A sala de aula estava uma verdadeira zona. Gritos, risadas e conversas paralelas dos alunos, que em hipótese alguma eles poderiam alegar ter algo a ver com a aula em questão, porque estava na cara que não tinham. Em frente ao quadro, a professora parecia prestes a ter um infarto, quase arrancando os cabelos. 

Ela tentava inutilmente explicar um problema complicadíssimo de física, embora também não tivesse quase nenhuma ideia do que estava falando, pelo simples fato de que a sua matéria não era física, e sim biologia.  E no meio das suas explicações ainda tinham os seus gritos, exigindo que os alunos fechassem as próprias bocas e prestassem atenção. Ninguém parecia ligar.

Até que em meio a aquele caos absoluto, um aluno grita: “busque a verdadeira professora de física. Uma que saiba explicar”. Grande erro dele.

A professora, extremamente irritada, sai em busca dessa tal outra professora. Os alunos demoram alguns minutos para perceber tal sumiço. Quando percebem: tragédia. Agitam-se, começa-se o tumulto, xingamentos, maldições e tapas no aluno que fala demais.

O motivo? A verdadeira professora de física. O terror dos alunos. Temida por todos. Odiada por todos. Insuportável em todos os sentidos.  

É quando a porta se abre novamente. Um silêncio súbito, carregado de medo. As duas professoras entram. O silêncio aumenta ainda mais. Terror. A verdadeira professora olha para os alunos, sorri, e inicia a explicação. Ninguém ousa interrompe-la.

A falsa professora, no entanto, se escora calmamente na porta, e observa seus “queridos” alunos com um sorriso vitorioso, zombeteiro. Aquela batalha estava ganha.