Bulletproof Army escrita por Jéssica Sanz, Jennyfer Sanz


Capítulo 9
A Casa da Eomma Joana


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem por esse nome ridículo...



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Eu estou ressentido com o ponteiro do relógio (24/7 = Heaven)



— O que vamos dançar hoje?

— Que tal EXID? Up & Down.

— Isso é muito fácil, oppa.

— Então não será problema pra você, será? — perguntou Hoseok, com sua voz levemente irônica.

— Não. Mas por que não dançamos Boy Meets Evil?

— Boy Meets Evil? E quem te mostrou isso?

— Ah, oppa, você sabe que eu não preciso que alguém me mostre alguma coisa. Eu só remexi as coisas do Jin Samchon quando ele não estava olhando.

— Isso é muito feio, sabia? Como o Jimin não te dedura?

— É óbvio: eu tenho uma excelente justificativa.

— Que seria?

— Bom, em todos os meus aniversários, Jin Samchon prepara um bolo. Estou pensando que eu deveria preparar um bolo pra ele, já que o aniversário dele está chegando.

— Você não acha que devia pedir a ajuda de alguém? É muito nova para cozinhar sozinha.

— A graça é que eu faça isso sozinha, oppa. Se alguém me ajudar, vai deixar de ser especial. Além do mais, só minha eomma poderia me ajudar, e também não tem graça, porque é o aniversário dela também.

— Você pode pedir ajuda da sua eomma pra fazer o bolo do samchon, e do samchon pra fazer um bolo pra sua eomma.

— A ideia é boa. Mas ainda acho que será mais especial se fizer isso sozinha. Mas não é hora de falar disso, oppa, temos que ensaiar. Você tem julgamento daqui a pouco.

— Verdade. Você sabe dos meus compromissos melhor do que eu.

— Eu preciso saber os horários dos julgamentos-completos, porque é quando eu fico sozinha.

Com as diversas atividades de fora do Juízo, os meninos preferiam revezar-se do que atrasar os julgamentos. Então, sempre havia algum deles que não participava de determinado julgamento. Mas os mais importantes e complicados exigiam a presença de todos, que era o que eles chamavam de “completo”.

— Ih, o de hoje é completo? Nem sabia disso. Já vi que vai ser tenso…

— Vai mesmo. Então aproveita pra relaxar agora, oppa. Vamos dançar EXID, depois você me ensina Boy Meets Evil.

— Combinado.



O cidadão entrou na sala. Namjoon falou o nome para certificar-se de que era o cara certo.

— Tudo bem. Aqui na sua ficha diz que você cometeu vários crimes. Assassinatos, sequestros, assaltos… Isso é tudo muito sério. Por que você fazia isso?

— Para sobreviver — disse ele, com um pouco de medo do próprio destino.

— Para sobreviver — repetiu Namjoon, olhando a ficha. — Sinto muito, gente, vamos ter que olhar caso por caso.

Os meninos mudaram de posição. Aquilo significava um julgamento longo pela frente.

— Vamos olhar seu primeiro crime. Roubou o biscoito de um mercadinho.

— Eu estava com fome — justificou-se.

— Tá. Isento, gente?

— Isento — concordaram todos.

— Pera aí, eu te conheço — notou Hoseok.

— Claro que conhece, você atirou nele — falou Jimin.

— Ah, sim! Foi mesmo.

— O quê? — perguntou Jackson, confuso.

— Não vou mentir, também estou boiando — confessou Namjoon.

— Lembra, Namjoon, naquele dia que eu te acordei pulando em cima de você porque o Hoseok…

— Olha a boca… — alertou Hoseok.

— Você deve lembrar — consertou-se Jimin. — Nós dois fomos ao Primeiro Mundo porque Yonseo estaria em perigo. Nós a protegemos desse cara, e do amigo dele. Mark, não é?

— Hum, isso não tá bom — disse Jimin, se remexendo na cadeira. — Como foi que você morreu, Jackson?

— Foi um acidente.

— Como estão os seus amigos?

— Na verdade, eu não sei. Eu só sei… Que o Jinyoung está morto.

Jimin olhou para Jin e para Namjoon.

— Vocês já viram isso antes?

— Já — lembrou Jin. — Faz uns dias que julgamos esse tal de Jinyoung. Você disse mesmo que ele era da gangue 7.

— Tá. Alguma coisa te chamou a atenção.

— O cabelo rosa?

— Exatamente. Não precisa me dizer o que isso significa.

— Aonde você quer chegar, Jimin? — perguntou Namjoon.

— Quero chegar ao ponto em que descobrimos que está acontecendo de novo.

Namjoon olhou para ele por alguns segundos e suspirou fundo.

— Essa sessão está temporariamente suspensa. Espectro, jebal, leve o Sr. Wang ao seus aposentos e chame a Sra. Jeon. Vamos precisar de toda a ajuda para entender esse caso.



— Quem é o líder? — perguntou Namjoon.

— Jaebum — lembrou Hoseok. — Ele estava preso na época em que o vi.

— Certamente já foi solto — opinou Taehyung.

— Gente, cheguei — disse Yumii, entrando na sala do Juízo. Alguém pode me dizer o que está acontecendo?

— Vamos precisar dos seus relatórios — disse Jungkook. — Achamos que pode estar acontecendo de novo.

— Tá — disse Yumii, apressadamente dirigindo-se ao armário onde ficavam os relatórios. — Do que precisam?

— Park Jinyoung — falou Jimin.

Yumii procurou nos arquivos e o encontrou. Levou uma pilha de papéis para cima da mesa.

— Ele está em coma? — perguntou Jin.

— É o que o cabelo dele denuncia. Ele acha que morreu em um acidente, mas ainda está vivo.

— Que eu me lembre — falou Yoongi — fizemos uma falsa suspensão. Não podemos julgá-lo se ele está em coma, pode ser que acorde. Se ele morrer, o cabelo dele vai mudar de cor e poderemos julgá-lo.

— Isso quer dizer que ele está na Casa — constatou Taehyung. — Assim como Jackson. E quanto aos outros?

— Eu posso checar — disse Hoseok. — Taehyung, me dê um espelho d’água.

Taehyung tirou as coisas da bandeja que estava sobre o aparador. Colocou a bandeja na mesa e subiu o nível da água alguns milímetros.

— Gomawo — disse Hoseok, já passando a mão sobre ele. — É, todos da gangue se acidentaram. Os cinco estão em estado crítico, mas não estão em coma.

— Você acha que eles podem sobreviver? — perguntou Jungkook.

— Parece difícil. Mas vou ver com Sehun.

— Eles estão no SNUH, então? — notou Namjoon.

— Sim — confirmou Hoseok.

— Jackson acha que Jinyoung está vivo, assim como o próprio Jinyoung — lembrou Jimin. — O que nós deveríamos fazer, quanto a isso?

— Se Jinyoung descobre, ele acorda — explicou Taehyung. — Isso tem que ser feito no tempo certo.

— Então deixamos como está — disse Jimin, levemente incomodado.

— Precisamos de um jeito de salvá-lo — disse Yumii. — Do jeito que esses caras cometeram crimes, vai ser difícil, mas precisamos investigar, e ao mesmo tempo não podemos deixar Jackson na geladeira.

— Só que… — notou Namjoon. — Se dermos prosseguimento ao julgamento, ele deve ser condenado a ser um espectro.

— É disso que eu tô falando — explicou Yumii. — Não podemos correr o risco de apagar todas as memórias do Jackson, isso deve ser muito importante para o caso.

— Com certeza é — concordou Jin. — Mas ele não precisa virar um espectro, precisa? Ninguém tem outra ideia de castigo.

— Eu tenho — disse Jimin. — Jackson luta boxe. Estou precisando de um novo saco de pancadas.

— Nossa, isso é cruel — comentou Jungkook.

— Calma, gente, não é literalmente isso… Jackson é um bom lutador. Podemos dizer que ele treinar comigo é uma punição, enquanto eu viro ele ao nosso favor, para vir por nós quando chegar a hora. E ainda deixamos a investigação possível.

— E isso vai dar certo mesmo? — perguntou Taehyung.

— Confia em mim. Deixe Wang Jackson comigo.



Enquanto a conversa rolava solta, Sunghee estava na biblioteca, lendo Alice no País das Maravilhas pela vigésima terceira vez, quando um espectro apareceu.

— Srta Jeon, desculpe interromper, mas tem uma visita na Casa.

— Está todo mundo ocupado? Até mesmo minha eomma?

— Sim.

— Certo. Eu já estou indo.

Sunghee sabia que, se houvesse alguém na Casa, que não fosse um espectro, sem exercer atividades para o Juízo, essa pessoa deveria receber as visitas. O espectro acompanhou a menina até a sala para onde a visita havia sido encaminhada.

— A pessoa já veio aqui antes?

— Não depois de ser salva, senhorita.

— Alguém a conhece?

— Não sei dizer, senhorita. Mas ela se queixa de algum problema, deve desejar apenas falar com o Juízo.

— Nesse caso, tudo o que posso fazer é recepcioná-la. Farei isso, então.

Sunghee entrou na sala. A mulher estava sentada com uma expressão de preocupação, e levantou-se rapidamente ao percebê-la.

— Aigoo, até que enfim!

— Senhora, não quer tomar um copo d’água?

— Eu já tomei, obrigada.

— A senhora precisa se acalmar. Vamos, sente-se. — disse Sunghee, sentando-se também. — Qual é o problema?

— Eu descobri que meu marido morreu, mas não o encontrei em lugar algum. Queria que me dissessem para onde ele foi. Não sei ao menos se ele foi salvo. Espero que Abraxas tenha sido benevolente…

— Abraxas? Senhora, Abraxas não existe mais. Já fazem sete anos que o Juízo mudou.

— Sete anos — disse a mulher, como se aquilo não fosse nada. Quando se entra na eternidade, realmente não é. — Faz mais ou menos esse tempo que ele está morto.

— Qual é o nome dele?

— Dongwon. Kim Dongwon.

— Espectro, será que pode puxar o arquivo dele?

— Os arquivos ficam com sua eomma. Mas posso perguntar se algum espectro se lembra.

— Pode tentar, mas a memória de vocês não é lá essas coisas…

— Não nos lembramos da nossa vida ou de nossos nomes, senhorita. Mas nos lembramos de cada alma que passou por nós. Eu vou checar.

O espectro sumiu, e a pequena voltou sua atenção para a senhora, sorrindo.

— Isso não deve demorar.

— Tem certeza? Soube que vocês têm muitos desses espectros…

— É verdade mas a comunicação deles é extremamente eficiente.

— Entendo. Você não é muito novinha para pertencer ao Juízo? Com todo o respeito.

— Eu não pertenço ao Juízo, na verdade. Eu sou filha de um deles. Jeon Jungkook.

— Interessante. Conte-me, como é o seu nome?

— Jeon Sunghee, e o seu?

— Kim Dahae. Conte, Sunghee, como é o novo Juízo?

— Eles são bastante benevolentes. São sete. Gosto muito dos meus oppas.

O espectro apareceu novamente. Mesmo com a máscara, Sunghee notou sua preocupação.

— E então? — perguntou ela.

— Ele consta como um de nossos hóspedes.

— Quer dizer que ele está aqui há 7 anos? Não que isso seja ruim, eu também estou aqui há 7 anos, mas… Enfim, por que não o trouxe aqui?

— Porque ele está sob punição, senhorita.

— Há 7 anos? — perguntou Sunghee, começando a ficar preocupada também. — O Juízo permitiu isso?

— Foi uma determinação de Abraxas.

— Eu os meus oppas não sabem. Não sabem que tem alguém sendo punido por 7 anos. Por que ninguém contou?

— Abraxas fez questão que esquecêssemos disso. Eu sinto muito, senhorita.

— Qual foi a determinação de Abraxas?

— Cinco anos.

Sunghee levantou-se e foi até a porta, furiosa. Como sempre, sua carinha de criança não deixava isso ser muito ameaçador.

— Isso não é justo, não é justo! Onde ele está?

— No porão da torre 3.

Sunghee virou-se para a mulher.

— Não se preocupe. Eu vou tirá-lo de lá. Espectro, leve a Sra. Kim para um aposento onde possa ficar com o marido. Receio que ele precisará de cuidados.

A pequena abriu as asas e voou a toda velocidade pela casa, como seu appa bem lhe ensinara. Chegou à porta da torre e a abriu. A pouca luz da abertura iluminou apenas os primeiros degraus. Depois, só havia breu.

Sunghee produziu alguns flocos de luz e desceu voando. O escuro não era nada para ela. As escadas iam em espiral, e ela estava começando a ficar tonta quando achou o chão novamente. Espalhou os flocos. Havia várias grades, como uma masmorra.

— Tem alguém aí? — gritou ela, andando pelo local. — Sr. Kim?

Continuou caminhando e iluminando as prisões vazias. Então, ela viu algo diferente lá no fundo. Correu. Era um véu translúcido que se projetava do teto, cobrindo uma pessoa.

— Sr. Kim? — chamou ela, tentando abrir a grade, mas não houve resposta. Ela iluminou as paredes laterais, procurando a chave. Achou uma alavanca, e acionou-a. Imediatamente, o véu começou a subir. Ela acompanhou enquanto o tecido descobria as feridas não cicatrizadas.

— Aigoo — murmurou.

Então, ela teve a ideia. Buscou na terra um pouco de diamante e fez uma chave simples. Colocou-a na fechadura e modificou-a aos poucos até que tivesse o formato necessário para abri-la. Entrou rápido e o chamou, colocando a mão em seu ombro.

— Sr. Kim.

Ele olhou para ela com os olhos semicerrados, por causa da luz que não via há muito tempo.

— Sou eu — disse ele, com a voz arranhada.

— O senhor está livre. Vamos. — Ela o ajudou a se levantar. — Espectros! — chamou. — Preciso de ajuda para levá-lo para cima.

Os espectros apareceram e fizeram como mandava a herdeira.

— Levem-no para o aposento onde está a senhora Kim. Cuidem das feridas dele. E avisem ao Juízo, assim que for possível.



O homem sem asas foi colocado de bruços na cama. A mulher, embora um pouco assustada, conseguiu manter a calma e ajudou os espectros a cuidar dele. Sunghee acompanhava tudo aflita pela presença do samchon na Casa que poderia curá-lo rapidamente.

— Está tudo bem agora — garantiu Dahae, passando a mão pelos cabelos do marido.

Ele segurou a outra mão dela, lacrimejando de dor.

— Eu senti tanto a sua falta… Eu fiz coisas horríveis…

— Ssshh… Eu sei. Eu sei o que você fez. Mas passou. Você sabe que a nossa filha se casou? Foi ela quem me disse que você tinha chegado.

— E nosso menino? Como está?

— Ele também veio. Eu queria que procurássemos por ele juntos.

Dongwon fechou os olhos.

— Isso é tudo minha culpa.

— Nós vamos resolver tudo, não se preocupe. Agora você tem que ficar bem.

— Que bom que Yonseo se casou. Está uma mulher feita.

— Desculpem — disse Sunghee, de repente compreendendo tudo. — A filha de vocês é Kim Yonseo?

— Sim — confirmou Dahae.

— E o filho de vocês é Kim Taehyung?

— É — disse Dahae, sem entender como ela poderia saber. — Você o conhece?

Sunghee ficou paralisada com a própria descoberta. Finalmente, disse, antes de sair correndo para, pela primeira vez na morte, interromper uma reunião do Juízo.

— Eu já volto.


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Notas finais do capítulo

Assim iniciam-se os trabalhos do arco de 7 anos da Sunghee. ♥



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