"Dom" escrita por trueLilith


Capítulo 2
"Dom"




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Ela se assustou, e quase caiu da cadeira: em sua carteira, em cima da prova, estava uma ursinha de pelúcia. Era uma ursinha, não é, ela se perguntou, já que havia um laço vermelho na cabeça dela: parecia exatamente como uma ursinha de pelúcia, fora o fato de estar em pé, com uma das patas levantadas em saudação:

— OLÁÁÁ, HUMANA, COMO VAI?

Elizabeth parou, qual era mesma a última questão: inequação? Juros compostos? Sim a última questão era realmente o que lhe preocupava naquele momento.

—HMM? QUE ESTRANHO, POR QUÊ VOCÊ ESTÁ CONGELADA? NÃO ERA PARA ESTAR SURPRESA?

Beth piscou o olho duas vezes e olhou com mais atenção:

 Sim, não havia dúvida, tinha uma ursinha em cima de sua carteira com a mão levantada...

—OI?

...E falando com ela.

— O qu..? – Ela tentou balbuciar algo mas estava chocada – eu...enlouqueci?

— VOCÊ NÃO ENLOUQUECEU, ELIZABETH, MEU NOME É MOANA, E VIM DE UM REINO MUUITO DISTANTE, NA VERDADE DE UMA OOOUTRA DIMENSÃO, É UMA LONGA HISTÓRIA, ENTÃO VOCÊ PODE ME CONSIDERAR COMO UMA ALIENÍGENA.

— Eu enlouqueci.

— Nossa, que chata, já falei, você não está louquinha, realmente confesso que isso deve parecer bem bizarro para vocês, mas em breve, isso vai se tornar até bem comum.

— Espera, espera, acho que estou um pouco atrasada.

Só então ela percebeu que sua sala estava toda congelada em uma espécie de azul-piscina manchado: todos os seus colegas estavam paralisados exatamente na última posição que demonstravam antes de serem “congelados”.

— Estamos na sua mente, Elizabeth, como disse, meu nome é Moana, tenho essa capacidade, não sou um urso de pelúcia, sou um ser interdimensional, o que acha de nos acalmarmos e conversarmos um pouco?

No caso de aquilo ser um sonho a sensação seria totalmente diferente, pensou Elizabeth, e no caso de ter enlouquecido haveria uma causa antes, ou algum indício anterior, fora isso não parecia estar experimentando nenhuma outra sensação fora do comum, de uma forma ou de outra, não havia alternativa no momento que entrar nisso e conversar com o urso procurando alguma informação que fizesse sentido.

— Você pode me provar que é real?

— hmm, na verdade isso é subjetivo, não acho que o que mostrar possa provar o contrário.

— É verdade.

— Mas, se me der um tempo, e me ouvir com calma, em breve posso provar com mais veracidade, o que acha?

— Sim.

— Ok, isso é bom, vou tentar não dar muitos rodeios, para facilitar, posso responder alguma pergunta suas por que não tenta?

— Estamos dentro da minha mente?

— Sim, esse foi o melhor momento que encontrei para entrar em sua mente, simplificando, nesse mundo, por enquanto, só posso estar em forma etérea, essa é você na verdadeira sala de aula:

A ursinha direcionou uma de suas patinhas para um círculo que se abriu no espaço, como se a realidade daquela sala azul pudesse ser “cortada” e mostrar algo que estivesse por trás dela. No círculo ela estava com a cabeça caída em sua carteira, e os alunos ao redor continuavam fazendo normalmente suas provas.

“A LISA VAI MANGAR MUITO, SE CONTAREM PARA ELA” Gritou Elizabeth em sua mente.

— Essa é você, peço perdão por fazê-la dormir em sala, ação, claro, em que aguardei você terminar sua prova, mais é que preciso conversar com alguém urgente.

A ursinha se virou para ela.

— Não há tempo para explicar muito agora, nem acho relevante dar todos os detalhes, acho que uma maneira mais fácil de se entender seria dizer que preciso de um corpo para me hospedar, meu “reino” palavra que, ao aprender sua língua, descobri ser o correspondente a palavra “dimensão”, precisa de um certo alimento, que não está completamente em escassez em minha terra, mas em breve isso será um problema excessivamente evidente, você pode dizer que estou me adiantando, tenho ciência que as coisas não ficarão muito legal lá, e quero ser uma das pioneiras a vir para esse mundo e me adaptar mais facilmente que os outros, aos quais o cetismo ainda parece imperar.

— E esse “alimento” é “abundante” aqui? O que vocês querem exatamente?

— Não se preocupe, sei dos exploradores do passado desse mundo, não somos assim, isso é totalmente saudável, o ‘alimento’ é uma energia cuja pluralidade das línguas nesse mundo ainda não é capaz de descrever: digamos que ao entrar em um ser humano, pode-se absorver essa energia no cotidiano, na alimentação, nas atividades normais que eles exercem, sem prejuízo para sua saúde física ou mental, em troca, lhe concedemos um “dom”.

Uma das sobrancelhas castanhas de Elizabeth se levantou em dúvida com a palavra:

— O que é um “dom”? – Perguntou.

— É uma habilidade, que vem junto de um aumento de suas forças físicas, de sua velocidade, e de suas habilidades cognitivas de uma forma geral, aqui, há algo importante a ser dito, apesar de suficiente, as atividades normais de um ser humano não são a única fonte de ‘alimento’, há uma forma mais eficiente e rápida.

A dúvida pairou sobre a cabeça da menina:

— Que seria...?

— A morte de outros contratos.

Os olhos dela se arregalaram mais que o comum

— Do que está falando? Isso é sério?

— Sim, meu objetivo aqui é fazer um ‘contrato’ com você, se aceitar terá o benefício do “dom” para usar em qualquer área de sua vida, e não será obrigada a matar nenhum outro syai, aliás, é como nos chamamos, e estou falando de assassínio, o assassínio de outros syais aumenta o poder do “dom”, além das habilidades cognitivas gerais, é uma forma de alimento mais eficaz, mais ‘saborosa’ para nós em nossa forma etérea, em nossa dimensão, claro, isso é proibido, e não traz aumento de energia, nem serve como maneira de se obter ‘alimento’, seria como tentar reaver a comida consumida de um corpo já morto, ela já foi digerida e transformada. Mais aqui como hospedeiros, isso é possível, além de não ter nenhuma jurisdição dos nossos governantes. É bom dizer também que nem todos os syais sabem dessa informação, é preciso que um deles tenha alguma vez, pelo menos, visitado essa dimensão.

— Peço desculpas por me demorar tanto, mais ainda há duas coisas que preciso repetir, você não é obrigada a seguir isso, e o ‘alimento’ normal dos seres humanos, sem assassínio, é bastante para mim, embora mais lento, menos nutritivo, menos saboroso e menos eficiente. Tendo dito isso, posso finalmente perguntar: você quer fazer um contrato comigo?

Houve um pensamento, é verdade, mas Elizabeth deixou que seus longos cabelos caíssem por cima dos olhos, e deixou sair da escuridão:

— Sim.


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