Por minha causa... escrita por Rosalie Fleur Bryce


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Lumos.
Oláaaa!!! Gentem, duas pessoas favoritaram!!! Tô mto feliz, kkkk. Me desculpem pela demora, mas vamos lá...



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Eu era goleira lá no Castelobruxo, uma ótima goleira, na verdade. Mas o máximo que fiz nas férias foi jogar com André e Juliana no quintal lá de casa, confesso que estou um tanto enferrujada. A diretora do Castelobruxo, a Profª Virginia, me disse que conversou com a Professora Minerva McGonagall e que ela praticamente me garantiu o posto de goleira no time da Grifinória, mas eu ainda tenho que fazer o teste.

Acabo gostando do professor de Poções, Severo, todos me disseram que ele é terrível, mas gosto do seu jeito de ensinar. Ele é um gênio e isso é bem mais que claro, sempre me interessei em Poções, lá no Brasil eu tinha aula de Mágica Corpórea, uma coisa da qual sinto falta, é muito legal entender como a magia se formava de repente, cada raio de luz, cada efeito, quais são as composições de cada partícula brilhante de um Expelliarmus, isso se juntava com a aula de poções que tínhamos lá.

Então depois da aula de Poções, vou para o meu quarto e visto o uniforme de Quadribol que tenho. O shorts é amarelo e justo, fica na metade da minha coxa — o Brasil (na Amazônia ainda por cima) é quente demais para usarmos calças. Mas a blusa contrasta, pois é verde e um tanto comprida, então não fica algo muito indecente. Amarro o cabelo num rabo-de-cavalo alto e pego minha vassoura.

Chegando ao campo de Quadribol pela primeira vez, me apaixono pelo lugar. Ao fundo, uma floresta imensa é formada por árvores que balançam sombriamente. O céu está branco de nuvens. Não é um dia bonito, mas é um dia maravilhoso para jogar Quadribol; está nublado; o que é bom para que o Sol não nos atrapalhe. Sem vento; o que é melhor ainda, sem chances de uma tempestade cair sobre nós.

O lugar é imenso, há centenas de lugares nas arquibancadas de madeira em volta do campo inteiro, de modo que os espectadores possam ver o que acontecem do alto. Em cada ponta temos as três balizas douradas; eu já sou pequena, mas me sinto uma anã quando chego perto dessas hastes enormes.

Já há algum movimento nos vestiários, então vou até lá. Antes que eu possa entrar, uma garota negra e alta me barra.

— Oi — ela diz, e tenho a impressão de que esse sorriso é um tantinho forçado. — Você deve ser a goleira brasileira, certo?

— Uhm... — nem eu sei, ainda estou atordoada com a repentina aparição da garota. — Sim, sou eu.

— O.k., McGonagall me falou de você. Sou Angelina, vem, vamos entrar, vou te apresentar para o resto do time. — Angelina indica o vestiário com a cabeça e a sigo. — O.k., todos. Vamos começar; Alícia e Fred, tragam o caixote de bolas. A Sonserina está lá fora de novo. Provavelmente vieram zombar da Rosalie.

— Quem? — o ruivo gêmeo que sorriu para mim no primeiro dia quase gritou.

— Ah, é — Angelina claramente se esqueceu. Como ela conseguiu fazer isso se eu estava falando com ela há trinta segundos? — Essa é Rosalie Fleur Bryce — me aproximo de Angelina e fico ao seu lado.

— Por que ela já está com o uniforme? — uma garota morena e gordinha pergunta um tanto ofendida. — Ela tem que fazer o teste, como todos os outros. Além disso, esse nem é o uniforme da Grifinória.

— Calma — Angelina diz, impaciente. — Ela veio do Castelobruxo, era goleira lá, muito boa, não é? — me pergunta.

— Er... Espero que sim — percebo minhas bochechas rosando. Estou estralando os dedos sem parar, é uma mania que tenho.

— De qualquer jeito, essa vai ser uma aula teste — enquanto todos saem, Angelina se dirige a Harry e sussurra nada baixinho, consigo ouvir: — McGonagall e a diretora do Castelobruxo me pediram esse favor, não podia recusar. Só espero que o pessoal lá fora não nos distraia.

Minha barriga treme, e se eu não for boa o suficiente?

Quando saímos do vestiário para a claridade do campo, ouvimos uma tempestade de vaias e assobios de um montinho de alunos com vestes verdes e de mais alguns, agrupados no meio das arquibancadas vazias; suas vozes ecoam ruidosamente pelo estádio.

— Quem é garota nova? — Quem grita é aquele garoto loiro que desapareceu com a minha pulseira. — E por que deram uma vassoura para alguém que mal sabe montar nela? — Dois garotos ao seu lado e a morena doida deram escandalosas gargalhadas. Pronto. Agora não estou mais nervosa, quero dar na cara dos quatro.

Monto na minha vassoura e dou impulso do chão.

— Draco Malfoy, não? — Por uns segundos, fico com medo de estar falando o nome errado, mas pelo o que Roy (acho que o nome é Roy) disse, ele é o Draco.

— O próprio. — responde ele com seu jeito arrastado de falar, me avaliando com desprezo de cima a baixo.

— Me falaram sobre você. Só achei que era mais feio. — Realmente elogiei ele? Cérebro, só me confirma se eu elogiei ele? Sim, eu elogiei. Simplesmente saiu da boca para fora. Nunca fui realmente boa com desaforos.

— Posso levar isso como um elogio, mas não te perguntei — ele quase cospe.

— Não é pra perguntar, é pra você calar a boca quando eu estiver falando — dou um sorriso um tanto malvado porque estou orgulhosa da resposta que dou. Mas sem esperar, Malfoy responde:

— Atrevida. Com certeza é uma sangue-ruim.

— Sou mestiça — respondo de peito estufado. Por que ser filha de trouxas é um xingamento para ele?

— Só podia ser. Escreva o que eu disser: Vou fazer da sua vida um inferno nesse lugar. — é impressão minha ou os olhos dele estão quase saltando de seu rosto pálido e ossudo?

— Vai fazer? Não tem como ficar pior, eu já estou do seu lado. — nessa hora, até mesmo aqueles dois garotos dão pequenos risinhos da humilhação de Malfoy. E estou amando porque tenho essas respostas prontas há anos, vi numa revista adolescente, e venho esperando o dia e situação certos para usá-las.

— Vai pro inferno — ele rosna.

— Nem morta que eu vou para a tua casa.

Enquanto trocamos ofensas, percebo um grupo de alunos da Sonserina e Grifinória formando um roda em volta dos nós dois, e quando chamo chamou a casa de Malfoy de inferno, a maioria dá risadas.

— Eu nem sonharia em te convidar...

— E eu muito menos em aceitar — Malfoy quase ri consigo mesmo. Dou meia-volta com a vassoura e vou até o meio do campo.

— Gente, vamos nos concentrar no jogo — grita Angelina, voando em torno de nós com a goles embaixo do braço, e desacelerando para planar diante de toda a equipe já no ar. Quase levo sua fala como uma bronca. — O.k., todos, vamos começar com alguns passes só para esquentar, o time todo, por favor... Então se espalhem e vamos ver o que conseguimos fazer.

Recuo para o gol oposto. Angelina ergue a goles com uma das mãos e atira-a com força, um dos gêmeos ruivos a pega, que a passa para seu irmão, que a passa a Harry, que passa para mim. Foi muito rápido, meu cérebro nem raciocina direito. Desequilibro da vassoura e aquele frio na barriga de quando nos esquecemos de um degrau da escada me domina por inteiro, mas consigo me recompor.

Os garotos da Sonserina urram de tanto rir.

— Desculpe! — digo a Angelina, envergonhada.

— Tudo bem — grita ela. — Fred e Jorge, vão buscar seus bastões e um balaço. Rose vá para as balizas. Harry, solte o pomo quando eu mandar. Vamos visar o gol da Rose.

Eles voltam ao ar. Quando Angelina apita, Harry solta o pomo, e Fred e Jorge deixam o balaço voar. Vejo Harry sobrevoando o perímetro do campo procurando o pomo. Repetidamente, no extremo oposto do campo, defendo com visível facilidade. Finalmente pego o jeito novamente.

Ao longo do jogo, vou ficando cada vez melhor na defesa do gol. Tem inúmeras bolas de Angelina que consigo defender, e a Sonserina não parece achar mais motivos para vaiar a novata aqui. Até que Angelina apita e todos param de jogar, a menina grita com a voz um pouco fraca:

— Agora, para a última parte do teste da Rosalie, cada um vai tentar fazer um gol.

Todos os jogadores da Grifinória vão para as extremidades do campo; um dos ruivos — que descubro que se chama Fred. — é o primeiro a tentar marcar o gol. O gêmeo toma distância, acelera, ergue o braço, lança a bola.

Consigo defender.

— Isso, Rosalie! — elogia Angelina.  — Próximo.

Consigo pegar a goles de Alicia, Jorge, Harry e Katie (Angelina anuncia os nomes quando vão arremessar). A vez de Angelina chega. Me concentro, tento esquecer algumas vaias remanescentes na arquibancada, também tento borrar da minha cabeça o time inteiro da Grifinória olhando diretamente para mim. Angelina ergue o braço direito e lança a goles. Como um borrão, a bola vem em disparada. Toco os dedos indicador e do meio da bola, mas ela passa pela minha mão e entra pela baliza.

— Ha — grita Malfoy, da arquibancada. — Senhora e Senhores, a nova goleira da Grifinória.

Giro os olhos enquanto rio, na verdade, estou rindo para não deixar transparecer o nervoso. Paro no ar e então digo:

— Vem fazer um gol se é tão bom.

Malfoy não diz nada, acho que ninguém o desafiou até hoje. Um dos capangas de Malfoy joga sua Nimbus 2001 e o garoto sai voando pelo campo até a baliza.

— Vai embora, Malfoy — Angelina se põe a frente dele. — Esse campo está reservado para os jogadores da Grifinória. Ent...

— Tudo bem, Angelina — grito, já cheguei à baliza mais alta. — Vamos ver o que a doninha sabe fazer. — me lembro do que Hermione e Roy disseram.

— Como ela sabe da doninha? — a voz de Malfoy fica repentinamente aguda e falha.

— Como eu não saberia da Doninha?

Malfoy tem um olhar preenchido de raiva, ou talvez seja a inquietação e estranha sensação de, pela primeira vez, estar sendo desafiado por alguém que não é Harry Potter. O garoto segura firmemente o cabo de sua vassoura; segura-a como se nunca mais fosse soltar. Voa para longe das três balizas. Fica parado por quase um minuto. Minhas mãos estão suando, as limpo no meu uniforme e quando menos espero, a uma velocidade tão rápida que talvez é mais veloz que a do pomo, Malfoy ergue os braços e, com toda a sua força, lança a goles na baliza mais alta, a do centro.

Mal enxergo a goles, só sinto uma dor enorme na barriga e o vento gelado enquanto vou ao chão. Dói mais ainda quando meu braço amortece a queda, tudo fica preto e calmo. Noto toda a equipe voando até mim, provavelmente estão concluindo que desmaiei. Abro um pouquinho os olhos quando vejo que Draco também chegou até o gramado, seguro a goles com mais firmeza.

— Garota? — ele diz de um jeito nada educado, faço força e jogo a goles na barriga de Malfoy, que agarra a bola, desajeitado, quase deixando a mesma cair.

— Malfoy — me levanto e digo em um tom sarcástico e risonho, mal sabem que meu braço dói muito: — Rosalie Fleur Bryce. Nova goleira da Grifinória. A mesma que acabou de pegar a goles que você considerou suficientemente forte para fazer um gol. O prazer é todo meu.

Arrumo meu cabelo, mas não porque quero fazer charme, é porque acho que minha cabeça está sangrando, porém confiro e não tem sangue algum remanescente nos meus dedos. Me esforçando para não mancar muito, saio vitoriosa e com uma rápida checada com o canto dos olhos, me certifico de que Draco ainda está com cara de quem foi humilhado na frente de Hogwarts inteira.

— Anda gente, o treino acabou, vamos trocar de roupa.

Nossa. Faz tempo que não jogo assim, para valer. Quando saio do vestiário, a turma da Sonserina continua a cantilena enquanto se dirigem a escola. Encontro Gina, Dino e Ethan no caminho de volta, os três estão rindo.

— Oi, gente — digo, fatigada.

— Ah, aí está ela — Gina diz num alto tom de voz. — A melhor goleira de Hogwarts!

— Ei — repreende-a Ethan — Não se esqueça do Wood.

— Quem? — pergunto.

— Ele se formou no ano passado — explica a ruiva. — Sim, não posso negar, ele era um ótimo goleiro. — ela faz cara de pensativa. — O.k., você pode ser a segunda melhor goleira.

— Ou a melhor goleirA — Ethan dá ênfase à última letra. Gina concorda numa exclamação feliz enquanto rio de sua empolgação. — E aquela humilhação do Draco, hein? Mandou bem...

— Ah — digo, envergonhada. — Palhaçada ele ficar falando assim comigo — de repente, perco a timidez, estar com esses três é muito bom. — Minha mão na cara dele que vou deixar ele falar que vai fazer da minha vida um inferno aqui — imito sua voz arrastada, o que faz Gina gargalhar mais ainda.


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Notas finais do capítulo

ENTON??? COMENTEM PELO AMOR DE DEOS, É DE GRAÇA!!! Também me digam qual dia vocês preferem para eu postar, pq aí facilita pra nóis, né? Kkkkk, espero que vocês estejam gostado e muito obrigada por virem até aqui!
Um beijo com cheiro de unicórnios e até a próxima...
Nox.



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