Redescobrindo a felicidade escrita por Lady Fos


Capítulo 13
Capítulo 13 - Memórias


Notas iniciais do capítulo

Então, aconteceu de sem querer eu ter postado esse capítulo umas semanas atrás. Espero que poucas pessoas tenham lido, de verdade. E pra quem leu, espero que releia, agora sabendo de algumas coisas dos capítulos anteriores. Espero que esse capítulo atinja suas expectativas. Boa leitura :3



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  Jin era o típico ''nerd'' na escola humilde em que estudava no Tibet, se fosse definido com uma palavra atual. Ele gostava de sentar sozinho na hora do lanche para ler os livros que conseguia na escola e fazia isso justamente por não ter muitos amigos. Na verdade ele não tinha nenhum amigo verdadeiro, apenas tinha alguns colegas de classe que se aproximavam na época de provas para ganhar uma ''cola''. Que ele sempre passava, diga-se de passagem, já que estava sempre em busca de alguém para lhe fazer companhia. O problema era que todo mundo depois se afastava e na sua classe, havia não só esses interesseiros, mas também os que não gostavam dele.

—Ei, Jindiota, por que não vai procurar alguém para passar o recreio ao invés de ler livros? Ah é, lembrei: é porque ninguém gosta de gente esquisita e pobre que nem você. – O menino que implicava com ele caiu na gargalhada, sendo apoiado por outras crianças que estavam ali. – Você deveria...

—Parem com isso se não quiserem apanhar quando chegarem em casa. – Fu, como era conhecido na escola e no vilarejo que moravam, apareceu diante dos meninos. – Vou contar tudo para os pais de vocês.

As crianças que tinham cerca de 7 anos saíram correndo, apavorados com a ideia das mães ficarem sabendo, já que elas eram um tanto assustadoras.

—Você está bem, Jin? – Fu, um jovem de 10 anos naquela altura, estendeu a mão para o irmão mais novo, mas este não aceitou a ajuda e se levantou sozinho, saindo de perto do mais velho.

—Não tem problema algum em se deixar ser defendido por alguém. Às vezes, é até importante, pra que você aprenda vendo essa pessoa e passe a se defender.

—Mas eu... eu só queria ter o poder de me livrar deles sozinhos.

—Jin, enquanto eu estiver por perto, você tendo poder ou não, eu vou te proteger dos meninos maus. Agora volta pra sua sala, tá legal?

—--~---

Jin abre a porta do apartamento com tudo, fechando-a com mais força ainda. Ele tinha a testa franzida e os lábios retorcidos num bico. Largou a bolsa no chão e foi até a cozinha pegar água.

''Má ideia.'', pensou ele. Havia esquecido que o irmão estava em casa naquele horário, e como ele sempre sabia quando algo estava errado, Jin sabia que teria que novamente passar por um interrogatório.

—O que aconteceu, Jin? – Fu, agora com 20 anos, era um jovem adulto responsável. Havia prometido a mãe que cuidaria do irmão mais novo agora que estavam indo para Paris, para ''estudar''. Isso não era mentira, mas seu maior motivo com toda certeza eram os Miraculous. Fu havia sido um dos escolhidos e como iria para Paris, achou uma boa ideia indicar o irmão para ser o portador do Miraculous da borboleta. Ele queria que o irmão ganhasse mais confiança ao se tornar um dos portadores e também queria mantê-lo por perto.

—Não aconteceu nada, esquece. – Durante a adolescência, Jin havia ficado rebelde em casa. Tirando a mãe e o pai (os únicos que respeitava), estava sempre implicando com os outros 5 irmãos. Ele havia se tornado amargurado com o tempo, sendo sempre excluído e maltratado pelas outras pessoas. Mais um ponto que Fu achava que poderia melhorar se ele portasse um Miraculous.

—Claro que aconteceu alguma coisa, você só chega assim quando mexem com você. O que fizeram dessa vez?

—Não foi nada demais. Eu vou pro meu quarto, vou estudar o resto da noite, não me atrapalha.

—Jin... – Fu não conseguiu terminar a frase, pois o irmão correu para o quarto, se trancando lá.

Jin tirou a camisa, analisando as manchas roxas que se espalhavam pelo tronco inteiro. Desviou então olhar para o cômodo, fechando os olhos com força em seguida. Tudo o que havia era um colchão no chão, um gaveteiro pequeno e um banquinho de plástico. Muitas vezes, ele usava o banco como mesa, enquanto sentava no colchão para estudar.

Talvez os meninos da faculdade tivessem mesmo razão em ressaltar o quão pobre ele era. Talvez até mesmo merecesse apanhar, como havia apanhado. Em algumas dessas surras, talvez ele morresse, finalmente ficando em paz.

Ele se arrastou pelo quarto minúsculo, com algumas lágrimas caindo pelo rosto. Não, não era tristeza. Era pura raiva. Raiva daqueles meninos e raiva das condições que tinha. Tudo que ele queria era ser um menino normal, que frequenta uma universidade com roupas legais, uma bolsa nova e que tem dinheiro para de vez em quando sair com os amigos. Era pedir demais que sua vida fosse assim?

Ele socou a parede com todas as forças que tinha. Depois mais uma vez, e outra... Até sua mão começar a sangrar. Mas ele não parou. Nooro saiu da bolsa e até que tentou acalmar o garoto, mas sem sucesso.

—Por que? Por que minha vida tinha que ser assim? Eu só queria ter mais um pouco do que eu tenho, um pouco mais...

—Jin, as coisas vão melhorar quando você conseguir se formar. Você vai ter dinheiro pra tudo o que você quiser. – Nooro era muito apegado ao seu portador. Gostava muito de Jin, mas seu lado impulsivo e cada vez mais revoltado estava trazendo uma aura negativa para junto dele, coisa que Nooro temia muito.

—Não vão, sabe por que? – Ele parou de socar a parede, olhando de forma doentia para Nooro. – Porque eu sei que eu sempre vou querer mais. Eu quero que meus pais e meus irmãos também tenham uma vida melhor e quero fazer questão de que quando esse dia chegar, eu consiga esfregar na cara de toda essa gente. - Então ele notou os gritos desesperados de Fu, que socava a porta, ameaçando derruba-la.

—Ele está batendo desde que escutou você bater na parede.

—Eu não escutei. – Além de tudo, ele parecia ter uma espécie de doença, uma personalidade dupla. Muitas vezes estava com uma raiva enorme e no minuto seguinte estava calmo.

—Jin, o que foi tudo isso? – Fu olhava emburrado para o irmão mais novo, mas ao ver as pancadas espalhas pelo corpo e ver o sangue nas mãos, ele relaxou.

—Eu apenas tive um ataque de raiva, nada mais.

—Entendo. – Esses ataques de raiva e as mudanças repentinas de humor haviam ficado mais frequentes desde que chegaram em Paris. Assim como as agressões físicas e verbais haviam aumentado também e Fu, de certa forma, se sentia culpado, por não conseguir evitar tudo aquilo.

—Fu, eu quero morrer. – Ele agora chorava novamente. O irmão o abraçou e o consolou, levando-o até o colchão.

—Não fala essas coisas nem de brincadeira.

—Não é como se eu fosse fazer falta mesmo. – Ele fungou, abraçado com o irmão. Fu somente suspirou. Ele aprendeu que não adiantava rebater nada, porque Jin viria com um pensamento reverso e ficariam discutindo a noite toda se pudessem. Ele apenas se preocupava em abraça-lo com toda força que podia.

Quando Jin estava mais calmo e disse que ia realmente estudar, Fu resolveu sair, contanto que dessa vez ele não trancasse a porta.

Quando o mais velho saiu, Jin ainda ficou deitado por um tempo. Nooro havia saído também, em busca de comida.

Bem lá no fundo, ele admitia que o que sempre dizia era da boca para fora. Ele sempre admirou os pais, o quanto eles trabalhavam para manter os 6 filhos bem. Muitas vezes eles ficavam sem comer para que não faltasse para as crianças. Sempre prezaram pela educação de todos, por isso apostaram muito do que tinham na ida dos mais novos para Paris, já que na época, a Europa era o melhor lugar para se estudar.

Conseguindo passar em universidades públicas, ambos os jovens tinham uma vida modesta, vivendo num apartamento que consistia em dois quartos, um banheiro, uma sala e uma cozinha, tudo bem ''mini''. Os cômodos não eram muito bem mobiliados. O quarto de Fu tinha a mesma estrutura do de Jin. A cozinha tinha um fogão que eles compraram usado e uma geladeira velha e pequena. O banheiro tinha uma pia pequena e um ofurô de madeira, um presente dos pais por conseguirem passar para a faculdade. Na sala, não havia nada.

Pensar nisso o revoltava novamente. Os pensamentos bons e ruins passavam como uma bala na cabeça. Ele levantou e abriu a janela, para deixar um pouco de ar entrar. Porém, no momento em que isso aconteceu, uma sombra entrou junto com o vento refrescante da noite. Não era uma sombra comum, ela tinha forma, como se fosse um corpo que estivesse completamente coberto de tinta preta.

Incrivelmente, ele não se assustou. Ficou olhando, esperando alguma reação. Quando abriu a boca para falar algo, a ''criatura'' resolveu falar também:

—Jin, eu escuto seus lamentos há muito tempo. E venho apenas lhe oferecer ajuda.

—Quem é você?

—Eu tenho muitos nomes. As pessoas me chamam de nomes diferentes em cada parte do mundo. Mas meu real nome não importa. O que realmente importa é o que eu vim para lhe oferecer.

—Eu não estou intere...

—Você está. Você sempre clamou por poder. Sempre pude sentir uma grande ambição dentro de você. Com o seu Miraculous, você poderia combinar o poder que posso lhe proporcionar hoje mesmo. Você passaria a usar o poder do Miraculous para controlar todas as pessoas que um dia te maltrataram. Poderia se vingar de todas essas pessoas. Basta dizer sim para o meu pedido.

—Se seu poder é tão grande, por que simplesmente não me controla?

—As coisas não funcionam assim, garoto. Eu sou o mal, e o mal só penetra naquilo que é permitido entrar. Diga ''sim'' e lhe darei os poderes necessários para sua vingança. – Jin olhou para a porta que minutos atrás o irmão e o Kwami haviam saído. Realmente não sabia onde estava com a cabeça quando respondeu um forte:

—Sim!

—--~---

A sombra já havia ido embora há algumas horas. Já era madrugada e ele não conseguia dormir. Pensava no por que daquilo. Ele deixou que o mal o dominasse. Ele sabia que estava errado, sabia que ia se dar mal nessa história. Depois de ter aceitado, o homem, ou o que fosse aquela sombra estranha, disse que havia um preço a se pagar pelos ''serviços''.

Ele deveria conseguir os Miraculous do gato e da joaninha, em posse de amigos dele. Os Miraculous mais poderosos que junto trariam o poder absoluto ao seu portador.

Ele suspirou com o pensamento. Sentia que sua vida jamais seria a mesma dali em diante.

—--~---

Alguns meses se passaram. Jin estava incrivelmente tranquilo, e Fu estranhava, mas não o confrontou, já que ele parecia feliz.

Porém, as coisas passaram a ficar esquisitas a partir do dia que Jin chegou correndo em casa, com uma mochila nova. Dessa vez, o irmão foi falar com ele:

—Jin, que bolsa é essa? Você andou pegando o dinheiro de novo? – Fu era quem controlava o dinheiro que recebia dos pais e o que conseguia no emprego de entregador de jornal.

—Não, claro que não!

—Sei, então explique isso. – O mais velho meneou a cabeça na direção da bolsa. – E explique o que vem fazendo, porque você passa o dia todo fora e não me avisa nada.

—Eu... arranjei um emprego. E comprei uma bolsa nova, qual o problema?

—Emprego? – Fu olhou surpreso, mas logo voltou a encara-lo com desconfiança. – E está trabalhando em que, afinal?

—Em... Uma loja.

—Sei. Qual?

—Bom, naquela doceria perto da universidade. Só que eu só passei esse mês lá, porque acabei sendo despedido. – Fu não poderia descobrir o que estava acontecendo, o que ele estava criando.

—Hum... – Fu finalmente trocou o olhar desconfiado para um amigável. – Vejo que está amadurecendo querendo trabalhar, isso é bom. Continue assim, mas controle melhor o dinheiro que ganha, não gaste com besteiras. – Antes de sair do quarto, ele botou a mão no ombro do irmão mais novo, mostrando confiança nele.

Quando Fu saiu, Jin largou a mochila no chão, abrindo-a e vendo seu conteúdo com os olhos brilhando. Tinham ali algumas joias que foram roubadas de um banco por uma pessoa que ele controlou. Ele havia criado os akumas, palavra japonesa que significava demônio. Por que esse nome? Por causa do seu pacto, que havia sido feito com tudo o que havia de ruim no mundo: o próprio demônio, o mal encarnado numa sombra.

Ele usou a magia negra que havia recebido para enfeitiçar o poder do Miraculous. Agora ele já não mais criava servos devotos e com poderes bons. Afetava somente aqueles que estivessem impregnados com sentimentos negativos e os transformava em monstros, facilmente manipulados pelo jovem Jin.

Usando pela primeira os novos poderes recebidos, ele usou um homem forte, adulto, para roubar um banco. Pegou dinheiro e joias dos cofres guardados. Roubou também uma bolsa nova para usar na universidade, sendo aquele seu sonho de consumo maior.

Ele gostava do que via ali dentro. Esses poderes finalmente poderiam lhe dar tudo que sempre sonhou ter. A ganância e a ambição cresciam dentro dele de forma impensável. Os sentimentos opostos se misturando, pois ele sabia que era errado, mas ao mesmo tempo era tão bom.

—--~---

Os meses foram se passando e como a magia negra não estava ''atacando'' os lugares da cidade, ninguém era obrigado a usar os Miraculous, portanto ninguém percebeu que um deles havia sido corrompido. Nooro, obediente como era, não dava um pio sobre o que acontecia com seu Miraculous e com seu portador. Tampouco poderia pensar realmente em falar algo, já que Jin não o deixava mais sozinho com Fu ou Wayzz.

Obviamente era tudo uma coisa orquestrada pelo ''cara do mal'', como Jin apelidou a sombra. Ele não atacava para que Jin não se mostrasse possuído, assim, Jin fazia o trabalho sujo dele, enquanto procurava um jeito de pegar o Miraculous do gato e da joaninha, o preço de sua dívida.

Vendo tanto dinheiro guardado e sua sala continuar sem nada nela, resolveu dar um passo que seria sua ruína: comprar um sofá novinho.

Quando Fu chegou em casa, o irmão mais novo não estava, então ele ficou muito tempo olhando para o sofá marrom que repousava ainda com plástico na sala. Só quando chegou mais perto foi que viu que havia um pedacinho de papel em cima.

''Fu,

Vou chegar tarde hoje, não me espere para dormir. Não se preocupe, não esqueci a chave. E sobre o sofá: gostou da surpresa? Achei que merecíamos e como consegui uma grana num bico que fiz, resolvi comprar. Te explico melhor quando voltar.

Jin.''

O bilhete de certa forma deixou Fu com raiva. Obviamente aquele sofá não vinha de algo bom, porque Fu sabia que ele não estava trabalhando. Era frequente os amigos comentarem que sempre viam o irmão mais novo na praça que ficava em frente a um banco que estava sendo constantemente roubado. Nunca suspeitou do irmão, mas agora algumas coisas estavam fazendo sentido.

Foi para o quarto dele e focou na bolsa nova. Quando a abriu, não encontrou livros e cadernos, mas sim joias e dinheiro. Muito dinheiro.

Enfureceu-se e jogou a bolsa no chão com tudo. Por que não havia percebido antes? Ninguém mais mexia com Jin, ele parecia respeitado agora na faculdade. Nunca havia visto ele na tal doceria que ele alegava que havia trabalhado alguns meses atrás. Mas mesmo assim, ele apareceu com muito dinheiro do nada. Além disso, os amigos de Fu falaram tantas vezes sobre ele estar em frente o banco... Óbvio que ele estava envolvido com os roubos.

Foi até o gaveteiro, abrindo todas as gavetas. Na primeira gaveta não havia, assim como na segunda e na terceira... Mas na quarta e na quinta, embrulhado em pijamas, cuecas e meias, existiam maços de dinheiro. Horrorizado, Fu não conseguiu sair dali nem tão cedo, pensando que seu irmão agora saia por aí para roubar as coisas.

Um erro. Ele errou ao indicar Jin para portar um Miraculous e ir com ele até Paris. Um erro que agora estava custando caro.

Não conseguiu dormir até Jin chegar. Resolveu que o confronto direto seria a melhor opção, já que estava nervoso e não aguentaria até amanhã ou ficar enrolando.

—Jin, precisamos conversar.

—Olha, se for sobre o sofá, eu já disse que foi de uns bicos que fiz. Trabalhei como garçom...

—Não trabalhou não! Nunca te vi trabalhando em nada, mas você estava sempre ocupado, sempre fora. E estava sempre perto do banco assaltado, coincidência, não? Ainda mais quando eu acho joias e dinheiro na sua bolsa nova!

—NÃO ME ACUSE DISSO! VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE...

O barulho do tapa estalado fez Jin se calar.

—Eu sinto vergonha do que você fez. – Fu olhou severamente para o irmão mais novo. No momento que finalmente conseguiu processar as palavras, ele começou a chorar. – Você vai devolver tudo isso. Eu não sei como você conseguiu pegar isso, sendo que foram outras pessoas que roubaram. Mas o que importa é que você vai devolver. Colocar cada coisa no seu devido lugar. Amanhã terminaremos essa conversa, antes de irmos pra universidade. Vá dormir, está tarde. – Com um olhar severo, Fu se retirou, indo para o próprio quarto tentar esfriar a cabeça. Jin simplesmente não dormiu.

—--~---

Depois de explicar toda a verdadeira história, Jin caiu em loucura total, dizendo que tinha um plano e queria que o irmão participasse.

—Eu tenho um plano, de controlar o imperador e assim controlar toda a França. Usaria meu akuma e bastava encontrar o momento certo para ataca-lo que nós iriamos...

—Você ficou maluco de vez? – Fu perguntou, uma expressão de perplexidade em seu rosto. – Você já se escutou falando dessa loucura? Eu não sei mais o que fazer com você. De uma boa pessoa, você passou para um louco ganancioso. Me dê o seu Miraculous, foi um erro tê-lo dado a você. Foi um erro ter te indicado a isso.

Jin apenas protegeu o broche com as mãos. Fu até que tentou pega-lo, mas num impulso, Jin lançou um raio negro com as mãos, acertando em cheio o irmão, que caiu no chão.

Assustado, Jin correu. Não sabia para onde ia, apenas correu.

—--~---

Era noite e Jin andava pela estrada que o levaria para alguma cidade do interior, coisa que nem ele se interessava e nem conhecia. O importante era apenas estar longe de Paris naquele momento.

Não tardou a ter sono, resolveu parar um pouco, apenas para sentar e descansar por um tempo, antes de voltar a caminhar de novo.

Porém, o que de certa forma esperava, aconteceu. Todos os heróis estavam ali, todos os portadores dos Miraculous, incluindo o guardião.

A luta foi quase em vão. Logo ele perdeu e foi mandado para o exílio no Tibet. O guardião usou a magia boa dos Miraculous para retirar toda a magia negra impregnada nele. Aparentemente ''curado'', ele precisou ir para o Tibet do mesmo jeito, como seu castigo.

Mas Jin, mesmo não acreditando nas próprias palavras, exclamou um alto: ''Eu vou voltar!'' antes de ser levado pelo guardião.

—--~---

Os anos no Tibet foram um inferno, sempre com a sombra indo lhe visitar para cobrar o pagamento que Jin lhe devia. Sozinho e sem magia, Jin apenas queria passar o tempo até sua morte em paz, mas isso não seria possível.

A sombra lhe disse que ele viveria o tempo que fosse necessário para que ele conseguisse os Miraculous e para isso, ele precisaria restaurar seus poderes novamente.

De princípio, ele não aceitou. Mas com tanta insistência e com a loucura de estar confinado numa montanha sozinho, ele cedeu aos poderes do mal novamente.

Com o término das atividades dos heróis daquela época, outros surgiram, mas diferente de antes, nem todos os Miraculous estavam atuando, então ele não conseguiria pegar o Miraculous Moth para usar seus akumas.

Mais uma geração se passa e dessa vez, o Miraculous Moth desperta. Seu portador é Pierre, um jovem Parisiense. Interessado no rapaz, para usa-lo como o novo Hawk Moth do mal, Jin passa muito do seu tempo planejando algo, até saber que a parceira de Pierre, Louise, iria até o Tibet para alguma coisa do trabalho.

Ele sabia que os dois eram uma dupla inseparável e que se ela chamasse, ele iria. Por este motivo, fingiu uma aparição de criaturas das trevas ali, o que obviamente chamou a atenção de Louise, que rapidamente chamou Pierre para estar ao seu lado.

Com Louise e Pierre encurralados, só restava fazer Pierre ceder aos poderes do mal. Ele deixa o Miraculous do pavão para trás, mas prende Louise com Pierre por medo de uma denúncia e por medo de não conseguir pagar sua dívida.

Pierre, em todo o tempo, jamais cedeu ao mal, mesmo com as ameaças constantes a sua vida e a da parceira.

Mas não demorou para que Jin achasse a pessoa perfeita para a sua tarefa: o vulnerável Gabriel Agreste.


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Notas finais do capítulo

AGORA SIM, TUDO REVELADO!

kkkk desculpem, me empolguei com esse capítulo e ele saiu gigante.

Vocês devem ter pensado: quanta passagem de tempo num capítulo só! Eu sei, isso as vezes é confuso, porém, se não fosse assim, eu teria que fazer dois capítulo ao invés de um só, e de certa forma ele é um especial, porque está mostrando o passado do Jin. Ele ficou bem grande, então talvez dividido ficasse cansativo.

De certa forma, tem uma mensagem no capítulo. Jin passou por situações ruins, mas que mesmo assim não justificam os seus atos. Ele apenas se consumiu do que não era bom e aceitou que o mal entrasse nele, e isso só trouxe sua destruição e loucura. Jin também sofria de transtorno bipolar e levando em consideração quão velho Fu é, na época que eles eram novos, provavelmente não haviam estudos sobre esse assunto, por isso me refiro a essa doença de forma mais implícita. Espero que tenham entendido isso.

Vocês lembram quando o mestre Fu falou que só errou uma vez? Pois bem, eu tentei encaixar nisso. A fanfic toda eu tentei encaixar nas informações do desenho.

Comentem o que acharam, lembrem-se que me inspiro muito com suas sugestões ♥

Nos vemos no próximo capítulo, que vai mostrar já o tempo atual da fanfic. Até a próxima semana :3



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