Bulletproof Army escrita por Jéssica Sanz, Jennyfer Sanz


Capítulo 34
A verdade é demais


Notas iniciais do capítulo

Sorry Sorry Sorry
Aí fica a dúvida, tô pedindo desculpas pelo atraso ou cantando SuJu? Os dois. Estou realmente viciada nessa música.
Como sempre acontece quando atraso, vou me desculpar postando dois capítulos.
Então fica assim:
HOJE: Capítulo final + EPILOGUE
QUINTA: ALTERNATIVE END + Extra do Blog
SÁBADO: Quatro capítulos de fic Extra. Talvez cinco. (Sim, vou soltar tudo de vez).

Boa Leitura ♥



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Chung Ho não conseguiu acreditar quando percebeu que a espada continuava parada no pescoço de Sunghee, sem avançar nenhum centímetro.

— Mas o que é isso?

Sunghee não respondeu. Em vez disso, ela ergueu o corpo deixando as mãos e pés apoiados no chão. Depois, girou a perna direita para dar um chute nele, fazendo um tipo de estrelinha para virar para a direita, pegar sua espada e se levantar já atacando-o novamente, com todo o gás. O chute foi suficiente para desestabilizá-lo, apenas o necessário para que ela se levantasse totalmente. A luta não foi muito mais adiante. Chung Ho ainda estava abalado com seu insucesso, o que facilitou a tarefa de Sunghee em desarmá-lo. A espada dele voou, e ela a pegou, usando-a para terminar a luta. A espada dele foi para a nuca e a dela para o pescoço. Deveria ser o momento em que ele estava perdido, mas ela permaneceu parada.

— Vai em frente — provocou ele.

— Você sabe que é impossível. Eu sou uma juíza, não posso condenar ninguém antes de um julgamento adequado. Nem mesmo você. Você já sabia que eu não podia te matar, só não imaginava que o contrário também fosse verdade. Eu domino a luz e as pedras preciosas, mas me especializei no inquebrável diamante que compõe a minha segunda armadura: uma crosta impermeável que se forma, por puro reflexo, toda vez que o perigo está próximo. Esta é uma batalha impossível de chegar ao fim.

— Vitória do atual Juízo. O campeonato termina com a vitória e permanência do atual Juízo.

O salão estourou com a comemoração. Uma gaiola mágica se formou ao redor de cada um dos rebeldes, inclusive de Chung Ho. Os reféns voltaram à vida em seus pedestais, e os juízes foram ajudá-los a descer. Sunghee e Yoongi foram os primeiros a chegar aos pedestais. Sunghee pegou a florzinha no colo e a abraçou, junto com Yoongi.

— Eomeoni e apeoji.

— Você está bem? — perguntou ele. — Ele não te machucou?

— Não. Eu estou bem.

— E os outros? — perguntou Sunghee.

— Eles só me pegaram porque não conseguiram entrar. Holly não deixou.

Yoongi sorriu para sua esposa. Desde que ela tinha começado a atuar na Casa Daegu, pensava muito na segurança dos pequenos. Melhorou o preparo das turmas de combate, como taekwondo, boxe e esgrima, montou um arsenal com armas leves e armaduras e trabalhou na evolução de Holly para que se tornasse o sentinela. Ele ganhou a habilidade de mudar de tamanho, o que poderia torná-lo bastante ameaçador.

— Ele ficou grandão? — perguntou Sunghee, emocionada.

— Aham! — disse a menina, feliz.

— Foi por isso que só trouxeram pessoas de fora da Casa. As ajummas estavam nas instalações da Ilha junto com você, não é?

— Sim.

Jimin segurou Nana pela cintura para dar apoio em sua descida.

— Oi, meu bem. Já parou para pensar que você não é mais a avó do meu hyung?

— Eu ainda sou o seu líder — brincou Namjoon. — Apesar de eu nunca ter entendido o motivo de isso ser um bloqueio para a relação de vocês.

— Pura formalidade — disse Jimin.

— Ainda bem que o casamento está chegando — disse Nana. — Você foi muito bem, sabia?

— Eu perdi, bae.

— Não é sobre ganhar ou perder, Park Jimin. É sobre o quanto se persiste.

Taehyung e Géssyca ajudaram Dahae e Dongwon na descida. Os quatro se abraçaram. Géssyca tinha se tornado praticamente uma filha para eles.

— Eomeoni — disse Hoseok, abraçando Seohyun, quando ela já estava no solo. Eva pigarreou.

— Só pra lembrar que eu sou sua eomma, e não ela.

— Você sempre vai ser minha eomma — disse Hoseok a Seohyun, ignorando Eva.

— Como se eu não soubesse — disse Eva, rindo. — Você tem sorte, Seohyun. Nenhum dos meus filhos me ama como Hoseok ama você.

Hoseok se sentiu meio mal por Eva, e virou-se para ela.

— Ah, para. Não é como se eu te odiasse.

— Eu não te culparia. Já te deixei na mão algumas vezes.

— Mas me ajudou muito mais. — De repente, a respiração de Hoseok mudou. — Você está rachando.

— É o que acontece com as estátuas, não? — ela sorriu, se aproximando.

— Você vai embora para sempre?

— Não. Só preciso voltar para minha forma original, e provavelmente não farei comeback nesta forma aqui. Eu não sei o quanto você reparou, mas esta menininha aqui fala muito mais do que a voz que você ouve há 18 anos. E você sabe por que.

— Não é tudo que se pode saber.

— Sim. Mas eu tinha muita coisa para te contar. Muita coisa sobre esta história que você não sabe, mas que deveria. Muita coisa que eu quero te contar desde o começo.

— Ah, e você vai embora me deixando sem essa informação? É sério?

— Claro que não. Eu tenho meus métodos. E eu sei que a Michung vai me perdoar.

Hoseok não entendeu o que Eva queria dizer até que ela segurou os ombros dele e o beijou.

Durou só um segundo, e ele não teve tempo de ter nenhuma reação. Quando ela o soltou, já estava começando a desmoronar. Hoseok mudou completamente, parecendo bastante chocado, e não parecia ser simplesmente por um beijo. Eva não disse mais nada enquanto seus cacos caíam. Os que estavam mais próximos também estavam surpresos com o que havia acabado de acontecer, mas não mais que Hoseok.

— Hyung? — chamou Yoongi, que já se aproximava para ajudá-lo. Hoseok parecia estar pensando em mil coisas quando perdeu a força das pernas. Teria caído no chão se Yoongi não o tivesse segurado a tempo. — Aigoo!

Os outros começaram a se aproximar para ver o que estava acontecendo ali. Seohyun e Yoongi colocaram Hoseok sentado em um dos pedestais.

— Você está bem? — perguntou Michung, abaixada na frente dele. Não parecia nem um pouco incomodada com a atitude de Eva, e não tocou nele, porque sabia que era perigoso.

Hoseok colocou a mão na testa.

— Eu… eu preciso de um pouco de água.

A eficiência do Juízo entrou em ação. Sunghee rapidamente fez um cálice e o jogou para Taehyung, que o encheu com água.

— Aqui, hyung — disse ele, ao oferecer. Hoseok bebeu tudo de uma vez.

— Gomawo. Já estou melhor agora.

— O que houve com ele, Jimin Oppa? — perguntou Michung.

— Eu não sei. Na verdade, desde que Eva apareceu, eu não consegui ver nada sobre ela. Agora está acontecendo o mesmo com Hoseok. Eu acho que ela passou uma bomba de informações.

— Sim — concordou Hoseok. — Uau. Isso é muita coisa.

— Você vai nos contar? — perguntou Yumii. — Ou quer descansar primeiro?

— Eu já posso contar. A Eva… A Eva é um espírito neutro, mas ela teve um filho favorito. Ela não o amou mais que os outros, mas via nele algo especial. O nome dele era Abraxas. Eva sempre achou muito interessante o fato de ser neutra, mas ele era ainda mais fantástico. Metade bom, metade mau. Eva o conhecia muito bem, muito melhor que ele mesmo. Ela sabia identificar com precisão quando e o quanto cada lado estava atuando. Ele podia tomar algumas decisões em nome de um lado só mas, no geral, as decisões mais importantes precisavam da aprovação de ambos os lados.

— Tipo matar sete jovens de uma vez só? — perguntou Michung. — Isso sem contar os agregados…

— É, tipo isso.

— Quer dizer que a nossa morte foi aprovada pelo lado bom? — perguntou Namjoon, meio indignado. —  Como é que é? Olha, eu já supunha que ele fosse meio desequilibrado, mas não nesse nível.

— Ele não era desequilibrado — Hoseok retomou a palavra. — Obviamente, a proposta desse plano foi feita pelo lado mau. Mas o lado bom o aceitou por ver seus pontos positivos.

— Que pontos positivos? — perguntou Jungkook. — O que há de legal em perder os amigos e ser assassinado deixando a namorada grávida?

— Olha pra sua família agora que você descobre — respondeu Hoseok. — Pra começar, você acha que teria condições de criar a Sun no primeiro mundo? Acha que seus pais aprovariam? Vocês iam viver do quê? De música, com certeza não. Jungkook, você era feliz no primeiro mundo, mas isso porque você era uma criança que não sabia nada sobre o amor. Nem todo mundo teve a sorte de ser ingênuo. Começando comigo. Você acha que eu era feliz? Sem a minha eomma, com uma péssima convivência com meu appa, sendo refém da narcolepsia e dos remédios… Vocês seis eram a única parte boa da minha vida. A única coisa que ainda me fazia sorrir e esquecer os tormentos. Eu não era feliz, definitivamente. Quanto ao Taehyung, acham que ele era feliz? A eomma dele também o deixou quando era muito pequeno. Ele foi criado em uma família conturbada e… Sem ofensa, senhor Kim… Mas são os fatos. A partida de Dahae Ajumma foi a primeira fissura, e isso não é culpa de ninguém. Eu não preciso ficar repetindo, vocês sabem como era. O que vocês talvez não tenham notado é como a história de Taehyung não tem nada a ver com Abraxas. A vida dele já era ruim sem nenhuma influência. Ele já estava destinado a perder o controle da situação. Nós seis já estávamos destinados a ficar sem ele. Vocês conseguem imaginar isso? Que grupo se ergueria com um membro a menos? Nada seria como antes. E, claro, a probabilidade de isso tudo acontecer de novo era muito grande. Dessa vez, não seria a partir do Jin, mas a partir do Tae. Isso não dependia de nenhuma menina arrasando corações.

— Ai, para com isso!

— Isso não é você, Yumii, é Abraxas.

— Vômito — murmurou Jin.

— Aish, vocês já sabem disso, não é nenhuma novidade. Agora, pensem em como essa história seria se não houvesse a Yumii. Poxa, você e Kookie foram feitos um pro outro! E nós não teríamos a Sun.

— Que inferno! — reclamou Yoongi.

— Não dá pra imaginar a nossa existência sem a Sun. Ela acabou de nos salvar, não foi? Enfim, a família Jeon estar aqui é um presente muito grande. Já imaginaram como seria se o Jungkook fosse sozinho? Ele não seria feliz, então não adiantaria nada. Ao mesmo tempo, pessoas que não estão aqui também são um grande presente. A Yon está vivendo uma vida normal e incrível ao lado do Sehun. Sehun podia muito bem estar aqui, mas tudo aconteceu de forma que a morte dele fosse evitada. O mesmo vale para Baekhyun. O fato de ele estar lá é uma alívio se pensarmos que a Minji não tem o Yoongi. Voltando para Yonseo, ela tem um filho lindo, e isso também não seria possível aqui.

— Há controvérsias — disse Géssyca, pensando nas crianças da Casa Daegu.

— A priori, não seria. Tá, tudo isso é muito lindo e tocante, realmente emocionante pensar que Abraxas pensou em cada detalhe para a nossa felicidade, apesar de estarmos condenados a fazer julgamentos e punir pessoas… Tudo isso é pela manutenção do bem-estar do mundo, então eu nem culpo o cara… Onde é que tava? Ah, tá, minha emoção pela atitude de Abraxas. Muitas coisas boas que aconteceram e que só foram possíveis porque estamos mortos. Mas teve um fator primordial, o fator que realmente ajudou o bom Abraxas a decidir aceitar essa bagaça toda, e não foi um Jung Hoseok com narcolepsia, ou um Jeon Jungkook imaturo, ou um Kim Taehyung de saco cheio. Foi um Kim Seokjin que achava que era o que havia de errado no mundo. A sociedade funcionava de uma maneira com a qual ele não se sentia confortável, mas todos pareciam muito bem ajustados com ela. Ele era o mais infeliz dos meninos, mas também o que melhor fingia estar bem. Foi por isso mesmo que ele foi embora sem que ninguém se desse conta. A esperança dele foi quando surgiu Choi Yumii, a única garota da escola por quem ele não tinha repulsa. Ela era até legalzinha, apesar de não ser tão divertida quanto Namjoon. E quando ela foi embora, tudo estava perdido. Por um lado, ele sentiu-se aliviado por não ter que fingir amá-la. Por outro, não sabia mais o que fazer. Parecia cada vez mais que ele era um ser humano com defeito de fabricação por não se encaixar nos padrões. Era frustrante olhar para Namjoon e não poder dizer o que sentia. Para o Nam, as coisas iam menos mal. Jin era, de longe, seu hyung favorito. As meninas também nunca foram algo muito divertido fora das letras de música. Namjoon conseguia fingir para ele mesmo que era feliz, mas ele não era. O que levou Jin à sua primeira tentativa de suicídio foi o amor, mas por Namjoon, e na segunda, igualmente, junto ao amor pelos outros cinco que haviam partido. Só que, mesmo que não houvesse nenhuma Yumii, mesmo que Jin tivesse sido forte o suficiente para lidar com a sensação de ser o errado da história… Ele não seria feliz. E o mesmo vale para o Namjoon. Mesmo que eles descobrissem que se amavam, mesmo que tivessem coragem para dizer, a sociedade nunca os aceitaria. A sociedade primeirista, não. Mas a sociedade segundista não está nem aí para esse tipo de coisa. Cada um passa sua eternidade na atividade que mais gosta, e pode mudar se enjoar. Cada um só se preocupa com a própria felicidade, que passa pela felicidade dos outros, e pelo bem-estar do mundo como um todo. Vocês dois até tiveram medo de ser criticados no início, mas agora sabem que ninguém está nem aí para o que qualquer um nesse mundo faz ou deixa de fazer, desde que não esteja atrapalhando o bem-estar mundial e a felicidade de todos. Resumindo, vocês dois nunca seriam felizes no Primeiro Mundo, mas são aqui. E isso vale para todo mundo que está aqui. O Tae fez um pouquinho de besteira, mas os pais dele estão juntos agora, olha que maravilha. Baekhyun também deu uns vacilos, mas ele foi ameaçado, e no fim das contas, a família Jeon tá aí, inteiraça, com direito a genro e netinhos adotivos. Gente, nossa existência é ótima, e Abraxas sabia que isso ia acontecer. Inconscientemente, ele também sabia que nós faríamos a nossa revolução e o mataríamos, e assim o Segundo Mundo estaria livre das injustiças proporcionadas pelo lado mau. Pois é, galera… Abraxas nos fez um grande favor tirando nossas vidas.

— Pena que a gente nem agradeceu — murmurou Jin.


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Notas finais do capítulo

E daqui vamos pro EPILOGUE ♥



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