Bulletproof Army escrita por Jéssica Sanz, Jennyfer Sanz


Capítulo 29
Comeback


Notas iniciais do capítulo

Vocês devem estar querendo me matar porque eu tô enrolando vocês.
A boa notícia é que eu já escrevi quase tudo. O EPILOGUE tá na versão resumida, só falta contar direitinho os detalhes pra ficar pronto. O segundo cap extra vai ficar por conta da Jenny, e vai ser um ALTERNATIVE END (que não faz o menor sentido na minha opinião). Ah, vai ter um extra lá no blog também!
Onde estávamos? Ah, é. Uma revolução.



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— Preciso falar com você.

— Sobre?

— Eu tenho um pedido importante.

— Só fala, Junior.

Jinyoung olhou para os lados, certificando-se de que o corredor estava vazio. Não era fácil quebrar as regras.

— Eu preciso de um remédio.

Hoseok virou para Jinyoung, mantendo a mão esquerda na amurada da sacada. A mão direita segurava a flor seca.

— Você precisa de um remédio? Você, Junior?

— Não é pra mim.

— Esqueça — disse ele, virando-se novamente para o jardim. — Eu não vou fazer um remédio para o Jin Hyung.

— Por que não?

— Porque ele não quer! — parecia óbvio.

— Ele pode ter mudado de ideia. Não está conseguindo nem falar!

— Ele fala comigo — Hoseok olhou para a flor. — Ele diz o tempo todo que não quer a minha ajuda.

Jinyoung mordeu os lábios, impaciente. Entrou na sacada, foi para o lado de Hoseok e deu um leve sopro. Todas as pétalas se desprenderam da flor e se perderam no vento.

— O Jin Hyung está caindo — disse ele, firmemente. — Você não pode deixar isso acontecer. Você é um juiz, eu sou um servo. Minha função é obedecer. Sua função é fazer a coisa certa.

Hoseok virou-se para Jinyoung novamente, e ponderou.

— Como você vai fazê-lo tomar?

— Ainda não sei. Me dê a pílula, eu cuido do resto.

Hoseok suspirou.

— Tá. Vem comigo.

— Eva.

— Hoseok. Que legal, sabemos o nome um do outro.

— Você está muito engraçadinha ultimamente. Vamos direto ao ponto, de que tipo de remédio o Jin Hyung precisa?

— Não é tudo que se pode saber.

— Ah, qual é? — revoltou-se Hoseok. — Você não pode estar falando sério!

— Mais ou menos. Eu não posso te dar essa resposta, isso é fato. Vai ter que descobrir sozinho.

— Como?

— Não sei, senta aí que de repente a resposta vem do céu.

— É urgente, você pode falar sério comigo?

— Sério comigo. Tá, parei. Que tal dar uma olhadinha do outro lado?

— Hunf. — bufou Hoseok, entrando na água. — Só um minuto, Junior. Eva, me mostre a Yonseo.

Hoseok subiu o painel d’água e viu Yonseo sentada no corredor do hospital com o celular na mão. Parecia bastante aflita.

— Hum, parece que você não é o único com amiguinho dodói.

Hoseok ignorou as gracinhas de Eva.

— Tiriririm.

Yonseo se mexeu nervosamente e colocou o telefone na orelha.

— Até que enfim, criatura, onde esteve esse tempo todo?

— Ah, não sei, deixa eu pensar… Até onde eu sei eu ainda estou morto. E também tem o fato de que eu sou um juiz, sou casado… Essas coisas.

— Não acredito que tá brincando numa situação dessas!

— A que situação você se refere? Já tá sabendo do Jin Hyung?

— Não sei do que você está falando, mas a coisa tá feia por aqui. Dificilmente a situação do Jin é mais grave.

— Eita… Quem foi pro hospital?

— Quem foram, no caso. Acho melhor você mesmo ver. A história é longa.

— É, gente, tá difícil conseguir essa droga de pílula… Junior, eu vou ter que descer um pouquinho.

Hoseok projetou e sentou-se ao lado de Yonseo. Ela não se parecia nem um pouco com a menina de 15 anos atrás. Os cabelos estavam mais compridos e algumas marcas de tempo começavam a aparecer em seu rosto. A preocupação, também visível, não deixava a impressão melhor.

— Annyeong — disse ele. Apesar de sentir que a situação era péssima, ele sempre sentia-se feliz em vê-la. — Me conta. O que aconteceu?

Yonseo suspirou.

— A situação começou de madrugada. Eu e Minji estávamos de plantão quando recebemos a notícia que tememos por muito tempo.

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~

Minji abriu a porta tão repentinamente que Yonseo quase pulou da cadeira.

— Não acredito que isso está mesmo acontecendo! Liga pro Baekhyun agora!

— O que houve? — perguntou Yonseo, já discando no telefone da delegacia.

— Acabamos de receber uma denúncia. Alguém viu Chung Ho no aeroporto. Me dá o telefone. — Yonseo obedeceu. Embora ela mesma quisesse falar com seu segundo irmão, Minji tinha mais informações. Baekhyun atendeu depois de mais alguns toques. — Baek, junte suas coisas e tire os meninos da casa o mais rápido possível. Peguem o carro e vão pra bem longe!

— Por quê? O que houve?

— Chung Ho voltou. Acabamos de receber a informação. Tenho motivos suficientes para acreditar que ele vai querer se vingar de todo mundo… E que você é o número um da lista dele.

Baekhyun acordou Chen e Xiumin, que reclamaram bastante pelo sono interrompido. Depois de saber do que se tratava, o sono era o menor dos problemas. Desde que a polícia perdeu Chung Ho de vista, alguns anos atrás, eles mantinham uma bolsa de roupas pronta embaixo da escada, então foram atrás de equipamentos. Separaram armas e munições, embora fizesse algum tempo que não usassem esses meios, porque precisavam estar preparados para tudo. Pegaram os celulares, os documentos, desligaram as luzes e saíram de casa. Estavam prontos para entrar no carro quando ouviram os barulhos de tiro. Baekhyun foi atingido por dois tiros e caiu na mesma hora. Os meninos tiveram que agir rápido, abaixando-se atrás do carro, arrastando Baekhyun e sacando as armas.

Xiumin começou a trocar tiros com Chung Ho, que estava do outro lado da rua, atrás de outro carro. Nem mesmo mandara algum capacho: tinha ido em pessoa lidar com seu delator. Chen acomodou Baekhyun como pôde, encostado no carro, mas logo viu que não poderia fazer nada melhor que um médico, então foi ajudar Xiumin.

Baekhyun respirou ofegantemente, tentando ignorar a dor terrível. Pegou o celular e ligou pra Minji.

— Me ajuda — disse ele. — Ele está aqui. Ele atirou em mim.

Yonseo viu a amiga ficar terrivelmente pálida.

— Onde você tá? — perguntou ela, tentando conter o desespero. — Me fala, Baek!

— Na frente de casa. — Baekhyun começou a chorar. — Eu não quero morrer, Minji. Não agora. — Baekhyun olhou para baixo. A mão que tentava inutilmente estancar as feridas já estava toda ensanguentada.

— Calma. Eu vou chamar o Sehun. Estou a caminho. Você não vai morrer, Baek.

Na viatura, Minji sentiu-se idiota por estar a ponto de perder mais uma pessoa especial, sem ao menos deixar essa pessoa saber que ela era especial. Yonseo sentiu-se péssima por correr o risco de perder mais um irmão.  Sentiu raiva de Hoseok, que sempre dizia que tudo estava sob controle. No telefone, Sehun disse que ia ele mesmo socorrer o Baekhyun, embora seu trabalho fosse todo dentro do hospital.

Chen ajudou Xiumin a tentar trocar tiros, mas parecia impossível atingi-lo atrás daquele carro. Xiumin já tinha levado um tiro de raspão, mas no geral estava bem.

— Ele tem que sair de trás desse carro — reclamou Chen, mexendo na bolsa. Ao notar que ele estava fazendo algo diferente, Xiumin começou a dividir sua atenção.

— Tá fazendo quê?

— Foca aí e deixa o resto comigo.

— Chen… Isso é uma granada, você tá maluco?

— Ele vai sair de trás desse carro. Por bem ou por mal.

— Desgraça — murmurou Xiumin, ao ver que ele já estava jogando do outro lado.

Aquilo, na verdade, não era uma granada. Foi feito pra parecer uma granada razoavelmente potente, e tinha todos os efeitos pré-explosivos, mas produzia uma explosão minúscula. Felizmente, a artimanha funcionou: Chung Ho pulou para longe da área da granada, e Xiumin aproveitou a oportunidade para atirar. Foram vários tiros, mas Chung Ho estava em movimento, então nem todos pegaram. Xiumin não conseguiu contar seus acertos. A granadinha explodiu quando Chung Ho caiu no chão.

Xiumin ficou esperando alguma reação, mas Chung Ho continuou deitado, embora se movesse, então ele se permitiu respirar.

— Genial — murmurou para Chen, satisfeito. — Que paradinha foi essa?

— Ka-Ching. Importei do Japão.

— Vou ficar de olho nele, cuida do Baek.

As meninas chegaram uns dois minutos depois. Apontaram as armas e pediram para todos saírem com as mãos para cima. Nisso, Chen e Xiumin tiveram que deixar Baekhyun para trás. Yonseo e um grupo foram com cuidado atrás de Chung Ho, que estava deitado sobre uma poça de sangue, e o desarmaram. Minji foi ao encontro dos dois e os mandou para a viatura para prestar depoimentos, antes de perguntar por Baekhyun. Chen apontou para trás do carro e Minji correu para lá.

— Baek — disse ela, abaixando ao lado dele e examinando suas feridas. — Sehun já está vindo. Fique calmo.

Os ombros de Baekhyun subiam e desciam com sua respiração acelerada.

— Eu acho que eu tô indo, Minji.

— Não! Não diga isso! Você não pode morrer, Baekhyun, não pode!

Minji assistiu Baekhyun encarando-a, sem nenhuma intenção de obedecê-la. Foi fechando os olhos aos poucos, enquanto ela falava.

— Olhos abertos, Baekhyun. Você tem que resistir. Só mais um pouco.

Minji fez a única coisa que a restava. Segurou o pescoço de Baekhyun e beijou-o, ignorando o gosto de sangue. Manteve-se perto dele para dizer.

— Isso é pra você ficar forte. Olhos abertos. Por mim. Jebal.

— Minji… — murmurou ele, levando a mão vermelha ao rosto dela.

— Sshh. Não precisa dizer nada.

Minji virou a cabeça ao ouvir o barulho da ambulância que chegava.

~

~~~

~~~~~

— Hoseok! — ouviu-se repentinamente a voz no corredor.

— Sshh! — fez Hoseok para a dupla que se aproximava, escondendo o sorriso.

— O que você disse, Han? — perguntou o jovem que tinha um violão nas costas.

— Nada! — respondeu a travessa criança, que se aproximou e abraçou Yonseo. — Annyeong, eomeoni.

— Annyeong, meu pequeno. Como foi com as crianças?

— Foi ótimo, como sempre, elas gostam quando eu vou junto e brinco com elas.

— Você se comportou? Não deu trabalho pro Samha?

— Que nada! — disse o jovem, ajeitando a alça do violão dos ombros. — Ele sempre me ajuda com as crianças, e tem potencial pra ser um excelente vocal. Eu queria poder ficar mais tempo com ele, noona, principalmente com esse problema aí… Mas realmente tenho que ir para a faculdade agora.

— Não tem problema, Sam, você já me ajuda muito cuidando nele nesse tempinho. Obrigada. Bom estudo para você.

— Eu que agradeço, prima. Annyeong. Annyeong, campeão — disse, bagunçando os cabelos compridos de Hansung, antes de ir embora.

— Você tem que tomar mais cuidado, mocinho — disse Hoseok a Hansung, que riu, divertido.

— Mian.

— É engraçado ver o Samha hoje — comentou Hoseok. — Eu achava que ele se interessaria mais por alguma coisa a ver com computador ou videogame. Ele ficava jogando o tempo todo… Mas está fazendo música e tocando violão para as crianças do hospital.

— Sim, o Samha está seguindo um caminho inesperado — disse Yonseo. — O que é excelente.

— Ele disse que eu canto bem — orgulhou-se Hansung. — Como o samchon.

— Sim, meu menino. Você canta bem como seu samchon.

Uma porta ali perto se abriu, e Sehun saiu do quarto.

— Apeoji! — falou Hansung, tentando conter sua alegria. Ele sabia que não podia fazer barulho no hospital.

— Annyeong — disse Sehun, feliz em ver o filho. Ele o abraçou.

— Hoseok veio ver o que aconteceu, apeoji.

— Ah é? — disse ele, olhando para Yonseo. Ela sinalizou que Hoseok estava ao seu lado.

— Ele quer dar uma olhada nos dois — explicou Yonseo.

— Seria bom se ele trouxesse o Jin para dar uma ajuda. A situação deles não está nada favorável.

— Isso que é o problema, Yonseo… O Jin Hyung está muito doente. Por isso eu vim aqui.

— Ah tá, desculpa aí, achei que você tivesse vindo porque estava preocupado com o fato de que Baek pode morrer! — disse Yonseo, toda irônica.

— Se ele morrer, terá uma segunda chance. Se o Jin Hyung morrer, ele não existe mais. E Baekhyun tem o Sehun e o hospital inteiro. Nós simplesmente não temos o que fazer com nosso hyung. E eu nem sabia disso tudo que tá acontecendo, como você percebeu. Eu vim porque Eva disse que a solução está aqui.

— Aish, você tem razão — concordou Yonseo, antes de se dirigir ao marido. — Bae, o Jin não pode vir. Ele também está mal. Acho que temos que resolver isso o mais rápido possível.

— Tá. Eu vou levá-lo para ver o Baekhyun primeiro.

— Ele não fechou os olhos. Nem por um momento. Só quando eu dei o sedativo.

— Que coisa — comentou Hoseok, mesmo sabendo que não seria ouvido. — Parece que a tal injeção de força funciona mesmo.

— Ele levou dois tiros. Um na barriga e um no ombro. Fizemos uma longa cirurgia para retirar a bala da barriga. A do ombro atravessou. Agora ele já está com os curativos, tomando soro e remédio para facilitar a cicatrização.

— Aish.

— Nós o deixamos dormir por um tempo, para evitar que ele sentisse dor, mas agora eu suspendi o sedativo, porque a Minji deve vir daqui a pouco com os meninos. Ela e Yonseo estão revezando o plantão, mas ela está preocupadíssima, claro. Yonseo achou melhor que ela se ocupasse com alguma coisa enquanto ele não acorda. Chen e Xiumin conversaram com o chefe para sair mais cedo e vê-lo. Ele deve ficar internado por um bom tempo, mas vai ficar bem. Vai se recuperar aos poucos.

Sehun sorriu com compaixão para o amigo antes de sair da sala. Hoseok o acompanhou para o outro lado do corredor. Chung Ho parecia mil vezes pior que Baekhyun.

— Ele levou cinco tiros. Em ângulos bastante incomuns, aliás. E teve mais alguns ferimentos. No geral, como você pode ver… Ele está péssimo. Não esperava reencontrá-lo dessa maneira. As cirurgias dele foram bem mais longas e complicadas. Não tem condição de interrompermos o sedativo, mas eu diria que vai ser difícil ele acordar, de qualquer maneira. Ele perdeu muito sangue, e é O-. Ele só pode receber O-, e nosso banco não está muito bom.

— O Jin Hyung também é O- — lembrou Hoseok.

— Conseguimos alguns transfusões, é claro, mas está bem complicado pra ele. Algumas hemorragias internas, órgãos atingidos… E mais uma série de complicações. Eu começaria a preparar uma boa recepção, meu amigo… Vou tentar segurar, mas dificilmente ele passa dessa noite.


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Notas finais do capítulo

Mas ele não larga do pé, hein... E agora tá indo pro mesmo plano que os meninos.
A treta foi implantada com sucesso.



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