Mensageiro do Futuro escrita por Lady Pompom


Capítulo 9
IX


Notas iniciais do capítulo

Sinopse: O trio humano foi pego de surpresa pelos lobisomens que bloquearam seu caminho, induzindo ao início de uma feroz batalha. Victor, Rael e Seira foram ajuda-los, contudo, os oponentes eram mais fortes que o esperado e a batalha continua!



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Os olhos de Victor oscilaram em admiração ao ver a mulher diante dele. Uma das pessoas que deveria, supostamente, ser sua inimiga o havia defendido de um golpe fatal e estava agora discutindo com Bertrand.

“Lunark!!” ele gritou furioso “O que está fazendo?!”

“Pensei que fosse mais esperto, Bertrand. Esses olhos na sua cara são só buracos no seu crânio?!” ela resmungou.

“Sua-”

“Me ouça! Esse garoto não é algo que podemos ignorar!”

Ela olhou brevemente para Victor que sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao receber o olhar mortífero da mulher.

“Por que interferiu na minha luta, então?!” o de cabelos prateados rosnou.

“Precisamos leva-lo ao lorde e interrogá-lo sobre o lugar de onde ele veio. Se ele for algo que a união criou, precisamos descobrir a verdade!” ela explicou num tom áspero “Não podemos permitir que ninguém brinque com nossa raça! É uma questão de honra! Matá-lo vem depois de descobrirmos tudo que ele sabe!”

“Honra isso, honra aquilo, eu não ligo pra nada disso! Não irei matá-lo, mas se ele acabar morrendo depois do meu golpe, isso é problema dele!”

            A briga foi interrompida por um riso baixo que ficou cada vez mais alto. Era Victor. Ele gargalhou e pôs uma das mãos no rosto, para esconder seu sorriso de escárnio.

“Heh, endoidou da cabeça, garoto?” Bertrand riu.

“Não, não, eu só estava me sentindo muito importante já que vocês dois estão brigando por minha causa. Que honra.” A presunção dele fez Bertrand se divertir e aborreceu a quinta anciã.

“Parece que ainda não entendeu sua posição aqui, garoto.”

            A mulher lobisomem estava prestes a atacá-lo, mas outro ataque veio antes, era Seira com sua death scythe e uma expressão de seriedade.

“Loyard de novo!” a quinta anciã resmungou.

“…..” Seira pôs força no golpe para empurrar a oponente para trás, e conseguiu. Agora, a senhorita lobisomem estava a alguns metros de distância de Victor.

            Rael estava lutando contra Kentas, impedindo-o de se mover, pelo menos. M-21, Tao e Takeo, aterrissaram perto de Victor para defendê-lo de Bertrand.

“Os insetinhos apareceram de novo… Precisam levar outra surra, não é?!”

            Enquanto cada um se ocupava lutando contra seus próprios oponentes, Victor estava sozinho em meio ao campo de batalha, sentindo a dor incômoda de seus ferimentos. Os poderes obscuros dele ainda se espalhavam por seu corpo, tentando devorar sua sanidade.

            Naquele momento, todos sentiram uma explosão de poder vindo da direita, e quando pausaram suas batalhas por um segundo, uma luz brilhante ofuscou a visão deles. A única cena que conseguiram capturar foi a de um raio verde de energia perfurando o prédio, fazendo toda a estrutura abaixo de seus pés tremer e ceder. O som ensurdecedor que veio após a luz os deixou ainda mais aturdidos. Quando abriram os olhos, a poeira ainda se dissipava no ar  e Victor havia desaparecido.

“H-hã? Cadê ele?!” Tao olhou em volta, confuso pelo súbito sumiço.

“Para onde levou o garoto?!” Kentas inquiriu furiosamente Rael.

“É óbvio que também não sabemos, imbecil!” o loiro redarguiu.

“O que significa isso? Querem tanto assim esconder aquele garoto de nós? Ele é tão importante assim?” Bertrand perguntou com um sorriso convencido.

“Nós não sabemos também!” M-21 rugiu irritado.

“Ele é nosso companheiro, qual seria o objetivo de usarmos um golpe tão poderoso contra ele?” uma gota de suor escorria na face preocupada de Takeo.

“Bertrand!” Lunark chamou “Eles não estão mentindo… O poder que sentimos antes não veio de nenhum deles… É improvável que eles tenham atacado um companheiro para usar isso como distração… Merda!” ela estalou a língua “Fomos todos enganados!”

            Ambos os lados recuaram e iniciaram uma batalha de olhares e pensamentos antes de decidirem o que fazer.

“Precisamos encontrar o Senhor Victor o mais rápido possível. Ou ele foi raptado, ou seguiu a pessoa que lançou aquele raio de energia… A primeira opção é a amis provável…” Tao franziu o cenho.

“Heh. Parece que não vamos ter tempo de encerrar nossos assuntos hoje.” Bertrand murmurou.

“Chamamos atenção agora, em breve os humanos virão e a União vai tomar conhecimento da bagunça que fizemos aqui!” Lunark bronqueou num tom frio.

“Humph. Vamos terminar nossa luta da próxima vez, então, humanos!” Kentas grunhiu novamente.

            Os lobisomens foram embora enquanto Takeo e M-21 olhavam os arredores, se perguntando o que teria acontecido com Victor.

“Aquela criança… Ele nos traiu…?” Tao engoliu em seco após o pensamento amargo, e balançou a cabeça em negação “De jeito nenhum. Ele não é assim, aguma coisa deve ter acontecido.”

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Yuri era bom em esconder sua presença, e ele estava na lista de pessoas interessadas em interrogar Victor, portanto, ele não poderia perder a oportunidade. A missão dele era descobri o porquê dos lobisomens terem ido à Coréia do Sul, não obstante, sua prioridade mudou depois de ver o rapaz de cabelos castanhos se transformando em lobisomem.

            No meio da luta, um sorriso astuto percorreu seus lábios. Aquele garoto era de fato um experimento bem sucedido, se ele fosse mesmo um, claro. Crombell certamente iria querer estudar a qual tipo de processo de modificação ele foi submetido.  E ele adoraria se o cientista o deixasse em paz por algum tempo, Victor seria como seu bode expiatório. Se Crombell se entretece com o garoto, Yuri teria mais tempo para falar com sua amada Seira.

“Vamos levar esta amostra experimental~” ele sorriu ardilosamente e seus olhos se estreitaram ainda mais.

            Reunindo seus poderes, ele lançou um raio de energia verde. A luz ofuscante forçou todos a fecharem os olhos. Ele agarrou a oportunidade e apareceu diante de Victor.

“Olá, se me der licença, vou te levar.” A educação dele o dava um tom sádico e vil.

“Quê-”

            Antes que o jovem pudesse reagir, um fino raio de luz verde perfurou seus pulmões, e ele perdeu a consciência devido à dor. Yuri sorriu segurando o garoto com um braço apenas, ajeitando os óculos com a mão livre, e rapidamente sumiu de vista. Quando a luz cessou, ele já não estava mais lá.

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Na casa de Frankenstein

“Mestre, eles não retornaram ainda… Devo-”

            A campainha tocou, interrompendo-o no meio da sentença. Raizel olhou para o monitor ao lado da porta, lá estavam Tao e companhia. Frankenstein abriu a porta, confuso.

“Tao… Por que está com Rael e Seira… Eles saíram com o Victor… E vocês estão machucados!” ele franziu o cenho, finalmente percebendo “O que aconteceu…?”

“Ah… Me perdoe…” Tao deu um risinho nervosa coçando  a cabeça “Chefe, na verdade…”

            No laboratório subterrâneo, eles contaram toda a história enquanto Frankenstein cuidava dos ferimentos deles. Raizel estava sentado perto do canto do laboratório, escutando a tudo, e Regis não pode evitar se sentir abismado.

“I-isso é verdade? Os lobisomens…?” o garoto de cabelos prateados engoliu em seco “Mas o que eles estavam fazendo aqui?”

“Provavelmente estão atrás do antigo Lorde deles, Muzaka, não é? Eles vieram em busca dele da última vez também…” M-21 olhou para baixo, ponderando concentrado.

“Nós sentimos muito, Frankenstein… Não sabemos o que realmente aconteceu com Victor…” Takeo se sentia deprimido.

“Do que está falando? Não foi culpa de vocês…” ele suspirou.

“Alguém o raptou na nossa frente.” Seira afirmou.

“I-isso é verdade, o bastardo usou uma técnica para nos cegar e sumiu com o garoto!” o líder  Kertia bateu os dentes.

“Eu já disse que não precisam se desculpar. Não acredito que teria sido diferente mesmo se eu estivesse lá.” Ele tentava apaziguar o sentimento de culpa deles.

“Mas, chefe… O senhor Victor estava gravemente ferido…” Tao tinha o semblante triste “Além disso, ele disse algo muito perturbador quando estávamos lutando contra aqueles lobisomens…”

“O quê?”

“Deve conhecer a quinta anciã, a mulher lobisomem e aquele que lutou contra nós, Kentas. Eles foram salvos pelo Muzaka um dia desses…”

“Sim.”

“Bem, o problema é que, havia um terceiro lobisomem chamado Bertrand, e o Senhor Victor disse que nunca ouviu falar dele nem o viu no futuro, mas ele reconheceu os outros dois…”

“Alguém que ele não conhece…?” o rosto do cientista loiro estava repleto de rugas, ele estava perplexo.

“…….”

            Raizel prestava atenção na conversa agora, e havia uma leve torção nas sobrancelhas dele enquanto escutava tudo.

“Isso só pode significar que… Mudou.” O usuário da dark-spear declarou.

“O que quer dizer?” Rael estava ansioso.

“Qer dizer o passado?” Regis estava impressionado.

“Sim. Se ele realmente ouviu sobre todos nós no futuro, ele deveria conhecer esse lobisomem, supondo que contamos todas as batalhas que enfrentamos nesta época… Contudo, se ele nunca encontrou ou ouviu falar deste homem, então… Significa que no passado dele, esse tal Bertrand nunca apareceu…”

“Isso é muito complexo, o que quis dizer?” o Landegre pediu para que ele parasse e diminuísse ao ritmo do diálogo.

“Isso implica que o fato dele e Maduke terem vindo do futuro alterou toda a linha temporal desta era, isso quer dizer que o futuro no qual ele vive e o futuro que teremos podem não ser mais o mesmo.” Ele ajustou os óculos, como um brilhante cientista.

“Espera, isso não significa que o Victor vai desaparecer? Se o futuro mudou, a existência dele poderia ser apagada deste mundo, certo?” os olhos de Tao quase pularam para fora quando ele completou sua linha de raciocínio.

“T-Tao…” Takeo disse num tom baixo de advertência enquanto olhava para a face inexpressiva de Frankenstein “I-isso não significa que ele desapareceu… Alguém deve ter mesmo raptado ele, então-”

“Eu sei que isso é possível, ele próprio estava ciente desta possibilidade por causa da interferência que exerceu nesta era… Não precisam guarder suas opiniões para si mesmos. Mesmo se ele tiver desaparecido, isso não muda o fato de que temos um inimigo do futuro aqui e outra porção de inimigos do nosso próprio tempo…”

            A face dele era séria e calma, e não havia sinais de preocupação na voz dele, mas eles ainda podiam sentir um tipo de tensão invadindo o ar. Era óbvio, não importando que expressão ele fazia, que não tinha como ele não estar preocupado com o próprio filho. Aquela farsa que ele nutria não passava de uma estratégia para acalmá-los.

            No momento seguinte, o ruído de uma cadeira sendo arrastada foi ouvido, e todos voltaram a atenção para a pessoa reclusa no canto da sala. Raizel estava de pé, com uma expressão sutilmente preocupada, mas era tão imperceptível, que eles podiam jurar que não havia nada escrito na face dele.

“Mestre…?”

“…….” O olhar dele pousou no servo, que suou apreensivo.

“Tem algo lhe preocupando, mestre?”

“Victor… Não está morto.” Ele declarou em seu tom usualmente sereno.

“……..”

            Os olhos de Frankenstein oscilaram e brilharam por um momento. Seus mestre estava tentando acalmá-lo? Provavelmente, afinal, as mentes deles estavam conectadas, claro que ele saberia as preocupações do servo. Antes que pudesse expressar qualquer palavra de gratidão, Raizel se pronunciou uma vez mais:

“Posso sentir a presença dele… Longe daqui…” ele fitou as paredes do cômodo, como se procurasse algum lugar do lado de fora.

“Raizel-nim, se nos der as direções, podemos ir!” Tao se animou.

“Sim, vamos procurar por ele!” Takeo também se entusiasmou com a ideia.

“Não podem, deem uma boa olhada no estado de vocês, estão feridos! Eu irei desta vez!” Regis os reprimiu, se oferecendo para participar.

            Frankenstein não sabia se devia se sentir feliz ou simplesmente admirado que eles estivessem investindo tantos esforços pelo garoto, e suspirou cansado. Depois disso, todos os espectadores no laboratório paralisaram quando Raizel voluntariamente caminhou até a entrada do local, e virou-se para trás, para encará-los.

            A expressão dele era vazia, mas seus gestos carregavam um simbolismo que poucos podiam compreender. Novamente, sentia-se grato pela preocupação que ele demonstrava apara com ele e com os outros. Rai tinha elegância em pedir que eles o acompanhassem.

“Noblesse-nim realmente merece o mais profundo respeito…” Rael estava maravilhado.

“….” Seira deu um leve e curto sorriso.

            Raizel saiu da sala e Frankenstein o seguiu, curvando-se educadamente para seu superior quando chegaram no corredor:

“Mestre, não deveria se incomodar com isso. Eu sozinho sou o bastante para procurar pelo Victor…”

“Frankenstein…” A voz de Rai estava plácida, mas havia um pequeno tom de consternação em sua voz “Ele me implorou para proteger todos vocês caso algo acontecesse… Mas ele nunca pensou na própria proteção enquanto lutava…”

“Sim… eu me recordo de sua conversa com ele, mestre…” ele ainda estava abaixado, e suas sobrancelhas se torcer em tristeza.

“A presença dele ainda está no ar…” ele fitou o servo com certa ansiedade.

“Eu entendo, mestre, irei com o senhor agora mesmo.” Disse determinado “Me perdoe port e fazer se preocupar com esses assuntos problemáticos…”

“…….”

            Um leve e melancólico sorriso apareceu nos lábios de Raizel por um breve Segundo, e depois ele continuou a caminhar. Regis e Rael queriam ir também, mas o cientista loiro recomendou que eles ficassem na casa, para proteger os feridos enquanto eles estivessem fora. Eles relutantemente aceitaram, mas estava explícito que eles não estavam felizes com aquela decisão…

            No meio da noite, a dupla de mestre e servo saíram para procurar pela criança desaparecida.

.

.

.

Laboratório do Crombell

            Yuri tinha um sorriso ardiloso no rosto. Ele derrubou o corpo de Victor no chão como se fosse um saco de farinha e pegou um lenço para limpar o sangue que tinha nas mãos, como se fosse algo impuro.

“Nossa… Senhor, foi uma longa viagem para trazê-lo aqui… O garoto continuava acordando,  por isso eu tive que tomar algumas precauções ou ele podia tentar fugir…”

            Crombell estava boquiaberto e aborrecido com a falta de maneiras do subalterno que acabara de jogar um corpo em seu laboratório. Era um adolescente de cabelos castanhos que tinha uma expressão dolorida e ferimentos por todo o corpo, incluindo os buracos na perna e torso que ele presumiu serem obras de Yuri.

“Qual o significado disso, Yuri?” ele inquiriu com uma expressão severa e um tom rígido.

“Oh, perdoe minha falta de educação, senhor Crombell…” ele limpou a garganta “Se lembra do garoto sobre o qual lhe falei? Aquele que eu não pude discernir se era um nobre, humano ou algo diferente…?”

“……. Sim. É esse garoto?” ele lançou o olhar para baixo, para escrutinar seu corpo.

“Bem, ele só transformou os braços como um lobisomem, no meio da luta, e pensei que seria interessante se pudesse vê-lo com seus próprios olhos ao invés dos meus relatos frívolos… Apesar de que, vou escrever um relatório apropriado agora, senhor.”

            Um sorriso nasceu no rosto Crombell, um bem assustador. Ele não poderia estar mais satisfeito com o trabalho do subordinado.

“Basicamente, me trouxe uma amostra?”

“Sim, senhor! Eu imaginei que ficaria feliz em vê-lo pessoalmente porque ele é uma criatura surpreendente…”

“Muito bem, você sabe mesmo como adular as pessoas, Yuri. Pode escrever seu relatório, vou estudar essa nova amostra que me trouxe…”

            O sorriso dele se alargou quando despachou o subordinado, que também parecia feliz, antecipando que seu chefe ficaria ocupado com o novo “brinquedo” que ele trouxe. A silhueta dele sumiu, deixando o cientista louco a sós com o rapaz do futuro. Claro, nenhum deles estava ciente da verdadeira identidade daquela criança; nem podiam supor que ele tinha vindo do futuro, mas por quanto tempo mais essa informação continuaria em segredo?

            Encarando ameaçadoramente o rapaz inconsciente, com um sorriso de um canto ao outro do rosto, Crombell pensava intimamente por onde deveria começar seus testes.

“Vamos investigar o seu corpo… Por qual processo de modificação você passou? Devo assumir que você é a criação dele? Posso sentir a aura dele emanando de você… Se você é algo que aquele gênio criou, devo aproveitar esta oportunidade para fazer do conhecimento dele meu, afinal, bons cientistas devem compartilhar seus conhecimentos uns com os outros, certo?”

            Que tipo de intenções corruptas ele tem para com o garoto? Ele irá descobrir a verdade sobre Victor? O que acontecerá se Crombell descobrir de onde vem o garoto…? Uma espiral de malícia se forma na cidade e os inimigos se juntam um após o outro… O que este futuro que se desenreda reserve para eles?


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