão. Era estranho pensar que ele pudesse gostar de uma pintura – sendo ele como é – mas quem sou eu para contrariar, não é?

Quando deram onze horas, organizei os pincéis e as tintas e larguei tudo do jeito que costumava fazer. Era hora de ajudar mamãe no café. Papai morava com outra mulher e não era fácil para ela cuidar do Evans' sozinha. Eu, como sua filha, não tinha apenas a obrigação, mas a ajudava por prazer. Era muito gratificante prestar apoio à mamãe quando tudo o que ela sempre fez foi fazer o mesmo por mim (muito mais, aliás).

Enxaguei minhas mãos apressadamente e calcei meu par de botinas, dando uma breve espiada no relógio da cozinha antes de partir.

O dia era muito agradável lá fora. Sempre adorei morar em Paris, não só pelos monumentos históricos de tirarem o fôlego, mas pela vibração incrível que tinha aquela cidade. Avistei Marlene McKinnon do outro lado da rua, ela estudava na mesma sala que eu nas aulas de Arte, parecia legal, mas atravessei a rua a fim de ignorá-la, não estava muito no pique de socializar, principalmente com pessoas que não conheço. Além disso, eu estava atrasada.

Andei duas quadras da maneira mais estrambelhada que já tinha andado em toda a minha vida – talvez fosse pela tentativa frustrada de querer andar rápido, o que não funciona comigo muito bem – e cheguei à cafeteria em poucos minutos.

Mamãe atendia o caixa um pouco desesperada. Sempre que chegava pouco antes do horário de almoço o lugar ficava bem mais movimentado que de costume, e era justamente por isso que eu chegava nesse período para ajudar.

— Lily! Seria ótimo se você servisse dois descafeinados para o casal da mesa seis – mamãe disse enquanto cobrava a conta de um velho pançudo.

— Certo, mamãe. Pode deixar... – respondi prontamente.

Fui para trás do balcão e vesti meu avental, antes de colocar as xícaras sobre a bandeja e me encaminhar para a mesa de número seis.

— Com licen... Dorcas? – disse abismada.

— Ruivinha! Como vai, amiga? – a morena sorriu.

Não.

— Hey, Lily – uma voz masculina e muito familiar soou da outra extremidade da mesa, seguido de um sorriso e uma embaraçada nos cabelos. Aquele sorriso...

Simplesmente não.

— J-James... Oi... – completei um pouco desnorteada, quase falhando na minha inútil tarefa de servir o casal. O pior era que mamãe tratava James como um filho, ela nunca soube de nada sobre meus sentimentos pelo rapaz.

O que mais me assombrava era o fato de que Dorcas estava sentada em sua frente, cara a cara com o garoto que era dono dos meus pensamentos.

— Estávamos falando sobre um projeto da escola. Como James e eu somos os novos monitores do colégio, estamos pensando em algumas melhorias que possam ser feitas, principalmente nos armários... – dizia Dorcas.

Ah, claro. Tinha me esquecido de como minha amiga havia se esforçado para ser a nova monitora da escola. Havia ficado depois do horário de aula por uns dois meses ajudando na limpeza e nos plantões de dúvida sobre biologia, que era sua matéria preferida. Eu queria ter me juntado a ela nesse esforço, mas sempre contava os minutos para as aulas acabarem para que pudesse terminar alguns esboços de desenho, testar novas tintas naturais que fazia à base de pigmentos naturais e cola líquida e até mesmo conseguir terminar um quadro na qual trabalhava na época (lê-se mês passado).

Bem, o que importava era que ela, estando mais próxima de James Potter do que nunca, eu poderia vir a ter conhecimento de muitas coisinhas interessantes.

— Conseguiu terminar a minha encomenda? – perguntou James, que bebericou seu café e soltou uma exclamação de satisfação logo em seguida.

Meadowes me encarou com interesse, como se sibilasse: "Vamos, diga alguma coisa! É a sua hora!”.

— Eu... Ah... Estou só finalizando... Acho que ela fica pronta no fim de semana que vem – disse olhando em direção à porta ao ouvir o sininho soar incessantemente decorrente da entrada e saída de pessoas.

— Excelente! Estou ansioso pelo resultado. Você ficou realmente ótima nos traços depois que eu te ensinei como faz... – ele comentou brincalhão com um sorriso meio malicioso. Senti-me corar como uma maçã madura a ponto de apodrecer. Realmente não havia fôlego que aguentasse lidar com um homem daqueles.

Dorcas vibrou em silêncio e bebeu um gole do café para conter a vontade que eu sabia que ela tinha de fazer algum comentário que eu considerasse perigoso.

— Ah... – gaguejei a procura da resposta.

— Com certeza. Lily deve muito a você por toda essa habilidade que ela tem na pintura... – comentou a morena observando o movimento da rua através da janela. Senti meus pés grudados no chão por um instante.

— Eh... Bem, eu tenho que atender as outras mesas. Bon Appétit — desejei como de costume e me virei. A última coisa que escutei fora a voz do rapaz que eu mais venerava na vida.

— Nos vemos por aí... – pude sentir o sorriso transparecendo de seus lábios sem nem parar para observá-los. Era insano. Estar apaixonada por James Potter era, definitivamente, insano.

***

— Eu não acredito que você estava conversando com ele! – exclamei histérica. – Sobre o que vocês falaram todos aqueles vinte e três minutos?

— Não acredito que você contou todos os minutos – a garota respondeu com uma risada nasalada enquanto deixava que seu corpo caísse sobre minha cama (o que estava dando um pouco de agonia, já que tinha arrumado tudo bonitinho antes de sair de casa). Virei-me no intuito de não entrar em atividade de taquicardia ventricular. Já estava surtando demais pra um dia só.

— Claro que contei! Você sabe que tudo que envolve James Potter é o meu foco! Agora desembucha, Meadowes!

— Então... – ela começou. – Nós conversamos sobre alguns projetos para esse mês. Como não teve nenhum monitor ou nenhum organizador de eventos no Dia dos Namorados do semestre passado, decidimos começar com alguns eventos...

— Ai meu Deus... Que tipo de eventos? – disse mexendo freneticamente o pincel dentro de um pote de tinta. Costumava misturar diferentes cores de tinta para testar novos tons nas minhas pinturas, geralmente o fazia quando entrava em um dos meus surtos, e falar sobre James Potter sempre se tornava motivo para surtar.

— No começo, pensamos em fazer aquelas combinações de casais bem aleatórias e coisas bem estilo 13 Reasons Why, mas achamos que deveríamos pensar em algo mais dinâmico e simples que pudesse juntar uma boa grana para a nossa festa de formatura. Então tivemos a ideia de juntarmos um grupo de voluntários para participarem da montagem de alguns cartões de Halloween, só que embutido na ideia do Correio Elegante. O que você acha? – perguntou ela colocando os braços atrás da cabeça parecendo estar pronta para ver-me perdendo o controle a qualquer momento.

Encarei-a por um instante e minha amiga me devolveu um olhar sugestivo, como se pudesse ler minha mente.

— Você vai criar vergonha nessa cara e vai mandar um cartão pro James – ordenou.

— Ah, tá... – sibilei com a voz exalando sarcasmo. Era tão óbvio que eu só ajudaria na montagem dos cartões... Potter e eu éramos bons amigos e tenho certeza que hoje ele me vê só como mais uma amizade estranha, já que depois do ensino médio as coisas mudaram a minha perspectiva em relação à nossa amizade, se é que você me entende.

— Não começa, Lily. Se eu peguei o Diggory só de chamá-lo para um drinque você também consegue. Você não pode ficar limitada a um beijo do Potter de doze anos atrás! Ou você toma atitude ou vou ter que dizer ao seu Snape querido que você está a fim dele...

Nem pense nisso!— levantei-me assombrada. – Eu só não estou preparada para chegar e... – suspirei. – Ok. Digamos que eu chegue com um: Olá, James. Tudo bem? Então, nesse Halloween você me daria a honra de relembrar os velhos tempos?

— Por mim parece brilhante – Dorcas comentou rindo.

— Certo! Mas com que cara eu vou falar com ele? Depois de todo esse tempo agindo estranho... Ele vai é me ignorar, isso sim – disse desesperada voltando a sentar-me no chão junto aos meus potinhos de tinta.

— Com a sua, oras! – ela se levantou e revirou os olhos impaciente, segurando-me pelos pulsos, ergui-me mais uma vez. – Olhe para mim – bufei e a encarei. Meadowes agora me segurava pelos ombros. – Agora diga em voz alta: “Lily, você é forte e vai mandar um cartão de Halloween para o amor da sua vidinha”.

— Isso é ridículo, Dorcas.

— Fale!

Lily, você é forte e vai mandar um cartão de Halloween para o amor da sua vidinha — disse relutante. – Satisfeita?

— Agora repita isso mais umas cinquenta vezes em frente ao espelho e depois me manda uma mensagem. Preciso providenciar os materiais, começamos a produção amanhã. Tenha um bom dia – ela comentou e eu bufei, me dando por vencida. A morena saiu batendo a porta do quarto.

Era louco o jeito que um garoto conseguiu mexer com a minha cabeça. Como um simples beijo de criancinha fez com que eu me privasse de me relacionar com outras pessoas? Por que mesmo tão distante James Potter estava tão preso a mim? Esta era uma pergunta que nem mesmo daqui a dez anos eu saberia responder.

A grande questão era que tudo parecia tão fácil para Dorcas, mas para mim não era. Nunca era.


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Notas finais do capítulo

Seria esse o início de TALADORCAS? (Talarica + Dorcas). Adorei o nomezinho que uma das leitoras fez nos comentários do prólogo e estou aderindo heuehuehueh.
Lily apaixonada é bem excêntrico, não?
Espero que isso dê certo.
Bem, obrigada por ter lido essa humilde fic.
Um beijo e até o próximo tiro, ops, capítulo (skndaosfneiofewnf) ♥



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