Caçadora Pelas Circunstâncias escrita por Cris de Leão


Capítulo 28
Cap.28 - Desaparecidos


Notas iniciais do capítulo

Continuando.



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No dia seguinte o acampamento acordou alvoroçado. Três campistas haviam desaparecido, Cecil Markowitz filho de Hermes, Ellis Wakefield filho de Ares e Miranda Gardner filha de Deméter e conselheira chefe de seu chalé.

Na Casa Grande, Quiron estava reunido com os conselheiros mais Apolo. O clima estava tenso.

— Eu não acho que Cecil tenha saído do acampamento – disse Connor -, suas coisas ainda estão no chalé.

— O Ellis não seria burro de sair do chalé depois do toque de recolher – disse Clarisse -, não com as harpias rondando por aí.

— E quanto a Miranda, o que diz o chalé de Deméter? – perguntou Quiron se dirigindo a Billie Ng que estava calada até então.

— Ela não faria nenhuma idiotice dessas – disse Billie.

— Eu sabia! - disse Clarisse alterada. – É tudo culpa desse projeto de deus. Eu tinha certeza que a vinda dele pra cá ia dá merda.

Apolo se encolheu ante a fúria da garota.

— Deixe ele em paz Clarisse – disse Will enfrentando a garota. – Ele não tem culpa de nada.

 - Até sabermos o que aconteceu com esses campistas, sugiro que ninguém ande só – disse Quiron. – Eu mesmo farei uma investigação. Estão dispensados.

Todos se levantam e Clarisse dá um olhar assassino a Apolo antes de sair.

Apolo, que permanece no mesmo lugar, suspira.

— E se ela tiver razão e o sumiço dos campistas for culpa minha? – perguntou Apolo desolado.

— Clarisse só está nervosa por causa do sumiço do seu irmão – disse o centauro o consolando. – Não deixe que esses acontecimentos o afete.

— Ontem eu tive um pesadelo e durante o jogo ouvi uma voz.

— É mesmo? Me conte – disse o centauro.

Apolo relata tudo o que viu no sonho com todos os detalhes.

— Humm – resmungou. – Você disse que a mulher usava um símbolo da paz? – Apolo assente.

— E dizia sacou — acrescenta.

— E quanto ao homem de roxo?

— Ele disse ser meu descendente – disse ele suspirando. – Eu os conheço Quiron, mas não consigo me lembrar. Ambos querem que eu encontre o portão.

— É um pouco complicado – disse o centauro. – Se vier a sonhar novamente não deixe de relatar. Mandei dois sátiros com um bilhete para Rachel. Quem sabe ela possa te ajudar.

— Ficarei feliz com a presença dela aqui – disse Apolo.

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No ínterim, Nina e companhia comentavam os desaparecimentos.

— O que vocês acham disso? – perguntou Thalia.

— Apolo está envolvido – disse Nina.

— Você acha que esses sumiços têm a ver com a presença dele aqui? – perguntou Thalia.

— Acho – disse ela. – Não que ele tenha culpa, é claro, mas que tem a ver tem.

— Você está certa – disse Jason. – Desde que ele veio pra cá, as coisas começaram a acontecer. Primeiro o Labirinto e o Bosque de Dodona, agora os desaparecimentos.

— Pelo menos o Labirinto até agora não trouxe nenhum perigo – disse Thalia. – O que sabemos sobre o Bosque de Dodona?

— É também conhecido como Bosque Sussurrante. É o bosque mais antigo do mundo – disse Annabeth. – Ele vem da época em que os titãs governavam. Foi a própria rainha titã, Réia quem o plantou.

— Réia – murmurou Nico. – Será que foi ela que apareceu em sonho para Apolo?

— Do que está falando Nico? – perguntou Nina.

Nico relata aos amigos tudo o que Will lhe contara sobre o sonho de Apolo.

— Um homem de roxo – resmungou Jason. – Um romano talvez.

— Ele não soube dizer – disse Nico.

— Enquanto isso não for esclarecido é melhor ficarmos atentos – disse Nina.

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Estavam todos reunidos no refeitório tomando o café da manhã. Apolo da sua mesa observava os demais campistas. Alguns olharam pra ele com raiva, outros desviavam o olhar. Então, olhou para a mesa de Ártemis e se deparou com Nina que o encarava. Apolo ficou hipnotizado com aqueles lindos olhos verdes, ela lhe sorriu, mas desviou sua atenção para falar com uma das garotas.

Apolo perguntou aos filhos por que Percy foi banido do acampamento. Quando soube que foi porque ele matou uma deusa no Tártaro, ficou com medo, mas quando lhe disseram que Percy gostava dele e que o considerava um amigo, se sentiu aliviado. Então ouviu a risada de Nina e se virou novamente para olhá-la, ela estava com a face corada rindo de algo que disseram. Ele concluiu que Nina era a criatura mais linda que já viu depois de Dafne e Jacinto.

Apolo suspirou.

— Ela é tão linda! – disse ele com ar apaixonado.

Seus filhos se entreolharam.

— Apolo, nem pense em dá em cima da Nina – advertiu Will. – Ela é uma serva de sua irmã, portanto, proibida para os homens.

— Eu sei filho, mas não posso evitar – disse ele se virando. – Eu sei no que isso implica. Meu consolo é saber que nenhum marmanjo vai se encostar nela.

Os filhos sorriram e ele volta a comer. Então Quiron faz um anúncio.

— Campistas! – disse alto para que todos ouvissem. – Hoje foi nos dado uma sugestão para as atividades do dia. Harley, por favor – ele chamou um garoto de uns oito anos da mesa de Hefesto.

— É um jogo – começou ele – chamado de corrida de três pernas da morte – disse ele pulando. – Dois campistas ficarão amarrados por essa liga de bronze. Uma vez que ela prender os jogadores não poderão se soltar a não ser que completem o jogo.

— Qual o objetivo do jogo? – perguntou Laurel Victor filha de Nice interessada.

— Cada par deve trazer três maçãs douradas que serão espalhadas pelo Labirinto – disse o garoto.

— Vai ser moleza – disse Sherman Yang.

— Não vai ser tão mole assim – disse Harley. – Vai ter várias armadilhas perigosas – disse ele com um sorriso sádico. – Vocês terão que se esforçar para saírem vivos de lá.

— Vivos? – perguntou Apolo.

— Sim – disse o garoto. – Se não, não seria chamado corrida da morte.

— Er... obrigado Harley pela sua explicação – disse Quiron desconfortável. – Bem, depois que terminarem a refeição escolham seus pares.

Quiron voltou para o seu lugar.

— Lá vamos nós de novo – disse Thalia.

— Vai ser interessante – disse Nina. – Você se importa se eu escolher outra pessoa?

— Sem problemas – disse Thalia sorrindo. – Já até imagino quem é essa pessoa.

Nina sorriu e olhou para a mesa de Atena de onde Annabeth retribuía o olhar. Ambas não precisavam falar, pois já sabiam o que a outra pensava.

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Como ainda estava cedo e o jogo seria após o almoço, Apolo resolveu treinar um pouco, foi até a área de tiro. Somente Kayla estava lá. Ele pegou um arco e uma aljava e se dirigiu a um alvo perto da filha. Apolo posiciona a flecha, estica o arco e atira bem no centro várias vezes.

— Você melhorou bastante pai – disse Kayla sorrindo.

— Uma linda garota me disse pra eu nunca desistir – disse ele olhando para o alvo. – E que ser humano não é tão ruim.

— Que bom que você entendeu – disse ela feliz.

APOLO!

Apolo soltou o arco e segurou sua cabeça.

— O que foi? – perguntou Kayla preocupada.

ME ENCONTRE.

— Você não ouviu isso?

— Isso o que?

A DESCIDA DO SOL — disse a voz. O VERSO FINAL.

Dessa vez ele começou a gritar.

— Ahhhhhh!

— O que está acontecendo? – Kayla estava desesperada.

Apolo cai de cara no chão. Kayla o virou e chamou.

— Apolo! Pai! - ela o sacudia. – Acorde, por favor!

Ele abre os olhos e fica estático olhando pro nada. Ele mal ouvia a voz da filha.

VENHA LOGO, O FOGO VAI ME CONSUMIR.

— PAI! – ela lhe deu uma tapa. – ACORDE!

Então ele volta à realidade. Kayla o ajuda a se sentar ele se vira pro outro lado e vomita. Kayla vendo o estado deplorável do pai passa a mão nas costas dele a fim de aliviar o mal-estar.

Depois de ter vomitado todo o café da manhã ele se recompõe. Kayla lhe dá uma garrafa de água. Ele bebe e cospe, e depois bebe o conteúdo.

— Tá melhor? – ela pergunta.

— Sim, obrigado – disse ele. – Desculpe por isso – disse ele apontando para o monte nojento.

— Vamos levantar – disse ela o ajudando. – O que aconteceu, você me assustou.

— Uma voz me pedia ajuda – disse ele. – Era tão alta que parecia ter um alto-falante na minha cabeça.

— Quando você desmaiou eu achei que.... – Kayla para de falar. – O que ele está fazendo?

Apolo se virou e olhou na mesma direção que a filha, Sherman Yang andava em direção da floresta igual a um zumbi.

— Ele não pode entrar na floresta – disse Apolo em pânico.

Pai e filha correm para impedir o garoto. Ramos envolviam seu corpo. Quando se aproximam da floresta Apolo ouve uma voz feminina que lhe era muito familiar.

Você fez isso comigo. Venha. Venha me caçar de novo.

Dafne.

Apolo ficou com medo.

— Temos que sair daqui – disse ele com urgência. – Sherman! – Apolo segurou seu braço.

Sherman tentou se soltar.

— Não. Ellis. Temos que encontrá-lo. Miranda. Minha garota – ele balbuciava como se tivesse falando dormindo.

Apolo olhou para Kayla.

— Miranda e ele começaram a namorar uma semana atrás – disse ela.

— Encontrá-la – disse ele tentando se soltar.

— Miranda está bem aqui, meu amigo – disse Apolo. – Vamos levar você para lá.

— Bem... aqui? – disse ele parando de lutar.

— É.

— Ellis?

— Sim, sou eu – disse Apolo. – Sou Ellis.

— Amo você, cara – disse ele soluçando.

Os dois levaram Sherman para longe das árvores. A cada passo ele piscava até voltar a ser ele mesmo. Quando se viu segurado pelos dois braços se soltou.

— O que é isso?

— Você estava indo pra floresta – disse Apolo.

— Não estava não – disse ele teimoso.

— Você estava em transe – disse ele. – Você murmurava sobre Ellis e Miranda.

— Não me lembro disso – disse ele de cenho franzido.

— Você não mencionou o outro campista, Cecil – disse Apolo.

O rosto de Sherman mudou.

— Por que eu mencionaria Cecil – resmungou. – Eu odeio esse cara e por que devo acreditar em vocês?

— A floresta tinha capturado você – disse Apolo. – Os ramos estavam envolvendo seu corpo.

Sherman olhou pra floresta.

— Não vejo nada.

— Mas...

— Chega! – disse autoritário. – Se vocês mencionarem isso a alguém vou fazê-los comerem as suas aljavas.

Ele se vira e já ia embora quando Apolo o chama.

— Sherman!

— O que é? – ele pergunta com a cara feia.

— Em que você estava pensando antes de estar com a gente?

O garoto abaixa a cabeça e franze o cenho.

— Em Miranda e Ellis... eu estava pensando que queria saber onde eles estavam.

— Então, você estava se fazendo uma pergunta – disse Apolo com medo. – Você queria informações.

— Eu...

Nesse momento a trombeta soou.

— Esqueçam. Temos que almoçar agora. Depois vou destruir vocês no jogo – disse ele com ameaça. E saiu andando.

Kayla olhou para o pai e perguntou:

— O que acabou de acontecer?

— Acho que sei por que esses campistas sumiram – disse ele. – Preciso avisar Quiron.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo.



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