Gentleness escrita por U can call me A


Capítulo 17
Amigos (ruins) e piores amigos




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Mo não estava desconfortável como esperava, mas ainda tinha aquele incômodo de “Será possível que as pessoas perdem uns neurônios ao começar a namorar?” Isso porque Ephir e Nante pareciam ter um brilho ao redor deles, e ela estava quase ficando cega.  

Depois das aulas, ela já não aguentava mais e foi logo buscar a irmã. Ephir disse que sua mãe iria demorar pra vir, então acompanhou ela. Nante não queria ficar sozinho, então grudou neles. 

Ah, os desesperos de alguém cujos dois únicos amigos se transformaram num casal. Só perder neurônios pra explicar essa falta de noção de certas pessoas. 

A irmãzinha dela parecia ser mais sensível que eles. Ao ver a cara de Mo, ela puxou a blusa dela indicando pra se abaixar, e sussurrou quando a mais velha obedeceu: - Sabia que eu posso jogar uma pedra em alguém se você precisar? Um pai aí tava falando que só pessoas puras podem jogar pedra nos outros, e num outro dia ele também disse que só crianças são puras... 

Morgana só pôde pensar “Esses pais de hoje em dia”, enquanto negava com a cabeça e afagava a cabeça da pequena sob o olhar curioso de Ephir. Os olhos de Nante estavam vidrados no namorado, como era de se esperar. Querendo desviar os olhos dos coraçõezinhos ao redor deles, ela acabou olhando pro banco que havia sentado com Anne antes. Suas pálpebras se estreitaram com a memória. 

— Mo? – Ephir percebeu a mudança de expressão e chamou. 

— Não é nada... Vamos indo? Se eu perder a hora o motorista vai embora. – Ela mudou de assunto, pegando a irmãzinha pela mão. 

— Ah, claro. – Ele estranhou um pouco, mas começou a andar com ela, pegando Nante pela mão. Este último sentiu o coração bater forte contra o peito com o gesto inesperado, mas Ephir, ao olhar pra ele, pensou que ele estava preocupado que alguém mal intencionado fosse fofocar pra sua família e causar problemas, então soltou. Nante imediatamente fez uma cara de cachorrinho abandonado, e Ephir riu ao se dar conta que se enganou. Seu namorado ficou emburrado, pensando que estava sendo zombado, mas se amoleceu em instantes quando recebeu uma piscadela. 

Mo rolou os olhos. Queria mandar eles pro espaço, mas nem precisava, os dois estavam no próprio mundinho. Vê? É isso que ela queria dizer com corações pra todo lado. Pra uma pessoa solteira, um casal meloso pode muito bem se comparar com um circo de horrores. 

— Ephir. – Ela interrompeu o clima. – Eu não ia mencionar, mas uma certa pessoa veio me dizer umas coisas enquanto você estava de atestado. 

As sobrancelhas dele tensionaram. 

— Anne? – Ele procurou a resposta nos olhos dela, com urgência. Mo não precisava se virar pra imaginar que Nante não estava sorrindo de felicidade, também. - O que ela queria com você? 

— Ela não queria algo comigo. Quando nos encontrarmos, ela estava com Lori. Não, não sei o que ela queria com ele, mas essa criaturinha aqui levou ele pra brincar e eu enfrentei ela... Aquela doida, não entendi nada do que ela disse. Coisas sobre mundos, alienígenas, espaçonaves... Só que parecia ser alguma representação dela pro passado de vocês, acho. – A garota massageou uma têmpora com a mão livre. Sua irmãzinha se deu conta que foi mencionada e abriu um sorriso para os garotos, como se tivesse ganho uma medalha. 

— Aposto que ela se vitimizou. – Nante bufou. A sensação era de ter chupado um limão. “Ela passou tanto tempo distante, por que só fazer algo agora?”, era uma pergunta que estava escrita na testa dele. 

— É, ela se vitimizou. – Mo assentiu. 

— Obrigado. – Ephir disse pra ela, afagando a cabeça de sua irmãzinha. – Ela deve ter percebido que mudei recentemente. Descuido meu, desculpem. 

— Desculpar pelo quê? – O moreno perguntou. Mo estava encarando como se quisesse perguntar isso também. 

— Eu não me dei conta que ela estava me observando. Eu pensava que ela tinha desistido de mim... Nem eu esperava que ela fosse ser possessiva até com algo que descartou. – O de cabelo caramelo olhou pro chão. 

Os outros dois amigos trocaram um olhar. A menininha no meio olhava pra Ephir, confusa. 

— Não é sua culpa que ela seja uma pessoa assim. – Nante passou o braço pelas costas dele, e o incentivou a continuar andando. Mo começou a andar também, tomando o outro lado de Ephir. 

— E se for? - Ephir murmurou, e quando ele levantou os olhos pra olhar para o outro, este pôde ver a dor que ele estava tentando esconder. 

— Não é. Ephir, ela é um ser humano responsável pelas próprias ações. Mesmo que alguns acontecimentos tenham influenciado as escolhas dela, no final das contas a essência que decide. - Mo deu uma cotovelada nele. Não recebeu nem um ai de resposta, mas sentiu uma pontada no coração com a cara que ele estava fazendo. 

No fundo, Morgana era muito grata que sua irmãzinha já estivesse acostumada a ignorar Ephir. De vez em quando, Mo dizia que ele era um bocó que só sabia estudar, pra ter certeza que a pequena não seguisse mais exemplo dele do que necessário, como Lori, o que vinha a calhar no momento. Uma discussão muito profunda sobre problemas emocionais de Ephir e a menininha estava olhando para os canteiros de flores. 

De qualquer forma, o adolescente problemático não parecia muito convencido. 

— E... - Mo continuou, procurando as palavras certas. - Se eu não me engano, ela já tinha uma essência imoral bem antes de nos conhecermos. 

Ephir desviou o olhar. 

Se Anne tinha sido imoral, então ele também não se salvava. Ainda estava custando pra superar seu egoísmo, e há pouco tempo atrás estava considerando manipular alguém por seu próprio entretenimento. Se Mo dissesse “Diferente de você, ela não mudou”, ele iria se sentir pior ainda. Porque ele não tinha mudado. Ele tinha quase destruído Nante, não tinha? Era aterrorizante pensar que se tivesse recebido o empurrão certo, teria feito com ele as mesmas coisas que Anne fez. 

Nante observou em silêncio o rosto de Ephir empalidecer enquanto andavam. Mo estava falando algo com a irmã, mas se tivesse visto, ela saberia o que estava se passando em sua cabeça. 

E assim eles chegaram na entrada. Por causa da pressa, Mo passou pelo portão direto e levou um susto a ponto de dar um pulo pra trás quando viu aquela criatura maligna, sentada num dos bancos do lado de fora da escola. Sua irmãzinha também não tinha uma memória tão ruim, e ao reconhecer a garota loira, fez cara feia. 

— Mo? - Nante, que tinha ficado pra trás tentando arrastar Ephir pra se despedirem, só conseguiu ver a silhueta da amiga dando um pulo. 

Mo queria dar meia volta e tentar ir por outra saída, mas aquela era mais conveniente pra chegar no local de espera de seu transporte. Antes que decidisse, Anne se levantou para ver se Ephir estava por perto. Sua dedução foi provada certa quando seus olhos bateram no garoto de cabelo caramelo. 

— Ephir. – Ela disse, como se falar o nome dele fincasse sua presença ali para que não fugisse. Obsessão brilhava em seus olhos castanhos avermelhados. 

Ephir ficou em silêncio. Olhando para ela. Sem recuar.  Ao vê-lo imóvel, Nante pensou que ele não estava aguentando um segundo confronto. Ele não sabia se devia puxá-lo pra longe ou se culpar de ainda não ter feito isso, quando Mo se colocou na frente de Anne. 

— Você ainda não se deu conta que ele não quer falar com você? – Se sua irmã não estivesse ali, ela não teria conseguido se segurar de dar pelo menos um pisão no pé da outra. Algumas pessoas passando pra irem embora sentiram a hostilidade no ar e se prepararam pra assistir uma briga. O senhor que vendia pipoca perto da saída ganhou mais alguns pedidos. 

Ephir, que percebeu que estavam chamando atenção, disse: 

— Mo, você vai se atrasar. 

— Mas... 

Ela não ia. Tinha dito isso só para escapar da melosidade do novo casal. Agora não podia deixar a irmã de lado pra entrar numa briga, também. Ephir continuou encarando e relutante, ela assentiu. Deu um abraço nos dois amigos e lançou um olhar para a loira. Anne parecia entediada. As pessoas que estavam torcendo por “treta” começaram a ir embora. 

Só com um pouco mais de atenção ela pôde perceber que estava sendo mais desprezada pela outra que antes. Teria sido por abraçar Ephir? Mo deu um pequeno riso satisfeito e foi embora com sua irmãzinha. Não queria, mas foi sensata. 

Anne sabia que era melhor não reagir a provocações e forçou um sorriso. 

— E somos só nos de novo. – Ela concluiu, se aproximando do casal. Um broche de alienígena prendia parte de sua franja, enquanto os fios soltos caiam sobre um dos olhos. A impressão que a sombra em seu rosto dava era um tanto intimidadora. 

— O que você quer? Pare de nos encher. – Nante retrucou. 

— O que eu quero? Isso deveria ser óbvio. – Os olhos dela apenas se moveram até Nante para capturar a expressão dele no momento em que ele se desse conta o quão estúpida tinha sido a pergunta. Ele só manteve a expressão de nojo. Ela tomou um ar ofendido ao se virar para Ephir, as sobrancelhas levantadas e um sorrisinho. – Ei Ephir, você realmente tem amigos muito bons que falam por você, não é? Talvez esteja tão acostumado que não consiga mais falar nada. 

— Você... - Nante disse, entre dentes, e começou a tentar tirar Ephir pra longe dali. No entanto, esse não se movia, continuava encarando Anne com uma expressão indiferente. Ele nem pareceria estar ouvindo o que ela estava dizendo se não estivesse todo tenso. Por fim, ele apertou os lábios e soltou um suspiro. 

— Anne. - ele riçou. - Se você quer tanto falar comigo, não faça isso no lugar mais movimentado da escola. - dito isso, ele deu as costas pra ela e foi embora, puxando a camisa de Nante para arrastá-lo junto. 

As pessoas que compraram pipoca para ver a briga estavam visivelmente decepcionadas. 

— Huh, Ephir... - O namorado dele murmurou, confuso, enquanto Ephir apressava mais e mais o passo. 

— Você vai mesmo me deixar falando sozinha? - Anne seguiu eles, e elevou a voz para que ele ouvisse apesar das várias vozes dos alunos indo embora e da distância entre eles. 

— Essa também é uma boa ideia. - Ephir respondeu, sem realmente se preocupar dela conseguir ouvir ou não. Mas Nante com certeza ouviu, e além de confuso, estava chocado. E feliz. Mas principalmente chocado. 

Algumas alfinetadas depois, eles chegaram nos bancos perto da piscina. Era um lugar mais isolado, o que deixava Nante com um mal pressentimento, mas o garoto que o havia arrastado até ali apenas lançou um olhar para a câmera e soltou a camisa do outro que tinha até esticado durante a fuga. Ele contou os segundos. 

Anne se aproximou. A perseguição havia desajeitado um pouco seu cabelo e sua respiração, mas fora as bochechas rosadas, ela mantinha um sorriso triste. 

— Fugindo de mim? - Perguntou. 

— Não. Nunca fugi, na verdade. Você que me descartou. 

— Mas eu já disse... - Ela deu um passo pra frente, e Nante se lembrando da última vez que ela tinha chegado muito perto de Ephir, se colocou no meio. 

— Por favor, não chegue perto do meu namorado. - O mais novo resmungou, trocando faíscas com Anne. 

— Oh? Namorado? Então você não consegue nem permanecer do lado dele sem satisfazer suas segundas intenções. - Ela riu, elevando as mãos num sinal de rendição, mas não dando pra trás o passo que havia tomado. Nante tensionou. - Parece que foi você que me descartou, Ephir. O nosso laço era algo que só se tem uma vez na vida, que deveria resistir e só se tornar mais forte com as dificuldades, mas veja só... 

— Pare de tentar inverter a culpa de tudo pra mim. - Ephir levantou a voz. Ele estava tentando parecer indiferente ainda, mas seu rosto dedurava o quão triste a conversa o fazia. - Eu sei que eu fiz coisas ruins com você e você fez piores ainda comigo. Mas você nunca, nunca, assume os seus erros. Você sempre coloca um “mas”, e Anne, nós não vamos chegar a lugar nenhum com essa conversa se você fizer isso. 

Ela congelou por alguns segundos, e quando se recuperou, seus olhos estavam marejados. 

— Eu não estou invertendo culpa. Eu confiava tanto em você, mas você não se importou comigo e ganhou a bolsa, e então me abandonou repetindo de ano... - ela se abraçou numa tentativa de parar de tremer. 

O corpo magro tremendo dela parecia que poderia ser levado pelo vento. Nante pensou que, se não soubesse o que ela tinha feito, no momento que visse essa pessoa que parecia na beira de um precipício, ele correria até ela perguntando o que poderia fazer pra ajudar. Mas era difícil simpatizar quando ele sabia. A verdadeira pessoa na beira de um precipício estava atrás dele, e pelo menos dessa vez ele estava lá para puxar se ele caísse. 

— Do que você está falando? Não era o que você queria quando me sabotou? - Ephir desviou o olhar dela. Apesar da raiva, da frustração, de tudo... Era difícil olhar pra ela naquele estado. Mesmo que fosse mentira. 

— Não! Eu não queria nada disso! - Ela se aproximou mais, e Nante deu um passo pra trás. Ela parou. - Tudo o que eu fiz, foi... pelo bem do nosso futuro juntos... Meu único erro foi não ter te contado. 

A esse ponto, lágrimas caiam dos olhos dela. 

— Anne... 

— Quem consegue passar anos presa num erro desses? Você podia só ter conversado com ele, sabe. - Nante resmungou. Os olhos de Ephir se arregalaram com essa inconsistência que ele tinha esquecido na confusão do momento. - Vocês ainda estavam estudando na mesma escola todo esse tempo. É impossível que você não tenha visto ele sofrendo. 

— Você não sabe de nada. - Ela tentou olhar pra ele com a mesma tristeza, mas mesmo tentando controlar, seus olhos secaram, assim como seu tom de voz, ao olhar para aquela pessoa que estava colocando Ephir contra ela.  

— É mesmo? - Nante retrucou e estreitou os olhos. - Porque mesmo não sabendo de nada, é óbvio pra mim que você é cheia de mentiras. Já vi gente falsa o suficiente pra dizer que sua atuação merece um oito. 

— ...Você também acha que eu estou fingindo, Ephir? - A voz dela tremeu, e ela olhou para o garoto de cabelo caramelo com os olhos brilhando com lágrimas e expectativa novamente. 

O garoto balançou a cabeça em negação lentamente, sem olhar pra ela, e Anne abriu um sorriso radiante. 

— Eu te conheço, Anne. Eu tenho certeza. - Os olhos dele revelavam uma tristeza muito maior que a dela, e ele nem precisava de lágrimas. 

Houve um silêncio curto em que Nante quis muito rir. O sorriso radiante dela se desfez, e lentamente deu lugar a uma expressão neutra e fria. 

— Entendi. - A voz dela não tinha mais um pingo de emoção, e colocando a franja que lhe cobria um olho atrás da orelha, ela revelou um par de olhos de peixe morto. - Estranho ouvir de você que me conhece. Se me conhecesse, teria ajudado com meu plano até o fim. 

Sem ressentimento. Sem desculpas. Um tom de voz tão plano quanto uma tábua de passar. Nante não sabia mais quem era a pessoa em frente a eles, mas era óbvio que a mudança deixou Ephir mais triste ainda. 

— ...Eu peço desculpas, por não ter conseguido te ajudar. Mas não posso oferecer mais nada além de um sinto muito. Porque isso não vai desfazer os últimos anos. Mas você pode pedir desculpas também, se quiser. 

— Isso vai fazer você se sentir melhor? - Anne perguntou. 

Ephir sorriu com dificuldade, e disse: - Sinceramente, sim. Mas só se você realmente quisesse se desculpar. Como eu sei que não é o caso, eu... quero te agradecer. 

— Pelo quê? - Um pouco de emoção brilhou no rosto dela. 

— Por ter me ensinado que a melhor coisa que se pode ser pra alguém não é um melhor amigo, mas sim um pior amigo. - Ele disse, e saiu do espaço de proteção de Nante, que ainda estava confuso com o desenvolvimento da conversa. 

— Oh? - Ela deu um sorriso pequeno, divertido, como nos tempos em que ainda eram amigos. Seus olhos sorriam também. 

— Depois de você, eu pensava que a pior coisa que se poderia fazer com uma pessoa era ser amigo dela. Porque toda amizade começa destinada a acabar de uma forma dolorosa, e eu não aguentaria passar por isso mais nenhuma vez. - Ele admitiu, parecendo mais relaxado com cada palavra que falava. 

Nante, que estava se aproximando pra agir como parede humana de novo, congelou a ouvir isso. 

— É mesmo? Fico lisonjeada. - Ela murmurou, observando Nante. 

— Sim. Você me fez pensar assim por um bom tempo, até que me dei conta que ser um amigo é sim a melhor coisa que se pode fazer por alguém. Não no sentido de filme infantil, claro. É que, depois de toda a dor, de cair no fundo do poço pela perda terrível, se seu amigo ainda sobreviver e se levantar, ele vai ter se tornado muito mais forte, e você, o melhor tipo de amigo  que se pode ter: um pior amigo. E eu sobrevivi, então... - Ephir sorriu novamente, dessa vez sem dificuldade. - Obrigado, Anne, por ter cometido o erro que amigo ruim algum quer cometer. 

Ela sorriu também, carinhosamente. Aquela era a pessoa que ela nunca tinha desistido. 

— Se você aprendeu algo tão importante com isso, então erro ou não, eu fiz o melhor que eu pude. - Ela balançou a cabeça, em negação. - Me deixe continuar sendo sua pior amiga então. Eu prometo que apareço pra arruinar sua vida de vez em quando. 

Ephir deu de ombros e disse: --- Tente. 

Ele deu as costas pra ela e não precisou olhar pra saber que ela estava indo embora. Ao se aproximar de Nante, esse não parou de segurar a cabeça como se sentisse uma dor muito forte, e horrorizado perguntou: 

— O que diabos foi isso? 

— Eu também não faço a mínima ideia. - Ephir estava confuso como se tivesse visto um fantasma. - Acho que é como dizem, pra os loucos te entenderem, você precisa falar loucuras também.


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