A Pequena princesa escrita por HeartOfCourage


Capítulo 8
Aniversário


Notas iniciais do capítulo

Oi leitores! Peço imensa desculpa pela demora, mas não consegui escrever o cap antes por causa dos exames .-.
Aqui acontecerá algo que mudará radicalmente a vida da nossa Annie...
O que é? Só lendo para descobrir! Boa leitura, espero que gostem ♥



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12 Junho 1888 

  

Acordei abrindo lentamente os olhos. Esperava de encontrar fracos raios do sol contra o meu rosto, como acontecia na Grécia todas as manhãs. Sei que aqui em Londres acontece, mas não tão frequentemente o sol saia ao descoberto e quando decidia faze-lo, eu me encontrava nas aulas. Exato, essa é a minha sorte. Nesses dias sempre acontecia algo de ruim, como bater o pé contra um móvel, encontrar a Miss Vaca Hera, aturar a Rachel e as suas mil e uma polémicas, enfim, vocês entenderam. 

Na verdade havia vezes em que via o sol, eu é que dramatizo um pouquinho... só um pouquinho. 

Voltando, esperava sentir a cara ligeiramente aquecida, mas nada. Abri completamente os olhos, processo que demorou um pouco por ainda ter um pouco de sono e... adivinhem? 

As cortinas estavam fechadas. Sério? Bufei e me levante, fazendo assim um esforço imenso para chegar até á janela. E quando a abri, havia uma nuvem que cobria a nossa fonte de luz. Não. Hoje nada de ruim poderia acontecer, pois não? Afinal, hoje era o meu aniversário. 

Decidi então que pelo menos tinha o direito de dormir mais um pouquinho, deitando-me, ou melhor, jogando-me em cima da cama. Já estava quase a dormir, quando de repente ouvi a porta abrir-se e alguém gritar, enquanto se jogava em cima de mim: 

—PARABÉNS ANNIEEEEE!!! 

Sim, como você pode deduzir, essa era a Thalia. Quem mais poderia ser? 

—Você é maluca garota. 

—O que? É assi  que se agradece uma pessoa? Não te deram alguma educação?- disse ela fingindo indignação. 

—Olha quem está falando, a garota que se jogou em cima de mim e, por sinal ainda não saiu e me está a esmagar. Quanta classe. 

—Nem tente desviar a conversa senhorita Chase e, só assim por acaso, você está me chamando de gorda? 

Dito isso, percebi que se não fizesse alguma coisa ela nunca mais sairia de cima de mim. De qualquer forma consegui a empurrar, fazendo-a cair da cama a baixo. 

—AAAAAA SUA DOIDA MALUCA!!! EU IA MORRENDO POR SUA CAUSAAAA! 

—Pff, nem tente. 

—EU ESTOU INDIGNADA! VOCÊ INSULTOU A MINHA PESSOA! 

—Dessa forma, acho que é melhor não te dar aquele bolinho que comprei para... 

—Fechado, eu fico quietinha, não se preocupe.- disse, sentando-se comportadamente ao meu lado. olhamos uma para a outra e desatamos a rir. 

—Então Annie, pronta para festejar? Não é sempre que se faz 18 anos! 

— Claro que sim! A Vaca Hera permitiu que saíssemos hoje á tarde, mas só por umas três horas... 

— O que? Aquela cab... 

—Eu ainda vou lavar a sua boca com sabão um dia destes. 

—Nem pense.- disse, piscando para mim. 

A manhã correu normalmente, se bem que as várias garotas que conhecia vieram me desejar um feliz aniversário. Ou ANNIEversário como Thalia gostava de dizer. É, ela é muito fantasiosa, e eu ainda tenho que aturar isso. Continuando, até a Rachel veio me dar os parabéns junto a Clarisse, fazendo questão de deixar bem claro que o fizera contra a vontade, mas que tinha que manter as aparências. Clarisse por outro lado simplesmente se demonstrou desinteressada. Enfim, a parte estas cenas tristes, incluindo aquela da Miss Hera, que por sorte se limitou a desejar-me um bom aniversário com falsa emoção, para depois ir-se embora, as aulas decorreram normalmente e, após do almoço, eu, Thalia, Piper saímos do internato. Consegui convencer a Miss Hera que Hazel viesse connosco, pois já tinha conseguido com que Hazel fosse a minha criada pessoal. Conseguimos algumas guloseimas e nos dirigi-mos para um belo campo onde fizemos um piquenique, conversando e rindo como grandes amigas que eramos. Aquela que mais falava era Thalia, sobre... adivinhem? Nico, Nico ou... Nico? Se pensou em Nico, acertou! Na verdade nem nos importamos muito com isso, até porque ela era hilaria quando falava nele. Nem sequer tinha quase a coragem de falar com ele, que já pensava no nome dos filhos e qual animal ter em casa. Tudo estava correndo bem, até Piper perguntar a Lia como ela pensava em contatar as cegonhas para ter os filhos. Eu e Hazel caímos de tanto rir, até choramos, por causa da cara de pânico de Thalia. A garota conhecida por ser rebelde, forte e determinada, encontrava-se muito envergonhada por causa de uma pergunta inocente. Depois de uma tentativa falha de explicar isso para a garotinha, Lia conseguiu engenhosamente mudar de assunto, deixando assim por seus preparativos do seu casamento imaginário. Decidimos brincar um pouco á apanhada, correndo todas pela gramada, cada uma com um sorriso genuíno no rosto, o cabelo ao vento, a alma em paz consigo própria e a mente livre de qualquer preocupação. O único pensamento que decorria na nossa cabeça era aquela de aproveitar ao máximo aquele momento de alegria que tínhamos juntas. Dedicamo-nos depois aos bolinhos que havíamos trazido connosco; haviam de todo o tipo, um mais gostoso do que o outro. Comemos assim tanto que podia sentir uma espécie de revolução dos bolinhos no meu estômago. Este estava tão cheio que a comida nem devia caber la dentro, assim que ainda tinha bolinhos entalados na minha garganta. Nesse momento jurei a mim mesma que nunca mais iria comer bolinhos. Pelo menos durante esse ano. 

Thalia teve a infeliz ideia de contar histórias divertidas, fazendo com que nos ríssemos e quase passássemos mal por ter comido muito precedentemente. 

Infelizmente tudo o que é bom acaba logo, pois certo ponto o nosso acompanhador informou-nos que deveríamos nos recolher e voltar para a instituição. Quando regressamos tivemos que ir para a sala de estar, onde parte das senhoritas do colégio estavam a bebericar um chá e a coscuvilhar umas entre as outras sobre argumentos fúteis. Estava conversando com Thalia e outras garotas com quem havia simpatizado um pouco, quando as irmãs Olympus irromperam dentro da sala, graciosamente, é claro. 

—Queridas senhoritas, gostaria de ter um pouco da vossa atenção por um momento. Como bem sabem, hoje é o aniversário da melhor aluna deste colégio....- eu nem me importei com a Miss Hera sendo falsa como sempre, pois a cara de ódio da Rachel compensava em tudo. Por mim Hera até podia continuar a noite toda assim... 

—... e para celebrar essa data tão importante, não só para a senhorita Chase mas também para todos nós, pois temos todas um laço forte que nos une, decidi que após o jantar uma breve festa se terá no salão principal do colégio.- dito isso, a Miss Hera saiu, sendo seguida pela irmã que, antes de deixar a sala, dirigiu-me um sorriso sincero e me deu os parabéns. 

Depois de ter jantado, encontrávamos-mos todas no grande salão, conversando e aproveitando a companhia umas das outras. E sim... acabei por comer um bolinho... nem me julgue, já me estou sentindo mal por o ter feito. 

Estava conversando com Thalia, quando vi a Miss Hera ser chamada para conversar com o advogado do meu pai, o que eu estranhei imensamente... 

  

P.O.V. Hera 

  

As minhas bochechas já não aguentavam mais de tanto sorrir falsamente. Ter que ver todas aquelas garotinha se divertir era infinitamente entediante, mas sabia perfeitamente que iria valer a pena, sobretudo quando se tratava de Annabeth; o pai dela tinha deixado bem claro que ela tinha que ser tratada nem que uma princesa e, sabendo do património que ele possuía, não o iria contrariar... se bem que me custava muito ver aquela negra, que antes era a minha escrav..., quero dizer, empregada, aos serviços daquela mocinha. Ela ainda ousava dar um pequeno sorrisinho de felicidade para si própria mas, quando um dia a Annabeth sair daqui, quando o pai dela acabar o trabalho nas minas de diamantes, mais ninguém se importará com aquela criatura e ai ela poderá voltar a executar a sua função de criada, a única que a raça dela deveria seguir. Os meus pensamentos foram interrompidos quando, improvisamente, um mordomo veio me informar que o advogado do Capitão Chase se encontrava ali e que desejava falar comigo de imediato. Saí então discretamente só grande salão e cumprimentei-o, acompanhando-o ao meu escritório, onde começamos a conversar. 

  

P.O.V. Hazel 

Não podendo participar a festa que estava a decorrer, pois era proibido a qualquer tipo de empregado, estava passando pelo corredor principal. Miss Héstia tinha me ordenado de voltar ao meu trabalho habitual, que agora era muito menos rígidos graças a intervenção da Annabeth. Mas não resisti a beleza que me rodeava e não pude evitar de passar as mãos pela manga de pele de um dos vestidos de festa, quando ouvi a voz da Miss Hera. Curiosa comecei a ouvir a conversa. 

—Faça favor, senhor Lavoisier, sente-se. 

—Ah... todos vestidos custosíssimos... confecionados por uma costureira parisiense... o capitão Chase gastava demasiado dinheiro impensadamente... 

—Desculpe-me, advogado, mas não entendo...- no tom de voz dela percebia-se perfeitamente que estava incomodada por aquele senhor falar mal de um dos melhores clientes que ela teve até agora. 

—Estas não são prendas para uma senhorita de 18 anos... são uma verdadeira loucura! 

—O Capitão Chase é extremamente rico. Só as minas de diamantes... 

—As minas de diamantes nunca existiram. 

—O QUE? Nada de diamantes?! 

—Senhora, quando se tem um amigo incompetente nos campos de negócios, é sempre melhor não investir o próprio dinheiro. O falecido Capitão Chase... 

—O "falecido" Capitão Chase? Você está querendo me dizer que... 

—Ele morreu sim, Miss Hera. Morreu de febre e de preocupações financiarias. A febre nunca o teria devastado de tal forma ele não tivesse enlouquecido pela perda do património... 

—Você está querendo me dizer que ele perdeu tudo? 

—Sim, infelizmente. Aquele amigo muito querido do Capitão Chase estava tão convencido de encontrar aquelas minas de diamantes que convenceu a investirem todo o dinheiro deles. Ele morreu delirante, evocando a sua filha... e morreu sem deixar nem um penny. 

—Ele não deixou mesmo nada? Annabeth ficou pobre e abandonada aqui, a meu cargo, não como uma herdeira mas como uma mendiga? 

—Infelizmente sim, visto que não existem outros familiares. 

—E nesse momento ela está-se divertindo, com vestidos caríssimos, uma empregada pessoal... tudo as minhas custas? 

—Exatamente Miss Hera. O Capitão Chase até deixou uma divida com o nosso estúdio, que declina qualquer responsabilidade, que é bastante consistente. 

—Por todo esse tempo, estava convicta que me pagassem regularmente, invés fiz uma série de despesas a mais para contentar aquela garotinha mimada para nada! Eu vou mas é mandar aquela criatura para fora do meu colégio! 

—Peço que tenha calma, Miss Hera. Não lhe aconselho uma decisão desse tipo porque, um gesto assim, iria comprometer a reputação desse internato. Mas como a senhorita Chase se encontra só neste mundo, aconselho que a deixe viver aqui no internato e que a use para trabalhar. Ela me parece ser muito inteligente, com certeza irá se tornar muito útil. 

—Farei com que isso aconteça de imediato. 

Nesse momento senti alguém que me segurou pelos ombros, gritando-me 

—O que você está fazendo aqui? 

Era a Miss Héstia que, uma vez que ouviu os gritos desesperados e raivosos da Miss Hera que chamavam por ela. Ela entrou rapidamente e eu a segui, começando a dizer: 

—Por favor, senhoritas Olympus, tenham piedade da senhorita Annabeth. Irei trabalhar mais para a sustentar, ela não tem capacidades para esse tipo de trabalho... 

—Cale a boca sua infeliz e saia daqui antes que expulse você e a sua amiguinha! Quanto a você, Héstia, pare de imediato a festa que está a decorrer! 

—Eu? Mas porque eu? 

—Não discute comigo! O vestido preto... a Chase tem um vestido preto Héstia? 

—Sim irmã... mas ele está desgastado e pequeno, pois ela cresceu... 

—Não importa, dê-lhe aquele vestido e sequestre todos os outros, já! E traga-ma para cá daqui a 10 minutos! 

  

P.O.V. Annabeth 

  

A festa estava decorrendo lindamente, mas em questão de segundos instalou-se o pandemónio naquele lugar. A atmosfera festiva que estava no ar transformou-se numa deprimida e triste, sem vida. Ordens eram gritadas por tudo que era lado; de repente Miss Héstia chegou toda tremulante a minha frente e começou a falar rapidamente e desesperadamente e, quando percebi no meio daquela confusão que o meu pai tinha morrido e que eu tinha ficado só no mundo sem absolutamente nada, tudo a minha volta passou a ser nublado. A vozes, os rostos, tudo me parecia irreal e o único sentimento que possuía era desespero e uma tristeza profunda. Um vazio enorme formara-se dentro de mim. Em questão de minutos encontrei-me no escritório da Miss Hera, que me olhava com um odio profundo. 

—Penso que Miss Héstia já lhe tenha explicado tudo. De hoje para frente a sua vida mudará radicalmente. 

—Ela... ela disse-me que o meu pai morreu, que o património dele não existe mais e que fiquei pobre. 

—Uma mendiga, é o que você passou a ser. Abandonada a ti própria: nada de familiares, ninguém que possa tomar conta de ti. 

Um arrepio correu por toda a minha espinha pelo tom azedo dela, fazendo com que me enrijecesse, mas não repliquei. Não tinha as forças para o fazer naquele momento. 

—O que você tanto olha para mim? Está tão atordoada para não entender o que lhe estou dizendo? Você está sozinha, Annabeth, sem absolutamente ninguém! Ninguém que esteja disposto a cuidar de você, só se eu decidir ter-te aqui por caridade. 

—Entendo...- respondi extremamente calma. A verdade é que naquele momento o meu olhar encontrava-se vazio e eu sentia-me como nada mais pudesse me destruir, pois já estava completamente quebrada. 

—Todos os teus haveres, a carroça, livros, vestidos... tudo será vendido. Você terá que trabalhar para viver, exatamente como Hazel! 

—P-Poderei trabalhar aqui? O... Oque irei fazer? 

—Tudo aquilo que lhe será ordenado. Você é inteligente, pronta a aprender tudo; se se demonstrará útil, talvez irei lhe permitir ficar aqui. Para começar, dado que você conhece o italiano e o grego, poderá ensina-lo as garotas mais jovens. E claramente irá dormir no sótão, no quarto ao lado daquele da Hazel. 

—Claro...- disse, sem que qualquer sentimento transparecesse. 

—Agora você pode ir. 

Levantei-me e comecei a andar, mas parei bruscamente quando Miss Hera exclamou: 

—Um momento! Você nem sequer me agradece? 

—Do que deveria lhe agradecer? 

—Oras, da bondade que demonstro. Estou lhe dando um teto, uma casa... 

Nesse momento uma onda de raiva invadiu o meu corpo. 

—Aqui não se trata de bondade e essa não é uma casa! 

Primeiro que ela pudesse rebater, saí dali e fui para o meu "novo" quarto. Joguei-me em cima da cama e, pela primeira vez, permiti que as lagrimas rolassem dos meus olhos. Chorei, chorei sem fim: pela perda do meu pai, pela sensação de vazio e solidão que sentia... por tudo.


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Notas finais do capítulo

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