Caçadora Pelas Circunstâncias escrita por Cris de Leão


Capítulo 26
Cap.26 - Garota Irritante


Notas iniciais do capítulo

E aí, cheguei mais cedo hoje com um novo capítulo.



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Na frente da Casa Grande, os campistas se aglomeravam para saber as novidades do Labirinto. O grupo de exploração fazia o seu relatório.

— Fizemos buscas em várias partes e não encontramos nada – disse Nina. – Os sátiros não detectaram nenhum perigo.

— Nos dividimos em dois grupos e vasculhamos até onde pudemos e nada, nenhum perigo – disse Jason.

— Bom trabalho, podemos ficar tranquilos sobre isso – disse Quron.

— Por enquanto – disse Clarisse. – Isso não quer dizer que devemos baixar a guarda.

— Claro, claro – disse Quiron forçado a concordar. – Mais alguma coisa a relatar?

Eles negam.

— Estão dispensados – disse Quiron. – Descansem para logo mais à noite.

O grupo se desfaz e saem da Casa Grande.

— Prepare-se, porque eu vou pegar pesado – disse Annabeth.

— Eu vou precisar de muita sorte – disse Nina.

Ao longe Apolo e Austin observavam. Apolo viu seu filho Will conversando com um garoto moreno esquisito.

— É aquele? – ele pergunta.

— Sim. O nome dele é Nico Di Angelo, filho de Hades – disse Austin. – Eles começaram a namorar logo após a guerra.

Ele notou o quanto Will era carinhoso com o garoto. Os dois se aproximam e ele ouve o que Nico diz:

— Eu não fiz uso das sombras, não foi necessário – disse ele rolando os olhos.

— Ainda bem, se não eu teria que te deixar de castigo – disse Will sério.

— Você é tão bobo – disse Nico. – Eu vou descansar para o jogo de hoje à noite.

— Que jogo? – pergunta Apolo.

— Caça a bandeira – disse Will. – Você quer participar?

— Eu posso?

— Claro que sim, será um arqueiro a mais – disse Will.

— Eu não acho uma boa ideia, ele só vai atrapalhar – disse Nico. – Não sabemos se as habilidades dele com arco ficaram intactas.

— Perdoe meu namorado. Ás vezes ele é muito pessimista – disse Will se desculpando.

— Eu sou realista – disse Nico olhando para Apolo. – Vejo uma aura de morte ao redor dele. Se ele não começar a treinar vai acabar se machucando.

— Ele tem razão – disse Austin. – Venha, vamos até a área de tiro.

Os dois se dirigem até a área de tiro onde Kayla era a instrutora.

— Escolha um arco e uma aljava. Vou falar com Kayla – disse ele deixando Apolo só.

Apolo suspira e pega o arco e uma aljava e se aproxima de um alvo disponível ao lado de duas garotas que disputavam quem era a melhor. Ele arma a flecha, se posiciona e dispara bem no alvo, arma outra e dispara, dessa vez acertou fora do círculo preto, atirou outra a mesma coisa. Duas flechas disparadas a uma distância que nada menos de cem metros fora do círculo preto. Envergonhado ele joga o arco no chão e chora.

Kayla se aproxima e tenta consolá-lo.

— Apolo – disse ela –, esses disparos foram incríveis. Um pouco mais de treino e....

— Eu sou o deus da arqueria, eu não treino! – gritou malcriado.

Ao lado as duas meninas riram.

— Ei ex-deus – disse Holly filha de Nice prendendo uma flecha. – O treino é a única forma de melhorar – disparou e acertou no círculo vermelho e nem se abalou.

— Para você talvez, mortal! – disse ele mal-humorado.

— Agora você também é. Se ferrou! Vencedores não reclamam – disse Laurel irmã da outra. – É por isso que eu sou melhor que a Holly.

— Você é ridícula – disse Holly.

— Ah é? – disse Laurel. – Vamos lá. Melhor de três disparos. Quem perder vai limpar o banheiro por um mês.

— Vamos nessa – disse a outra.

As duas começaram a disputa. Kayla puxa Apolo pelo braço o afastando dali.

— Não consigo fazer isso Kayla – disse lamentando. – Veja meus dedos – disse ele mostrando – estão doendo – disse choroso.

— Você consegue pai. Tenha paciência, você vai melhorar – disse ela o consolando.

— Não – responde amargurado –, é doloroso demais.

Nesse momento, um grupo de garotas entra tagarelando na área. Eram as caçadoras, Apolo imediatamente muda de postura. Ao ver as meninas se aproximarem ele dá um sorriso.

— Agora sim o meu dia vai melhorar – ele diz olhando na direção das meninas.

 Kayla que observava o pai ficou intrigada com a mudança repentina dele. Olhou na direção das caçadoras e percebeu que seu pai olhava para uma em especial.

Não pode ser, será? — pensou.

— Olá, viemos treinar um pouco, pode ser? – perguntou Thalia.

— Claro, fiquem à vontade – disse Kayla.

— Vamos meninas – disse Thalia – Espalhem-se.

— E você Apolo quer treinar com a gente? – perguntou Nina sorrindo.

— Com certeza – disse ele com um sorriso até as orelhas.

— Então vamos – disse ela o convidando.

Apolo pegou de volta o seu arco e uma aljava e saiu andando atrás de Nina. Kayla ficou pasma, agora à pouco ele se lamentava porque não conseguia acertar o alvo e de repente mudou de ideia só porque Nina o convidou. Só esperava que ele não se metesse em encrencas.

Na área de tiro, Apolo se esforçava para impressionar Nina, mas todas as flechas ou acertavam o círculo vermelho ou saíam voando para longe. Ele, o deus da arqueria pagava o maior mico bem diante da sua “futura” namorada.

— Er.. desculpe – disse ele sem jeito -, mas como pode ver, não to conseguindo.

— É porque agora você é mortal – disse Nina condescendente – e algumas mudanças ocorreram. Você precisa relaxar e tentar de novo. Não desista.

— Falar é fácil – disse ele.

— Se serve de consolo eu era uma péssima arqueira – disse ela atirando uma flecha bem no alvo. – Eu não sabia nem colocar uma flecha no arco. Agora eu consigo, graças a bênção de Ártemis. Assim mesmo, preciso treinar.

— Mas agora eu sou mortal – disse ele.

— Ser humano não é tão ruim – disse ela. – Por termos vida curta, lutamos para sobreviver, nunca desistimos daquilo que queremos. Somos muito fortes Apolo, quando caímos levantamos, quando erramos aprendemos com os erros e procuramos melhorar e seguimos em frente.

— Eu era um deus olimpiano – disse se lamentando -, o cara mais bonito do Olimpo. E agora reduzido a um humano insignificante.

— Nunca nos chame de insignificantes – disse Nina séria. – Para vocês deuses, podemos ser insignificantes, descartáveis. Sem nós vocês não existiriam, vocês não dão a mínima para seus filhos. Muitos perderam a vida durante as duas guerras. Aposto que nunca lamentaram a morte deles, deixam à própria sorte – disse ela com a voz embargada. – Muitos deles morreram sem nunca saberem quem eram seus pais porque nunca foram reclamados, outros nem chegaram a esse acampamento.

Apolo olhou consternado para aquela menina bonita que estava com os olhos úmidos.

— Nina...

— Desculpe – disse ela limpando os olhos -, acho que estou ficando emotiva. Vamos continuar.

Apolo assente e arma outra flecha aponta e atira bem no alvo três vezes em seguida, nem se dando conta do que fez de tão perturbado que ficou com as palavras de Nina.

— Uau! – gritou uma garota ao seu lado lhe assustando. – Desculpe, não queria te assustar.

— Então por que gritou? – perguntou exasperado.

— É que não é sempre que se vê alguém acertar o alvo três vezes em seguida – disse ela.

Só então ele notou as flechas no alvo.

— Eu fiz isso? – ele pergunta surpreso.

— Parece que sim – disse ela. – Você conseguiu.

Apolo sorri e olha de um lado pra outro.

— Cadê a Nina?

— Ela recebeu um chamado de Quiron – disse ela. – Ela me pediu pra te fazer companhia.

— Não precisa se incomodar.

— Sem problemas – disse ela.

— Qual o seu nome?

— Meg McCaffrey.

— Desde quando você é uma caçadora?

— Desde os doze anos.

— E quantos anos você tem?

— Doze – disse ela se segurando para não ri, o que não deu certo. – Hahaha! Sua cara ficou engraçada, hahahaha!

— Escute aqui garota – disse ele furioso -, eu posso ser um mortal agora, mas um dia eu vou voltar a ser um deus e você vai me pagar.

— Hahahahahahaha!

Apolo saiu dali furioso e pisando duro.

Quem essa garota pensa que é pra falar com um deus desse jeito? — pensou.

Ele entra em seu chalé e dá de cara com Will e Nico.

— O que ele está fazendo aqui? – perguntou furioso.

— Estamos conversando pai – disse Will sem se abalar.

— Vocês não fizeram nenhuma safadeza aqui, fizeram? – perguntou desconfiado.

— Tá maluco, claro que não – disse Will, corado.

— Acho melhor ir embora – disse Nico se levantando. – Te vejo depois.

— Tudo bem – disse Will acompanhando Nico até a porta. – O que deu em você, por que falou isso?

— Desculpe – disse Apolo se sentando e suspirando. – É que uma garota me tirou do sério e eu acabei descontando em vocês.

— Quem foi a garota?

— Uma tal de Meg sei lá o que – disse Apolo bravo. – Vou tomar um banho.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo.



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