Caçadora Pelas Circunstâncias escrita por Cris de Leão


Capítulo 27
Cap.27 - Caça a Bandeira


Notas iniciais do capítulo

Começo de semana, capítulo novo.



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Após o almoço todos os chalés se reuniram para a estratégia de batalha do jogo que ocorreria à noite.

O time das caçadoras se reuniu com seus aliados e estavam nesse momento planejando as estratégias.

— Vocês de Hefesto podem armar algumas armadilhas aqui e aqui – disse Mirian apontando para um local no mapa. – Nina coloque várias poças d’água ao redor.

Nina assente.

— Thalia e Jason vocês poderão eletrificar a água se alguém conseguir passar pelas armadilhas – disse ela.

— Isso não é perigoso? – perguntou Thalia.

— Não, desde que não usem muita energia – disse Mirian. – A não ser que não consigam controlar.

— Se me permite uma sugestão – disse Jason – Podemos deixar as poças eletrificadas o suficiente para atordoar, assim, não precisaremos usar energia toda vez que alguém passar.

— Tudo bem, desde que ninguém chegue perto da nossa bandeira – disse Mirian. – Algumas de nós ficará nas árvores para atacar.

— Quem ficará na bandeira? – perguntou Piper.

— Duas de suas irmãs – disse ela. – Desde que saibam usar o charme. A escolha fica a seu critério.

— Certo – disse Piper.

— A defesa está pronta. Agora falta o ataque – disse ela com a mão no queixo. – Vejamos, eles têm Atena, Apolo, Ares, Deméter e Dioniso e os deuses menores – disse ela pensativa. – Apolo ficará nas árvores, Ares fará um ataque frontal, Atena é o elemento surpresa, Deméter e Dioniso vão nos atrasar, Nêmesis estará perto da bandeira, Hipnos nos fará ficar lentos, Hécate vai nos iludir.

— Não esqueça que eles também têm Hades – disse Nina. – Nico pode viajar pelas sombras e invocar guerreiros esqueletos.

— Certo – disse Mirian. – Os filhos de Apolo serão os primeiros a atacar já que estarão nas árvores. A primeira coisa que temos de fazer é eliminar Apolo. Com eles fora da jogada os adversários não terão apoio de cima.

— Como vamos fazer isso? – perguntou Nina.

— É aí que entra vocês de Íris – disse Mirian. – Vocês criarão hologramas dos nossos combatentes atraindo a atenção de Apolo. Assim que eles atirarem, saberemos a sua localização e nós os neutralizamos com dardos tranquilizantes.

— Nós vamos atacar primeiro? – perguntou Nina e Mirian assente. – Gostei.

Mirian dá um sorriso mínimo.

Depois de tudo combinado, Nina, Thalia e Jason foram fazer a sua parte assim como os filhos de Hefesto.

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Enquanto o jogo não começava, Apolo estava com seu filho Austin na aula de música cujo instrutor era um sátiro chamado Woodrow. O mesmo ficou nervoso com a presença de Apolo na turma por causa do que ele fez ao sátiro Marsias por tê-lo desafiado, mas procurou se concentrar nas aulas.

O sátiro em sua flauta repassou a escala menor, Austin desafiava a si mesmo por tocar um instrumento que não era o seu favorito, Valentina Diaz filha de Afrodite se esforçava para tocar uma clarineta cujo som parecia um cão choramingando numa tempestade. Damien White filho de Nêmesis tocou o violão com tanta força que arrebentou a corda ré.

— Você matou a ré – disse Chiara Benvenuti filha de Tique. – Eu precisava do violão.

— Cale-se! – disse ele. – Acidentes acontecem, cordas arrebentam às vezes.

Chiara praguejou em italiano.

— Posso? – perguntou Apolo estendendo a mão.

Damien entregou o instrumento. Apolo se abaixa aos pés do sátiro que dá um pulo de susto.

— Calma! – disse Austin rindo. – Ele só vai pegar uma corda.

Apolo sorriu para o sátiro. Isso foi gratificante saber que ele ainda inspirava temor a alguém. Ele pegou a corda e colocou no violão e começou a afiná-lo, mas parou quando viu Valentina Diaz chorando.

— Isso foi lindo! – disse ela enxugando as lágrimas. – Que música foi essa?

— Não é uma música – disse Apolo. – Eu só estou afinando.

— É Valentina, nem foi tão bonito assim – disse Demien fungando.

— É nem foi – disse Chiara com os olhos úmidos.

Somente Austin não foi afetado, o sátiro Woodrow desmontava sua flauta dizendo: sou inútil, sou inútil. Quando Apolo viu que todos estavam deprimidos achou melhor acabar com aquilo antes que Quiron aparecesse e o repreendesse. Tocou o ré com um pouco de intensidade produzindo um som desafinado que surtiu efeito e todos voltaram ao normal.

Então começou a tocar algo mais alegre e Austin acompanhou. Ele estava feliz por fazer algo que realmente gostava, mas de repente seus dedos endureceram a tal ponto de fazê-los doer e largar o violão. Austin olha para o pai preocupado.

— O que foi pai?

— Estou... cansado.

— O jeito que você estava tocando foi surreal! — disse Chiara.

— Tudo bem pai – disse Austin -, quando os semideuses usam demais seus poderes ficam cansados.

— Mas...

— Não se preocupe Apolo – disse Damien com os punhos fechados. – Não é culpa sua, vou fazer aquele violão idiota pagar por isso.

O garoto pisoteou o instrumento até que foi reduzido à madeira e cordas.

— Agora não vou poder tocar – disse Chiara bufando.

— Er... a aula foi muito boa pessoal – disse o sátiro sem graça. – Obrigado.

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Depois do jantar as equipes se reuniram e Quiron falou:

— Já sabem as regras – disse ele – nada de matar, ferir gravemente ou quebrar um osso. Tenham um bom jogo.

As equipes se dispersam tomando sua posição.

As caçadoras camufladas na vegetação, ideia de Meg, estavam a postos. Então, Íris começou a trabalhar fazendo hologramas de “Hermes e Hefesto” que avançaram. De repente, uma flecha sai voando de uma das árvores, Mirian que estava por perto não perdeu tempo e lançou um dardo tranquilizante no arqueiro. Um já foi. Íris continuou a sua ilusão até que todos os arqueiros foram neutralizados.

Era o sinal para o grupo avançar, nesse momento, Ares aparece e ataca. Eles entram em combate acirrado com Hermes e Hefesto enquanto as caçadoras vão neutralizando uma a um. Nina e Thalia estava entre os combatentes.

Assim como Mirian previu, Atena aparece de surpresa para o combate, mas a equipe já estava preparada e o combate recomeça, um a um os filhos de Atena vão caindo. Assim, o elemento surpresa foi surpreendido.

— Annabeth não estava entre os combatentes – disse Nina.

— Ela tá aprontando alguma – disse Thalia. – Você a conhece bem.

— Invisibilidade – disse Nina. – Ela está perto. Perto até demais – ela bate com seu escudo em algo invisível que dá um grito de surpresa.

— Como sabia que eu estava aqui? – disse Annabeth retirando o boné.

— Senti o seu cheiro – disse Nina. – Eu reconheceria em qualquer lugar.

— Nesse caso – disse Annabeth retirando sua espada da cintura –, vamos ter que lutar.

— Demorou – disse Nina rodando a espada na mão.

Thalia sorriu e se afastou. Nina cuidaria de Annabeth ou vice e versa.

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Do time de Annabeth, Clarisse ficou incumbida de pegar a bandeira. Ela espalhou seus combatentes para cercar os defensores. As duas filhas de Nice foram as primeiras a avançar.

— Vamos ver quem chega primeiro na bandeira – disse Holly.

— Vamos lá – disse Laurel.

Elas não foram muito longe, pisaram na armadilha dos filhos de Hefesto. Ambas as garotas foram envolvidas por uma rede e ficaram penduradas nas árvores.

— A culpa foi sua – disse Laurel.

— Não, foi sua – disse Holly.

Assim, elas ficaram nesse embate até que foram resgatadas.

Jason, que ficou no comando dos demais entrou em combate com os atacantes de Clarisse que não tiveram muito êxito. Os que conseguiam passar pisavam nas poças eletrificadas e ficavam atordoados, as caçadoras das árvores lançavam os dardos tranquilizantes fazendo com que desmaiassem. As filhas de Afrodite que guardavam a bandeira usavam o charme fazendo com que os adversários lutassem uns com os outros. A própria Clarisse estava enrolada com ramos produzidos por Meg. Assim, o time vermelho não conseguiu seu intento.

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Apolo foi escolhido para guardar a bandeira, já que num combate ele poderia se ferir. Ideia de Annabeth, o que gerou protesto do mesmo, mas Will deu a última palavra e ele teve que aceitar. Não queria dá trabalho para o filho. Nico achou melhor não deixá-lo sozinho, por isso se ofereceu para tomar conta do “sogro”.

Os dois ficaram um bom tempo, calados, Apolo incomodado, resolveu quebrar o silêncio.

— Desculpe por hoje de manhã – disse ele.

— Sem problemas – disse Nico cético.

— Eu não quis ofender – disse Apolo.

— Eu sei – disse ele. – Você estava num estado emocional perturbado. Às vezes falamos coisas sem pensar quando estamos zangados. Eu percebi que você estava nervoso.

Apolo ficou surpreso. Esse garoto era mais maduro do que pensava. Agora entendia o que Will via nele.

— Você já se lembrou de alguma coisa? – perguntou Nico.

— Algumas, mas ainda estão confusas – disse ele.

— Will me contou do seu pesadelo – disse. – Posso dá minha opinião?

— Fale.

— Eu acho que esse pesadelo é um aviso – disse ele. – A mulher disse que você precisa encontrar o portão primeiro. Pelo tom de urgência dela você tem que se apressar.

— O problema é que eu não sei onde está esse portão – disse Apolo. – Nem sei por onde começar.

— De qualquer forma, é uma missão que só você pode cumprir – disse o filho de Hades.

De repente o som de um farfalhar fez Nico ficar atento.

— Atenção – disse ele. – à sua direita. Atire.

Apolo atirou num arbusto e algo atrás dele deu um gemido.

— Estão se aproximando – disse Nico.

— Como consegue ver nessa escuridão? – ele pergunta e depois se dá conta do que perguntou. – Não responda.

Apolo podia ver o brilho das armaduras e das armas, apesar da escuridão. Os filhos de Nêmesis, que eram a última barreira até a bandeira estavam em combate com os oponentes. Os outros chalés estavam fora de combate, graças a Caroline filha de Deméter que produziu ramos enrolando os adversários, surpreendendo até seus irmãos e depois os fez dormir.

— É hora de chamar reforço – disse Nico descendo do barranco onde estavam.

Ele finca a espada no solo e se concentra. De repente, o chão treme e fendas se abrem e de dentro delas surgem esqueletos armados até os dentes. Apolo ficou impressionado, Nico era poderoso, apesar de ser muito reservado não era alguém para subestimar. Filho de um dos três poderosos era natural que ele tivesse tanto poder. Se seu filho gostava do tipo sombrio e agourento quem era ele pra questionar?

Depois que invocou os esqueletos Nico volta para perto da bandeira. Apolo notou que o garoto arfava provavelmente isso exigiu muito poder. Por isso Will ficava tão preocupado.

— Você está bem?

— Isso me cansa um pouco – disse ele quase sem fôlego. – Eu ainda estou me recuperando. Gastei muito poder durante a guerra.

— Não se esforce demais – disse ele preocupado.

— Fique atento – disse Nico. – Aí vem eles.

Nico dá o comando e seus esqueletos entram em combate com os adversários. Apolo olha ao redor e vê um movimento atrás de uma moita perto de Nico. Ele aponta a flecha na direção da moita e quando ia disparar ouve uma voz que o deixou atordoado.

APOLO!

Ele larga o arco e se ajoelha com a mão na cabeça. Ele não foi o único, Nico Di Angelo cai perto dele desacordado. Então ele ouve um grito de vitória, ele olha para cima e vê uma menina vestida de caçadora, era Thalia que segurava a bandeira que ele devia proteger. A trombeta soa e a voz de Quiron ressoa não se sabe de onde.

— Vitória do time azul!

Gritos de comemoração vinham de todos os lados. Apolo sentou-se e esperou a algazarra terminar.  

Após a batalha, os sátiros se espalharam para ajudar os campistas derrotados a saírem das armadilhas enquanto as ninfas aplicavam o antídoto nos dorminhocos. Apolo ainda estava ao lado de Nico quando ele despertou.

— Você está bem? – ele pergunta.

— Mais ou menos – disse ele atordoado. – Quem ganhou?

— O time azul – disse ele. – Tome – ele entrega um cantil de néctar ao semideus.

— Obrigado – Nico bebe e se sente melhor.

— A culpa foi minha – disse Apolo. – Eu vi um movimento atrás de uma moita e quando ia atirar uma voz gritou tão alto na minha cabeça que pensei que meu cérebro fosse estourar.

— Uma voz – disse Nico. – Você reconheceu?

— Não – disse ele de cenho franzido -, mas parecia desesperada.

Nesse momento Will surge da escuridão.

— Apolo, Nico, vocês estão bem? – ele pergunta preocupado.

— Agora estamos – disse Nico.

— Que bom – disse ele. –Apolo, eu preciso de você, tem muitos feridos.

— Vamos lá – disse ele se levantando.

Os três saem da floresta e se dirigem à enfermaria.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo.



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