— Tá, e agora, pra onde?

Seguindo um caminho de terra, embrenhadas numa floresta. Éramos nós 12 naquela noite bizarra e sem noção. Demi tinha acabado de parar em uma bifurcação, completamente perdida.

— Acho que a gente tem que ir pra esquerda — disse Gabita.

— Acho que é pra direita — eu disse.

De repente, começou a chover. Primeiro o relâmpago, depois o trovão, e por último, a chuva. Demi ligou o limpador de para-brisa e disse:

— Vamos pela direita.

Mas esse caminho levava a uma estrada sem fim, com árvores infinitas de um lado e de outro.

— Eu falei que era pra esquerda! — reclamou Gabita. — Que tal se a gente for pela floresta?

— Com essa chuva? — eu disse.

— Tem ideia melhor?

— Tá bom. Vamos pela floresta.

Conseguimos o mesmo resultado indo pelo meio das árvores: nenhum. De repente, o carro parou, e Gabita exclamou:

— Que bicho engraçado!

Todos olharam para frente. Um homem alto de terno, completamente careca e sem rosto bloqueava nosso caminho. O tal "bicho" era na verdade o Slenderman.

— Miaau! — gritou Shadow. — Corram!

Demi deu ré e saiu correndo, mas como nós sabemos, Slenderman sabe teleportar, e estava sempre surgindo na frente do carro.

— Isso é tudo culpa sua, Gabita! — gritei.

— Minha!? — exclamou ela.

— Quem deu a brilhante ideia de ir pela floresta?

— Eu não sabia que tinha essa coisa aqui! Ah! Olha ele ali!

Ele corria ao lado do carro. Se tivesse olhos, com certeza estaria olhando fixamente para nós.

— Miau! Vocês têm uma arma? — gritou Shadow.

— Eu tenho uma espada, serve? — repliquei.

— Não, não! Arma de fogo! — disse o gato.

— Ah, aqui, Haylley! Toma! — disse Gabita, jogando uma pistola para mim.

— Onde você arrumou isso?! — indaguei.

— Tava aqui, debaixo do banco — respondeu ela.

— Atira na cabeça, Haylley! — gritou Shadow.

Demi baixou a janela e eu fiz assim como o gato mandou. Slenderman caiu no chão e ficou para trás.

— Headshot! — exclamou Demi.

— Legal, nos livramos do demônio, mas como voltamos para casa? — perguntou Ariana.

— A gente vai achar o caminho — eu disse.

Quando finalmente chegamos no castelo, já era mais de meia-noite e a chuva havia parado.

— Vocês moram desse castelão aí? — perguntou Astra, encantada.

— É — repliquei.

— Não é demais? — disse Gabita, animada.

— É incrível — comentou Shadow.

Todos nós entramos e fomos logo tratar de arrumar alguma coisa para comer, porque tudo o que comemos foi um saquinho de pipoca lá no parque.

— Então, né, gente — disse Shadow, na mesa da sala de jantar. — Eu e Astra vamos poder ficar, né?

— Claro! — exclamei.

Então, os dois ficaram com a suíte.

Depois do jantar – que mais parecia um lanche da madrugada –, todos fomos dormir.

Segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Na última semana de férias, Demi e eu fomos ao shopping de moto para comprar o meu presente (um headset rosa muito fofo) e nos entupir de batata frita e brigadeiro. Quando Demi foi pagar o estacionamento, ouvi uma risada conhecida, mas não havia ninguém por perto. Achei estranho.

Subi na moto e coloquei o capacete. Nesse momento, escutei aquela mesma risada estranha de antes, olhei para trás e vi a última coisa que esperaria ver na minha vida. Pinkie Pie dirigia um carro preto com uma cara de doida, e com certeza aquela psicopata pretendia matar a gente.

— Demi... — eu disse. — Adivinha quem tá atrás da gente...

— Quem? — disse ela.

— P-Pinkie...

— A gente vai morrer, não vai?

— Corre, Demi... só corre...

— Segura firme, Haylley!

Na mesma hora, a moto disparou, então eu me segurei em Demi. Até tentamos despistar Pinkie no meio de tantos carros estacionados, mas eu acho que ela deve ter feito doutorado na Universidade Ninja, porque não é possível! Ela sempre conseguia nos achar, não importava aonde fôssemos.

— Cadê a saída dessa coisa?! — exclamou Demi.

— Por ali! — eu disse ao ver uma placa.

Mas chegou a hora de colocar o cartão na máquina e Demi passou direto pelo negócio, até porque ninguém ia parar pra colocar cartãozinho na maquininha no meio de uma perseguição, né?

E, como se já não bastasse a pônei rosa que magicamente aprendeu a dirigir, a polícia também veio atrás de nós, por causa de um cartãozinho de estacionamento.

Então, fomos parar no meio de um engarrafamento, e como todo mundo estava de carro, e só a gente de moto, conseguimos despistá-los.

Chegamos em casa e Gabita nos recebeu, dizendo que eu tinha aparecido na TV.

— Como assim? — questionei.

Se fosse a Demi, até tudo bem, mas eu?

Entrei correndo no castelo e fui direto para a sala de estar, mas eu tropecei no meu próprio pé e caí de cara numa almofada. Quando olhei para a TV, eu não estava mais lá, só tinha o cara do noticiário e uma foto em péssima resolução de uma tal de Pinkie Pie.

— O que aconteceu? — perguntei, levantando-me.

— Você tava lá, e a Demi também — respondeu Ariana. — Vocês atravessaram correndo a catraca de saída do shopping, teve até vídeo.

— Por que vocês fizeram isso? — perguntou Lauren.

— Ah, aquela pônei psicopata tava perseguindo a gente — disse Demi.

— Por quê? — inquiriu Ally.

— Sei lá, vingança, talvez... — repliquei. — Mas por que raios vocês tão assistindo isso?

— Foi a maluca da sua irmã — disse Elen. — Ela colocou nesse canal e não deixou a gente mudar de jeito nenhum.

— E por que vocês não tiraram o controle da mão dela? — eu disse.

— Pra ela começar a chorar? — falou Camila. — Nem vem!

— Tá, mas... por falar em maluca, vocês viram a da Lua? — questionei.

— Ela sumiu faz tempo — disse Ariana, voltando a olhar para a TV.

— Acho que ela foi pro seu quarto, Haylley — disse Elen.

Fui até lá, e depois de subir no quarto mais alto da torre mais alta, encontrei Astra prestes a pular da varanda do meu quarto (uma queda de mais ou menos 15 metros). "Além de maluca, é suicida," comentou Shadow.

Espero que esse incidente com a polícia não interfira nos meus passeios noturnos...