Bulletproof Army escrita por Jéssica Sanz, Jennyfer Sanz
Notas iniciais do capítulo
Me perdoem por esse nome ridículo...
Eu estou ressentido com o ponteiro do relógio (24/7 = Heaven)
— O que vamos dançar hoje?
— Que tal EXID? Up & Down.
— Isso é muito fácil, oppa.
— Então não será problema pra você, será? — perguntou Hoseok, com sua voz levemente irônica.
— Não. Mas por que não dançamos Boy Meets Evil?
— Boy Meets Evil? E quem te mostrou isso?
— Ah, oppa, você sabe que eu não preciso que alguém me mostre alguma coisa. Eu só remexi as coisas do Jin Samchon quando ele não estava olhando.
— Isso é muito feio, sabia? Como o Jimin não te dedura?
— É óbvio: eu tenho uma excelente justificativa.
— Que seria?
— Bom, em todos os meus aniversários, Jin Samchon prepara um bolo. Estou pensando que eu deveria preparar um bolo pra ele, já que o aniversário dele está chegando.
— Você não acha que devia pedir a ajuda de alguém? É muito nova para cozinhar sozinha.
— A graça é que eu faça isso sozinha, oppa. Se alguém me ajudar, vai deixar de ser especial. Além do mais, só minha eomma poderia me ajudar, e também não tem graça, porque é o aniversário dela também.
— Você pode pedir ajuda da sua eomma pra fazer o bolo do samchon, e do samchon pra fazer um bolo pra sua eomma.
— A ideia é boa. Mas ainda acho que será mais especial se fizer isso sozinha. Mas não é hora de falar disso, oppa, temos que ensaiar. Você tem julgamento daqui a pouco.
— Verdade. Você sabe dos meus compromissos melhor do que eu.
— Eu preciso saber os horários dos julgamentos-completos, porque é quando eu fico sozinha.
Com as diversas atividades de fora do Juízo, os meninos preferiam revezar-se do que atrasar os julgamentos. Então, sempre havia algum deles que não participava de determinado julgamento. Mas os mais importantes e complicados exigiam a presença de todos, que era o que eles chamavam de “completo”.
— Ih, o de hoje é completo? Nem sabia disso. Já vi que vai ser tenso…
— Vai mesmo. Então aproveita pra relaxar agora, oppa. Vamos dançar EXID, depois você me ensina Boy Meets Evil.
— Combinado.
O cidadão entrou na sala. Namjoon falou o nome para certificar-se de que era o cara certo.
— Tudo bem. Aqui na sua ficha diz que você cometeu vários crimes. Assassinatos, sequestros, assaltos… Isso é tudo muito sério. Por que você fazia isso?
— Para sobreviver — disse ele, com um pouco de medo do próprio destino.
— Para sobreviver — repetiu Namjoon, olhando a ficha. — Sinto muito, gente, vamos ter que olhar caso por caso.
Os meninos mudaram de posição. Aquilo significava um julgamento longo pela frente.
— Vamos olhar seu primeiro crime. Roubou o biscoito de um mercadinho.
— Eu estava com fome — justificou-se.
— Tá. Isento, gente?
— Isento — concordaram todos.
— Pera aí, eu te conheço — notou Hoseok.
— Claro que conhece, você atirou nele — falou Jimin.
— Ah, sim! Foi mesmo.
— O quê? — perguntou Jackson, confuso.
— Não vou mentir, também estou boiando — confessou Namjoon.
— Lembra, Namjoon, naquele dia que eu te acordei pulando em cima de você porque o Hoseok…
— Olha a boca… — alertou Hoseok.
— Você deve lembrar — consertou-se Jimin. — Nós dois fomos ao Primeiro Mundo porque Yonseo estaria em perigo. Nós a protegemos desse cara, e do amigo dele. Mark, não é?
— Hum, isso não tá bom — disse Jimin, se remexendo na cadeira. — Como foi que você morreu, Jackson?
— Foi um acidente.
— Como estão os seus amigos?
— Na verdade, eu não sei. Eu só sei… Que o Jinyoung está morto.
Jimin olhou para Jin e para Namjoon.
— Vocês já viram isso antes?
— Já — lembrou Jin. — Faz uns dias que julgamos esse tal de Jinyoung. Você disse mesmo que ele era da gangue 7.
— Tá. Alguma coisa te chamou a atenção.
— O cabelo rosa?
— Exatamente. Não precisa me dizer o que isso significa.
— Aonde você quer chegar, Jimin? — perguntou Namjoon.
— Quero chegar ao ponto em que descobrimos que está acontecendo de novo.
Namjoon olhou para ele por alguns segundos e suspirou fundo.
— Essa sessão está temporariamente suspensa. Espectro, jebal, leve o Sr. Wang ao seus aposentos e chame a Sra. Jeon. Vamos precisar de toda a ajuda para entender esse caso.
— Quem é o líder? — perguntou Namjoon.
— Jaebum — lembrou Hoseok. — Ele estava preso na época em que o vi.
— Certamente já foi solto — opinou Taehyung.
— Gente, cheguei — disse Yumii, entrando na sala do Juízo. Alguém pode me dizer o que está acontecendo?
— Vamos precisar dos seus relatórios — disse Jungkook. — Achamos que pode estar acontecendo de novo.
— Tá — disse Yumii, apressadamente dirigindo-se ao armário onde ficavam os relatórios. — Do que precisam?
— Park Jinyoung — falou Jimin.
Yumii procurou nos arquivos e o encontrou. Levou uma pilha de papéis para cima da mesa.
— Ele está em coma? — perguntou Jin.
— É o que o cabelo dele denuncia. Ele acha que morreu em um acidente, mas ainda está vivo.
— Que eu me lembre — falou Yoongi — fizemos uma falsa suspensão. Não podemos julgá-lo se ele está em coma, pode ser que acorde. Se ele morrer, o cabelo dele vai mudar de cor e poderemos julgá-lo.
— Isso quer dizer que ele está na Casa — constatou Taehyung. — Assim como Jackson. E quanto aos outros?
— Eu posso checar — disse Hoseok. — Taehyung, me dê um espelho d’água.
Taehyung tirou as coisas da bandeja que estava sobre o aparador. Colocou a bandeja na mesa e subiu o nível da água alguns milímetros.
— Gomawo — disse Hoseok, já passando a mão sobre ele. — É, todos da gangue se acidentaram. Os cinco estão em estado crítico, mas não estão em coma.
— Você acha que eles podem sobreviver? — perguntou Jungkook.
— Parece difícil. Mas vou ver com Sehun.
— Eles estão no SNUH, então? — notou Namjoon.
— Sim — confirmou Hoseok.
— Jackson acha que Jinyoung está vivo, assim como o próprio Jinyoung — lembrou Jimin. — O que nós deveríamos fazer, quanto a isso?
— Se Jinyoung descobre, ele acorda — explicou Taehyung. — Isso tem que ser feito no tempo certo.
— Então deixamos como está — disse Jimin, levemente incomodado.
— Precisamos de um jeito de salvá-lo — disse Yumii. — Do jeito que esses caras cometeram crimes, vai ser difícil, mas precisamos investigar, e ao mesmo tempo não podemos deixar Jackson na geladeira.
— Só que… — notou Namjoon. — Se dermos prosseguimento ao julgamento, ele deve ser condenado a ser um espectro.
— É disso que eu tô falando — explicou Yumii. — Não podemos correr o risco de apagar todas as memórias do Jackson, isso deve ser muito importante para o caso.
— Com certeza é — concordou Jin. — Mas ele não precisa virar um espectro, precisa? Ninguém tem outra ideia de castigo.
— Eu tenho — disse Jimin. — Jackson luta boxe. Estou precisando de um novo saco de pancadas.
— Nossa, isso é cruel — comentou Jungkook.
— Calma, gente, não é literalmente isso… Jackson é um bom lutador. Podemos dizer que ele treinar comigo é uma punição, enquanto eu viro ele ao nosso favor, para vir por nós quando chegar a hora. E ainda deixamos a investigação possível.
— E isso vai dar certo mesmo? — perguntou Taehyung.
— Confia em mim. Deixe Wang Jackson comigo.
Enquanto a conversa rolava solta, Sunghee estava na biblioteca, lendo Alice no País das Maravilhas pela vigésima terceira vez, quando um espectro apareceu.
— Srta Jeon, desculpe interromper, mas tem uma visita na Casa.
— Está todo mundo ocupado? Até mesmo minha eomma?
— Sim.
— Certo. Eu já estou indo.
Sunghee sabia que, se houvesse alguém na Casa, que não fosse um espectro, sem exercer atividades para o Juízo, essa pessoa deveria receber as visitas. O espectro acompanhou a menina até a sala para onde a visita havia sido encaminhada.
— A pessoa já veio aqui antes?
— Não depois de ser salva, senhorita.
— Alguém a conhece?
— Não sei dizer, senhorita. Mas ela se queixa de algum problema, deve desejar apenas falar com o Juízo.
— Nesse caso, tudo o que posso fazer é recepcioná-la. Farei isso, então.
Sunghee entrou na sala. A mulher estava sentada com uma expressão de preocupação, e levantou-se rapidamente ao percebê-la.
— Aigoo, até que enfim!
— Senhora, não quer tomar um copo d’água?
— Eu já tomei, obrigada.
— A senhora precisa se acalmar. Vamos, sente-se. — disse Sunghee, sentando-se também. — Qual é o problema?
— Eu descobri que meu marido morreu, mas não o encontrei em lugar algum. Queria que me dissessem para onde ele foi. Não sei ao menos se ele foi salvo. Espero que Abraxas tenha sido benevolente…
— Abraxas? Senhora, Abraxas não existe mais. Já fazem sete anos que o Juízo mudou.
— Sete anos — disse a mulher, como se aquilo não fosse nada. Quando se entra na eternidade, realmente não é. — Faz mais ou menos esse tempo que ele está morto.
— Qual é o nome dele?
— Dongwon. Kim Dongwon.
— Espectro, será que pode puxar o arquivo dele?
— Os arquivos ficam com sua eomma. Mas posso perguntar se algum espectro se lembra.
— Pode tentar, mas a memória de vocês não é lá essas coisas…
— Não nos lembramos da nossa vida ou de nossos nomes, senhorita. Mas nos lembramos de cada alma que passou por nós. Eu vou checar.
O espectro sumiu, e a pequena voltou sua atenção para a senhora, sorrindo.
— Isso não deve demorar.
— Tem certeza? Soube que vocês têm muitos desses espectros…
— É verdade mas a comunicação deles é extremamente eficiente.
— Entendo. Você não é muito novinha para pertencer ao Juízo? Com todo o respeito.
— Eu não pertenço ao Juízo, na verdade. Eu sou filha de um deles. Jeon Jungkook.
— Interessante. Conte-me, como é o seu nome?
— Jeon Sunghee, e o seu?
— Kim Dahae. Conte, Sunghee, como é o novo Juízo?
— Eles são bastante benevolentes. São sete. Gosto muito dos meus oppas.
O espectro apareceu novamente. Mesmo com a máscara, Sunghee notou sua preocupação.
— E então? — perguntou ela.
— Ele consta como um de nossos hóspedes.
— Quer dizer que ele está aqui há 7 anos? Não que isso seja ruim, eu também estou aqui há 7 anos, mas… Enfim, por que não o trouxe aqui?
— Porque ele está sob punição, senhorita.
— Há 7 anos? — perguntou Sunghee, começando a ficar preocupada também. — O Juízo permitiu isso?
— Foi uma determinação de Abraxas.
— Eu os meus oppas não sabem. Não sabem que tem alguém sendo punido por 7 anos. Por que ninguém contou?
— Abraxas fez questão que esquecêssemos disso. Eu sinto muito, senhorita.
— Qual foi a determinação de Abraxas?
— Cinco anos.
Sunghee levantou-se e foi até a porta, furiosa. Como sempre, sua carinha de criança não deixava isso ser muito ameaçador.
— Isso não é justo, não é justo! Onde ele está?
— No porão da torre 3.
Sunghee virou-se para a mulher.
— Não se preocupe. Eu vou tirá-lo de lá. Espectro, leve a Sra. Kim para um aposento onde possa ficar com o marido. Receio que ele precisará de cuidados.
A pequena abriu as asas e voou a toda velocidade pela casa, como seu appa bem lhe ensinara. Chegou à porta da torre e a abriu. A pouca luz da abertura iluminou apenas os primeiros degraus. Depois, só havia breu.
Sunghee produziu alguns flocos de luz e desceu voando. O escuro não era nada para ela. As escadas iam em espiral, e ela estava começando a ficar tonta quando achou o chão novamente. Espalhou os flocos. Havia várias grades, como uma masmorra.
— Tem alguém aí? — gritou ela, andando pelo local. — Sr. Kim?
Continuou caminhando e iluminando as prisões vazias. Então, ela viu algo diferente lá no fundo. Correu. Era um véu translúcido que se projetava do teto, cobrindo uma pessoa.
— Sr. Kim? — chamou ela, tentando abrir a grade, mas não houve resposta. Ela iluminou as paredes laterais, procurando a chave. Achou uma alavanca, e acionou-a. Imediatamente, o véu começou a subir. Ela acompanhou enquanto o tecido descobria as feridas não cicatrizadas.
— Aigoo — murmurou.
Então, ela teve a ideia. Buscou na terra um pouco de diamante e fez uma chave simples. Colocou-a na fechadura e modificou-a aos poucos até que tivesse o formato necessário para abri-la. Entrou rápido e o chamou, colocando a mão em seu ombro.
— Sr. Kim.
Ele olhou para ela com os olhos semicerrados, por causa da luz que não via há muito tempo.
— Sou eu — disse ele, com a voz arranhada.
— O senhor está livre. Vamos. — Ela o ajudou a se levantar. — Espectros! — chamou. — Preciso de ajuda para levá-lo para cima.
Os espectros apareceram e fizeram como mandava a herdeira.
— Levem-no para o aposento onde está a senhora Kim. Cuidem das feridas dele. E avisem ao Juízo, assim que for possível.
O homem sem asas foi colocado de bruços na cama. A mulher, embora um pouco assustada, conseguiu manter a calma e ajudou os espectros a cuidar dele. Sunghee acompanhava tudo aflita pela presença do samchon na Casa que poderia curá-lo rapidamente.
— Está tudo bem agora — garantiu Dahae, passando a mão pelos cabelos do marido.
Ele segurou a outra mão dela, lacrimejando de dor.
— Eu senti tanto a sua falta… Eu fiz coisas horríveis…
— Ssshh… Eu sei. Eu sei o que você fez. Mas passou. Você sabe que a nossa filha se casou? Foi ela quem me disse que você tinha chegado.
— E nosso menino? Como está?
— Ele também veio. Eu queria que procurássemos por ele juntos.
Dongwon fechou os olhos.
— Isso é tudo minha culpa.
— Nós vamos resolver tudo, não se preocupe. Agora você tem que ficar bem.
— Que bom que Yonseo se casou. Está uma mulher feita.
— Desculpem — disse Sunghee, de repente compreendendo tudo. — A filha de vocês é Kim Yonseo?
— Sim — confirmou Dahae.
— E o filho de vocês é Kim Taehyung?
— É — disse Dahae, sem entender como ela poderia saber. — Você o conhece?
Sunghee ficou paralisada com a própria descoberta. Finalmente, disse, antes de sair correndo para, pela primeira vez na morte, interromper uma reunião do Juízo.
— Eu já volto.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Assim iniciam-se os trabalhos do arco de 7 anos da Sunghee. ♥