Mensageiro do Futuro escrita por Lady Pompom


Capítulo 12
XII


Notas iniciais do capítulo

Sinopse: Victor foi sequestrado e virou um refém no laboratório de Crombell. Muzaka encontrou-se com o garoto e tentou descobrir as origens dele. O que acontecerá daqui em diante? O segredo de Victor será revelado para o pior inimigo possível?



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Victor recuperou um pouco da força. Crombell o visitou aquela manhã, mas, por alguma razão desconhecida, não fez nenhum experimento, simplesmente trocou algumas palavras com o rapaz.

O que irritava o garoto era o sorriso vil nos lábios de Crombell, cheio de presunção e prazer. Ele era muito diferente de Muzaka. O lobisomem nunca se demonstrou convencido quando o visitou, e a expressão dele deixava claro o quanto ele era contrário á ideia de manter Victor como um refém, assim, ele ganhou o respeito do jovem.

            Ele tentou se livrar das algemas especiais que restringiam suas mãos forçando-as. Fazia mais de um dia que eles estava lá e seria difícil mapear o laboratório inteiro; Todavia, ele encontraria um jeito de escapar.

Ele nunca teve que escapar do covil de nenhum inimigo antes, mas ele aprendeu uma ou duas coisas sobre o assunto das histórias do M-21, Tao e Takeo, mesmo estando longe dele, eles tinham dado conselhos úteis. Ele sentia falta deles agora.

            Forçou as algemas de novo, mas não parecia que iam quebrar, para o desânimo dele. Crombell o deu alguma substância que o fazia se sentir entorpecido, por isso ele não conseguia usar todo o poder que tinha, e também não podia se transformar. Quando tentou se libertar pela terceira vez, o som da porta automática se abrindo o assustou. Muzaka entrou no laboratório e direcionou o olhar para as mãos de Victor, e então, para os olhos dele, num tom preocupado.

“Ah-” ele ficou nervoso “Isso não é-”

“Não precisa me contar.” O lobisomem mais velho gesticulou um “pare” com a mão e sorriu constrangido “Vim lhe perguntar algo…”

            A expressão no rosto do homem de cabelos prateados era rígida e seu tom, severo. O comportamento de Victor mudou ao ouvir aquelas palavras. Um único pensamento cruzou a mente embaralhada do rapaz:

“Será que o Muzaka-nim descobriu algo sobre mim…?”

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            Frankenstein apoiou os pés no topo do edifício, o semblante dele estava sério e uma ira borbulhante se movia dentro dele ao olhar para a face de Crombell, sorrindo arrogantemente do outro lado do prédio. Eles caminharam um em direção ao outro, e a tensão se solidificou no ar a cada passo que se aproximavam. Quando havia apenas alguns metros de distância entre eles, pararam e encararam um ao outro.

            Crombell teve a audácia de iniciar o diálogo, convencido de que era ela quem tinha a vantagem no momento:

“Da última vez que nos encontramos, tudo procedeu muito bem, certo? Como tem passado desde então?”

“Não me convidou aqui para me perguntar como eu estava, eu presumo. Vá logo ao ponto.” Disse entredentes, estreitando os olhos, tentando decifrar a expressão do oponente.

“Um homem de negócios, eu vejo…” o sorriso dele se alargou “Bem, só estava ansioso para lhe contar sobre minha última aquisição…”

“………..” as sobrancelhas do loiro se franziram ainda mais, se é que era possível. “E o que isso tem a ver comigo?”

“Se acalme, vou chegar lá…” ele riu-se com a impaciência do outro “Para dizer a verdade, eu consegui um espécime interessante… Veja bem, ele me lembrou de você desde a primeira vez que o vi…”

“Espécime?” um brilho violento passou pelos olhos dele quando ele confirmou suas suspeitas, seria o Victor…?

“Ah, certo. Eu ainda estou confuso sobre como ele foi feito… A União não é capaz de criar algo tão perfeito como ele com o nível atual de conhecimento científico que possuem agora… Para completar, os poderes dele são bastante curiosos, sabe, ele tem a mesma aura que você, e você é a único pessoa que conheço que seria capaz de criar um experimento como ele…”

            Crombell pausou para analisar a expressão irritada de Frankenstein, o sorriso dele parecia degustar da expressão que via no rosto do oponente, e ele sabia exatamente como continuar após alguns segundos de silêncio:

“Eu não lhe contei a parte mais interessante ainda… Além do curioso fato de que ele possui os mesmo poderes que você, o corpo dele parece ser o de um humano comum, todavia, a aparência engana os olhos… Meu subordinado relatou que o viu transformando o braço como um lobisomem. Estranho, não é?”

“……..”

            O cientista da União conseguia visualizar o futuro no qual o mestre da dark-spear liberava a aura e destruía o prédio num só instante, ele se deleitou coma ideia de causar dano psicológico a Frankenstein apenas usando palavras, apresar de que isso era bem difícil.

“Acredito que ele seja um humano que foi submetido a alterações genéticas, mas o nível de transformação dele e seus poderes indicam que isso foi feito por alguém com muita experiência no campo, como você, por exemplo… Espero que não se sinta ofendido com isso…” disse com um sorriso cínico. “Eu creio que ele seja algo que você fez, certo?”

Um sorriso gradualmente se formou nos lábios de Frankenstein após ouvir Crombell tagarelar. O outro não poderia estar mais perplexo. O cientista da União tinha o mau hábito de pensar que tudo estava na palma das mãos dele; ainda assim, o cientista loiro sorria como se algo muito engraçado acabasse de acontecer. O aborrecimento na face do homem de cabelos grisalhos era evidente.

Uma gargalhada Sonora escapou involuntariamente (ou não tão involuntariamente) do mestre dark-spear. Ele simplesmente não podia conter o riso.  Ele levou alguns minutos para se recompor e a expressão de Crombell só se irritava mais com uma fúria crescente inchando dentro dele.

“Então, me chamou aqui para dizer que conseguiu uma nova cobaia?” ele brincou “Bem, não posso dizer que não sei de quem você está falando, e não posso dizer que está completamente errado também…” ele pôs uma das mãos no queixo, admirado “Acho que pode-se dizer que eu o ‘fiz’ de certa forma…” ele riu se divertindo com a situação “Mas, está mesmo esperando que eu lhe diga que ele é algum tipo de experimento secreto ou algo do gênero?” o olhar dele pousou no velho maligno.

            Crombell estava mais confuso do que antes, ele não sabia o que o loiro queria dizer, e os planos dele estavam começando a falhar. Se ele pretendia impressionar e pegar Frankenstein de surpresa, foi ele quem foi pego de surpresa. O que o homem sabia que ele não tnha descoberto ainda?

“Bem… Vendo o sucesso do experimento, imaginei que teve participação nisso…” ele tentou manter a calma “Então ele é um dos seus subordinados? Eu sei que M-21, Tao e Takeo estão com você, você realmente gosta de colocar experimentos sob seus cuidados, não é?”

            As palavras dele estavam começando a soar mais ácidas e mais agressivas que o normal e Frankenstein sorriu com satisfação. Ele estava irritando Crombell e isso soava aprazível, o cientista malévolo merecia uma dose do próprio veneno.

“Se quer tanto saber, por que não o pergunta em particular? Não está com ele…?”

            Um olhar zangado mudou a expressão de Crombell  quando ele ouviu aquilo. Do jeito que Frankenstein agia, ele não se importava nenhum pouco com o garoto, o que não era verdade. O homem de cabelos cinzentos foi forçado a ponderar profundamente sobre a situação:

“O garoto não é importante para ele? Isso significa que ele é um experimento falho? Não, mesmo se fosse falho, esse homem modificou até mesmo M-21 que era aparentemente uma falha e o fez se tornar um experimento bem sucedido… O garoto deve ser algo mais… mas porque ele age como se não se importasse? Ele está tentando esconder algo de mim? Tem definitivamente algo estranho aqui.”

            Depois de pensar cuidadosamente, o cientista tentou outra estratégia para convencer Frankenstein:

“Não o quer de volta?”

“Oh, isso é uma ameaça? Vai fazer alguma coisa se eu disser que não o quero?” ele sorriu, brincando com as emoções do inimigo.

“Suponho que ele não seja de extrema relevância para você, mas, não é um tanto cruel deixar uma criança sozinha nas mãos do inimigo? Pensei que fosse mais sensível com seus sujeitos de estudo…” ele ajustou os óculos.

            Crombell sentiu que havia algo for a do lugar, Frankenstein nunca agiu daquele jeito quando ele capturou as crianças. Será que ele estava tão desesperado para tirar a atenção dele das crianças que nem se importava se ele capturasse uma cobaia? Além do mais, quando ele fez os experimentos no garoto e como? Pelo que ele se recordava, ele nunca havia visto o garoto no grupo de Frankenstein antes. Suas dúvidas só aumentavam, e ele mal podia esperar para dissecar o rapaz e sugar cada gota de conhecimento do seu rival uma vez mais.

            Ele fitou o loiro, pensando em como deveria continuar aquela conversa, Frankenstein era astuto o bastante para enganá-lo. O celular dele vibrou, interrompendo o fluxo de ideias. Ele maldisse quem quer que o estivesse chamando num momento crucial, virando-se de costas para atender a ligação.

“Por que me chamou?”

[Chefe, tenho más notícias… O garoto que lhe trouxe para fins de pesquisa, ele… Escapou.]

            O homem de cabelos brancos estava chocado ao receber a notícia de Yuri. Como? Ele havia drogado e se certificado de que o garoto não acordaria. Ele não devia ser capaz de escapar sozinho. Ou será que foi um erro de cálculo? Ele não havia presenciado o potencial do jovem, principalmente porque tentava descobri por quais processos de modificação o jovem tinha passado.

“Entendo. Retornarei imediatamente.”

            Frankenstein ouviu apenas o que Crombell disse, mas podia dizer que o cientista da União estava abalado com o que quer que tenha ouvido. Um sorriso se desenhos em seus lábios ao ver que o inimigo começava a demonstrar fissuras na armadura de tranquilidade que vestia. O velho cientista encerrou a chamada e disse num tom sério:

“Se me der licença, parece que um assunto urgente surgiu e preciso voltar, podemos continuar essa conversa outra hora…” ele sorriu diabolicamente.

            No instante seguinte, ele não estava mais lá, deixando Frankenstein sozinho no topo do prédio. Enquanto o vento soprava, uma mudança drástica ocorreu no rosto do loiro, ele contatou Tao imediatamente:

“Tao, não sei exatamente o que houve, mas algo aconteceu no laboratório de Crombell. Vou segui-lo...” as palavras graves e o tom ditatorial assustaram Tao.

[Chefe?]

Ele cerrou os punhos  e a aura negra que estava sendo restringida dentro de seu corpo flui ameaçadoramente.

[Mas, chefe! É imprudente ir assim! Sei que é forte, mas-]

“Essa é a chance perfeita. Crombell estará ocupado com alguns problemas, preciso ir agora ou ele verá muitas coisas que não devia sobre experimentação humana e genética de híbridos…”

            A severidade na voz dele fez um calafrio percorrer a espinha de Tao do outro lado da linha.

[H-hã… Então o senhor Victor está… Com ele?] ele arriscou perguntar.

 “Ah, sim. Eu vou buscar ele durante essa missão…” o sorriso demoníaco dele fez Tao sentir mais frio que o normal de novo.

[Entendido, chefe!]

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No laboratório de Crombell

            Muzaka estava lá, de pé na entrada do local onde Victor estava. Agora, tudo que restara do antigo laboratório era uma complete bagunça e não havia sinal do refém por perto. Destroços estavam espalhados por todo o local, havia cabos elétricos partidos jogando faíscas por todo o lado, computadores destruídos e muita fumaça flutuando no ar, vinda do fogo gerado pelos cabos partidos.

            Yuri chegou acompanhado de muitos soldados para conter os estragos e eles começaram a organizar o que podiam, iniciando com a tarefa de cessar o fogo que destruía o maquinário.

“Muzaka-nim, o senhor está bem?” ele perguntou apreensivamente.

“Sim.” A resposta dele foi tão vaga que o loiro demorou alguns segundos para interpretar aquilo como uma afirmação.

“Viu o que aconteceu aqui? Como aquele garoto conseguiu fugir? Depois de todo o trabalho que tive para trazê-lo aqui…” o homem de óculos franziu o cenho indignado.

“Não, eu não o vi… Quando eu cheguei aqui, o local já estava nesse estado…”

            Era uma mentira. Yuri sentiu que havia algo perturbador no tom e nas palavras que ele usou, ele foi frio, mas o que ele disse fazia sentido. Então por que ele estava de pé ali, apenas observando o lugar? Talvez ele quisesse falar com o garoto já que ele era um lobisomem também?

“Pode ir agora, vamos assumir a situação agora…” ele sorriu como um comerciante e deu a dica para que o Lorde saísse.

            O antigo Lorde dos lobisomens ouviu à sugestão e foi embora, mas a mente dele ainda estava naquele lugar, isso porque, menos de uma hora atrás, ele estava falando com o fugitivo:

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            Victor engoliu em seco nervoso quando o Lorde dos lobisomens o encarou com uma expressão austera. Ele tentava correr, mas com aquele homem ali, era fútil.

“Crombell quer te estudar porque tem a hipótese de que você é um experimento…” ele suspirou “Eu sei que não é.”

“…………….” A tensão só cresceu quando ele escutou aquela frase, e ele desviou o olhar do lobisomem.

“Só vai piorar a situação, porque um cientista como ele terá em mãos um conhecimento que não devia. Não é justo te usar para estes fins.”

“Ele não liga pra isso…” o rapaz de cabelos castanhos rosnou enfurecido “Mas as consequência não ecoarão apenas do meu lado, tenho certeza de que sua família não ficará feliz também, Muzaka-nim…” ele olhou para o lobisomem, determinado.

            Por um momento, a face de Muzaka estava petrificada, mas logo um sorriso suave apareceu nos lábios dele.

“Vejo que é uma criança saudável. Não sei quem você é de verdade, mas isso não é importante agora…” ele se aproximou “Tem coisas que eu não posso permitir que aconteçam…”

            O lobisomem fez as garras crescerem e as usou para destruir as paredes e equipamentos do laboratório todos de uma vez só, depois disso, hele quebrou as algemas especiais com as mãos nuas, Victor estava surpreso e sem palavras, ele trocava plhares entre as mãos livres e o lorde dos lobisomens que deu um passo para trás e continuou a sorrir com um ar melancólico.

“Eu disse que não me intrometeria nos assuntos dele, mas não posso permitir que ele machuque alguém da família… Deveria ficar orgulhoso que há duas metades diferentes unidas dentro de você, mais do que uma maravilha da ciência, é um milagre.”

“…. Muzaka-nim…”

“Agora, você devia ir… Tenho certeza que ouvi você chamado por seu pai agora a pouco… Você tem uma família para a qual deve retornar, certo? Rápido, os humanos chegarão em breve…”

            Ele estava muito perturbado e confuso, por que o lorde o ajudaria? A gentileza e arrependimento que ele tinha para com a família eram infinitos. Muzaka se arrependeu porque eles tinham enveredado pelo caminho errado por causa dele. Victor podia sentir isso nos olhos entristecidos dele. Ele precisava deixar aquele lugar, mas desejava, do fundo do coração que ele tivesse mais tempo para falar com aquela pessoa depois.

O jovem levantou-se e se curvou obtusamente, depois disso, fugiu, olhando para trás, para o lorde dos lobisomens, sentindo um aperto no coração. Ele estava do lado do inimigo, mas não era uma má pessoa. O jovem queria contá-lo muitas coisas sobre o futuro, mas não tinha tempo para isso… Virando-se para olhar para trá suma vez mais, ele fitou os olhos do outro lobisomem:

“Muzaka-nim… Eu agradeço pelo que fez… Sei que não devia conta-lo isso, mas… Considere como um sinal de minha gratidão…” ele disse com a voz apreensiva e consternada.

“Hm?” o outro estava confuso com a súbita pausa do garoto.

“É sobre a Ashleen…”

            Um brilho oscilante de tristeza misturada a ódio surgiu nos olhos dele, e sua expressão mudou. Por quê? Por que o garoto estava falando sobre a Ashleen? O que ele poderia saber? Os punhos dele se fecharam involuntariamente, era doloroso para ele, seu coração se sentia quebrado a cada vez que ela era mencionada, a sua filha única que ele nunca veria novamente.

“É sobre o que aconteceu com a Ashleen enquanto você estava adormecido…”

            Quando Victor terminou a frase, Muzaka estava completamente sem ação. Como? Como ele poderia…

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Na casa de Frankenstein

            Tao apressadamente adentrou a sala de estar com os olhos quase pulando para fora. Todos olharam para ele na expectativa de uma boa explicação.

“Tao, qual o problema?” Takeo perguntou num tom calmo.

“O chefe está indo para o laboratório do Crombell! Victor está lá! O Crombell o raptou!” ele resumiu nervoso.

“Crombell…” M-21 cerrou os dentes “Não foi suficiente brincar com as crianças, aquele cientista tinha que sequestrar o filho do Frankenstein…”

“Então, precisamos tomar alguma ação!” Regis se levantou impulsivamente.

“Esses humanos sujos da União, eles continuam usando táticas tão sujas!” Rael grunhiu.

            Um discussão acalorada começou. Eles estavam no limite, estressados sem saber o que fazer, mas a briga deles cessou quando certo indivíduo agiu. Cadis Etrama di Raizel se levantou elegantemente, com as sobrancelhas franzidas, os corações deles quase pararam.

“Ele vai fazer alguma coisa?” M-21 suou com o pensamento.

“Noblesse-nim vai agir, finalmente?” o líder dos Kertia estava ansioso.

            Até Seira era afetada por Raizel, ela o fitou, com curiosidade e trepidação.  Tao de um risinho nervosa antes de coçar a cabeça e inquirir:

“Raizel-nim, virá conosco?”

“…………”

            Ele encarou Tao com uma expressão sem emoção, então, voltou o olhar para Seira que se assustou um pouco.

“Ramen!” ele exigiu num tom educado e claro.

“Vou fazer agora mesmo.” Ela se curvou levemente e foi para a cozinha.

            Os olhos dos homens da casa escureceram ao ouvir aquilo, perplexos e aturdidos ao mesmo tempo.

“Ah… Ele não vai vir conosco, então?” M-21 estava confuso.

“Acho que ele está tentando dizer que não deveríamos nos preocupar com o Frankenstein…?” Takeo arriscou dizer.

“Ele estava com fome…?” Rael tinha interrogações acima da cabeça.

“Devemos esperar?” Regis sentou-se no sofá de novo, tão intrigado quanto os outros.

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            Frankenstein pulava de prédio em prédio sob o céu da noite. Havia aborrecimento estampado na face dele enquanto ele tentava rastrear a presença de Crombell. A situação enervante e instável só piorava a cada minuto. Os saltos dele cessaram bruscamente quando ele sentiu uma presença se aproximando, contudo, não podia ser verdade. Aquela presença era…

“Victor?!”

            A pessoa que vinha em direção a ele era ninguém menos que seu filho. O adolescente estava cansado de alguma forma, e ele estava visivelmente incomodado ao avistar o garoto em sua linha de visão.

“Pai? O que está fazendo aqui?” o garoto tinha uma expressão questionadora.

“Eu quem deveria estar perguntando… Como você…?” ele franziu o cenho, perplexo com os próprios pensamentos.

“Bem… É uma longa história… Se importaria se eu lhe contasse a caminho de casa?”

“Certo…”

            Ele fitou o jovem com um olhar áspero, dos pés à cabeça, e Victor se perguntava se tinha dito algo errado. O adolescente estremeceu um pouco, pensando que o pai iria dar alguma bronco nele do nada.

“Parece que ele não está ferido…” o loiro pensou internamente, deixando escapar um suspiro de alívio.

“O que foi?”

“Nada. Vamos… Todos estavam preocupados com você… E se prepare para ouvir meu sermão depois do jantar, pirralho.” O tom grave e o olhar mortífero que ele lançou fizeram o garoto ter calafrios por toda a espinha.

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            Quando eles chegaram, todos estavam sentados à mesa de jantar, e encararam o par de pai e filho que entravam na casa.

“Chefe! Victor!” Tao pulou do assento eufórico. “Está bem, senhor?” ele se aproximou do adolescente com um tom levemente preocupado.

“Você foi sequestrado pelo inimigo naquele dia… O que houve desde então?” Takeo perguntou sentindo-se culpado pelo fato de que não conseguiu ajudar o garoto.

“O Crombell fez alguma coisa com você?! Aquele cara é desprezível!” M-21 fechou os punhos irado.

            Uma balbúrdia teve início na casa e Frankenstein suava frio vendo a comoção desnecessária ocorrendo. Então, uma voz interrompeu o reencontro deles.

“O ramen…” o timbre insípido de Raizel os surpreendeu e eles se viraram para fitar o vampiro pacífico. “… Vai esfriar.”

            E os fitou, e voltou a olhar a tigela de ramen, se concentrando intensamente fazendo a cena ficar estranha. Eles levaram alguns segundos para interpretar as palavras dele e depois se acalmaram.

“A-ah, claro, vamos comer!” Tao exclamou animado.

“Ele está esperando o ramen inchar de novo?” M-21 perguntou descrente.

“Acho que sim…” Takeo também respondeu sem acreditar no que via.

“Ah, Mestre…” Frankenstein suspirou aliviado enquanto pensava em seu âmago “O senhor está nos dando as boas vindas por termos voltado…” ele sorriu orgulhoso.

            Victor e Regis tinham o mesmo brilho de admiração nos olhos quando fitaram o Noblesse.

“Ah… Incrível!” Regis pensou.

            Victor sorriu e o que quer que estivesse pesando em seus ombros, sumiu. Aquela família não tinha mudado, nem naquela época, nem no futuro… Eles continuavam os mesmos de sempre, isso era reconfortante.

O que ele precisava proteger estava bem diante de seus olhos.


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