Como A Luz No Mar escrita por JuMaravilha


Capítulo 16
Nocaute




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As aulas seguintes foram um completo branco para Sasuke. Sua mente se encontrava em um lugar distante; ou talvez nem tão distante assim, ele tinha certeza de que Naruto provavelmente estava a apenas alguns metros de distância. Se alguém sequer lhe dirigiu a palavra ele não saberia dizer. Para o resto da turma ele parecia abalado com o que acontecera momentos antes e os olhares preocupados dos amigos não poderiam ter passado mais despercebido pelo Uchiha.

Sasuke se sentia inquieto, o aperto em seu peito lhe deixando aflito. Queria levantar e sair à procura de Naruto, mas ao mesmo tempo queria simplesmente andar porta afora e ficar sozinho, fazer qualquer coisa que o possibilitasse esquecer um pouco do estresse daquele dia. Ao olhar pela janela observou o céu ainda nublado, se encaixando perfeitamente com a atmosfera pesada da sala. Quando Sasuke, enfim, olhou ao seu redor, percebeu o quanto era estranho ver todos quietos, prestando atenção na aula, sendo que, em qualquer dia normal, no mínimo teriam pessoas conversando, fazendo piadinhas, rindo e, é claro, o professor os mandando calar a boca.

Sasuke suspirou; precisava ver Naruto. Mesmo sabendo que o que tinha feito não estava errado ele se sentia mal, o que não era muito típico do Uchiha. Mas é claro, quando se tratava de Naruto tudo era diferente, ele já sabia disso. Assim que o sinal tocou para a última aula do dia, Sasuke se levantou e, aproveitando que todos começavam a se dirigir para a quadra, tomou a direção oposta do corredor e se pôs a procurar o loiro.

A sala dos professores foi o primeiro lugar onde verificou. Por sorte ela estava vazia, não seria possível continuar se o descobrissem andando pelos corredores quando deveria estar em aula. Nada nos banheiros, assim como nas poucas salas vazias em que olhou. Sasuke já estava quase desistindo quando, passando por um dos corredores, ouviu uma risada fraca, mas muito familiar, vindo de uma porta mais à frente. A enfermaria?

Com passos rápidos ele logo se aproximou, tentando se convencer de que se Naruto estivesse machucado de alguma forma ele teria sido levado para o hospital, e não para a enfermaria da escola. Sasuke suspirou assim que entrou no cômodo. O Uzumaki estava sentado em uma das cadeiras de rodinha, deslizando devagar pelo chão enquanto conversava; intacto, a não ser pelo saco de gelo que mantinha pressionado bem abaixo de seu olho esquerdo.

— Sasuke – o loiro parou assim que o viu.

— O que aconteceu?

— Naruto estava com saudades e resolveu me fazer uma visitinha.

Ao ouvir aquela voz, Sasuke percebeu que haviam mais duas pessoas ali com eles. Hinata e uma mulher de cabelos curtos e olhos negros, que deveria ser a enfermeira, estavam sentadas à pequena mesa, que continha alguns frascos de remédios e gaze. Ele as observou por um instante, mas logo se voltou para Naruto, levando uma das mãos até a do loiro, que segurava o saco de gelo, e afastando-a devagar, mas uma gaze o impedia de ver o machucado.

— Como se machucou?

— Não foi nada, eu só...

— Arranjou uma briga – a mulher respondeu, com um sorrisinho divertido. Naruto a olhou de cara feia.

— Foi culpa minha – Hinata suspirou, falando enquanto suas bochechas se tornavam rosadas. – Se eu não tivesse me intrometido ele não teria te acertado.

— Com certeza não foi sua culpa – Naruto tentou assegurá-la com um sorriso. – E isso é só um cortezinho, nem tá doendo.

— Um cortezinho? O que aconteceu, Naruto? Quem te machucou? – Sasuke tentou encontrar o olhar do loiro, mas este tinha o rosto virado, obviamente tentando evitá-lo.

Sasuke suspirou e puxou uma cadeira para se sentar.

— Olhe para mim, por favor – ele pediu gentilmente, pegando na mão livre de Naruto e acariciando-a. Então, quando seus olhos se encontraram, o brilho naquele azul fez Sasuke se sentir como se tivesse um peso tirado de seus ombros.

— Eu fui ajudar a professora – o loiro começou. – Ajudei ela a carregar e organizar os livros. Demorou um bocado, por isso não voltei logo pra sala. Mas assim que acabamos, e eu estava voltando, ouvi uns caras falando umas idiotices perto do banheiro. Como eu já não estava com muita paciência, acabei indo tirar satisfação com eles. Hinata chegou quando já estávamos discutindo e foi pedir pra pararmos, só que um deles não gostou nada de ser “interrompido por uma garotinha”, ficou com raiva e veio pra cima da gente. Digamos que não é nada legal tomar um soco de alguém que gosta de usar anéis.

Sasuke apertou a mão de Naruto, tentando controlar a raiva que subia por seu corpo.

— Quem foi o babaca?

— Eu não sei. Não conhecíamos nenhum deles – confessou Naruto. Vê-lo calmo e com aquele gelo na cara não melhorou em nada o estado de Sasuke, que levantou subitamente. O loiro o segurou pelo braço – Aonde vai?

— Vou descobrir quem eram!

— Não, Sasuke. Não vale a pena.

— Como não? Eles te machucaram e com certeza teriam machucado a Hinata se tivessem a chance.

— Mas nós estamos bem – Naruto tentava convencê-lo. – Eles eram só um bando de covardes, saíram correndo assim que perceberam quem éramos e o que tinham acabado de fazer.

Sasuke observou Hinata, vendo que, mesmo assustada, ela parecia determinada e pronta para defender a decisão de Naruto, caso fosse preciso. Ele voltou a se sentar, novamente olhando para o outro.

— Eu não gosto disso.

— É claro que não, sua mão deve estar coçando pra bater em alguém – o Uzumaki sorriu e Sasuke apenas suspirou, sabendo que aquele sorriso era seu próprio nocaute.

— Eu vou avisar ao professor que vocês estão aqui – disse Hinata, já se levantando para sair e deixando um silêncio constrangedor na sala.

— E eu vou dar uma volta... esticar as pernas, sabe? É muito bom pra saúde... – a enfermeira falou, sem jeito, saindo logo em seguida.

Os dois se encararam por um tempo, sem quaisquer palavras ditas.

— Desculpa – Sasuke decidiu por quebrar o silêncio.

— Tudo bem, eu já sabia que você era esquentadinho.

— Não isso. Pelo que aconteceu mais cedo – ao dizer isso, percebeu o olhar de Naruto se tornando ainda mais gentil.

— Não precisa se desculpar, eu só fiquei um pouco chateado. As pessoas costumam achar que sou imaturo a ponto de não saber o que estou fazendo, sabe? Mas eu sei... na maioria das vezes – ele riu. – Você é um dos únicos que não me tratam assim e quando não me deixou falar eu fiquei um pouco... – e deu de ombros. Sasuke se sentiu um bosta naquele momento.

— Naruto, eu não...

— Eu sei. Tenho certeza de que isso nem passou pela sua cabeça, foi no calor do momento, eu só tava me sentindo inseguro...

— Eu te parei porque fiquei com medo – Sasuke soltou, fazendo Naruto olhá-lo com uma expressão de completa surpresa.

— O quê?

— E-eu fiquei com medo de que, se você admitisse e os outros começassem a te tratar diferente, você fosse acabar percebendo que talvez ficar comigo não vale-se tanto a pena assim.

Por ter desviado o olhar Sasuke não conseguia ver a reação de Naruto e, de certo modo, ele realmente não queria ver.

— Então, quer dizer que Sasuke Uchiha não confia no próprio taco? – ao ouvir a voz, seguida de uma risada, o moreno levantou a cabeça, seu pescoço e rosto queimando; se era de raiva ou vergonha, ele não saberia dizer. Sua única reação foi socar o braço do outro. – Ai! Pra que isso? Eu estou brincando!

Ainda encarando-o, Sasuke observou o loiro enquanto sua risada morria e ele se aproximava, depositando suas mãos cálidas no rosto de Sasuke. O saco de gelo fez um barulho quebradiço ao cair no chão.

— Isso nunca vai acontecer – Naruto o assegurou com um grande sorriso.

— Acho bom – o moreno tentava permanecer sério, mas era simplesmente impossível.

No instante seguinte, seus lábios foram selados por outros macios e envolventes, irresistíveis ao ponto do ambiente se tornar cada vez mais quente na medida em que ambos se aprofundavam nas sensações que causavam um no outro, suas línguas aproveitando cada contato molhado. Sasuke só percebeu o quanto havia se perdido naquele momento quando ouviu sons metálicos. Ao se virar rapidamente ele viu Hinata parada ao lado da mesinha perto da porta, alguns utensílios médicos caídos a seus pés.

— M-me desculpem, eu só... o-os meninos estão trazendo as mochilas de v-vocês – ela falou, apenas, saindo imediatamente.

— Hinata! – Naruto tentou chamá-la, se levantando para segui-la, mas Sasuke o parou.

— Dê um tempo pra ela – ele pediu, sabendo que aquela cena não deveria ter sido nada agradável para a garota, e que Naruto indo atrás dela talvez tornasse ainda mais difícil.

Uns dez minutos se passaram até que Gaara e Lee aparecessem com o material dos dois. Enquanto esperavam, ambos decidiram que talvez fosse melhor não surpreender mais ninguém por hora e Naruto passou a andar pela sala, mexendo em tudo que parecesse remotamente interessante. Já Sasuke se ocupou com um caderninho de anotações que achara, tentando decifrar a letra bagunçada na qual estava escrito. Essa pessoa deve ter tido um derrame, ele pensou, por fim decidindo que não tinha capacidade para ler aquilo.

— O professor disse que estamos liberados – Lee chegou falando, animado.

— Vocês estão bem? – Gaara perguntou logo, entregando a mochila que carregava a Sasuke.

— Não – Naruto fingiu uma cara de dor, pegando seus materiais de Lee. – Sugiro jogarmos vídeo game na casa do Sasuke o resto da tarde pra melhorar.

— Por que a minha casa? – o moreno perguntou, já saindo da sala, seguido pelos outros três.

— Porque a minha mãe vai estar na minha, e você sabe como ela é.

— Na verdade, hoje eu pretendia ajudar o Lee com a matéria – disse Gaara.

— Ah, vamos, por favor! – Naruto parou para encará-los. - Eu to machucado, vocês não podem me deixar sozinho.

— Ele tem razão – Lee olhou para o ruivo, um sorriso se escondendo em seus lábios enquanto seus olhos lhe imploravam. Gaara suspirou.

— Tá bom.

Naruto e Lee saíram comemorando, deixando os outros dois para trás.

                                                              ...

— Eu exijo revanche! – exclamou Lee após ser derrotado, mais uma vez, pelo Uchiha.

— Alguém já te disse que você é persistente demais? – Sasuke o olhou, um pouco receoso ao ver como o garoto estava agitado e seus olhos brilhavam de excitação.

Em cima da cama, Naruto ria dos garotos sentados no chão.

— Desiste logo Lee, você não tem chance – o loiro apontou, rolando de barriga para cima e observando o teto. – Mas que fome! Vocês não estão com fome?

— Agora que você mencionou... – Lee finalmente desviou a atenção da tela à sua frente.

— Acho que na geladeira tem um pedaço de pizza que sobrou de ontem – Sasuke comentou. Subitamente, Naruto se sentou na cama, alerta. Ele e Lee se encararam.

— Só um pedaço? – o loiro perguntou, ao que Sasuke assentiu.

Um breve silêncio foi seguido pelo que parecia ser dois furacões saindo porta afora. Sasuke pôde ouvir a risada dos dois enquanto desciam as escadas, o barulho que faziam deixando claro que tentavam derrubar um ao outro antes de chegarem à cozinha.

— Qual foi o motivo da briga? – Gaara chamou sua atenção ao sentar-se ao seu lado, apoiaando as costas ao pé da cama.

— O quê?

— Por quê Naruto arranjou confusão?

— Eu não sei o motivo exatamente – ele se lembrou de que nem pensara em perguntar. – Mas pelo jeito ele ouviu uns caras falando besteira e acabou ficando com raiva.

— Mm... tenho certeza de que nem era sobre ele que estavam falando.

— Como assim?

— O Naruto tem essa mania de comprar a briga dos outros – Gaara deu de ombros e, por um instante, Sasuke pensou que ele havia terminado de falar, mas o ruivo logo continuou, seu olhar se tornando distante. – Quando eu era menor um bando de idiotas costumava mexer comigo. Diariamente eles me encurralavam, ficavam me empurrando, jogando coisas em mim, falando gracinhas. Eles não me batiam diretamente, mas eu sempre saía machucado.

— Por que faziam isso? – Sasuke franziu o cenho, observando-o brincar com os próprios dedos das mãos.

— Talvez porque eles simplesmente podiam – ele suspirou. - Eu sempre fui baixinho, e a reputação do meu pai com certeza também não ajudava. Depois que minha mãe morreu ele acabou virando um alcoólatra rabugento, faltava pouco para ele bater em mim e nos meus irmãos. Por sorte, nosso tio acolheu a gente quando viu que a coisa estava ficando feia. Aposto que ele adorou receber a notícia de que não ia mais precisar tomar conta de três pirralhos.

Se sentindo mal por não saber o que dizer, Sasuke apenas esperou que ele continuasse.

— As pessoas se afastaram de nós, ninguém suportava ficar perto do meu pai. Foi aí que os idiotas perceberam que seria divertido perturbar o garotinho fracote.

— E acredito que Naruto tenha se enfiado no meio de algum jeito.

— Sim – Gaara sorriu, se lembrando. – Um dia eu fui parado por eles no caminho pra escola e acabei chegando atrasado. Antes de entrar na sala eu fui até o banheiro ver o tamanho do estrago que tinha feito e Naruto acabou entrando na hora e vendo os hematomas no meu corpo. Depois desse dia ele não desgrudou mais de mim por um bom tempo, sempre partindo pra briga quando mexiam comigo. A mãe dele ficava louca toda vez que ele chegava machucado em casa.

Os dois riram, e Sasuke percebeu, então, que nunca tinha visto o ruivo rindo antes. Aquilo mostrava o tamanho de sua afeição pelo loiro.

— E eles pararam depois disso? – perguntou Sasuke.

— Por um tempo não, mas acho que acabaram se cansando daquilo. E nós acabamos crescendo também, eles deviam achar que tudo não passava de brincadeira de criança – Gaara suspirou de novo e Sasuke finalmente decidiu fazer a pergunta que estava na ponta de sua língua.

— Esses caras... eles eram Deidara e os amigos dele, não eram?

Gaara se virou para observá-lo, parecendo surpreso.

— Como sabe?

— Já os encontrei algumas vezes, e Naruto deixou bem claro que odeia eles.

— Pra alguém tão alegre ele sabe bem como guardar rancor.

Um barulho de passos apressados vindo do corredor fez ambos se alarmarem.

— Senhores, – Naruto entrou no quarto, falando alto e com um sorriso estampado no rosto. Lee estava logo atrás, igualmente animado – primeiramente, eu gostaria de dizer que, por pouco, não venci a corrida pelo último pedaço de pizza. E, segundo, eu gostaria de anunciar que... rufem os tambores, por favor!

Sasuke revirou os olhos ao ver Lee entrando na brincadeira, batendo as mãos na porta do quarto.

— A gente resolveu fazer mais pizza! – ele terminou com uma pose, olhando para os dois garotos ainda no chão, que os olhava com expressões vazias.

— Eles estão nos esnobando, Naruto – Lee murmurou, sem graça.

— Azar o deles, a pizza é nossa e é a gente que escolhe quem vai comer – Naruto concluiu e os dois se retiraram, mas não sem antes fuzilar Sasuke e Gaara com seus olhares.

— O que foi isso? – perguntou Gaara.

— O anúncio da destruição da minha cozinha, tenho certeza.

Quando desceram, no entanto, a cozinha ainda estava intacta, a única coisa fora do lugar sendo a garota agora sentada na bancada, que falava sem parar enquanto via Naruto e Lee andando de um lado para o outro para pegar os ingredientes que iriam usar.

— Ei! – Sakura acenou quando os viu entrar e logo pulou da bancada, vindo em direção a Sasuke. – Tudo bem?

— Na verdade, sim.

— Que bom – ela sorriu.

— É... Sakura?

— Oi?

— Desde quando você tá aqui?

— Cheguei agora a pouco. Eu estava indo pra casa da Hinata, mas resolvi passar aqui primeiro para ver como você estava, e ainda bem que fiz isso, porque... pizza! Ah, e eu mandei mensagem pro pessoal e eles vão vir também, então acho melhor fazerem uma quantidade maior.

— O quê? – Naruto e Gaara perguntaram ao mesmo tempo.

— Vocês me ouviram, continuem o que estão fazendo!

Sasuke suspirou, indo se sentar no sofá da sala. O dia parecia não ter fim e tudo o que queria era ir dormir e só acordar na semana seguinte, mas é claro que ele ainda teria que aguentar uma noite de “diversão” com seus amigos barulhentos. Se é que realmente seriam capazes de se divertirem depois de tudo o que acontecera. Os primeiros a chegarem foram Chouji e Shikamaru, e enquanto o primeiro foi direto para a cozinha, Shikamaru se dirigiu até Sasuke.

— Antes que você pergunte, sim, eu estou bem.

— E quem disse que eu me importo? – respondeu Shikamaru, sentando-se ao lado do amigo e lhe empurrando o ombro. – Se importa se eu ligar a TV?

— Não, eu já ia levantar, de qualquer maneira. Preciso de ar – Sasuke falou e se levantou no momento em que a campainha voltou a tocar.

Ao sair pela porta de vidro, Sasuke parou e enfiou as mãos dentro dos bolsos de sua calça, fechando os olhos e apenas curtindo a brisa úmida passar por seu corpo. Infelizmente, sua paz não durou muito.

— Sasuke? – a voz doce de Hinata sobrepôs o barulho do vento.

— Hm? – Sasuke apenas murmurou, sem mudar de posição.

— Posso falar com você?

Sasuke resistiu à vontade de apontar que ela já estava falando com ele, de fato, e simplesmente abriu os olhos e se virou para ouvi-la.

— Eu queria me desculpar por sair correndo a-aquela hora. Eu fiquei surpresa quando vi...

— O Naruto beijando outra pessoa? – ele soltou, se arrependendo ao vê-la desviando o olhar e parecendo constrangida. – Não foi nada. Não deve ter sido legal descobrir daquele jeito.

— É, não foi... mas eu queria dizer que apoio vocês – Hinata levantou o rosto e sorriu. – Eu sei que ele vai ser feliz com você.

— Obrigado, Hinata – ele retribuiu o sorriso sincero.

A atmosfera agradável que havia se formado entre eles acabou no instante seguinte, no entanto, quando um grito vindo de dentro da casa os fez entrar rapidamente. Na cômodo, agora, Sasuke percebeu, estava o resto do grupo, todos sentados pela sala, exceto por Gaara, Lee, que ainda deviam estar na cozinha. Já Naruto estava de pé, olhando assustado para uma Ino saltitante à sua frente.

— Então vocês estão namorando? – perguntou a loira, super animada. Foi aí que o loiro percebeu que Sasuke e Hinata haviam acabado de entrar e, se fosse possível, seus olhos teriam se alargado ainda mais.

— Não foi culpa minha, Sasuke! Ela entrou na minha cabeça, arrancou a informação de mim, eu só vim perguntar qual sabor de pizza eles queriam! – Naruto falava exasperado, fazendo o resto da sala cair na gargalhada.

— Um beijo, nós queremos ver um beijo! – TenTen sugeriu, sendo totalmente apoiada por Ino.

— N-não, nada disso! – vermelho de vergonha, Naruto apontava para as garotas. – Vocês vão ficar sem pizza se não pararem com isso.

Sasuke o observou sair a passos pesados em direção à cozinha, se perguntando para onde fora toda a coragem que o loiro tivera ainda mais cedo. Ele olhou para os amigos, que riam do após Kiba ter chamado Naruto de “o doido da pizza”.

— Vocês realmente estão tranquilos com isso? – ele perguntou assim que as risadas diminuíram.

— Mais do que tranquilos – Ino respondeu, trocando risadinhas com Sakura e TenTen.

— A gente já imaginava, depois do que aconteceu hoje – falou Neji, ao que Chouji acenou com a cabeça, concordando.

— Eu já sabia – Shikamaru deu de ombros.

— Você tá brincando? – Kiba começou. - Dois dos caras mais cobiçados da escola estão namorando um com o outro, o que quer dizer que sobra duas vezes mais garotas para mim – ele sorriu, triunfante.

— Você é um babaca – Ino o encarou.

— Não, eu sou esperto.

Sasuke não sabia o que pensar. Com certeza não foi assim que imaginou que seria ao contar para os outros sobre sua relação com Naruto. Entretanto, ele também não estava reclamando; se sentia aliviado. Era bom, pelo menos uma vez na vida, não lidar com todo o drama que sempre decorria desse tipo de assunto. Um drama muitas vezes desnecessário para uma coisa tão simples: a atração de uma pessoa pela outra.

No final da noite, quando todos já haviam ido embora e Naruto ligara para a mãe avisando que dormiria ali, os dois subiram para o quarto. Depois de tomarem banho e se vestirem eles simplesmente desabaram na cama.

— Sasuke... – a voz arrastada do loiro fez cócegas no ouvido de Sasuke, que sentia o calor do outro em suas costas e seu braço enlaçando sua cintura, se deliciando com o contato. – Quer dizer que realmente estamos namorando agora?

Sasuke continuou em silêncio, deixando suas pesadas pálpebras se fecharem enquanto deixava o sorriso inevitável tomar conta de seu rosto. Naruto se aconchegou ainda mais, seu braço se tornando pesado na medida em que o sono lhe dominava.

— Vou considerar isso como um sim.


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Notas finais do capítulo

E aí? Comentários? Críticas? ;*



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