Bulletproof Army escrita por Jéssica Sanz, Jennyfer Sanz


Capítulo 31
Ela aparece


Notas iniciais do capítulo

Olhem o título. "Ela aparece".
Temos visita(s).
EDIT: Acabei de perceber que não era pra postar hoje. Eu ia agendar. Vou deixar de presente pra vocês. O próximo vem na quinta.



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— Será que agora vocês podem baixar essas armas e descer até aqui para termos uma conversa civilizada?

Os Juízes começaram a olhar uns para os outros sem saber o que fazer.

— Muito engraçado — disse Sunghee, voltando à estabilidade. — Isso seria o mesmo que nos entregar. Desculpe, não é nossa intenção.

— Essa menina é realmente bastante atrevida, não é? Você não tem medo do que eu possa fazer a essas pessoas?

— Pra começar, se você machucar essas pessoas vai perder sua razão — disse Jimin. — E em segundo, eu sei que você não tem a intenção de poupá-las se nos entregarmos. Então, por que faríamos isso?

— Ora… — murmurou Chung Ho, rindo de nervoso.

— Aigoo, se acha mesmo tão esperto? — perguntou Sunghee, com um sorriso esboçado. — Conseguiu estagnar nossa festinha. Acho que a solução é ficarmos desse jeito pela eternidade. Até que alguém desista.

— Ah, eu não tenho paciência pra isso! — ouviu-se uma voz feminina que ressoou no hall. Bem alta, parecia vir de todas as paredes.

— Quem disse isso? — perguntou Jungkook, confuso.

— Você? — murmurou Hoseok.

Ouviu-se o barulho de pedra mexendo. Todos procuraram de onde vinha, e logo encontraram uma das estátuas que estava se movendo. Como muitas das outras, ela tinha o braço cortado, mas estava lentamente crescendo. A estátua feminina foi se regenerando e ganhando cor, enquanto descia do seu pedestal com um salto. Logo, tornou-se humana, com seus cabelos ruivos e as vestes brancas. Tinha um rosto jovem, marcado com purpurina prateada. Ela ficou olhando para a situação ao redor, e rindo de cada pessoa no hall. Ninguém ousou falar nada enquanto ela continuou rindo de tudo até parar em Hoseok e começar a gargalhar.

— Boa noite — murmurou Hoseok, incomodado com a atitude dela.

— Oi. Há quanto tempo não nos vemos? — perguntou ela, recobrando a postura e enxugando a água dos olhos.

— Nós nunca nos vimos — disse Hoseok, sem paciência nenhuma.

— Desculpa, é que eu sempre te vejo.

— Vocês se conhecem? — perguntou Chung Ho, sem saber que não era o único a desconhecer a mulher.

— Mais ou menos — disse Hoseok.

— Miane, eu não me apresentei. Meu nome é Eva. Eu sou o Espírito Neutro, a Alma de Omelas, a Mãe do Segundo Mundo, a Verdadeira Conhecedora da Verdade, isso ao contrário do Jimin, que se acha o sabe-tudo…

— Ow! — protestou Jimin, em sua defesa.

— E vê se não me interrompe, já não basta roubar o meu título?

— Mas você tem um monte de títulos — argumentou Yoongi, que queria ver o circo pegar fogo.

— E todos eles são meus, tá?

Chung Ho pigarreou, chamando a atenção de Eva.

— É, estou com cinco reféns aqui, você está me atrapalhando.

— Oxe, te atrapalhando a ficar parado sem fazer nada? A menina acabou de dizer que a luta está estagnada, é por isso que eu vim dar um jeito na situação.

— Se você está do lado deles, nada do que você faça será justo.

— Engano seu, querido. Não prestou atenção em nada do que eu disse, né? Eu sou o Espírito Neutro. O contrário de Abraxas: ele tem o lado bom e o lado mau, e eu… não tenho nenhum dos dois. E eu não tenho preferência entre meus filhos.

— Só que você os conhece.

— Eu também te conheço, Chung Ho. E mesmo você sendo um grande idiota, eu não gosto de você menos do que gosto do Hoseok.

— Magoou — disse Hoseok.

— Emocionante depoimento, o seu — debochou Chung Ho.

— Pensa comigo: todos vocês são meus filhos, qualquer um que seja juiz está ótimo para mim. Mesmo que eu saiba que você será um péssimo juiz se ganhar, não consigo ir contra você. Confie, não há como eu ser mais justa.

— Espera… — disse Jungkook. — Todos nós… Somos seus filhos? Que história é essa?

— Ai, vocês não raciocinam? Ou não ouvem o que eu falo? Vamos lá. Eu sou a Alma de Omelas. Ou seja, eu sou a Casa, e a Casa sou eu. Tudo o que aconteceu no Primeiro Mundo ficou lá. Aqui, vocês nasceram de novo. Agora, me diz, onde vocês nasceram?

— Que nojo — notou Namjoon. — A gente mora na barriga da mamãe.

— Esse é o menor dos seus problemas. Hoseok diz que a Seohyun é a eomma dele, mas não é mais. Isso foi no Primeiro Mundo. O mesmo vale para Dahae.

— E quanto a Dongwon Ajussi? — perguntou Jin.

— Vocês não têm appa. Vocês nasceram na Casa, e é só isso. Dongwon também não é appa do Taehyung. Além disso, Jungkook e Yoongi, que vivem falando que são irmãos, vocês são irmãos mesmo. Todos vocês são irmãos. Jungkook é irmão de Yumii, Namjoon é irmão de Jin, Jin e Yumii são gêmeos, Taehyung é irmão da Géssyca, todos vocês são irmãos de Chung Ho…

Todos os Juízes começaram a protestar.

— E outra coisinha pra vocês seis. Vocês chamam o Jin de “Hyung”, só que ele é o maknae. Ele chegou aqui por último. Entre vocês sete, Jimin chegou primeiro, ele que é o mais velho.

— Aí eu vi vantagem — disse Jimin.

— E quanto à Sun? — perguntou Yumii.

— Vocês duas são um caso à parte, né… A Sun tem duas eommas. E um appa. — Jungkook deu um suspiro de alívio. — É, você tem sorte, Jeon Jungkook. Ser pai no segundo mundo é tão raro quanto a chuva. Sunghee nasceu depois de morrer, e o fez em Omelas. O efeito foi cumulativo. E quanto aos outros, não fiquem tristes. São meras formalidades. Eu sei que ainda existe afeto entre quem teve laços de sangue no Primeiro Mundo.

— Há controvérsias — murmurou Jin.

— Pera, então a Sun é realmente minha sobrinha — notou Taehyung, que sempre invejara seu hyung (já não tão hyung assim).

— E sua irmã — acrescentou Eva. — Ao contrário de Yonseo. Veja se não faz muito sentido? Você mora com Sunghee, não com Yonseo.

— Mas eu não nasci na Casa — protestou Chung Ho.

— Não, mas nasceu em Omelas. Ainda é meu filho.

— Tanto faz. Você vai resolver a situação como prometeu fazer ou vai nos deixar plantados ouvindo suas palestras?

— Aish, que menino malcriado. Tudo bem, vamos acabar logo com isso. Para desempatar uma luta estagnada, duas partes devem entrar em acordo. Para isso, eu proponho um campeonato de duelos ímpares. Neste tipo de resolução, cada grupo deve enviar um de seus membros para um duelo que acontecerá neste círculo. — Eva pisou no chão, e um grande círculo se desenhou. — Não é permitido participar de mais de um duelo. Desta forma, teremos três ou cinco duelos, porque cinco é o número de membros do menor grupo. Os dois grupos devem aceitar não atacar um ao outro no decorrer do campeonato, apenas dentro do círculo e de acordo com as regras de cada categoria. A categoria do duelo é definida por vocês. Não é permitido interferir em um duelo que não seja o seu. Poderes passivos são permitidos. Poderes ativos apenas se fizerem parte da categoria. Os reféns ficarão retidos por magia durante o campeonato. Se o grupo do atual Juízo vencer, os reféns serão devolvidos e os rebeldes aceitarão, sem resistência, passar pelo julgamento e aceitar o veredito. Se o grupo dos rebeldes ganhar, passam a ser o novo Juízo e o antigo Juízo se rende, deixando a si mesmos e aos reféns à mercê da sabedoria e decisão do novo Juízo. Os dois grupos estão de acordo?

— Sim — disse Chung Ho.

Sunghee olhou para seus hyungs e unnies, e todos confirmaram o acordo com a cabeça.

— Sim — disse Sunghee.

— O acordo está fechado — disse Eva. — Ninguém pode voltar atrás em sua decisão. A partir de agora, podem abaixar as armas e se unir dos dois lados do círculo. Os reféns devem ser colocados em pedestais para retenção. A luta pelo futuro irá começar.

 

— Definam a categoria do primeiro duelo.

— Combate corpo-a-corpo — sugeriu Chung Ho.

— Vocês têm trinta segundos para escolher e enviar representantes para esta categoria.

Apareceram dois pequenos círculos iluminados nas extremidades do círculo maior. Os juízes se reuniram e começaram a sugerir Jimin, porque a única pessoa tão boa quanto ele era Sunghee, mas ela poderia se dar melhor em outras categorias.

— Você parece incomodado — notou Namjoon. — Não está confiante.

— Não. Isso tem cheiro de cilada. Eu não consigo ler os olhos dele, mas pelo comportamento… Enfim, eu vou, mas isso não tá bom.

— Não tem como alguém ser melhor do que você — disse Géssyca.

— O tempo está acabando — notou Jungkook.

A circunferência de luz estava se desfazendo, contando o tempo. Jimin pisou nele e a luz se acendeu de novo. Do outro lado, estava uma figura feminina com o rosto coberto pelo capuz. Uma trança caía em cada ombro.

— As regras — recitou Eva, parada em seu pedestal do lado direito. — O duelo terá round único de cinco minutos com intervalo de um minuto na metade. Durante o intervalo é permitido voltar à base. Ganha quem estiver melhor ao final do round. O tempo total vai rodar na circunferência maior. A partir do início vocês podem entrar e lutar.

Eva fez uma contagem regressiva de cinco segundos, e os dois entraram no círculo. O capuz da figura caiu, revelando o rosto de Park Hyekyo.

 

Namjoon soltou um palavrão. A instabilidade foi visível em Jimin na mesma hora.

— Não acredite nisso, hyung — disse Namjoon. — Você sabe que não é ela.

“Sei?”, perguntou-se Jimin. Ela parecia extremamente real ao se aproximar. Ele olhou em seus olhos e viu tudo. A parada cardíaca, o hospital, as lágrimas de seu appa. Jimin piscava e sabia que estava sendo enganado, mas toda vez que olhava para ela, via seu amor e não sabia como agir. Quando ela se aproximou, ele teve certeza de que ela iria abraçá-la. Então veio o soco direto no seu rosto.

Michung segurou o grito enquanto Jimin já cambaleava, tentando voltar à realidade, mas continuou vendo sua eomma.

“Não é ela”, ele repetia para si mesmo, mas tudo o que via era diferente. Ele conseguiu razão o suficiente para atacá-la, mas estava desfocado. Tinha medo e não colocava força em seus movimentos. Ela o atacou várias vezes em que ele não conseguiu se defender. Algo lhe dizia que ele merecia. Que ele havia feito algo de errado para merecer o castigo e não tinha razões para revidar. Ele tentou lutar contra a ilusão, mas era cada vez mais difícil com a quantidade de golpes que recebia.

Quando ela o jogava no chão ou o virava, ela saía de seu campo de visão. Jimin ficava com raiva do truque e voltava com tudo, mas a via novamente e não conseguia fazer nada. Quando sua visão começou a ficar embaçada, ele deixou de enxergá-la e conseguiu pensar na irrealidade dela, mas estava fraco demais para revidar. Fora do círculo, os Juízes e a plateia lá em cima gritavam coisas para motivá-lo e estimular a razão, mas nada parecia funcionar. Os menos equilibrados andavam de um lado para o outro, agoniados.

Jimin caiu no chão e a mulher não o deixou levantar. Colocou-se por cima dele para imobilizá-lo e o sufocou.

— Tempo — informou Eva. A garota soltou Jimin e voltou para sua base. Uma circunferência menor se formou no meio e começou a se desfazer conforme o intervalo corria.

Jimin ficou no chão, se contorcendo. Estava com vários machucados visíveis. Sangue escorria das narinas e da testa.

— Precisamos ajudá-lo — disse Jin, que já estava quase chorando por não poder curá-lo.

— Não dá pra entrar no círculo — lembrou Yumii.

Yoongi foi até a ponta do círculo e abaixou.

— Vem, hyung — chamou ele, com as mãos prontas para pegá-lo. — Jebal.

Jimin virou e começou a se arrastar. Parou quase na borda para respirar. Géssyca abaixou ao lado de Yoongi.

— Vamos, ajussi — brincou ela. — As crianças estão esperando.

Jimin se arrastou mais um pouco. Assim que sua mão saiu do círculo, Yoongi e Géssyca o puxaram para fora. Os outros o ajudaram a levantar. Hoseok pegou uma cadeira para ele se sentar ali perto. Sunghee começou a cuidar dos machucados como podia.

— Não precisa continuar — disse ela.

— Eu vou — garantiu ele, tentando respirar. — Eu preciso.

— Ainda temos quatro rounds — disse Taehyung. — Você não tá se aguentando em pé, como pretende ganhar dela?

— Yoongi — murmurou ele. — Cubra os meus olhos.

— Tem certeza? — perguntou Yumii, enquanto Yoongi já providenciava uma fita. — Vai conseguir lutar sem ver?

— É a minha única chance.

Yoongi deixou Jimin dar uma última e curta olhada no espaço e amarrou a fita. Ele e Géssyca levaram Jimin até a ponta, mas ele estava se virando bem sozinho, apesar de estar fazendo muito esforço para ficar de pé.

A luta recomeçou. Sem ver a mulher, Jimin não sentia nada incomum. Ouviu o som de sua mão atravessando o ar e desviou, abaixando-se rapidamente. Os Juízes comemoraram. Jimin passou os primeiros segundos na defensiva, mas depois arriscou o primeiro soco. Ele a acertou, e a ouviu murmurar, mas não tinha colocado muita força. Mesmo assim, ela foi para trás, e Jimin levemente a perdeu, mas continuou atento. Ela ficou com raiva e voltou com tudo, mas Jimin continuou a se defender habilmente. Levou poucos golpes que acabaram não sendo tão fortes. A luta ficou mais intensa e acirrada. Por muito tempo, foi impossível saber quem ganharia. Jimin estava extremamente cansado, mas conseguiu se sustentar guardando o restinho de energia para os segundos finais. Ele queria ter forças para fazer o chute no ar e nocauteá-la, mas ele falhou, e caiu no chão.

A mulher não se deu ao trabalho de atacá-lo. Ficou zombando dele e lhe deu alguns chutes, diminuindo as suas chances de se levantar. Ele tentou, mas não tinha mais forças.

— Fim da luta. Vitória dos rebeldes.

Com o anúncio, a garota saiu do círculo. Eva sinalizou levemente que eles podiam entrar para buscá-lo. Jungkook e Namjoon o levantaram. Ele ainda conseguiu andar, mesmo que completamente apoiado nos dois, em direção a Jin, que lhe deu um longo abraço, propiciando uma cura mais rápida e completa. Jimin agradeceu, ainda no ombro dele.

— Gamsahaeyo, maknae.

— Gamsahaeyo, hyung. Você foi muito forte.

— Definam a categoria do próximo duelo — pediu Eva.

— Batalha elementar — disse Chung Ho.

— Vocês têm trinta segundos para escolher e enviar representantes para esta categoria.

Eles se juntaram novamente. Logo, Taehyung se candidatou.

— Eu vou.

— Não — protestou Jimin, ainda apoiado em Jin e sob processo de cura.

— Wae? Eu sou o melhor dominador entre nós.

— Exatamente. Ele fez isso pra te chamar. Posso não ver as verdades nos olhos dele, mas vejo muitas em seu comportamento. Ele ficou feliz com sua animação. Provavelmente ele tem um dominador forte contra água.

Uma pessoa se apresentou no círculo inimigo.

— Então quem vai? — perguntou Taehyung.

— Eu — ofereceu-se Jungkook.

— Me dê um bom motivo — pediu Yumii, tentando esconder sua preocupação.

— Só faltam cinco segundos.


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Notas finais do capítulo

Vai lá, Jungkook! Vê se não faz merda dessa vez...



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