Bulletproof Army escrita por Jéssica Sanz, Jennyfer Sanz


Capítulo 32
Mas que audácia é essa?


Notas iniciais do capítulo

Eu tô ótima com títulos... E meu pai querendo colocar "A Vitória do Amor" no livro dele...
Pelo título vocês já devem prever, mas... ESSE CAPÍTULO TÁ FXXA!
Duvido que estejam preparados para isso huahuahuahaua
(Acabei de descobrir que não sou uma escritora normal).



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— As regras. Não há limite de tempo. Vence quem usar as forças do seu elemento para colocar o oponente fora do círculo primeiro. Não é permitido usar artifícios que não sejam a força do próprio elemento.

Novamente, Eva fez a contagem regressiva. Jungkook entrou com redemoinhos nas mãos, já esperando que a pessoa sob o capuz fosse alguém que ele conhecesse, mas ele nunca tinha visto aquele rosto. O homem pisou no chão e uma camada de gelo começou a se espalhar a partir do seu pé. Jungkook foi rápido e mandou os redemoinhos para quebrar o gelo.

— Gelo não é um elemento da natureza — protestou Jungkook.

— É uma batalha elementar. Não uma batalha elementar-da-natureza — debochou o oponente, antes de enviar um raio de gelo. Em reflexo, Jungkook mandou um redemoinho concentrado, seguido de uma rajada de vento forte. O sujeito voou em direção ao lado de fora, mas por pouquíssimo tempo. Logo, ele estabeleceu uma base de gelo que o levou de volta ao chão e o deixou bem firme.

Jungkook fechou a cara. Ele teria que desviar dos ataques e ainda quebrar a base para lançar o cara para fora.

— Jimin estava certo — disse Taehyung. — Esse cara iria simplesmente me congelar na mesma hora.

Jungkook continuou usando toda a precisão que tinha para quebrar os raios, mas o cara não deixava nenhuma brecha para seus ataques à base. Mesmo assim, Jungkook persistiu. Justo quando achou que estava ganhando vantagem, uma pequena partícula atingiu seu ombro. Mesmo com a pequena instabilidade, ele conseguiu se recuperar, mas notou que aquilo não duraria muito tempo. A partícula se instalou no ombro e começou a espalhar, lentamente, seus cristais. Jungkook ignorou o frio e continuou o trabalho muito bem. Não perdeu nem um raio e conseguiu os primeiros ataques à base de gelo. Mas o cristal foi se espalhando e imobilizando-o aos poucos. Mesmo quando seu braço esquerdo foi tomado, ele continuou tentando arduamente com o direito. Quando o gelo cobriu o braço direito, ele continuou controlando o ar com a força do pensamento, mas era bem mais difícil. Foi surpreendente para muitos quando ele conseguiu resistir por mais um tempo, antes que um raio finalmente o atingisse e o lançasse para fora com toda a força.

Jungkook teria caído no chão com tudo se não fosse a agilidade de Taehyung para pegá-lo com uma onda. Colocou-o cuidadosamente no chão enquanto Eva anunciava a vitória inimiga. O gelo já começava a derreter, mas Yoongi acelerou o processo com o calor.

— Eu deveria ter ido — murmurou ele.

— Definam a categoria do terceiro duelo — disse Eva, quando já estavam levantando Jungkook.

— Metamorfose — disse Chung Ho, contente.

— Trinta segundos para apresentação de representantes para esta categoria.

Ao redor de Jungkook, que tinha acabado de sentar, começaram a discutir sobre a ida de Yumii para a base, já que ela era a única metamorfa, quando Jungkook notou.

— Yoongi? O que está fazendo?

Já era tarde demais. Quando os outros viraram, Yoongi acabava de pisar no círculo.

— Não! — protestou Sunghee. — A categoria é metamorfose!

— É — disse Yoongi, sem se importar muito.

— É mais um segredo? — perguntou Jin. — Ele é metamorfo e não nos disse?

— Não dessa vez — disse Jimin, claramente preocupado. — Eu garanto que Yoongi não é metamorfo.

— O que ele está fazendo, então? — perguntou Michung. — Como vai participar de uma batalha de metamorfose?

— As regras — anunciou Eva. — É permitido fazer até três transformações durante a…

— Não.

— Como? — perguntou Eva, incomodada com a atitude.

— Eu tenho uma contestação. A escolha de categorias tem sido feita apenas pelos rebeldes. E isso… Não é justo.

— Nós desafiamos vocês — argumentou Chung Ho. — Justamente por isso devemos escolher.

— Se for assim, vocês escolherão apenas categorias que os favoreçam. Isso não é nem um pouco justo, e o Juízo trabalha com justiça. Eva não deixou claro quem deve escolher as categorias. Então devemos entrar em um acordo agora.

— Você está certo — disse Eva. — O que você sugere?

— São cinco duelos. Dois já foram escolhidos pelos rebeldes. Agora dois devem ser escolhidos pelo atual Juízo. E o último será sorteio.

— Isso me parece bastante justo — admitiu Eva.

Chung Ho mudou de posição, irritado. A categoria metamorfose acabava de ser descartada, e eles tinham um excelente metamorfo que já estava no lugar.

— Qual será a categoria deste duelo, então?

Yoongi sorriu.

— Um duelo de rap.

— O quê? Isso não faz sentido! — protestou Chung Ho. — É um campeonato pelo controle do mundo, isso não se resolve com música.

— Engano seu — argumentou Yoongi. — Campeonato é simplesmente uma competição em que se define um campeão. E não foi definido um limite categórico. Eu posso escolher qualquer categoria em que seja possível competir.

— Min Yoongi escolheu uma categoria válida — informou Eva. — Você tem 30 segundos para mudar seu representante, se quiser.

A figura encapuzada virou-se para Chung Ho e fez uns poucos sinais para indicar que ele mesmo iria.

— Não vamos mudar — decidiu Chung Ho, insatisfeito.

Eva traçou uma linha de luz branca no meio do círculo.

— As regras. Cada competidor terá sua própria cor e seu semicírculo, onde deve fazer um insulto de rap no seu turno e usando uma batida que ele mesmo ofereça antes de começar. A conexão com os microfones permitirá que isso aconteça. A meia-circunferência ao redor de cada um indicará o tempo de cada turno. Eu mesma, como espírito neutro, analisarei a qualidade dos insultos, atribuindo pontos que serão visíveis pelo preenchimento de luz no semicírculo. Vence aquele que cobrir seu semicírculo com luz primeiro. As cores são: azul para o atual Juízo e vermelho para os rebeldes. O turno começa com o desafiante da categoria, que compete pelo lado do atual Juízo. Ah, e eu… Já aviso que será uma longa batalha. Não é fácil me impressionar.

Eva fez os dois microfones coloridos flutuarem para as mãos dos rappers. Suga não conseguia ver o rosto da criatura encapuzada, mas ele sabia que era melhor. Ele tinha total convicção, mas começou dando esperanças a ele. Cantou a primeira parte do que eles chamavam de Cypher 4 e que pertencia a Rap Monster. Seu turno acabou com o fim do primeiro refrão, onde todos cantaram atrás dele.

Suga esperou que o estranho mudasse de música em seu turno, mas não foi o que aconteceu. Ele prosseguiu para a segunda parte usando uma voz completamente idêntica à de Hoseok. No terceiro verso, ele mostrou o rosto, e ali estava Hoseok. Suga esboçou um sorriso e se perguntou qual era o objetivo do metamorfo? Se igualar a J-Hope? Porque ele não conseguiria. Enganá-lo? Porque era impossível. Afetá-lo emocionalmente? Como se ele fosse capaz. Lá atrás, Hoseok ria da sua cópia mal feita. O turno do metamorfo terminou com mais um refrão. De algum jeito, os rebeldes conseguiram cantá-lo, e Suga entrou na sua própria parte. Aumentou a velocidade da batida para que fosse ainda mais impressionante. No  refrão, deixou os Juízes fazerem o trabalho e só fez o final.

No outro turno, ele esperou que o metamorfo virasse outra pessoa, mas continuou como J-Hope e um anúncio faroeste antecedeu a batida de 1Verse. Suga evitou olhar para Eva, mas sabia como ela devia estar se sentindo por conhecer J-Hope melhor do que todos ali.

“Você quer mixtapes, então?”, pensou Agust. “Então vamos”.

Ele mandou o microfone fazer o começo de seu Give it to me. Cantou-a inteira, colocando alma do jeito que ele fazia quando era pequeno. Finalmente, o rosto do outro mudou. Antes que mudasse completamente, ele ouviu o começo de Cypher PT.3 e teve certeza que era o rosto de Rap Monster que surgiria ali, mas não foi o que aconteceu.

Baekhyun só cantou a primeira parte do Cypher, mas foi o suficiente para ser chocante. O insulto foi perfeito, e completamente feito para abalar Yoongi. O assassino de Jungkook, cujo rosto ele conhecia, dizendo na sua cara que acabaria com tudo, chamando-o de preguiçoso, e ainda teve a audácia de mudar a letra, falando de carro em vez de bicicleta. Falou de morar na rua, como Yoongi tinha feito pela música. Ele foi para o refrão falando de assassinato. Lá atrás, Jungkook e Taehyung estavam nervosos pelo que aconteceria a seguir.

“O que ele quer?”, perguntou-se Agust. “Ele quer que eu tenha raiva do Baekhyun, mas esse não é o Baekhyun. Ele quer que eu continue o Cypher, mas isso não faz sentido para o insulto. Você não é o Baekhyun, mas eu vou dizer o que você pede”.

O insulto começou de forma sutil, com um piano, e foi crescendo conforme a emoção dele enquanto falava de sua infância, seu crescimento e sua luta. Culminou no conselho. “Não se importe. Se achar que vai bater, acelere mais, seu idiota”.

O oponente mudou a tática e voltou para os mixtapes. Dessa vez, seu rosto tornou-se realmente o de Rap Monster ao fazer Do You, onde ele mandava Yoongi fazer o que bem entendesse. Foi nesse momento que Suga percebeu que o outro conhecia todas as suas intenções. Suga achou que estava sendo guiado por um caminho e tomou outro diferente, mas o outro tinha algo preparado para qualquer outra decisão. Suga sentiu-se vigiado por um momento, mas não havia problema. Aquele cara podia ter o rosto e a voz de quem quisesse, podia até saber a letra, mas não tinha nenhuma técnica. Não havia motivo para medo.

Então ele chamou a caixa. “Se você acha que sabe quem eu sou, eu vou te dizer”. Agust D apresentou sua música título cheio de raiva dele e a luz aumentou um pouco mais que das outras vezes, mas Eva estava segurando muito os pontos. Ele ainda precisaria de umas duas músicas para completar. Olhando meio de longe, o outro cara não parecia muito atrás, mas havia sim uma diferença considerável.

A criatura virou enquanto a música começou para seu turno. Agust conhecia, mas não era uma música deles. Era do primeiro mundo. Dessa vez, algo em sua forma mudou, não apenas o rosto. Algo muito importante. Ele diminuiu de tamanho e, quando se virou, era uma garota. Simplesmente Jeon Minji com 12 anos cantando Roll Deep. Yoongi agradeceu em pensamento por ela não estar dançando, apenas se movimentando de acordo com a música, e segurou o riso por notar como aquilo parecia falso. Como ele conhecia toda a música, ficou fácil roubar dela a parte que era do Ilhoon para seu turno, o que deu a ela a vez novamente.

Dessa vez, ela percebeu que aquela Minji não iria atrapalhá-lo de forma nenhuma. A figura virou novamente e voltou ao tamanho normal… ou quase. Minji apareceu com a idade que tinha quando Yoongi morreu. Dessa vez, ela cantou Hello Bitches. Tirou o sobretudo e tentou ser provocante, apesar de isso não aumentar seus pontos. Tudo o que ela queria era desestabilizar Yoongi, mas só conseguiu fazer com que ele ficasse com raiva da forma como estavam usando a imagem de sua irmã. O que o desestabilizou levemente foi a luz abaixo que a fez ficar na frente dele e chegar mais perto da linha branca. Yoongi notou que precisaria vencer em seu próximo turno, se ainda tinha alguma intenção de ganhar. E se ele só tinha uma chance, ele precisava ser original. Completamente original.

 

Eu tenho a vida e a morte no rap, você quer desafiar?

Você é mesmo tão otário a ponto de tentar me derrubar?

Você só pode querer uma coisa com isso, não me irrite

Você não vai querer presenciar a minha fúria, acredite

 

Você acha que é rapper por fazer um verso assim?

Pode parar de achar, não há ninguém igual a mim

Eu sei no que você é bom, você finge todo o tempo

Usando uma máscara a cada turno, eu não aguento

 

Você finge que entende disso, mas você não sabe nada

Tente copiar os meus, a rima é só um degrau da escada

Isso é ritmo e poesia, é dicção, entonação e mais

Eu garanto que nem um quinto dessa arte você faz

 

Quer me dizer quem eu sou? Isso só eu sei, idiota

Ao contrário de você que já estourou a sua cota

Com mentira e falsidade você quer acabar comigo

Sou o menino de Daegu, perdeu a noção do perigo?

 

Já faz dezoito anos que eu cheguei nesse mundo

E você chegou agora e quer se achar, seu imundo?

Só conheço sete caras que já chegaram chegando

Um sou eu e os outros seis ali atrás observando

 

Se você pensa que é capaz de superar o insuperável

Vai tentando, a natureza desse lugar é imutável

Nós fizemos nossa casa, nosso reino e universo

A coroa é alta demais para esse verme perverso

 

Ah, mian, não é de você que eu estou falando

Seu time de capachos tem um cara no comando

Ele é a pura contradição, e é por isso que eu odeio

Ele mata e destrói por interesse sem receio

 

Eu não sei o que ele disse pra você vir me enfrentar

Por isso eu te explico que não vai adiantar

Ele me matou uma vez, mas esse é meu território

Pensar que ele é o melhor daqui é no mínimo ilusório

 

Mas deixa eu me voltar para você, meu oponente

O iludido que não sabe o quanto a rima é quente

Se você acha que ser rapper é só juntar palavrão

Junte isso na sua lista de erros, precisa de coração

 

O rap é a verdade, e a verdade que eu te digo

Não posso te xingar se você não é meu inimigo

A única coisa que eu posso te dizer nesse momento

É que você não é rapper, cara, só lamento

 

 

— Fim do duelo. Vitória do atual Juízo.

Yoongi olhou para baixo. A luz azul estava passando para o outro lado do círculo, como se transbordasse. Ele estendeu a mão e deixou o microfone cair, fazendo um barulhão. Aquela era a marra dele. Ele voltou para a base, ouvindo os gritos dos amigos, que vieram logo abraçá-lo. Todos eles gritavam coisas boas, muito felizes. Lá em cima, servos, hóspedes e espectros estavam extremamente agitados com o resultado. Sunghee empurrou todo mundo e tacou-lhe um beijo.

— Esse é meu Min Yoongi.

 

 

Assim que Sehun entrou no quarto de Baekhyun prendeu a respiração ao notar a perigosa situação. Saiu na mesma hora e foi com pressa para a salinha do break. No cantinho do café, abriu o açucareiro e encheu a mão. Voltou ao quarto e ergueu a acompanhante, que estava sentada bem próxima à cama, com a cabeça caída no colchão. Começou a oferecer-lhe o açúcar, mas antes mesmo de tocar-lhe a boca, ela abriu os olhos.

— É o que isso, Sehun?

— O quê? — perguntou ele, meio sem graça. — Eu... É… Estou monitorando seu nível de glicose, não tá vendo?

— Não precisa, eu mesma fiz isso, como sempre faço. Eu estava só cochilando. Foi um dia cansativo.

— Mian. É que ainda é meio cedo pra dormir. E eu vim pra cá justamente me lembrando disso...

Sehun colocou o açúcar em um copinho qualquer que achou ali. Depois, voltou-se para Minji, que não sabia fazer outra coisa a não ser observar Baekhyun.

— Devia ter deixado outra pessoa ficar. Você está muito cansada.

— Eu não consigo. Eu não ia conseguir dormir longe dele. Aigoo, eu nunca o vi tão mal assim. Onde será que ele está agora?

— Depende muito. Quando dormimos, vamos para o inconsciente individual. É algo semelhante ao outro mundo, mas nós mesmos criamos. Quando morremos, vamos para o inconsciente coletivo. É onde os meninos estão. E Chung Ho também.

— Você não devia estar nos ritos?

— Aigoo, fala sério, Minji… Eu, nos ritos de um filho da mãe quando Baekhyun está nessa? Enfim… Ele está entre os dois mundos, eu acho.


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Notas finais do capítulo

Yoongi, tu é demais. Tirando que seu rap foi feito por uma completa amadora... Espero que vocês tenham imaginado algo melhor na realidade kkkk
O próximo capítulo vai começar com a resposta para esse questionamento. Onde está Baekhyun?



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