A Vingança de um Herói escrita por Pedro Haas


Capítulo 9
08.Epílogo


Notas iniciais do capítulo

eu n sei muito o que colocar aqui, muito obrigado por tudo, todas as dicas e toques. Esse foi mais um conto do Lar Arsalein, esperem por mais!



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Nova York, 29/11/2018

Uma pequena casa de shows próxima ao Central Park, Nova York, estava lotada de pessoas procurando por um tipo de show diferenciado. O show de um dos mágicos "mais famosos do mundo", assim ele se entitulava, por vários truques incríveis, onde ele iria revelar seu novo grande truque, e todos ali, com seus gostos peculiares para a segunda década do século XXI, estavam ansiosos para descobrir.

Contudo, nem todos estavam ansiosos. Lucas, na verdade, estava bem irritado. Irado, era a palavra certa. Nunca tivera um problema tão grande nas mãos desde sua entrada no Lar Arsalein, cerca de 8 anos atrás. Um de seus seguidores se desgarrou e agora estava fazendo mágica! Ele tinha que resolver isso, senão Henrique morreria do coração.

Por isso, convocou outros mutantes para ajudar a trazer Jackson, o mágico, de volta para casa.

Esse era o menor problema. Talvez a causa maior de sua irritação é saber que não conseguiu impedir que sequer o show começasse. Agora ele teria que torcer para que Jackson não fizesse nenhuma besteira.

A última coisa que todos eles queriam ali era que o conceito de "pessoas com poderes especiais" saísse do Lar Arsalein e do Hospital, e se espalhasse para o povo. Lucas e Henrique, bem como Bernardo e Suzana andam tendo discussões acaloradas sobre o assunto.

— Você quer calar a boca!? – gritou a garota ao seu lado.

Não de verdade, não fisicamente. O teatro estava em silêncio para o início do show, e este grito não o incomodou. Foi dentro da cabeça de Lucas, o que geralmente não é muito agradável.

— Você pensa demais! – Continuou ela – Me atrapalha pra caralho.

— Olha a boca, Duda – a garota mostrou o dedo do meio para ele, disfarçadamente.

Ela era uma de suas seguidoras, desde que o Lar basicamente se dividiu em diferentes ideologias. Cabelos castanhos, longos e ondulados; olhos castanhos claros e uma boca suja.  Maria Eduarda era a telepata do grupo, e também a caçula, tendo acabado de completar 18 anos.

As luzes se apagaram, e um homem jovem, alto e loiro, 22 anos, entrou no palco, sendo aplaudido pela platéia. Ele era Taylor Schmidt, descendência alemã, desde cedo apresentou rebeldia além da conta. Lucas deveria ter dado atenção maior a ele... Mas não pode culpa-lo, todo mundo seria um pouco megalomaniaco se tivesse os poderes que ele tem.

Criar matéria a partir do nada é um deles.

— Olá, boa noite pessoal! – disse ele, com um inglês um tanto quanto carregado de sotaques – Muito obrigado, pela sua presença aqui e pelos aplausos, agradeço do fundo do meu coração!

Ele era incrivelmente carismático, Lucas percebeu.

— É um otário – comentou Duda, em seus pensamentos.

— Todos aqui tem segredos, não é mesmo? – ele regulou o microfone que estava discretamente acoplado no seu rosto – Eu me incluo nessa, a vida é assim. Mas não aqui, não hoje. Hoje é o dia dos corações limpos! – dito isso, as luzes dos holofotes mudaram para um tom mais avermelhado – Vocês verão coisas maravilhosas está noite!

Uma salva de palmas preencheu o local, quando uma música eletrônica alta estourou e Taylor "Jackson" começou o seu show. Lucas, estava no fundo, com a mão no rosto, desejando com todas as forças para que nada saia do controle.

***

Trinta minutos depois, uma infinidade de truques já foram apresentados. Pequenos, coisas que qualquer ilusionista poderia conseguir fazer com um pouco de prática. Lucas não sabia se Taylor tinha noção de sua presença ali, mas se sentia pessoalmente provocado. O mágico estava guardando algo, um truque grande, que verdadeiramente usasse seus poderes.

Quando, quando seria? Lucas ficou se perguntando. Até que a música parou.

— Gostando, pessoal? – ele perguntou, um pouco afobado – Perdoem minha empolgação, tirar uma lona de circo da cartola as vezes cansa... – A platéia riu – Acham que eu estou brincando? – ele puxou as mangas do terno que estava vestindo, para mostrar que não havia nada ali. Estendeu as mãos para frente e bateu as palmas com força, quando as separou, uma grande bengala se formou.

A platéia foi à loucura.

Lucas arregalou os olhos, ali, a demonstração de que tinha tanto medo. Ele tinha que impedi-lo. Se levantou rapidamente, sendo acompanhado por Duda e os outros dois que vieram para a missão, recrutados da unidade americana do Lar Arsalein, não eram muito falantes.

Robert é o mais velho, e o irmão dele, Edílio. Aparentam ter ascendência latina; Robert é super forte, mas não tem músculos, e sim um cérebro de destaque, e Edílio também é forte como o irmão, mas seus poderes elétricos têm um alcance maior. Ambos têm 21 e 19 anos, respectivamente.

— Eu já falei – começou Edílio, o cara mais falador que Lucas conhecia – Eu deveria ter cuidado dele desde o inicio! Mas não, o mestre dos magos dos portais é "cabeça fria" demais – sua voz era estridente, e doía nos ouvidos de Lucas.

"Será que eu era tão chato assim nessa idade?", Ele pensou.

— O Taylor sempre foi um problema, desde criança.

— E você é um problema agora, imbecil – Duda apontou, enquanto se esgueiravam pelos bastidores. A garota usava seus poderes telepáticos para fazer o grupo passar despercebido, um truque que aprendeu quando começou a treinar com Lucas.

— Acha que consegue criar um portal pro canto do palco, senhor? – Robert perguntou, sério.

— Já falei, não me chame de senhor – ele disse, Duda riu de jeito sarcástico – Seria muito arriscado... De qualquer forma pra um show pequeno como este não há tanta segurança, nada que a Duda não disfarce.

Maria Eduarda saiu à frente deles, examinando o corredor pequeno em que acabaram de entrar. Luz fraca, demonstrando que poucas pessoas passavam por ali.

— Tá ficando cada vez mais escuro, e algumas pessoas estão à frente – Duda comentou – Os bastidores devem ser ali na frente, qual o plano?

— Seguinte, Edílio e Robert seguem para ver se há algum ... – ele começou a falar, mas fora interrompido por uma dor intensa na cabeça.

Não era natural, os outros 3 também estavam sentindo. Era um poder, havia um mutante ali, um bem poderoso.

— O treinamento... Pessoal.. – A voz de Duda ressoou na cabeça deles, Robert não aguentou por muito tempo e caiu.

Duda se concentrou o máximo que pode, segurando o ombro de Lucas, e andou até uma área mais aberta. Passo a passo. A pressão aumentava e ficava cada vez mais complicado andar.

Ela estava agora num pequeno salão atrás do palco, com instrumentos e ferramentas espalhados, computadores que agora estavam controlando tudo no show de mágica, onde estavam os trabalhadores...

Seus amigos lá atrás... Quanto ela havia andado?

— Incrível! Vocês estão ficando cada vez mais poderosos! – uma voz feminina estridente preencheu o local, ela ria de uma maneira psicótica.

Duda, que percebera agora que estava de cabeça baixa, olhou para frente e viu a mulher. Ela estava ao lado de uma criança negra que não deveria ter mais que 12 anos, e estava com uma expressão assustadoramente feroz.

A mulher era loira, um pouco mais nova que Lucas, e muito bonita. Na verdade, seria, senão estivesse com seu cabelo maltratado, um sobretudo preto rasgado e a expressão de quem acabou de sair do hospício.

— Meu Deus, meu Deus, eu esqueci de me apresentar, onde estão meus modos? – ela se aproximou de Duda, que ainda estava paralisada – Oh, Saleh, pode parar agora querido – O garoto olhou para a mulher e assentiu obediente.

A pressão no cérebro de todos eles sumiu imediatamente, Duda caiu de joelhos, e os outros se seguraram e estavam ofegantes.

— Venham todos, nossa! Hoje é um dia tão alegre! O mundo finalmente está preparado para descobrir o nosso grande... Segredinho...

Lucas estava caído, sem forças para levantar. A pressão dentro de sua mente passou, mas a dor ainda zumbia dentro de sua cabeça. Ele levantou as duas mãos à cabeça e apertou de leve seus cabelos, agora curtos, esperando que a dor passasse. Tentando.

A mulher olhou para ele por um instante, e sua expressão mudou brevemente. Um milésimo de segundo, uma seriedade para apenas dar lugar a uma outra expressão que era um misto de desespero e loucura.

Seus grandes olhos azuis se cruzaram com os olhos castanhos sem vida de Lucas. E neste momento, um outro homem de sobretudo apareceu como um fantasma ao lado da mulher, segurando o ombro dela e sussurrando algo em seu ouvido.

Lucas olhou para ele e o reconheceu imediatamente.

— Octávio! – era ele, definitivamente. Muito mais velho, o cabelo já não tinha mais a mesma vida de antes. Ele estava envelhecendo rápido demais, não deveria ter mais que 35 anos agora, mas aparentava quase 50. 

Ele havia sumido, Lucas achou que teria morrido, mas não.

— Por favor, nada de choro vai! – a mulher veio tão rápido que pareceu cambalear por um instante.

Ajoelhando-se à frente de Lucas, que ainda estava caído.

— Tudo vai mudar – ela riu de uma maneira desagradável – O mundo vai Buum! – ela sorria enquanto encenava uma explosão com as mãos.

— Vamos, garota. – Octávio chamou atrás dela – É a hora do Gran Finale.

Ela se levantou e voltou tão rápido quando antes. Segurando a mão de Octávio, caminharam em direção ao show.

Lucas, sem reação, com as mãos na cabeça, tentando pensar em como reverter este grande problema, mas sendo assombrado pelo zumbido constante na mente, efeito colateral da pressão.

Por que aquela mulher era tão familiar?

Uma gargalhada feminina alta foi ouvida, era a mulher. Lucas entendeu rapidamente seu plano. Seus portais abriram quase que imediatamente, o levando para frente de Duda, depois para Edílio e Robert. Numa fração de segundos, tudo ficou agitado demais, e então, calmo demais.

Estavam agora no Central Park, ofegantes.

— Mas o que foi... – Edílio iria perguntar, mas... – Puta merda...

Há menos de cem metros dali, a casa de shows queimava, e seus destroços estavam espalhados por todo canto.


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Notas finais do capítulo

E ai, quem é essa mulher?



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