Redescobrindo a felicidade escrita por Lady Fos


Capítulo 12
Capítulo 12 – Reconhecimento




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Quando Adrien chegou no hospital, Marinette já estava acordada, embora ainda um pouco tonta. Eles foram atendidos e Adrien explicou a médica que durante o ataque ela havia sido atingida. A mulher logo tratou de examinar Marinette.

—Não se preocupem, está tudo bem. Isso apenas vai virar um galo, nada demais. Coloque gelo antes de dormir, alternando com uma toalha morna. Vai ajudar a diminuir o inchaço e ajuda no relaxamento, assim você não sente dor. Mas vou te receitar um analgésico caso sinta algum incomodo. – Ela rabiscou alguma coisa e entregou o papel para a mestiça. Como ela não se moveu, Adrien pegou o papel e agradeceu a médica. Marinette havia ficado estranhamente calada durante o tempo todo, apenas respondendo ‘’sim’’ ou ‘’não’’ quando a doutora perguntava algo.

—Marinette, você tem certeza que não sente nada? – Adrien perguntou, abraçando os ombros dela, enquanto caminhavam em direção a casa dela.

—Adrien, eu saí ferida de uma luta e meu Miraculous foi roubado de mim. Você acha que eu não estou sentindo nada? – Ela sequer olhou para ele para lhe responder. Ele entendeu o recado, não perguntando mais nada durante todo o caminho. Eles se encaminhavam para o apartamento de Marinette.

Chegando no prédio, o porteiro olhou para Adrien desconfiado. O loiro apenas mandou um olhar de deboche para ele. Subiram pelo elevador e quando finalmente se viu dentro de casa, Marinette se permitiu chorar.

Ela ficou agarrada com Adrien, chorando e soluçando. Ele resolveu que não era hora de falar nada, apenas deixou que ela colocasse tudo aquilo para fora.

Quando ela finalmente se acalmou, ele a levou para o quarto, deitando na cama com ela. Ela ainda estava com uma expressão triste, mas parecia não ter mais lágrimas para sair. Ele ficou fazendo um cafuné de leve, até que viu ela fechando os olhos devagar.

—Por que não toma um banho antes de dormir? Vai te ajudar a relaxar. Posso encher a banheira pra você.

—Seria bom. – Ela respondeu, ainda com os olhos fechados.

Adrien suspirou. Ela estava se fechando, não ia falar nada com ele no momento. Ela tinha feito isso uma vez, quando eles tiveram uma briga mais séria há um tempo atrás. Ela simplesmente se trancou e não conversava com ninguém sobre o fato.

Um defeito que podia ser revertido, na opinião de Adrien, mas ele sabia que muito provavelmente ele também ficaria assim, sem chão.

Ele levantou, indo encher a banheira. Deixou a água quente correndo e foi vê-la. Ela parecia dormir, mas as fungadas que dava diziam o contrário.

—Não se preocupe, vamos acha-la. Vamos achar o meu pai e a minha mãe e vamos derrotar esse cara também. – Ele a abraçou por trás. Ainda não havia parado para pensar que o homem que fugiu daquele jeito, era mesmo Gabriel. Era tudo tão inimaginável, que Adrien ficava cansado só de começar a pensar no assunto.

—Eu tô sendo egoísta né? Pensando em como fui fraca perdendo meu Miraculous sendo que são os seus pais que correm perigo, me desculpe. – Ela virou, ficando de frente para ele. O rosto estava molhado e os olhos mostravam tristeza e preocupação.

—Não, não está. Eu prefiro não pensar nisso agora, não quero me descontrolar. Primeiro foque em se acalmar e não se preocupe com mais nada, tudo bem? –Ela fez que sim com a cabeça. – Ótimo. A banheira já deve estar quase cheia. Vou preparar alguma coisa pra gente comer e você vai tomar banho. Eu deixei a água bem quente, como você gosta. – Ele beijou a testa dela e saiu do quarto, indo para a cozinha. Marinette não tinha muito o costume de comer em casa, então quase não tinha nada de refeição ali, apenas algumas coisas para lanches.

Ele resolveu preparar alguns sanduiches de queijo. Fez também um suco e sentou à mesa, com a cabeça apoiada nos braços. Assim como Marinette tinha feito, teve vontade de desabar ali mesmo. Logo quando sua vida estava começando a tomar rumo, o destino vem e leva o pai para longe também.

Quando pequenas lágrimas estavam escorrendo, ele escutou o telefone fixo tocar.

—Alô?

—Adrien, finalmente! Liguei pro seu celular, pro da Marinette, pro telefone da sua casa e nada. Eu estou desesperada por notícias dela, como ela está?

—Fisicamente, ela está bem, só vai ficar um galo. Mas por dentro ela está destruída. – Adrien respondeu, afastando um pouco o telefone devido a gritaria de Alya do outro lado.

—Eu imagino. Mas não foi só por isso que eu liguei. Mestre Fu quer que vocês venham pra cá.

—Agora?

O mais rápido possível. Tentamos explicar mais ou menos a situação e ele tá muito preocupado. Eu achei que ele fosse surtar de vez quando falei que o Miraculous da Marinette tinha sido roubado. Ele quer que a gente vá atrás do Hawk Moth.

—Marinette precisa descansar Alya, de verdade. Agora não vai dar pra gen... – Marinette tomou o telefone da mão do loiro. Ele logo tratou de secar as lágrimas do rosto, para que ela não visse.

—Diga ao Mestre Fu que chegamos aí daqui a pouco. – Então ela desligou o telefone, sem esperar resposta.

—Marinette...

—Adrien, quanto antes resolvermos isso, mais cedo todo esse problema acaba. – Ela estava séria e ele no fundo concordava com isso, mas se preocupava demais com ela.

—Marinette, Mestre Fu quer que a gente vá atrás dele. Mas sem o seu Miraculous, eu não posso te deixar ir. Seria muito perigoso e eu não vou me arriscar a perder você também.

—E você acha que eu vou arriscar perder você? – Eles ficaram se olhando e ele suspirou. Mas uma ideia lhe veio à cabeça.

—Você poderia usar o Miraculous do pavão. Ele fica guardado no cofre do meu pai, atrás daquela pintura da minha mãe.

—É claro! Assim vamos conseguir derrota-lo.

—Vamos sim. – Ele puxou ela pra um abraço. Ele sentiu o cheiro leve de sabonete quando colocou o rosto perto do pescoço dela. – Nunca esqueça que eu te amo, tá? Eu te amo demais Marinette. – Ela esboçou um sorrisinho triste sem que ele visse.

—Eu também te amo muito.

—--~---

—Eles chegaram. – Alya falou óbvio, já que todos viram quando Marinette e Adrien entraram na salinha da casa do Mestre Fu.

—Finalmente. Sentem, nós precisamos conversar.

—Mestre Fu, antes de começarmos, eu e a Marinette temos que contar o que aconteceu antes do ataque do Hawk Moth. –Ele olhou para Marinette, que confirmou com a cabeça, incentivando ele a falar. – Nós fomos almoçar na casa do meu pai. Contamos a ele sobre o nosso noivado e ele começou a ter umas dores de cabeça. Ele pareceu mudar de personalidade do nada e acabamos discutindo. Nisso, ele acabou passando mal e desmaiou. Quando acordou, disse que era o Hawk Moth. – Todos ficaram pasmos.

—Ele falou mais alguma coisa? – Mestre Fu perguntou, diante do silêncio dos outros.

—Disse que era controlado, que não sabia que era o Hawk Moth. Falou que um homem que usou o Miraculous para o mal raptou a minha mãe e o parceiro dela, que até hoje eles estão presos no Tibet.

Nesse momento Mestre Fu pareceu empalidecer. Ele esbugalhou os olhos de um jeito que todos ficaram assustados.

—O que mais ele falou sobre esse homem do Tibet?

—Que ele chantageou meu pai para ser o Hawk Moth, ameaçou machucar minha mãe e a mim... Ele falou algo sobre esse homem ter uma dívida pra pagar, não foi Marinette? – Marinette apenas confirmou com um gesto de cabeça.

—Entendo. Eu... Eu acho que sei quem é esse homem.

—Quem? – Nino perguntou, recebendo uma cotovelada de Alya.

—Eu acho que é o meu irmão. – Uma feição triste apareceu no rosto idoso de Mestre Fu.

—O seu irmão, Mestre? Mas como assim? – Chloé perguntou.

—Há muito tempo, na época em que eu usei o Miraculous para lutar pelo bem, meu irmão também usou. Nós nascemos no Tibet, mas fomos designados para protegermos Paris juntos, então muito jovens viemos para cá. Ele era o portador do Miraculous da borboleta. O nome dele era Jin, era o meu irmão mais novo. Ele sempre foi um bom menino, mas quando chegou aqui em Paris, alguma coisa o mudou.

‘’Não sei o que aconteceu, mas ele se tornou ganancioso por poder, tanto, que usou o Miraculous dele para controlar outras pessoas para conseguir o que ele queria. Ele usava pessoas para roubar dinheiro de bancos, joias... Cheguei em casa um dia e ele havia comprado um sofá novo. Uma besteira estranhar, mas nós não tínhamos dinheiro suficiente para aquilo. Depois descobri que ele tinha roubado muitas outras coisas. Mas o que mais me chocou foi ele ter planejado controlar o presidente da época, assumindo assim o controle de Paris. Tentei impedi-lo, mas não consegui, então acabei recorrendo a ajuda do guardião que nos auxiliava na época. Juntamente com os outros portadores, nós o derrotamos e ele foi mandado de volta para o Tibet, onde ficou isolado nas montanhas. Não tive mais notícias dele depois disso. Mas nunca imaginei que ele fosse estar vivo até hoje. Eu me mantenho por causa da magia, porém ele eu não sei.’’

—Bem... o senhor acha que pode mesmo ser o seu irmão, Mestre Fu?

—Ele foi a única pessoa que eu conheço que usou seu Miraculous para o mal. E quem mais estaria rondando pelas montanhas do Tibet? Nunca imaginei que ele realmente voltaria um dia, como havia prometido.

—Então, o que faremos agora?

—Vamos atrás dele. Se ele está na montanha em que Louise e Pierre realizaram sua última missão, eu sei onde é. Devemos viajar até lá para que isso se resolva. Sinto cheiro de magia negra nessa história, então devemos ir o mais rápido possível.

—Err, Mestre Fu... – Marinette chamou a atenção para si. – Quanto a mim, eu gostaria de lutar, mas com o Miraculous do pavão.

—Sim, não vejo problemas nisso, pelo contrário, quanto mais ajuda tivermos, melhor. Afinal de contas, vamos não só enfrentar o Hawk Moth, como vamos também enfrentar alguém que provavelmente está consumido pelas trevas. A luta será difícil, mas podemos vencer.

—Como vamos chegar lá? – Alya perguntou.

—Posso arranjar um voo particular com alguns amigos do meu pai. – Adrien falou.

—Ótimo, então mais tarde nos reuniremos. – Mestre Fu, por fim, disse.

Quando saíram da casa do Mestre Fu, notaram que já era noite. Combinaram de se encontrar uma hora mais tarde, para que desse tempo ajeitar algumas coisas para levar e para Adrien conseguir o voo.

—--~---

—Finalmente você conseguiu, mesmo que tenha sido só um dos Miraculous. – O velho se apressou em pegar o Miraculous da Joaninha das mãos de Hawk Moth.

—Gabriel, o que está fazendo? Não se deixe ser controlado por ele! – Louise gritava com todas as forças que tinha para o marido, mas ele sequer virava a cabeça para olha-la.

—Louise, esqueça, ele não pode te ouvir. – Pierre falou. – Ele está sendo controlado, aquele não é o Gabriel. – Ele agarrou a mulher loira pelos ombros, abraçando-a em seguida.

—Pois é Louise, ou você esqueceu que o meu poder não é fraco? Esqueceu como vocês dois vieram parar aqui? – O homem de um jeito macabro para ela, que não o olhou.

—Você é um monstro, UM MONSTRO! – Ela gritou, com o rosto banhado em lágrimas. Pierre tentava inutilmente acalma-la.

—Um monstro... talvez. Infelizmente preciso desses Miraculous não só para os meus propósitos, mas também para pagar minha dívida.

—Você vai apodrecer com essa sua dívida maldita! Quem mandou fazer acordos com quem não devia? – Pierre gritou da cela onde estavam.

—Até parece que esqueceram que também já fui humano, e que humanos erram. Mesmo que hoje, minha humanidade esteja apenas em minhas memórias. – Havia arrependimento em sua voz, mas os olhos demonstravam uma loucura doentia.


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Notas finais do capítulo

Eu acredito que quando estamos em situações extremas, temos a tendência de agirmos de um modo irracional, e foi isso que a Marinette acabou fazendo, de certa forma, agindo de uma maneira mais egoísta, pois o Adrien acabou sendo o mais afetado, apesar de tudo.

Porém, Adrien colocou a dor dela a frente e resolveu que não pensar no assunto talvez fosse melhor.

Queria apenas deixar claro que os fiz assim para mostrar que mesmo sendo heróis, são humanos, e por isso podem muitas vezes não agir da melhor maneira possível.

Espero que tenham gostado, de verdade. Muito desse capítulo é pra falar de ''humanidade'', espero que tenha ficado compreensível. Nos vemos semana que vem, beijinhos :3



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