Bulletproof Army escrita por Jéssica Sanz, Jennyfer Sanz


Capítulo 30
Festa Surpresa


Notas iniciais do capítulo

Estão para nascer pessoas mais danadas que Junior e Sunghee. Imagina eles juntos?



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— Você não vai acreditar, Junior — disse Hoseok, saindo da água, agitado.

— O que houve? Conseguiu descobrir alguma coisa?

— Resumidamente, Chung Ho voltou a Seoul, tentou matar Baekhyun e causou um tiroteio. Agora, os dois estão no hospital. Baekhyun está bem, mas Chung Ho nem tanto. Ele deve chegar ainda hoje.

— Como é que é?

— Isso não é importante agora. Por enquanto, o que importa é que eu descobri por que o Jin Hyung está assim. Ele está conectado com o samchon, e como Chung Ho está à beira da morte, o Jin Hyung também ficou mal, entende?

— Tá — disse Jinyoung, tentando acompanhar. — E quanto ao remédio?

Hoseok tirou uma pílula do bolso.

— Eu vou fazer. É uma pílula de desconexão. Estou bastante curioso sobre como você vai fazer para dar esse remédio ao hyung.

 

Jinyoung entrou no quarto com os punhos fechados. Um deles escondia a pílula. Ele se aproximou de Sunghee e foi cuidadoso ao passar a pílula para ela. Era a oportunidade perfeita para começar o teatro.

— Ele está muito fraco — disse ela a Namjoon. — Ele não comeu nem bebeu nada o dia todo.

— Não tem muito o que fazer — a voz de Namjoon estava fraca, levemente arranhada. — Eu já tentei dar comida, tentei dar água, mas ele não consegue. Não consegue ingerir absolutamente nada.

Sunghee olhou para Jinyoung. O plano era diluir a pílula na água, mas até isso pareceu impossível. Para deixar a situação ainda pior, Jin vomitou um pouco mais de sangue. Havia uma bacia cheia de panos completamente vermelhos no chão do quarto.

— Por que não fazemos como no primeiro mundo? — perguntou Jinyoung, lembrando-se do que Hoseok havia relatado. O novo plano se formava em sua mente.

— Como assim? — perguntou Namjoon.

— Quando uma pessoa está fraca demais, ela toma soro. E pode ser na veia.

— Na veia? — perguntou Namjoon, totalmente desconfortável. Ele sempre se lembrava dos tempos no manicômio quando ouvia falar de injeções. — Não acho uma boa ideia.

— Não tem muita opção, oppa — disse Sunghee. — O samchon não vai aguentar muito mais tempo se continuar fraco desse jeito.

Namjoon olhou para Jin, preocupado. Ele não queria que nada de mal lhe acontecesse.

— Mas onde vamos arrumar soro?

— A gente faz, ué! — disse Jinyoung. — Soro caseiro. Água, sal e açúcar.

— E como isso vai parar na veia do hyung? A gente tem seringa, por acaso? E alguém que saiba aplicar?

— Eu sei aplicar — disse Sunghee. — Yoongi Oppa me ensinou. Lá na Casa Daegu, às vezes acontece algum acidente grave, como uma criança quebrar uma perna e precisar de anestesia. Todo mundo sabe fazer essas coisas lá.

— Você tem tudo o que precisa?

— Sim.

— Eu fico mais tranquilo desse jeito. Não sei se deixaria outra pessoa fazer isso com meu hyung. Faça isso rápido, Sun.

— Tudo bem. Vem me ajudar, Junior.

 

Sunghee e Junior foram para a cozinha. Em vez de diluir sal e açúcar, abriram a pílula e diluíram seu conteúdo em água. Encheram a seringa e foram com os outros materiais para o quarto de Jin.

— Não deveria ter uma bolsa, ou algo assim? — perguntou Namjoon, levemente desconfiado. — Para ficar pingando constantemente…

— Teria — disse Jinyoung. — Mas não temos nada disso.

— Teremos que dar pequenas doses aos pouquinhos — disse Sunghee, esperta.

Namjoon segurou Jin e virou seu rosto para que ele não visse a seringa. Ele já tinha se mostrado incomodado com a situação, mesmo que de forma sutil por quase não poder se mexer. Sunghee segurou o braço do samchon.

— Vai ser rapidinho, meu príncipe — prometeu Namjoon, com tom amável.

Sunghee foi cuidadosa, mas Jin fechou os olhos quando sentiu a agulha entrando em sua pele. Ela injetou todo o líquido na veia de Jin. Namjoon não olhou para ela nem por um momento. Ficou olhando para Jin e pensando em como ele era lindo. Mesmo com a saúde tão ruim, ele era lindo. Quando Namjoon notou, Sunghee tinha terminado o serviço.

— Pronto — disse ela. — Foi bem rápido, viram? Você deve melhorar agora, samchon.

Os três ficaram ali. Namjoon não esperou nenhuma grande mudança. Ficou distraído, sem prestar muita atenção, mas Sunghee e Jinyoung tentavam conter a ansiedade para ver o efeito. Ficaram observando atentamente os pequenos sinais de melhora. Sua respiração acalmou-se aos poucos, e Namjoon foi notando que ele estava diferente. Ele estava prestes a fazer alguma pergunta, quando ouviu dos lábios dele.

— Não acredito que fizeram isso comigo.

— Bae! — foi a primeira reação de Namjoon, emocionado por ouvi-lo novamente. Mas, logo depois, seu sorriso foi ficando menor. — Isso o quê? — olhou para os dois. — Do que ele está falando?

Jinyoung e Sunghee se entreolharam, arriscando uma leve travessura no sorriso. Aquele era o momento em que eles ficavam encrencados.

— Min Sunghee, o que tinha naquela seringa? — perguntou Namjoon, firmemente.

Sunghee levantou a mão e abriu-a, revelando as duas partes da cápsula que foi aberta.

— Eu não acredito! Eu achei que podia confiar em você! Você sabe que nós não gostamos desse tipo de coisa.

— Não tem motivo para não gostarem, oppa! Vocês dois tiveram experiências ruins com o remédio, mas isso foi lá no primeiro mundo! Essa pílula salvou o samchon, você não vê?

— Nós fizemos isso porque não queremos que ele vá embora — continuou Jinyoung. — Nós preferimos desobedecer a ordem de vocês e obedecer nosso coração. E nós estávamos certos. Descobrimos que o Jin Hyung estava morrendo de novo, e dessa vez seria definitivo. Os tempos ruins ainda não cessaram.

— O que quer dizer? — perguntou Namjoon, começando a entender.

— Jin Hyung estava doente porque ainda tinha um resquício de ligação com o samchon dele. Chung Ho está muito mal, à beira da morte.

— À beira da morte? — perguntou Sunghee. — Isso significa que ele está vindo.

— Sim. E quando ele morresse e mudasse de fase, aconteceria o mesmo ao Jin Hyung, indo para a inexistência. Não teríamos simplesmente perdido o Jin Hyung. Teríamos perdido um importante soldado na luta que devemos enfrentar. Chung Ho não está mal à toa. Ele ficou assim depois de um tiroteio, depois de ir atrás do CBX. Ele queria vingança no Primeiro Mundo… E com certeza vai querer aqui também.

— Quanto tempo nós temos? — perguntou Namjoon, já com a respiração alterada com a surpreendente e terrível notícia.

— Algumas horas, apenas — informou Jinyoung.

Namjoon olhou para Jin, que já se mostrava um pouco melhor, mas ainda estava debilitado. Como conseguiriam se preparar em algumas horas?

— Não é tão ruim quanto parece — disse Sunghee. — Sabíamos que esse dia chegaria. Nos preparamos por muito tempo.

Namjoon dirigiu o olhar a ela.

— Não imaginei que aconteceria tão de repente. Ou em situações tão extremas. Meu hyung ainda não está bem. Eu vou ficar com ele até que melhore. Sunghee, eu preciso que você assuma o comando. Você sabe o que tem que fazer agora, líder.

Sunghee assentiu, embora ainda estivesse nervosa com a ideia. Sabia que Namjoon estava certo: ela sabia o que fazer.

— Junior, reúna todos os juízes na sala enquanto eu distribuo as primeiras tarefas aos espectros. Ah, mande todos vestirem os trajes. Temos uma festa de recepção para dar.

 

A Sala do Juízo estava cheia com sete juízes vestidos com suas armaduras da cor das asas fazendo várias suposições sobre o que poderia ter acontecido. Hoseok se manteve quieto. Park Jimin foi o último a entrar, e foi imediatamente recebido por uma chuva de perguntas, mas ele estava tão assustado que não conseguiu falar nada. Depois, Jinyoung entrou, com sua armadura cinza-escuro. Taehyung foi logo interceptá-lo

— Junior, será que você pode fazer o grande favor de nos contar o que está acontecendo?

— Não. Mas a líder pode.

Jinyoung abriu a porta. Sunghee entrou com sua armadura de couro branco cheia de detalhes, as asas nas costas e o cabelo preso em um rabo de cavalo bem alto, como o das outras meninas.

— Líder? — perguntou Yoongi, preocupado com o que aquilo significava. — Cadê o Namjoon? E o Jin Hyung?

— Eles não podem se unir a nós agora, mas virão em breve — informou Sunghee.

— O que aconteceu? — perguntou Michung, novamente.

— Vocês estão bastante ansiosos. Eu vou dizer, e preciso de sua total atenção. Como vocês estão cansados de ouvir, os tempos ruins não cessaram. Eles nos deram uma brecha, e agora vão voltar com tudo.

— São tendências — murmurou Yumii. — A desgraça nunca sai de moda.

— Basicamente, Kim Chung Ho está à beira da morte. Ele deve chegar aqui em pouco tempo, e temos certeza de que essa não será uma ocasião pacífica. Espero que Hoseok Oppa possa nos explicar melhor.

Todos olharam para Hoseok, e ele suspirou antes de resumir a história.

— O ataque ao CBX é a principal evidência de que ele está sedento por vingança — completou ele.

— Quanto tempo nós temos? — perguntou Géssyca.

— Não sabemos ao certo — disse Hoseok. Algumas horas, talvez.

— Temos que agir imediatamente — disse Sunghee. — Movemos o ponto de nascimento para fora da Casa, para que não tenhamos surpresas. Já pedi aos espectros que esvaziem o arsenal e coloquem as armaduras. Tae Oppa, faça um espelho para Hoseok Oppa ficar atento às novidades. O plano de defesa é concentrar a batalha no hall principal, por onde ele provavelmente vai vir. Todas as portas e janelas de outros cômodos devem ser trancadas e reforçadas com magia de repulsão, tendo no mínimo dois espectros de guarda para cada sacada, e quatro para cada cômodo de extremidade. Nós vamos ficar posicionados no corredor superior do hall principal, igualmente distribuídos com as armas voltadas para a entrada.

— Nós não temos motivo para medo — disse Jungkook. — Estamos treinando há anos para este momento. Temos uma casa bem guardada, um exército de espectros, um arsenal poderoso… E ele é só ele. Somos invencíveis! O que pode dar errado?

 

As horas seguintes foram de tensão total no preparativos para a recepção. O hall, principalmente, estava um caos. Armas eram carregadas de um lado para o outro, espectros passavam com a armadura cinza-claro pela metade, Sunghee distribuía ordens e respostas sem parar. Enfim, chegaram Namjoon e Jin, que estava renovado. Os dois já estavam com seus trajes brancos. Rapidamente, receberam armas e a informação sobre seu posicionamento oficial. Quando ficou tudo pronto, eles se colocaram nas posições e esperaram. Hoseok ficou com o espelho de água para pegar as informações: Sehun estava lá na hora da morte, junto com outros médicos. Eles tentaram fazer o ressuscitamento, mas não funcionou. Isso significava que Chung Ho já estava definitivamente no segundo mundo, e Hoseok não podia mais monitorá-lo.

— Então cadê ele? — perguntou Namjoon, irritado.

— Ele deve estar na transição — palpitou Jungkook. — Deve estar sonhando. Mas falta pouco tempo.

Passaram-se uns quinze minutos antes que eles ouvissem a voz dele. Claramente, vinha de fora, mas era bastante sonora.

— Vocês estiveram esperando por mim?

— Oxe, não dá pra ver?  — perguntou Yoongi, irônico.

— Claro que não, ele tá lá fora — disse Jimin.

— Pois entre e seja bem-vindo — disse Sunghee. — Preparamos uma grande festa para você.

— Ah, eu entrarei, criança. Espero que não se importem com as visitas.

— Visitas? — murmurou Jin, sem entender.

Todas as armas estavam apontadas para a porta, mas não houve quem atirasse quando entraram as visitas. Um homem encapuzado trouxe Seohyun com uma faca no pescoço. Outro veio com Dahae e uma lança em suas costas. Dongwon veio atrás, com um homem segurando as cordas que amarravam suas mãos. Por último, veio Nana, a noiva de Jimin, com uma corda no pescoço. As armas foram levemente baixadas com a repentina novidade.

Eles ouviram a risada de Chung Ho enquanto ele entrava com a mesma roupa sinistra dos outros, trazendo uma pequena menina em seus braços.

— Florzinha — murmurou Sunghee, antes de olhar rapidamente para Yoongi, que também já tinha seus olhos nela, cobertos por um véu de pânico.

Chung Ho deu um grande sorriso.

— Surpresa!


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Notas finais do capítulo

Aish.
Parece que o jogo virou, não é mesmo? Que boca, hein, Jungkook...



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