Tormenta escrita por Katherine
Assim que a noite deu lugar ao dia Alexander já não se encontrava mais no chalé. Carly se deu conta no momento em que abriu os olhos, sem encontra-lo encostado na janela, onde tinha costume de ficar, ou então do seu lado, onde havia o visto antes de dormir. Tudo o que acontecera era realmente real ou não havia passado de um sonho bom? O melhor deles, ousava dizer. Mas, o cheiro do Volturi ainda estava ali, ela quase conseguia sentir o adormecer dos lábios, como se o beijo houvesse acabado de acontecer. Porém, era hora de encarar o dia, e ao que parecia, todos poderiam ir a escola hoje, o dia estava chuvoso, o que já era um habito por ali.
— Filha? – Edward se pôs entre a porta, chamando a atenção da ruiva – Podemos conversar?
Ela assentiu, sentando-se na cama. O vampiro caminhou até ela, ficando ao lado de Carly.
— Aconteceu alguma coisa? – perguntou, estranhando a atitude do pai. O dia mal havia amanhecido e ele queria conversar, dificilmente poderia significar uma coisa boa – Quer me contar alguma coisa?
— Está tudo bem – sorriu sem mostrar os dentes – Renesmee não vai a aula, tudo bem? Ela anda pensando em muita coisa, achei melhor dar um descanso.
— Claro, pai. Eu não me importo, acho mesmo que ela precise disso.
— Mas, eu não vim aqui pra falar da sua irmã – disse.
— Foi por que então?
— Eu vim pra falar de você amor – anunciou – E preciso que seja sincera comigo.
— Tá me assustando – franziu o cenho – Me fala.
— Quem tem que me falar é você, linda.
— Pai, começa a fazer sentido, por favor – pediu.
— Eu vi o beijo – disse, franzindo o cenho – Você e o Alec.
Carly engoliu seco.
— Vai me dar um sermão? – perguntou.
— Não – deu de ombros – Você é grande, sabe o que faz, e eu confio em você. Mas, tenho que saber o que quer.
— Se não quisesse eu não teria feito – garantiu.
— Você sabe no que isso pode levar, não sabe? – perguntou e ela assentiu – E está disposta a tentar mesmo assim?
— Vale o risco, pai.
— Eles vão conseguir o que querem – lembrou-a.
— Não tem criança nenhuma – rebateu.
— E se tiver? – perguntou, aumentando o tom de voz.
— Não tem! – respondeu no mesmo tom – E se tiver, a gente dá um jeito.
— Eu não queria você metida nisso, pra ser bem sincero.
— Sei que não – ela segurou a mão dele – Mas, vai ter que confiar em mim.
— Em você, ou nele? – perguntou.
— Não vou apressar as coisas – disse – Nem sei o que isso significa.
— Significa muito – sussurrou – Eu leio mentes, amor. Sei o que pensam.
— Parece que você entende – observou.
— Sei o que é lutar por algo que parece impossível – a garota sorriu, ao perceber que estava falando da relação dele com sua mãe – Por quê acha que aceito a relação da sua irmã com o cachorro? E agora, você com Alec.
— Por que é um vampiro de cem anos e os caçaria até no inferno? – deduziu, brincando.
— É um bom olhar sobre a situação – entrou na brincadeira – Também. Mas, já passei por tudo isso.
— Por que mamãe não está fazendo parte desse momento família? – perguntou.
— Ela confia em mim e acha que você se abriria melhor se tivesse só um de nós.
— Possivelmente ela esteja certa – deu de ombros.
— Estaremos com você, seja lá o que decidir – puxou-a para um abraço.
— Lutamos por nossas famílias, não é? – ele riu – Você quem me ensinou isso.
— Vejo que aprendeu – beijou os cabelos ruivos da garota.
*****
Educação Física realmente não era uma das melhores aulas do mundo, mas Carly tinha que admitir que com Jane Volturi aquilo ficava bem mais interessante. Jane descontava toda a sua raiva – escondendo boa parte da força – nas outras meninas da classe usando apenas uma bola. Tirando que seus movimentos faziam com que todos ficassem de bocas abertas com seu desempenho dentro de campo.
— Você já fez aula de vôlei, ou algo assim? – uma garota do time perguntou ao aproximar-se da loira.
— Algo assim – deu de ombros.
— Deveria tentar entrar para o time – sugeriu – Estamos precisando de alguém como você.
— Sério? – fingiu entusiasmo – Prometo pensar.
— Legal! – a garota disse e sumiu do nosso campo de visão.
— Você? Jogadora de vôlei? – a ruiva riu.
— Logico que não – rolou os olhos – Disse que pensaria pra ela me deixar em paz. Por que não jogou?
— Digamos que vôlei não é o meu esporte preferido.
— Quebra as unhas? – provocou.
— Não enche, Jane – empurrou a vampira de leve.
— Carly – chamou – Aconteceu algo com o Alec?
— Não que eu saiba – deu de ombros – Por que?
— Seu pai apareceu na mansão querendo falar com ele hoje – disse – Estavam cheios de segredinhos, e meu irmão não quis me contar nada.
— Meu pai? – perguntou e a vampira assentiu.
— Alias, ele está aqui – disse, rolando os olhos.
— Meu pai?
— Não – a vampira bufou – Meu irmão.
— Garotas – Carly virou-se para a figura que estava logo atrás de si, arrumando os botões da camisa social. Jane se pôs ao lado da humana sem entender o que o irmão estava fazendo ali – Vejo que tiveram um bom jogo.
— O que meu pai queria com você, Alec? – perguntou, diretamente.
O vampiro fuzilou a irmã com o olhar, antes de voltar sua atenção para a ruiva.
— Jane não sabe ser discreta – o vampiro acusou.
— Então, o que ele queria com você? – voltou a perguntar.
— Conversar sobre o que aconteceu – disse com naturalidade.
— E por que nós não conversamos sobre o que aconteceu? – perguntou.
— O que aconteceu? – Jane interrompeu.
— Quer mesmo falar sobre isso aqui? – o vampiro retomou a conversa – Temos tempo Carly, podemos conversar quando chegar em casa.
— Eu não tô entendendo mais nada – Jane bufou, se afastando.
— Não pode ser agora? – ela perguntou. Ele assentiu – O que falou pro meu pai?
— Não falei muito – disse – Ele passou a maior parte do tempo lendo a minha mente.
— E o que disse?
— Que espera que eu esteja certo.
— Sobre? – franziu o cenho.
— Que você não vai se machucar e que no final, vai ficar tudo bem.
— Você acredita mesmo nisso? – ele assentiu.
— E você? – perguntou.
— Acredito – sorriu, fazendo o vampiro também sorrir.
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