O Nascer de uma nova vida Hiccstrid escrita por LauraClarimond


Capítulo 3
Capitulo Dois




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A vingança de uma guerreira

Segunda parte

Reconheci aquela voz. Uma rajada de vento frio parecia que havia passado por mim, todo meu corpo se arrepiou. Me virei já sabendo quem eu encontraria, tive que me conter o máximo que pude para não o matar naquele instante. E depois de quatros anos, eu estava cara a cara com o homem que acabou com a minha vida. Quando notei que ele olhava para mim, parecendo esperar uma resposta, voltei a lembrar do que tinha me falado, e percebi segundos depois, que eu tinha recusado o ''príncipe''. Tentei não pensar no fato de que o príncipe tinha me chamado para dançar e o quão ele era bonito e o quanto eu queria ter dito sim e voltei a me focar na coisa que agora me encarava.

—O príncipe é só um filhinho mimado, não lutou para ter tudo o que tem hoje. Não como o senhor governador, que luta tão bravamente para sempre conseguir o que quer. - Falei me aproximando dele. Não poderia deixar a única chance que tive até agora escapar tão fácil.

Ele sorriu para mim, sabia que ele gostaria do que eu falasse, se fosse algo ruim sobre o príncipe. Muitas pessoas sabiam do desentendimento entre o governador e a realeza, mas ninguém nunca soube o motivo e nem o por que dele ainda ser o governador.

—Então, Gostaria de dançar comigo senhorita ? - Perguntou ficando mais próximo de mim e estendendo sua mão.

—Não sou uma boa dançarina, mas será um prazer – Respondi segurando sua mão e fazendo uma reverência a ele

Seguimos para a pista de dança, as pessoas começaram a nos olhar e logo os baixos sussurros percorreram por todo o salão. Estava sentindo raiva e nojo ao mesmo tempo por estar dançando com ele, mas não poderia deixar transparecer absolutamente nada. Precisava demostrar que estava completamente interessada nele. Depois de começarmos a dançar percebi que o governador conseguia ser um pior dançarino que eu.

Em questão de segundos depois, fomos parados por uma pessoa repentinamente

—Irei dançar com a milady agora governador – Falou o príncipe ao meu lado

O governador com a cara de poucos amigos, saiu deixando nós dois, o príncipe fez uma reverencia a mim, e eu em educação também fiz e logo depois ele começou a nos conduzir na dança. O agradeci e o odiei internamente por me ajudar e atrapalhar ao mesmo tempo.

—Preferiu dançar com aquele homem desprezível a dançar comigo – Falou ao meu ouvido enquanto ele me guiava.

—Desculpe por telo recusado alteza, não o conhecia - Respondi

—Agora sabe quem eu sou. - Olhou para mim e completou – Desculpe ter insistido, apenas fiquei surpreso por ter recusado, nenhuma mulher que meu pai me obrigou a convidar a dançar esta noite me disse um "Não". A senhorita foi a primeira.

Saber que ele apenas estava dançando comigo por obrigação me deixou triste.

—Bom, então é melhor vossa alteza dançar com outra, a muitas aqui esta noite - Falei parando a dança e me afastando dele novamente.

—Não quero parar de dançar - Disse me puxando novamente para perto dele e voltando a me conduzir - Me responda uma coisa ? Por que me disse não ? Por acado sou tão feio assim ? – Concluiu com um tom sarcástico

—Não, vossa alteza não é feio. Apenas... - Nesse momento ele me girou fazendo com que atrapalhasse o que estava falando – não queria aceitar – Terminei

—Por que não ? - Insistiu

—Por que disse que o governador é um homem desprezível ? - Perguntei de volta tentando mudar o assunto e também porque estava curiosa para saber se o príncipe sabia a verdade sobre ele.

—Eu perguntei primeiro milady - Respondeu

Eu revirei os olhos com sua resposta.

—Não aceitei dançar com você, simplesmente por não querer dançar com você, não é assim tão irresistível quanto pensa vossa alteza - Retruquei

—Não sou, não é ? - Perguntou e logo depois disse - Mas não parece que realmente acha isso.

—Por que príncipe ? - Perguntei

—Está corada. - Respondeu ao meu ouvido

Eu desvio meu olhar do dele, ''Droga'' pensei. Quando ele me girou novamente pude ver o governador ao longe nos encarando, talvez esperando o fim da música para assim dançar comigo. Eu estava deixando ser distraída e logo pelo príncipe ''Burra, ele só está dançando com você por obrigação '' lembrei. Tinha que voltar ao meu plano.

—Com todo o respeito, mas Vossa alteza não me respondeu, por que o governador é um homem desprezível ? Ele é amado e idolatrado pelo povo do reino

''Não pelo povo do meu vilareijo'' Pensei. Quando voltamos a olhar um nos olhos do outro percebi que sua feição parecia ter mudado, o sorriso tinha saído de seu lábio.

—Apenas não se aproxime do governador, sei o quão ruim aquele homem pode ser com uma mulher. Não a gostaria de ver machucada. E acredite que se dependesse apenas de mim, este homem já teria sido expulso a muito tempo ou poderia estar morto.

Fiquei surpresa com sua resposta. Não sabia exatamente ao que ele se referia sobre o governador, mas pelo visto, a lista de ruindade dele é maior do que pensava.

—Não me conhece alteza, mas saiba que sei cuidar de mim mesma, mas agradeço pelo alerta que está me dando. Mas sei o que estou fazendo – O agradeci.

Mais uma vez pude ver seu sorriso e percebi estar ficando cada vez mais hipnotizada por ele.

—Ai está. Então tem um verdadeiro motivo para não querer dançar comigo. Estou certo ? - Perguntou

Percebendo que a música já estava acabando. Fiquei ainda mais vermelha ao perceber que todos estavam olhando para o príncipe dançando comigo, uma salva de palmas se seguiu enquanto agradecíamos. Fiz uma pequena reverencia a ele e respondi.

—Foi um prazer dançar com vossa alteza – Falei me virando para voltar ao primeiro local onde havia encontrado o governador

E quando já estava me afastando senti uma mão me puxando de leve e perguntando

—Não me disse qual é o seu nome milady ? - Disse o príncipe enquanto segurava minha mão e a levava até seu lábio a beijando levemente.

—Você não me perguntou - Respondi – Feliz aniversário príncipe.

Sai daquele lugar o mais rápido que pude '' Ele me beijou'' ''Na minha mão mas beijou'' Pensava. ''Droga, fui me distrair logo pelo príncipe '' Olhei para trás e vi um sorriso em seus lábios, aquilo me deixou envergonhada ''Será que ele gostou de mim ? '' continuei a pensar, mas a lembrança do motivo pelo qual eu estava naquela festa regressou a minha memória.

Voltei a procurar pelo governador, tentei novamente a mesa em que o banquete estava, mas ele não se encontrava lá, andei por todo o salão, porém nenhuma sombra dele. Estava cansada de tanto andar, e o saltos que estou usando só pioram o cansaço.

Andei pelo corredor que levava ao jardim e ouvi uma voz atrás de mim

—O príncipe parece que gostou de você, bom mas quem não gostaria. - Disse se aproximando

—Nem acredito que tive de aturar ele e ainda atrapalhou nossa dança – Depois que falei isso o governador mostrou um grande sorriso em seu rosto.

—É minha querida, tenho sempre que aturar aquele ''mimado'' como você mesma disse – Falou se aproximando de mim ao ponto do meu corpo está colado com o dele e segurando na minha cintura acrescentou – Quer andar um pouco pelo jardim comigo ?

—Será um prazer compartilhar da sua companhia governador – Respondi com o sorriso mais falso que pude extrair de mim naquele momento.

Começamos então a caminhar, durante o percurso, o governador ficou falando por um bom tempo o quão era um bom soldado, de quando ele defendeu o reino dos invasores, das honras que tinha recebido por seu trabalho e que agora como o grande governador não merecia o pouco reconhecimento que tinha por parte da realeza, falava deles com nojo, quase que cuspindo.

Paramos em frente a uma pequena fonte localizada no meio do jardim, a água parada refletia o belo céu que estava sobre nossas cabeças. Era uma noite perfeita, era a noite perfeita. Continuei a ouvir as lamúrias do governador sobre a família real e eu já estava me cansando daquilo, estava perto de concluir os quatros anos de planejamentos que havia feito, essa era a hora.

—Você deveria ser o rei, digo não nascido daquela família, mas pense governador, todos do reino o idolatram, eu embora não pertença a este lugar o admiro muito. Imagine o quão prazeroso seria tomar aquilo que na verdade lhe pertence – Falei me aproximando ainda mais dele

—Você aparenta ser bem jovem querida, mas bastante inteligente. E muito linda, na realidade uma verdadeira tentação, seus olhos azuis a fazem parece ser tão inocente. Gosto disso – Falou ao meu ouvido – De que reino você veio e qual seu nome? - Perguntou acariciando meu rosto

—Astrid Hofferson – Respondi com um sorriso no rosto

—Hofferson, esse nome não me é estranho -Respondeu

—Não, não é - Falei em forma de sussurro chegando bem perto de seus lábios, quase o beijando -Sou do vilarejo do norte. A quatro anos você destruiu o destruiu completamente e matou meus pais e meu futuro irmão ou irmã– disse em seus ouvidos, logo em seguida enfiando a faca que tinha retirado do compartimento secreto que havia colocado em meu vestido sem ele perceber.

—Isso foi por tudo que você tirou de mim – Falei olhando agora dentro dos seus olhos enquanto cravava a faca ainda mais fundo dentro dele.

O sangue começou a escorrer do corpo que caia ao chão, rubro e espesso, meu vestido que trabalhei por tanto tempo, agora estava completamente manchado, não sei como definir qual sentimento exatamente estava vivenciando naquele momento. Mas não parecia com alivio ou felicidade por o ter matado como havia pensado que iria sentir.

Enquanto fiquei ao seu lado assistindo sua morte, da mesma forma em que ele fez com meus pais, pude ouvir gritos ao fundo e uma voz ao longe gritava

—Prendam-na, ela matou o governador!


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