Mensageiro do Futuro escrita por Lady Pompom


Capítulo 17
XVII




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Havia focos de fumaça por todo o local e o som de pequenas pedras rolando pelo chão. Takeo usou sua visão aguçada, mas só conseguiu localizar os dois lobisomens de sangue puro que estavam tão estupefatos quanto eles.  Assim, depois que a fumaça sumiu, ele finalmente viu uma figura sobre a pilha de rochas. Ele sorriu esperançoso de que fosse o adolescente, mas sua vista se tornou uma imagem assombrosa quando a imagem do homem de pé ali ficou mais clara.

            Era Maduke. O sorriso impecavelmente ímpio dele estava estampado na face. Ele olhou para baixo, para o chão, com uma postura altiva e confiante. Victor estava soterrado sob os pedaços de concreto, apenas a mão dele podia ser vista para fora. O lobisomem do futuro agarrou o pulso de Victor com desdém e o puxou, levantando o garoto a uma altura onde seus olhos podiam se encontrar.

            O jovem ainda estava consciente, mas sua cabeça sangrava e ele não tinha mais nenhuma força restando, ele nem estava mais transformado. Uma careta se formou no rosto dele quando Maduke segurou no seu pulso, provavelmente era o braço quebrado dele. Mas os olhos dele não haviam desistido, a chama de determinação dentro de seus profundos olhos azuis ainda queimava, tremulando.

“Olhe só você… Esse estado deplorável combina bem com uma abominação como você…” o desprezo dele foi transmitido por meio de suas palavras e atos quando ele agarrou o pescoço do rapaz com a outra mão e o suspendeu ainda mais.

            Ele piscou quando sentiu um ataque vindo e pôs o corpo do garoto em frente ao dele. As balas que Takeo havia atirado atingiram as costas de Victor.

“Não!!” o homem de cabelos purpura gritou furioso.

“Ele o usou como escudo…?” Kentas engoliu em seco, sem acreditar no que via “Por que ele está fazendo isso…?”

“Ele vai matar o garoto…” Lunark estava perturbada, mas o que eles podiam fazer? Interferir era mesmo uma opção?

            M-21 disparou irado para atacar Maduke, mas parou quando o inimigo arremessou Victor em direção a ele, ele desesperadamente tentou segurar o jovem ainda no ar, o rapaz não podia sofrer mais ferimentos. Quando ele estava prestes a alcançar Victor e ajudar, o lorde dos lobisomens estava na frente dele, e o atacou com as garras. O homem de cabelos cinzentos foi atingido e sumiu do campo de batalha, e o vilão mais uma vez pegou Victor, lançando-o no chão.

            Tao e Takeo tomaram um impulse para atacá-lo, mas ele os tratou como insetos e agarrou cada um com uma mão. Empurrando as cabeças dele concreto adentro e chutando-os em seguida.

“Então, devemos continuar de onde paramos?” ele direcionou o olhar para Victor que estava quase inconsciente.

            Uma mão segurou no tornozelo de Maduke, era Tao, tentando impedi-lo. O lobisomem sentiu-se aborrecido com aquela impertinência e rapidamente se livrou do incômodo, pisando na mão de Tao, depois levantou-o o jogou em algum lugar longe dali onde não pudesse atrapalhar.

            O sorriso dele nasceu de novo no rosto quando segurou o pescoço de Victor, ele esperou por um longo tempo por uma oportunidade de torturar aquela criança e ver a expressão que se formaria no rosto dele ao ver tudo que ele amava sendo destruído. Todo esse ódio se condensava só pelo fato de que ele não conseguia aceitar a existência de Victor.

“Como eu havia dito… Vamos continuar de onde paramos…” ele levantou as garras afiadas “Eu vou rasgar essa sua metade desprezível…”

            O adolescente de cabelos castanhos deu um sorriso e um riso baixo escapou dos lábios dele. Maduke sentiu-se incomodado com o desinteresse dele quando estava entre a vida e a morte.

“Do que está rindo?”

“Sabe…” ele tossiu sangue antes de responder com um sorriso de escárnio “Estou rindo dessa sua luta fútil para me fazer desprezar o que eu sou… Nunca vou detestar isso. Eu não sou você…”

“Diga o que quiser, mas eu ainda me lembro do seu rosto quando viu minhas mãos cobertas com o sangue do seu parente…” o sorriso dele era desafiador.

            Uma palpitação estremeceu o corpo de Victor, como se um instinto adormecido estivesse despertando, as mãos dele tremeram e o semblante dele ficou tomado de fúria. As palavras vieram naturalmente para sua mente e seus lábios se mexeram por conta própria:

“Seu lixo!!” ele cerrou os dentes “Eu vou te fazer pagar por-”

            Antes que ele pudesse terminar a frase, o furioso Maduke usou as garras para sentenciá-lo à morte, entretanto, ao mesmo tempo, ele viu balas vindo pelo lado, e num piscar de olhos, desviou, ainda segurando Victor. Ele sorriu para o atirador cansado.

“Você continua interferindo… Não desta vez!”

            As mesmas balas que o atirador usou contra ele foram arremessadas de volta com o dobro de rotação, ele desviou, mas no instante seguinte, o lobisomem do futuro o encarava diretamente nos olhos, e o lançou para longe com um poderoso soco. Derrubando o corpo de Victor no chão, ele olhou de cima para o jovem derrotado e ergueu as garras para desferir o golpe de misericórdia.

“Hora de dizer adeus, sua coisa suja.”

            Os lobisomens assistiram abismados, os olhos deles não se moviam, mas isso não significava que eles tinham prazer em ver aquele massacre. Isso estava refletido nos olhos deles enquanto viam Maduke atacar consecutivamente, fazendo o chão se fender e nuvens de poeira pairarem no ar.

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Alguns minutos depois,

            Frankenstein chegou ao campo de batalha. Estava inteiramente destruído, havia poeira e destroços por todo o espaço do que costumava ser um arranha-céu. Os olhos dele olharam os entornos do local na busca por seus filhos, mas ele ficou perplexo ao ver os dois lobisomens de pé, observando algo com a face pálida e expressões espantadas. O que os faria ter expressões com tanto assombro? Eles não sentiam orgulho da coragem de seu povo?

            O olhar dele viajou ao mesmo lugar que eles observavam, Tao estava sentado no chão, com um ferimento no braço; Takeo e M-21 também estavam por perto. Os três estavam tão concentrados na cena que viam que sequer notaram a chegada de Frankenstein.

            Um riso baixo soou no local, surpreendendo Frankenstein. Ele fitou o dono daquela voz: o Maduke do futuro. O riso dele gradualmente se transformou numa gargalhada maligna. O loiro franziu o cenho com o comportamento estranho do outro. O que estava acontecendo ali? Ele teve estresse o suficiente por um dia, sem pensar duas vezes, ele lançou estacas negras em direção ao lobisomem que desviou, parando de rir com tanto afinco.

            O lorde deu um pulo para trás com seriedade, mas logo um sorriso se pendurou nos lábios dele ao ver que era Frankenstein, como se estivesse se deleitando com alguma piada que o loiro falhara em entender. Finalmente todos notaram a presença dele ali, os três humanos tinham olhares aterrorizados, fazendo o cientista ficar apreensivo. Os outros lobisomens também suaram bastante, como se tivessem visto algum fantasma.

“Posso saber o motivo de toda essa bagunça na cidade?” ele lançou um olhar desafiador “Vejo que esteve cuidando das minhas crianças…” ele disse dando um breve olhar para o trio humano. “Devo expressar minha gratidão?” a ira estava esculpida na face dele.

“Até o Frankenstein veio aqui…?” a quinta anciã ficava cada vez mais nervosa.

“Esse homem de novo…!” Kentas murmurou.

“Chefe…” a voz preocupada de Tao chamou a atenção dele.

“…….?”

“Nós…” as sobrancelhas dele se torceram num tom depressivo. “Nós sentimos muito…”

            Os olhos dele se abriram ao perceber o que aqueles olhares preocupados significavam. A vista dele pode identificar uma pessoa familiar caída no chão…

 Victor tinha metade do corpo coberta em destroços, ele definitivamente estava inconsciente, para dizer a verdade, ele nem parecia estar vivo, porque a metade direta de seu corpo estava coberta de sangue carmesim. Frankenstein encarou o filho caído enquanto emoções inacessíveis se agitavam em seus olhos que queimavam. A mente dele viajou para alguns dias atrás, quando ainda estava treinando o garoto e os três humanos…

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Alguns dias atrás,

Na ilha de treino

            Nos arredores do laboratório, lá estavam o cientista e seu filho meio-humano. Ele já estava segurando a dark-spear que perfurava o chão.

“Ora, ora, seus ferimentos se curam bem rápido… M-21 ainda está se recuperando do último treino, Tao e Takeo também…” ele tinha um sorriso maligno “Já que está tão saudável, pode se esforçar para adquirir um novo nível de poderes, certo?”

            Victor sentiu certa repulsa e um arrepio desceu sua espinha. Aquela sensação ruim indicava que seu pai estava prestes a mexer com ele de novo. Suas sessões de treino eram aterrorizantes, embora ele realmente aprendesse a lutar.

“Mas, antes disso…” a expressão dele era séria “Gostaria de te perguntar algo…” o cientista falava num tom incomumente severo.

“Vá em frente.”

“Por que voltou para cá sozinho? Acredito que meu eu do futuro poderia derrotar Maduke, certo?”

“Hm…” um riso afável escapou dos lábios dele, como se estivesse impressionado com a preocupação incomum do pai “Então era isso que estava te incomodando, pai…”

“Eu te fiz uma pergunta, responda direito, Victor.” Ele repreendeu.

“Desculpe, mas há uma boa razão para isso… Você com certeza teria viajado sozinho se pudesse, mas…” ele coçou o rosto, não muito disposto a contar “Eu vim aqui sem sua permissão…”

“Está confessando descaradamente que fugiu de casa?” o pai franziu o cenho impaciente. “Você tem ousadia pra contar isso sendo tão direto.”

“N-não foi bem isso…” ele gesticulou e pigarreou para explicar melhor “Na verdade…” os olhos dele tinham um brilho de tristeza. “Você estava ocupado cuidando do ajusshi e dos hyungs... Eles ficaram gravemente feridos depois da última luta contra o Maduke…”

“……!” as sobrancelhas dele se uniram ainda mais ao escutar as palavras do filho. “E quanto a sua mãe? Ela não se opôs a sua pequena viagem no tempo? Ou também não contou para ela?”

“Pra ser sincero, ela estava numa viagem para o exterior, lutando contra alguns inimigos… Maduke encontrou Tao, Takeo e M-21 ajusshi por acaso e lutou contra eles enquanto estavam no meio de uma missão de investigação, depois disso, você os ajudou e os trouxe para seu laboratório para ajudá-los, cuidando deles e eu estava tomando conta da Lizzy…”

“Lizzy…?”

Ele ergueu o cenho, Victor instantaneamente estapeou a própria testa, quando percebeu que acabara de ter um lapso e contara algo que não deveria.

“Ah… ” ele suspirou, mesmo se tentasse, não conseguiria esconder por muito mais tempo mesmo “É sua filha mais nova… E minha irmãzinha, Elizabeth.”

“Eu tenho uma filha também…?” ele pareceu um tanto surpreso, mas logo seu foco se voltou para sua primeira pergunta “Isso ainda não explica como veio parar aqui sozinho…”

“… Depois que você foi para seu laboratório, eu fiquei inquieto por conta da luta, então, eu deixei a Lizzy sob seus cuidados e saí de casa por um tempo, por coincidência, eu vi o Maduke e o segui, foi quando descobri que ele iria voltar ao passado… Ele queria destruir tudo nesta era por vingança, eu não tive tempo de hesitar, e eu o segui imprudentemente sem dizer nada para seus ‘eus’ do futuro…”

“……. Entendo…” ele respondeu vagamente, mas havia um indício de preocupação na voz dele “Acho que não temos escolha… Melhor aprender rápido a como usar seus poderes, criança.”

            A aura negra dele jorrava para fora fazendo Victor estremecer um pouco ao ver o pai se tornando insano, sorrindo como se ele se divertisse dando aquelas lições infernais.

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De volta ao presente,

“Takeo, 21, o chefe não está numa boa condição agora, temos que levar o Victor para longe daqui e administrar os primeiros socorros…”Tao instruiu preocupado.

“Entendido.” A dupla de humanos respondeu em um uníssono entristecido.

O usuário da dark-spear já estava ao lado do filho, tentando inspecionar se o garoto ainda estava vivo. O rosto de Victor estava pálido e ele não se movia nenhum centímetro, ele não conseguia escutar a respiração do garoto também. Metade do corpo estava completamente irreconhecível, e pela quantidade de sangue esparramada pelo chão, como um médico, ele podia dizer que as chances de sobrevivência eram mínimas.

Por quê? Por que o inimigo faria isso? Ele estava habituado à crueldade que seus oponentes demonstravam, ainda assim… Por quê? O que o filho dele havia feito para eles? Era inútil refletir sobre isso agora, para salvar a vida dele… Já era tarde demais.

“Victor…” os lábios de Frankenstein se curvaram para baixo enquanto sua voz interna tremulava numa angústia inconsolável. Ele firmou o aperto nos ombros do rapaz, mas era tarde demais.

“Eu estava ansioso para ver que tipo de expressão se mostraria nessa sua cara cínica…”Maduke comentou feliz dando um riso. “Essa coisa mestiça estava no meu caminho… Eu o dei uma boa lição sobre o que acontece com humanos insolentes, mas acho que ele não aguentou até o fim… Deve ser esse sangue impuro e fraco que o impede de se curar mais rápido.”

            A expressão de prazer misturado à ira e escárnio fez o riso dele soar como o de um lunático. O cientista loiro apoiou os ombros do jovem filho em um de seus braços, com uma ternura que ele demonstrava em raras ocasiões, enquanto isso Maduke tentava provocá-lo, mas os ouvidos dele não davam atenção ao falatório do inimigo. Ele colocou o corpo de Victor no chão, com cuidado, mas os olhos dele não paravam de fitar o garoto.

“Já chega!” o homem de cabelos roxos atirou forçando o lorde a se desviar.

            O sorriso no rosto do lorde dos lobisomens não sumiu desta vez, não importava o que eles fizessem agora. Os ferimentos de Victor não se curavam com a mesma velocidade que os de um puro-sangue, mesmo se eles tentassem ajudá-lo…

“Precisamos… Tirar ele daqui…” M-21 cerrou os dentes.

“Chefe, nós temos que-”

            Tao parou imediatamente e seu corpo inteiro se tremeu involuntariamente de medo, de fato, o ar havia se tornado mais frio e uma aura sinistra se manifestava, enviando calafrios para as espinhas de todos ali presentes, o sorriso de Maduke se desvaneceu ao ver a aura negra saindo do corpo de Frankenstein.

“…. Grrr…” o humano loiro anormal rosnou “Kwaaaaargh!”

            Algo estava errado, no momento em que ele usou os poderes, a matéria negra começou a se espalhar com uma agilidade incomum pelo seu corpo, tomando-o como se ele estivesse sendo consumido, num instante, o corpo de Frankenstein estava coberto de escuridão, ele havia sido dominado pelos poderes obscuros que habitavam dentro de seu corpo, incapaz de conter sua fúria, seus pulmões se encheram de ar ele lançou aos céus um berro atroz.

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Na casa de Frankenstein

            Regis e Rael estavam confusos, Seira tinha voltado, mas, Gejutel estava lá também?

 “O que está fazendo aqui?” o líder de cabelos prateados perguntou ao líder anterior aturdido.

“Regis, a Lorde me enviou para averiguar a veracidade do relato de Seira. Porém, há outros assuntos urgentes que precisam ser resolvidos agora.”

Frankenstein foi ao campo de batalha, mas, por que os lobisomens lutariam uns contra os outros…? Isso significa que o que o senhor Victor nos disse estava correto? A família dos lobisomens está dividida em duas facções?” o Landegre mais jovem franziu as sobrancelhas, preocupado.

“Aquelas bestas só ficam esperando por uma oportunidade de lutar! Sabia que eles nunca teriam honra como os nobres!” Rael reclamou irritado.

“Rael Kertia, cuidado com a língua.” Gejutel o repreendeu com uma postura austera “Lobisomens podem gostar de lutar, mas eles não são criaturas que possamos subestimar, eles puderam se ocultar dos humanos por séculos mesmo sem ter poderes de fazer os humanos se esquecerem deles e alguns têm o mesmo nível de poder que líderes de clã…”

            O líder do clã Kertia se encolheu um pouco, e a arrogância dele perdeu para a bronco do nobre mais velho. Os ombros dele caíram. 

“Eu irei ao campo de batalha. Não posso apenas sentar e esperar aqui, por favor, fiquem com o Raizel-nim.” O garoto de cabelos prateados estava motivado.

“Espere, o que pretende fazer? Não pode nefrentar os lobisomens ainda…!” o velho conselheiro advertiu.

“Mas-”

“Regis, eles não são oponentes contra os quais possa lutar, até mesmo líderes de clã mais velhos tiveram dificuldade em lutar contra eles. E aqueles que invadiram Lukedonia não eram tão fortes quanto estes que estão na União…” Gejutel argumentou.

            Regis só conseguia sentir ansiedade e resignação. Era verdade que eles não tinham noção da força real do inimigo, mas certamente ele não era forte o suficiente para desafiar os lobisomens ainda… E se sentia um tanto rejeitado, mas conseguia entender os conselhos de seu avô.

“O que devemos fazer, então…?” ele direcionou seu olhar para o noblesse, e os outros nobres também o fizeram.

            A face de Raizel não tinha expressão alguma; apesar disto, eles ensejavam por sua sabedoria que sempre os auxiliava nos momentos difíceis. Repentinamente, o semblante do homem de cabelos negros mudou, suas sobrancelhas se franziram de preocupação e ele se levantou num impulso, parecendo estar com algum problema. Alguma coisa muito séria tinha acontecido.

“Rai-nim, qual o problema?!”

Rael se engasgou exasperado. Se não fosse um assunto preocupante, o noblesse nunca teria agido dessa forma e demonstrado claramente suas emoções no rosto.

“Frankenstein…!” ele tinha uma expressão aflita.

            Os outros nobres presentes na sala estavam chocados. Era impossível. Algo tinha acontecido com o homem? Ele era tão poderoso, eles o conheciam! As teorias não faziam sentido até que eles sentiram uma grande explosão de poder. Mesmo sabendo que tinha vindo de muito, muito longe da casa, eles sentiram a vibração fria e sinistra.

“Esse poder é…” Gejutel se virou imediatamente com uma expressão grave.

“………”

            Os traços na face do noblesse mudaram novamente, o nobre que geralmente era estoico estava franzindo o cenho numa mistura de irritação e preocupação. Sem demora, seus pés o levaram até a entrada da casa.

“Raizel-nim, está indo para lá?” Gejutel estava espantado.

“……”

Ele lançou um olhar de perfil para o velho nobre de cabelos prateados. O seu olhar dizia que ele não permaneceria quieto dentro daquela casa, era hora dele intervir, porque uma vez mais que seu servo havia perdido para a escuridão dos próprios poderes.

“Eu compreendo, Raizel-nim…” ele se curvou com respeito e uma leve contrariedade que preferiu não dar voz no momento “Regis, Seira e Rael, vamos escolta-lo para o local.” Ele ordenou.

            Com rostos surpresos, eles trocaram olhares antes de se apressarem para seguir os superiores na porta, saindo da casa.

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            O poder imenso que ele liberava fazia o vento soprar violentamente. Havia uma cratera ao redor de Frankenstein, originada pela súbita explosão de seus poderes. Tao estava desesperado para resolver a situação, agora eles estavam num grande aperto!

“Frankenstein ficou insano… Agora ele vai atacar qualquer um no seu campo de visão…” a quinta anciã engoliu em seco se rememorando da primeira vez que lutou contra ele naquela forma.

“O que é esse poder desagradável…? Ele ficou fora de si?!” Kentas franziu as sobrancelhas.

            No instante seguinte, Frankenstein estava dando um soco no lorde dos lobisomens, a luta se iniciara. Maduke voou, e quando tentou parar seu voo livre, um corte feito de poder negro vinha em direção a ele, quando ele pulou mais alto, o mestre da dark-spear apareceu atrás dele, atingindo suas costas, fazendo-o cair e ser arrastado alguns metros antes de parar no chão.

            Tao correu para o lado de Victor se inspecionou o garoto da cabeça aos pés, metade do seu corpo estava irreconhecível, algumas mechas de cabelo cobriam o olho direito, seu braço esquerdo estava quebrado e o outro, teve a pele completamente arrancada, não iria se curar rápido. Ele sentiu pena do adolescente. Como alguém poderia ser tão cruel ao ponto de cometer um crime tão hediondo contra uma criança?

            O hacker sentiu um poder enorme vindo em sua direção e agilmente segurou Victor nos braços, pulando para longe do local, o poder tinha vindo do lorde dos lobisomens que quase atingiu o possesso Frankenstein.

“Chefe…” ele disse cheio de preocupação.

            Não tinha tempo para se preocupar com o cientista agora, sua prioridade era o rapaz meio-morto em seus braços. Takeo chegou para ajudá-lo.

“Tao, o que faremos agora? Precisamos tirá-lo daqui, mas…” ele fitou o mestre da dark-spear “Não podemos deixa-lo sozinho também…”

“Entendo seu ponto de vista, mas a saúde do Victor vem em primeiro lugar. O chefe pensaria o mesmo se estivesse consciente.”

“…….”

            O atirador tinha uma expressão melancólica que se transformou em determinação enquanto ele ajudava Tao a carregar o jovem. M-21 os acompanhava. Tao pensava num plano enquanto eles escapavam da colisão de poderes logo atrás.

“M-21, você ajuda o Takeo a carregar o Victor, vocês dois são mais rápidos que eu, vou ficar e tentar fazer algo sobre o comportamento do chefe. Chamem o Raizel-nim, ele vai saber o que fazer pra parar o servo dele. Chamar o avô do Regis ajudaria também, ele lutou contra o chefe muitas vezes, não foi? Ele deve ter alguma noção de como parar a fúria do chefe…”

            Ele cuidadosamente entregou o garoto nas mãos de seus amigos e se virou novamente para assistir ao combate bestial. Depois que o homem de cabelos purpura e o de cabelos cinzentos continuaram adiante para sair dali, dois inimigos aterrissaram na frente deles, bloqueando a passagem.

“Ei, aonde pensam que vão?! Hã?!” Kentas grunhiu.

“………..” Lunark permaneceu em silêncio, mas os olhos dele se tornaram afiados depois de ver o garoto quase morto nos braços de Takeo.

“Merda!” M-21 rugiu e lançou um breve olhar para Victor antes de se concentrar nos inimigos à frente.

            Uma gota de suor se formou na face de Takeo e M-21 ao sentir o peso da vida de Victor nas mãos deles. O nervosismos acelerou o ritmo cardíaco dos dois. O que eles fariam agora? seu chefe estava insano, Tao estava ocupado tentando pará-lo, e não havia ninguém por perto para ajudar. Será que o garoto morreria depois de tal humilhação?


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