Caçadora Pelas Circunstâncias escrita por Cris de Leão


Capítulo 22
Cap.22 - O Deus Caído




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Na enfermaria Quiron observava o movimento dos filhos de Apolo em tratar do garoto desconhecido. Ele tinha uma suspeita de quem se tratava, Will se aproxima dele.

— E então? – ele pergunta.

— Conseguimos estabilizá-lo, jogamos néctar nos ferimentos e queimaduras, mas não está adiantando – disse o semideus – nem meus poderes de cura estão funcionando.

— É porque ele é mortal – disse ele. – Que tal colocá-lo numa banheira com água e ervas medicinais, talvez funcione.

— Podemos tentar – disse Will com a mão no queixo. – Vou providenciar agora mesmo.

O semideus se afasta e Quiron se aproxima do leito. Ele olha para o rapaz e quase não o reconhece. Antes ele era belo, pele bronzeada, cabelos loiros brilhantes e sorriso ofuscante. Agora, o que ele via era um garoto pálido, com o rosto cheio de espinhas, os cabelos antes sedosos estavam opacos e sem brilho, o corpo antes musculoso tinha uma barriga proeminente e gorduras laterais. Dessa vez Zeus queria deixar uma marca inesquecível no filho, tirando o que Apolo mais valorizava, a sua aparência.

Quanto ao outro punido, ele suspeitava que tenha sido a rainha. Com certeza Zeus a mandou a algum lugar inacessível. Esperava que estivesse bem. Resolveu que iria informar os semideuses sobre isso.

Do lado de fora, Will falava aos outros sobre o garoto.

— Ele está estabilizado, mas o problema são os ferimentos e as queimaduras. Néctar não está funcionando.

— Você conseguiu estabilizá-lo, já é alguma coisa – disse Annabeth.

— Quiron disse que ele é mortal, por isso o tratamento não tá dando certo – disse ele. – Ele sugeriu mergulharmos numa banheira com água e ervas medicinais.

— É uma boa ideia – disse Annabeth.

— Se quiser eu pego a água é só me dizer a quantidade – disse Nina solícita.

— O suficiente par encher uma banheira – disse ele. – Os filhos de Hefesto já levaram a banheira para lá, eu estou indo até o chalé de Deméter pegar as ervas.

— Vou agora mesmo pegar a água – disse Nina saindo correndo até o lago.

— Vou pegar as ervas – disse Will.

— Vou com você – disse Nico.

Os outros ficaram esperando Nina voltar com a água.

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Quiron solicitou uma reunião com os conselheiros.

— Eu os chamei para falar sobre o garoto estranho – disse ele olhando para todos. – Esse garoto na verdade é Apolo.

Todos olharam para Will que estava perplexo.

— Apolo? O deus Apolo? – perguntou Thalia sem acreditar.

— Ele mesmo – confirmou Quiron.

Houve um murmúrio entre os conselheiros.

— Acalmem-se – disse Quiron. – Não é a primeira vez que Apolo se tornou mortal – fez-se silêncio. – Nas outras vezes, ele conservou seus poderes, mas agora ele é totalmente mortal. Provavelmente, Zeus selou seus poderes divinos. Não sabemos se ficou algum, portanto, vocês do chalé de Apolo ficarão responsáveis por ele – disse o centauro se dirigindo a Will.

Ele assente.

— Será que ele também teve a memória apagada? – perguntou Nina.

— É uma possibilidade, pois agora ele é mortal e pensará como um – disse ele -, também pode ser que ele a recupere aos poucos.

— E quanto ao outro punido, meu pai mandou dois raios – disse Jason.

— Eu suspeito que o outro tenha sido lady Hera – disse ele para o espanto dos presentes.

— Por que você acha isso Quiron? – perguntou Nina.

— Eu acho que sei por que – disse Annabeth chamando a atenção dos outros. – Jason, Piper, vocês se lembram que depois da batalha em Atenas, Zeus chamou a atenção de Apolo e Hera?

— Sim – disse Piper. – Ele acusou Apolo de interferir na missão durante a guerra de Cronos.

— E Hera por ter revelado os dois acampamentos, causando com isso a confusão de personalidade – disse Jason.

 - Sabemos onde Apolo está – disse Jake Mason – e quanto a Hera, será que ela também é mortal?

— Isso eu não sei lhe dizer senhor Mason – disse Quiron.

— Quanto a isso não podemos fazer nada – disse Nina. – Foi um julgamento de Zeus.

— A única coisa que podemos fazer é aguardar os acontecimentos – disse Quiron. – Estão dispensados.

Todos se retiram e Nina fica pensativa. Ela estava com um mau pressentimento, a presença de Apolo no acampamento poderia ser um sinal de encrencas.

— Nina tudo bem? – pergunta Annabeth.

— O que você acha de tudo isso? – ela pergunta.

— Eu estou com um mau pressentimento – disse Annabeth.

Nina sorriu.

— Que foi? – Annabeth pergunta.

— Nós pensamos do mesmo jeito – disse Nina sorrindo. – Eu também acho que algo ruim vai acontecer.

— Só espero que não seja outra guerra – disse Annabeth.

Nina assente.

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Will ficou um pouco perturbado em saber que aquele garoto estranho era seu pai. Ele não parecia em nada com o tipo descrito na mitologia: bonito e brilhante. O garoto era um tipo comum de adolescente mortal, passaria despercebido. Não tinha nada da beleza de um deus, tinha espinhas no rosto, um corpo disforme com barriga saliente e banhas ao redor da cintura. Agora teria que cuidar do pai como a um irmão.

Suspirou.

De repente sentiu uma mão fria tocar a sua. Olhou para o lado e deu um sorriso cansado ao namorado.

— Está tudo bem? – pergunta Nico.

— Bem não está – disse ele. – Vai ser estranho chamar um adolescente de pai.

— Talvez seja mais estranho pra ele. Agora que é mortal, vai precisar muito da sua força – disse Nico.

— Eu sei – disse num suspiro. – Tenho que voltar a enfermaria.

— Vamos os dois – disse Nico.

Ambos de mãos dadas se dirigem a enfermaria.

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Não demorou muito, o primeiro problema surgiu durante a madrugada. Uma dríade correu até a Casa Grande.

— QUIRON! QUIRON! – gritou ela batendo na porta.

— O que houve? – ele pergunta de cenho franzido.

— Ele voltou – disse ela.

— Quem?

— O Labirinto! – disse ela mudando de cor. – Também umas árvores estranhas apareceram na floresta – disse ela agitada. – Você precisa ver isso.

— Vamos! – disse ele trotando atrás da dríade.

Chegando lá vários seres da natureza estavam reunidos.

— Com licença – pediu ele abrindo passagem. – Quando apareceu?

— Foi quase ao amanhecer – disse a dríade. – Nós ouvimos vozes e viemos verificar.

— Hummm – resmungou. Ele já tinha uma leve suspeita sobre essas árvores. – Escutem, não quero ninguém entrando na floresta até sabermos do que se trata. Fiquem de olho no Labirinto para ver se sai alguma coisa daí.

As criaturas assentem.

Queiron volta para casa precisava informar os semideuses.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo.



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