Tormenta escrita por Katherine


Capítulo 12
Capitulo 12




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Quando as aulas finalizaram, Jane e Carly voltaram para a mansão dos Cullen encontrando apenas alguns deles lá, os outros haviam ido caçar. Não demorou muito para que Jane chamasse Demetri e os dois também partisse no meio da floresta, mas concordaram em não caçar na região, então até segunda ordem não haviam problemas. Renesmee passou rapidamente por ali, e logo voltou para a casa de Jacob, dizendo que ia a praia, até ousou em convidar a irmã, mas a mesma estava concentrada demais no livro de álgebra em suas mãos.

— Carly? – Esmee chamou na porta do escritório – Quer comer alguma coisa?

— Não, Esmee – disse voltando sua atenção aos livros e cadernos – Obrigada.

Algumas horas se passaram até que Alexander e Félix voltassem a mansão depois de suas refeições. Calisle estava trabalhando em algo na área de baixo da casa, enquanto Esmee cuidava do jardim.

— Não tem ninguém nessa casa? – Felix perguntou ao parceiro, enquanto subiam as escadas.

— Carly está aqui – disse – Sinto o cheiro de longe.

O vampiro maior rolou os olhos.

— Ela é humana – disse – Até eu sinto o cheiro de longe.

— Divirta-se amigo – Alexander brincou, antes de sumir.

A ruiva não percebeu a movimentação, e muito menos notou que o Volturi a observava na porta do pequeno escritório. Estava concentrada demais para perceber qualquer coisa a sua volta. O vampiro perdeu as contas de quanto tempo ficou ali, em silencio, apenas com os olhos fixos na garota a sua frente. Só saiu do transe quando a mesma o viu, por um descuido. Os olhos de Alexander estavam ainda mais escuros, num vermelho quase vinho, o que fez Carly estremecer ao lembrar da alimentação do garoto, que era bem diferente dos Cullens.

— Estudando? – o vampiro quebrou o silencio.

— Álgebra – comentou desviando o olhar dos dele – Saiu?

— Sim – se limitou a dizer, não contaria a sua cantante os detalhes de sua caçada.

Carly sorriu sem mostrar os dentes, voltando a atenção ao computador a sua frente. Alec sentou em uma das cadeiras que haviam ali, de frente para a garota.

— Quer me dizer alguma coisa? – ela perguntou, sem desviar o olhar da tela.

— Não – deu de ombros – Trabalho?

— Prova – disse – Se lembra de alguma coisa?

Ele riu.

— Lembro de uma coisa – ela o olhou – Nunca fui bom em matemática.

— Sério? – ele assentiu – Você não tem cara de nerd mesmo.

— Nem você – rebateu – E pelo visto...

— Eu não sou nerd – defendeu-se.

— Latim arcaico – ele lembrou-a deixando-a sem saída – Ninguém no mundo sabe Latim arcaico.

— Eu sei – disse.

— Nerd – provocou.

— No que você era bom, Volturi? – quis saber.

— Literatura – lembrou-se – Eu era muito bom.

— Não imaginaria – falou surpresa.

Ele riu novamente.

— Tem muita coisa que você nem imagina.

— Você não me conta – alfinetou.

— Tudo bem – ele fechou o computador que estava sob a mesa – O que quer saber?

Ela arqueou a sobrancelha.

— Tudo – disse.

— Não tenho muito o que falar – deu de ombros.

— Quantos anos você tem? – perguntou.

— Trezentos e cinco – disse.

A ruiva arfou.

— E ainda me diz que não tem muito o que falar – levantou-se, sentando encima da mesa, mais próxima do Volturi – Você é mais velho do que o meu pai, isso é bem estranho.

— Acha que é estranho pra você? – perguntou e ela assentiu – Eu beijei uma pirralha de dezessete anos.

Carly rolou os olhos.

— Pirralha é a sua avó – xingou, fazendo o vampiro rir.

O moreno uniu sua mão com a da menina, puxando-a suavemente para sentar-se em seu colo. Carly segurou o rosto gélido em suas mãos, gostando do contato. As mãos de Alexander estavam em volta do corpo da humana, segurando-a. Seus lábios juntaram-se como imã em um beijo calmo, sem pressa. E novamente eles perderam a noção do tempo, apenas deliciando-se com aquele momento. Depois de algum tempo, a menina escondeu seu rosto na curva do pescoço do vampiro, demorando alguns minutos ali, apenas sentindo o cheiro.

— Você não precisa estudar? – perguntou, quase como um sussurro – Não deveria ter atrapalhado.

— Mas fez – disse – Então agora fica.

Ele assentiu, olhando-a.

— Você não tem medo disso? O que eles querem pode se concretizar.

— Eu tenho medo disso – confessou – Quando não estou com você. Porquê, quando estamos juntos, tipo agora. Eu tenho certeza de que quero levar isso adiante.

Alexander concordou com um aceno.

— Quer mesmo entrar pra faculdade? – era algo que queria perguntar a muito tempo, mas não teve a oportunidade.

— Quero – disse – Muito.

— Sabe o quanto seria mais fácil se não fosse humana? – disse com uma melancolia escondida em sua voz – Pra todos nós.

— Eu sei – deu de ombros – Mas ainda não é a hora.

— Tá – disse simplesmente.

— O que você faz em Volterra? – perguntou.

— Missões... – ela o cortou.

— Não, Alec – rolou os olhos – No seu tempo livre.

— Quer mesmo saber? – ela assentiu – Eu leio. Muito. Principalmente nos últimos tempos, tentando encontrar alguma forma de matar esses demônios que estão nos caçando.

— Achou alguma? – perguntou.

— Nada especifico.

— Só isso? – ele negou – O que mais?

— Eu toco.

— Você? – ele assentiu – O quê?

— Piano – sorriu.

— Quero vê-lo tocar – pediu.

— Não vai faltar oportunidade.

Ela engoliu seco.

— Me conta a sua historia, Alec – ele se remexeu desconfortável – A historia da sua transformação.

— Tá mais pra filme de terror – murmurou.

— Eu quero saber – disse.

O vampiro suspirou.

— Jane e eu tínhamos treze anos quando fomos transformados. Eu sei, não parece. Os Volturi sabiam da nossa existência a algum tempo, e estavam esperando que atingíssemos uma idade maior para nos transformarem e nos juntarmos a eles – ele a olhou – Mas não deu tempo. Morávamos em um vilarejo junto com a nossa família e algumas outras pessoas quando fomos acusados de bruxaria. Quer dizer, uma noite antes da nossa transformação, Jane brigou com a nossa mãe na frente de todo mundo, uma discussão boba, mas ela fugiu do controle e acabou usando o seu dom. Nem sabíamos que tínhamos na época, então não havia uma forma de controle. A questão é que todo mundo viu, e tentaram mata-la, até mesmo o meu pai.

— Você o impediu com o seu dom – deduziu e ele concordou, mostrando a leve nevoa preta escorrer de suas mãos.

— Apanhamos muito durante toda a madrugada – disse, com o olhar distante – Jane bem menos do que eu, e mesmo assim carrega as marcas até hoje. Assim que o dia amanheceu eles fizeram uma fogueira, ninguém tentou impedir. Todos nos encaravam agonizando e ainda tinham a capacidade de nos xingar de bruxos. Foi então que Aro chegou junto com os Volturi. Eles destruíram todo o vilarejo, e nos salvaram. E desde então, vivemos com eles.

— Onde estão as suas? – perguntou – As suas marcas. Eu vi as de Jane na perna, mas nem se quer me dei conta do que poderia ser.

— Nas costas – respondeu.

Ela não pediu para vê-las, mesmo que quisesse. Apenas voltou a abraça-lo, como antes. O vampiro não se lembrava de quanto tempo fazia que se sentia daquela forma com alguém. Nem mesmo quando tocava o seu piano a sensação era tão libertadora. Estar com Carly era como um remédio, capaz de curar toda a dor e ainda deixa-lo mais calmo, e ao mesmo tempo mais fraco. Era o único problema. Alexander nunca se sentia vulnerável, mas quando se tratava da humana, era diferente. Ele queria lutar contra. Mas algo nela era muito mais forte do que aquilo. Temia severamente as reações de Aro Volturi sob seu relacionamento com a filha de Edward Cullen.


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