Bulletproof Army escrita por Jéssica Sanz, Jennyfer Sanz


Capítulo 8
Teclas de jade


Notas iniciais do capítulo

Fofura define este capítulo.



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Hoseok não conseguia prestar muita atenção ao julgamento. Estava pensando em Baekhyun, que seria solto naquele dia. Foi durante aquele julgamento que a Casa recebeu uma encomenda. Os espectros mandaram o objeto entrar enquanto chamavam a Sra. Jeon. Era uma regra: se houvesse alguém na casa disponível, essa pessoa deveria recepcionar a visita ou a encomenda. Ela e a filha estavam juntas, e foram para o hall, enquanto Yumii reclamava.

— Mas que coisa… Por que eles não avisam quando fazem encomenda? Eu tenho que receber e nem sei o que é!

— Deve ser uma surpresa — opinou Sunghee, com sua esperteza.

Entraram por um dos portais que ali havia, e surpreenderam-se com o tamanho do objeto encomendado. O rapaz da entrega não deu muito espaço para elas admirarem.

— Pode assinar aqui, senhora?

— Claro — disse ela, tomando a pena e a prancheta nas mãos. Assinou. O rapaz agradeceu e foi embora.

— Aigo, o que é isso? — perguntou Yumii, com a impaciência sumindo, ao rodar o objeto. Era uma caixa grande. A altura batia mais ou menos no joelho dela.

— Parece algo para a casa, eomeoni.

— Vamos abrir? — perguntou ela, animando a filha.

— Sim — disse ela, sorridente. Yumii colocou as garras para fora, para ajudá-la a cumprir sua missão de abrir as encomendas. Era dever dela, sempre que eles estavam em julgamento. Quando não devia abrir, deixavam avisado.

Yumii cortou a fita que unia as abas. Sunghee passou a mão pela lateral da caixa.

— Aigoo. São joias, eomeoni.

— Joias? Melhor eu tomar cuidado.

Yumii abriu as abas. Havia muito plástico bolha preso com fitas. Ela cortou a caixa nas arestas, abrindo-a completamente. O objeto começava a tomar forma.

— Isso tudo é uma joia só? — perguntou Yumii, estranhando.

— Tem uma peça de diamante bem grande. Tem ônix, jade e cristal, também.

— Deve ser pra você não acha?

— Talvez.

Yumii cortou as fitas que prendiam as folhas de plástico bolha, ainda impressionada com a inteligência da filha. Só quatro anos, aquilo não era normal. Namjoon estava fazendo seu trabalho muito bem. Sunghee começou a ajudar a eomma a tirar as folhas, com ansiedade. Ela concordava com a eomma. Um objeto todo feito de joias só poderia ser para ela. A pequena perdeu a respiração ao perceber o que aquele pequeno objeto era.

— Um piano de cauda — murmurou ela, meio sem ar.

Ao ouvir aquilo, Yumii apressou-se. Sabia que a filha queria aprender a tocar, mas Jungkook se recusava a ensinar, porque sabia que um dia aquilo aconteceria. Sabia que Yoongi não era tão mau.

Sunghee rodou o piano inteiro. Era todo feito de diamante, e tinha um brilho azulado. Embaixo dele, tinha uma caixa menor.

— Abre, eomeoni — ela pediu, e continuou a explorar. Foi para a parte da frente e, com cuidado, abriu. — Wow. — As teclas brancas eram feitas de jade, e as teclas pretas eram feitas de ônix. Na parte interna da aba, o nome dela estava escrito com pequenos cristais, em hangeul. — Olha, eomeoni.

Yumii deixou o que estava fazendo e foi até a filha. Sorriu.

— É para você, mesmo, meu anjo.

Yumii voltou a abrir a caixa. Era o banco, de diamante. O assento era de tecido de ouro.

As duas ouviram a voz do espectro vindo de um dos portais.

— Sua encomenda chegou, Sr. Min.

— Ótimo. Leve para o salão Ha e coloque ao lado do meu piano, jebal.

— Sim, senhor.

As duas meninas se entreolharam.

— É, filha… Acho que você não ganhou só um piano… Ganhou um professor, também.



Mais tarde, Yoongi foi espiar. Lá estava ela, tocando Fur Elise em seu próprio piano. Ele desceu as escadas. Dessa vez, ela não saiu, não se acanhou, nem mesmo olhou para ele. Sua felicidade não permitiu.

— Você sabe por que seu piano é assim?

— Não — disse ela, sem parar de tocar. — Só sei que não foi pro senhor se achar.

Yoongi riu.

— Claro que não. Existem muitos jeitos de te impressionar, e usar joias não é um deles. Mas esse piano é feito de joias e de ouro porque você pode controlar. Quando você crescer, poderá simplesmente aumentá-lo usando seu próprio poder. Eu sei que você controla as joias melhor que os metais, mas nem tudo dá pra fazer com joias. As cordas são de ouro, também.

— Eu percebi.

— Você já está muito boa em Fur Elise com a mão direita. Que tal tentar a esquerda, agora?

— Eu sei fazer a esquerda, mas não consigo fazer as duas juntas.

— Você vai aprender com a prática, criança. Não queira fazer tudo no mesmo dia.

— Por que não? Eu sou a diamond maknae, é o que todos dizem.

— Mas você é pequena ainda. Olha, o seu appa é incrível mas ele não era tão incrível com quatro anos, pode apostar. O tempo vai fazer você ser incrível. Você tem muita gente pra te ajudar a ser tornar assim.

— Jimin Oppa me disse que eu preciso ser incrível. O que isso quer dizer?

Yoongi tornou-se um pouco mais sério.

— Ele já te falou sobre isso, então?

— Ele não fala muito comigo, é verdade. Mas faz uns dias que ele me disse.

— É muito cedo para pensar nisso. Você quer falar do futuro ou quer ser incrível?

— Os dois, senhor.

— Tá, seja lá o que for fazer, pode começar parando de me chamar de senhor. Você é um espectro, por acaso?

— Não — disse ela, rindo. — Mas você nunca falou comigo até alguns dias atrás.

— Eu sei. Mas estou falando agora, não estou?

— Está sim. Oppa.

— Então vamos começar a aula.



— Para onde nós vamos, eomeoni?

— Vamos buscar seu orabi.

— Que bom. Estou com saudades dele. Então, poderemos patinar, não é mesmo?

— Sim, Yonseo. Nós vamos todos juntos.

A lembrança de Yonseo brigava por espaço no seu pensamento tomado por ansiedade. Ela estava no banco do carona, no carro do noivo de óculos escuros.

— Está demorando tanto! — murmurou ela.

— Calma, bae, não é o fim do mundo — disse Sehun. — Baekhyun ficou preso bastante tempo, alguns minutos não vão fazer diferença. Até porque nós sempre o visitamos.

— Me deixa ficar nervosa, Sehun. Estou tão ansiosa por vê-lo livre! É outra coisa, não é? Nem me lembro qual foi a última vez. Ah, olha, o portão tá abrindo!

O sol batia no paredão que cercava o presídio. Baekhyun saiu com os olhos semicerrados. A liberdade era algo pelo qual ele nunca estivera ansioso, mas o sentimento era bom. Ele sentia-se limpo. Sentia que não era mais um criminoso. Ele estava mesmo diferente, quase era outra pessoa.

Sehun buzinou. Só então, Baekhyun avistou o carro. Sorriu ao ver os dois. Ele sempre achava Sehun muito engraçado de óculos escuros.

Atravessou a rua calma, abriu a porta e entrou no carro.

— E aí, gente? Rockzinho maneiro.

— É Day6 — informou Sehun.

— Massa. E aí, minha flor, tudo bem?

Yonseo agarrou Baekhyun pelo pescoço e o abraçou desajeitadamente. Não conseguiu dizer nada.

— Também tô feliz em te ver — disse ele, com a voz abafada.

Sehun sorriu e mudou a marcha, enquanto eles se soltavam.

— E como vão as coisas pro casamento?

— Estamos na correria. Mas tiramos o dia pra você.

— É muito bom saber que você vai poder ir — disse Yonseo.

— É, eu fiquei com medo de não poder. Que bom que deu tudo certo. Ah, a gente tá indo pra onde mesmo?



Os três entraram no lugar. Tinha uma quantidade razoável de pessoas. Baekhyun olhou ao redor, nunca tinha estado em um lugar parecido.

— Não acredito, véi — disse ele correndo em direção aos meninos. Abraçou os dois muito forte. — Que saudade de vocês!

Por uma questão de segurança, Chen e Xiumin não visitaram Baekhyun nenhuma vez. Fazia anos que não se viam.

— Vocês dois não prestam! — brincou com o casal. — Nem pra avisar, pra eu preparar meu coração… Isso é maldade.

Sehun e Yonseo riram.

— Chega de enrolação, gente — disse Yonseo. — Vocês querem patinar ou não?

Os cinco foram fazer o cadastro. Receberam patins e todo o equipamento de proteção. Demoraram um pouco para se ajeitar, e finalmente entraram. O CBX demorou um pouco para se adaptar aos patins, pois nunca haviam feito aquilo, mas logo estavam andando tranquilamente, mesmo que mais devagar que a maioria das pessoas no rinque. De repente, Chen disse.

— Ih, ela chegou, gente.

Todos olharam. Minji chegava esbaforida. Os cinco patinaram até lá.

— Vocês não sabem o quanto eu corri, gente. Tô muito atrasada?

— Sim, já estamos indo embora — disse Sehun. Yonseo bateu nele.

— Mentira, acabamos de chegar.

— Vocês são todos sortudos, conseguiram folga. Eu que tive que ser The Flash.

— Vai logo pegar os patins, criatura — disse Baekhyun. — Eu tô doido pra te dar um abraço.

Minji riu levemente. Mal podia acreditar que o estava vendo ali, brincando no gelo como uma criança, depois de anos de detenção.

— Tá. Já entro com vocês.

Os seis ficaram um bom tempo patinando e se divertiram bastante. Ali começava uma nova fase na vida de Baekhyun.



Jimin estava em sua sala escura, do jeito que ele gostava. O saco de pancadas estava pendurado no teto baixo, mas não ficava parado nem por um segundo. As mãos dele estavam enroladas com faixas brancas enquanto ele desferia os golpes. De repente, ele notou a presença da pequena criança ali atrás. Parou de socar, e olhou pra ela.

— Annyeong — disse ele, timidamente. Nunca deixou de falar com ela, como o Yoongi fizera, mas também não se sentia confortável. Não porque via alguma maldade nela. Na verdade, ele só não conseguia ver a si mesmo como um samchon ou um oppa. Sentia que não levava jeito com mini seres humanos.

— Annyeong — disse ela, animada. Claro, ela queria ser incrível.

— Você… ahn… Precisa de alguma coisa?

— Preciso ficar forte, né…

— Quem te disse isso?

— Você, oppa.

— Não, eu nunca disse isso. Disse que precisa ser incrível.

A pequena deu de ombros.

— Dá no mesmo, oppa.

— Tá. Você quer o que mesmo?

— Que me ensine, ué.

— A lutar? Mas já?

— Eu preciso ser incrível.

— Gostou mesmo disso hein… Tá, vem aqui — ele segurou o saco de areia, para parar de balançar. — Pode socar.

Sunghee olhou para Jimin, com um pouco de dúvida. Ah, aquele oppa não tinha uma boa didática.

— Como?

— Como? — perguntou Jimin, sem entender a dúvida. — Ué, é só fechar o punho e bater…

— Tá.

Sunghee fechou o punho direito e socou. O saco quase não se moveu.

— Ah, vai ter que ser melhor que isso, mocinha… Hum… Vamos pensar. Imagine que esse saco de areia é o cara que mandou matar seu appa. Ótimo, seu appa está aqui, com você. Isso é bom. Mas o problema não é ele ter matado todos nós, Sunghee. O problema é o modo como ele fez isso. Ele machucou muito o seu appa. Mas passou, não passou? Pois é. Só que um dia esse cara vai morrer. Ele vai vir pra cá, né? E se ele foi capaz de maltratar seu appa desse jeito, se foi capaz de nos matar… O que vai fazer quando chegar aqui? Acha que ele vai passar a mão na sua cabeça e dizer, “olha, que criança bonita”? Não, ele não vai. Então eu pergunto… O que você vai fazer sobre isso? Vai deixar que ele repita?

Sunghee olhava para o saco com uma expressão raivosa, mas sua carinha fofa não deixava isso ser muito ameaçador. No entanto, ela deu um novo soco. Os olhos de Jimin acompanharam, sem surpresa, o saco voando metros para a frente. Em seguida, voltou sua atenção para a mãozinha de diamante.

— Muito bom — elogiou ele. — Agora, outra pergunta. Você acha que ele ficará paradinho como um saco de areia, esperando você acabar com ele? Não, não, não. Ele vai tentar ser mais esperto que você. Você precisa de força, mas também de agilidade. Precisa ser astuta, calcular seus movimentos e torná-los precisos… — Jimin olhou para a menina. Será que aquele cotoco de gente entendia aquelas palavras? — Tá me acompanhando?

— Mais ou menos, oppa.

— Não tem problema. Temos muito tempo, tá? Nós vamos fazer isso juntos.


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Notas finais do capítulo

Nhonhonhonhonhonho


Tá parei.



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