Bulletproof Army escrita por Jéssica Sanz, Jennyfer Sanz


Capítulo 23
O sonho bonito que eu sonhei


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu disse que ia postar ontem, mas não tive tempo nenhum. Então vamos que vamos.
Agora é hora do conselho do Yoongi, que aliás é o único conselho do capítulo. Presumimos que ele terá destaque... Ou será que não?
Capítulo curtinho, mas mora no meu coração.



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— Eu descobri que eu não sei nada sobre o amor.

— Tá, deixa eu ver se entendi. Você me escolheu porque eu tenho experiência com amor? Mas assim… Isso foi há muito tempo. E mesmo que você não esteja falando com Jungkook e nem queira falar com a Yumii pra não dar problema, tem o Taehyung, Géssyca, Hoseok, Michung...

— Não é só porque você tem experiência, é mais do que isso, hyung. O amor deles deu certo, não conta muito. Além disso, o Jungkook parece ter talento para nos empurrar as mulheres e depois arrancar pra ele de volta.

— Aigoo, que pesado.

— Ah, hyung, verdade seja dita. Jimin é super a favor.

— Tá, entendi sua justificativa. Do que exatamente você precisa de mim?

Yoongi se ajeitou um pouco mais no sofá da Sala do Juízo, como uma criança ansiosa por uma história.

— Eu não sei o que é isso que eu estou sentindo, nunca senti algo parecido antes. Então vamos por eliminação. Quero que me conte o que sabe sobre o amor.

Jin recostou no outro sofá e apoiou a cabeça na mão. O que ele sabia sobre o amor?

— O amor pode machucar. Isso é tudo o que eu sei.

— Ah, então é isso mesmo. Mas tem certeza que não tem mais nada pra falar sobre o amor?

— Sobre esse tipo de amor que você tá querendo é só isso. Mas, por exemplo, eu amo você.

— Oi?

— Eu amo cada um dos meus amigos — explicou Jin, rindo. — Só que não é da mesma forma que eu amei a Yumii. Aliás, eu ainda amo a Yumii, mas como a minha irmã. Você tá me entendendo?

— Mais ou menos — disse Yoongi, deitando no sofá. Já estava começando a ficar com sono.

— Já vai dormir?

— Olha, hyung, depois que um Jungkook tenta te matar de madrugada, é meio difícil pegar no sono de novo, mas a gente vai do jeito que dá. Vai falando aí, vou me esforçar para ser um bom ouvinte.

— Tá. Eu vou falar sobre esse amor de amigo, é só você colocar uma pitada de sal, quem sabe um pouquinho de alecrim, até uma cebola ao shoyu, que vai dar no que você quer.

— Só vai.

— Bom, na existência de uma pessoa, sempre aparecem pessoas especiais.

De repente, a porta da sala abriu.

— Tô interrompendo alguma coisa?

— Não, Namjoon, chegou na hora certa. Vem me ajudar a explicar o inexplicável pro Yoongi.

— Tá — Namjoon deu de ombros e sentou na outra ponta do sofá de Jin.

— Onde estávamos?

— Pessoas especiais que aparecem do nada — disse Yoongi, já de olhos fechados.

— Sim. Quando você menos espera. Tipo, quando a gente entrou na BigHit, não dava pra imaginar que nós sete seríamos tão próximos. O amor é quando você sente vontade de estar perto dessa pessoa o tempo todo.

— Quando você sente vontade de proteger. Tipo eu, como líder, sempre penso em proteger vocês, mesmo quando isso significa algum sacrifício.

— Quando você prefere ficar triste para que alguém fique feliz, o que também é um tipo de sacrifício.

— Quando você se doa pelo bem de quem ama. Isso é amor.

— Sempre que uma pessoa especial aparece, você sente algo dentro de você. Algo que não consegue explicar.

— Tem gente que chama isso de “borboletas no estômago”. É uma sensação estranha de felicidade. Ele ainda tá ouvindo?

— Tô — confirmou Yoongi.

— Quando você está com essa pessoa, — continuou Jin. — Quando olha pra ela, até mesmo quando pensa nela, parece que nada mais importa. Todos os problemas parecem evaporar.

— E quando essa pessoa está longe — disse Namjoon, com a voz mais baixa e pesada — nada parece fazer sentido. Você sente um vazio. Sente como se fosse…

— Uma árvore oca.

— Não acredito que foi você que pegou meu poema, Yoongi Hyung.

— Continua — disse ele, segurando um riso sonolento. Ele queria ressaltar que não precisava nem colocar o tempero do jeito que eles estavam falando, mas decidiu ficar quieto.

— A ausência dessa pessoa causa uma dor insuportável — continuou Namjoon, antes de bocejar. — Aigoo, eu também não dormi bem. — Então ele deitou no colo de Jin, sem nem pedir nenhuma autorização. Jin não teve nenhuma reação. — Enfim, uma dor insuportável.

— Como se alguém tivesse arrancado seu coração — completou Jin, levando a mão aos cabelos roxos de Namjoon.

— Essa parte eu já sei — murmurou Yoongi, já quase dormindo. — Me falem coisas boas.

— Você sente vontade de cuidar dessa pessoa — prosseguiu Jin. — É mais do que simplesmente protegê-la de qualquer mal. O amor está também nos simples atos, quando você se importa com alguém e faz algo por essa pessoa.

— Como o Jin Hyung, que faz o jantar para nós toda noite, sendo que nem precisamos de comida.

Jin olhou para baixo e sorriu.

— Como o Namjoon, que sempre se sacrifica para que todos nós estejamos bem.

— Precisamos falar de um jeito que ele entenda de uma vez, hyung.

— O amor é como fogo. Ele aquece o coração, ilumina o pensamento e faz o corpo arder.

— Olha, você tá virando poeta, hyung? Minha vez. O amor é como um incêndio. A partir do momento que começa, não importa que você tente apagar.

— O que queimou está queimado — eles disseram juntos.

— Sabe, hyung… Eu acho que eu te amo.

Jin sorriu.

— Você acha, é?

Jin se inclinou devagar e, como se eles tivessem ensaiado, como se fosse algo planejado ou natural, eles se beijaram. Na mesma hora, uma onda de memórias inundou o pensamento dos dois. Eles só precisavam descobrir, novamente, que se amavam. O Juízo estava firmado. A criança estava crescida. Eles estavam livres para ser quem eram.

— Tudo é como deve ser — disse Jin. — Depois de 15 anos, Nam. 15 anos!

— O que são 15 anos quando temos a eternidade, hyung?

— Eu senti muita saudade. Mesmo sem saber que eu tinha você, eu senti saudade.

— Eu sei. Eu também senti. Mas não importa mais, hyung, ninguém mais pode nos dizer o que fazer.

— Nam, o Yoongi ainda está aqui.

Namjoon olhou para o lado.

— Então, pra onde nós vamos?

— Eu sei pra onde vamos. Eu vou te levar.

Os dois levantaram. Pegaram um cobertor e colocaram sobre Yoongi, apagaram as luzes e saíram, sem verificar o sorriso que se formou no rosto dele, que ainda estava acordado.

Jin puxou Namjoon e eles correram pela Casa até alcançar o jardim, depois, percorreram os caminhos de pedras até chegar ao lago.

— Está pronto pra conhecer meu sonho?

— Seu sonho?

Jin abriu as asas e começou a voar. Namjoon o seguiu. Os dois sobrevoaram o lago por algum tempo antes de mergulhar, bem no meio. Namjoon seguiu Jin para o fundo do lago, e foram cada vez mais profundamente. Por algum tempo, a água foi ficando mais escura e era impossível enxergar. Apenas o som do nado de Jin era guia para Namjoon. Depois, a água foi clareando, tornando-se vermelha, e adquirindo uma leve e estranha correnteza que não tinha sentido nenhum. Logo, Namjoon notou uma parede, e havia algo além dela. Ele seguiu Jin para o outro lado da parede.

Os dois saíram, secos, e viram-se em uma clareira na floresta, onde uma mesa de jantar estava posta. Ao olhar para trás, Namjoon viu a parede de água, que se mexia como um quadro abstrato em movimento.

— Que lugar é esse? — perguntou Namjoon.

— A Floresta Subterrânea. É um lugar especial que eu escondi por muito tempo. Apenas eu e Yumii conhecemos este lugar. Apenas pessoas especiais podem entrar aqui, e Abraxas não era uma dessas pessoas. Aqui é onde podemos ficar em paz.

— É um lugar bonito. E incrível. — Namjoon segurou Jin pela cintura. — Mas não é mais bonito e incrível que você.

Jin segurou o rosto de Namjoon. Suas sobrancelhas se arquearam.

— Você não faz ideia do quanto eu te amo.

Namjoon sorriu, fazendo aparecer suas covinhas.

— Eu não sei mais o que te dizer. Você sabe o que é deixar Kim Namjoon sem palavras?

Jin deu de ombros, impaciente.

— Só me beija, garoto.

O sonho de Jin estava completo.


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Notas finais do capítulo

Segura esse Namjin, produção! Agora é pra valer!
Senhor Yoongi ficou em segundo plano, coitado.
E preparem-se. No próximo capítulo já teremos a verdade sobre as garotas do Yoongi. ♥



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