A Vingança de um Herói escrita por Pedro Haas


Capítulo 4
03.Super Lua


Notas iniciais do capítulo

sempre melhor, sempre melhorando



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Seu Oséias caiu tossindo o estômago para fora. Lucas e Amanda saíram ao mesmo tempo para segura-lo.

— Ora, vocês dois... - a voz dele falhou, ele desviou o olhar para Jonas - Agora você entende, Jonas? - O Pai de Amanda balançava a cabeça, ele parecia estar assimilando alguma coisa.

— Eu preciso saber, Senhor Mandigold - Lucas parecia desesperado, Seu Oséias parecia fraco, como se estivessem perdendo ele, mesmo sem a certeza de que ele estava morrendo - Como? Como eu encontro o Lar Arsalein? Como achar a Resistência?

— São tantas perguntas, meu rapaz...

— Pai! Chame a ambulância - Amanda segurou a mão do velho, Lucas conseguiu sentir por tabela a conexão entre os dois. Como ela nunca tinha percebido os poderes dele antes? - Rápido, Pai!

— Não se preocupe, pequenina... - o velho sussurrou - Todas as respostas estão aqui - ele apontou para a cabeça dela - Todas... Inclusive as suas, rapaz.

Ele soltou a mão do garoto e segurou com as duas a cabeça de Amanda, as íris dos olhos dos dois ficaram brancas. O pai de Amanda pôs as mãos nos ombros de Lucas, pedindo para que ele se afastasse. Jonas sabia muito bem o que estava acontecendo agora, para isso ele havia sido chamado pelo velho, e agora acreditava firmemente no que ele havia lhe contado.

Amanda se viu em... Não era um lugar, não era uma casa ou um campo, era basicamente o Nada. Tudo estava escuro, ela não se via, não sabia se estava lá fisicamente mesmo, tudo em sua cabeça era apenas o Nada. Como ela chegou ali? O que era 'ali'? De repente, o Nada deu lugar à alguma coisa, e alguma coisa deu lugar às memórias. Mas não eram memórias dela, eram memórias de alguém muito velho, eram milhões e milhões de imagens uma em cima da outra, amontoadas e compiladas em vários grupos de imagens diferente espalhado por todo o campo de visão dela. Ela fechou os olhos, mas não parecia fazer diferença, isso apenas a levou para o último grupo de imagens e memórias, memórias de sangue, morte, campos repletos de corpos, milhares de corpos, e alguém sentado em cima de tudo isso, e esta pessoa brilhava.

Amanda flutuou por cima de toda aquela carnificina, olhando em volta, podia deduzir que lugar era esse, mesmo que a informação nunca esteve em sua cabeça, ela sabia. Era o Central park, ela estava em Nova Iorque, mesmo que ela nunca tivesse ido lá, estava lá agora. A pessoa brilhante estava sentada em cima da maior pilha de corpos que cobria o Central Park, era um homem, sentado abraçando os joelhos. Ele estava nú, chorando, sentado sob os corpos de pessoas que eram familiares demais para que ela achasse que fosse apenas coincidência.

— Hum... - o homem se levantou subitamente e olhou para cima, diretamente para Amanda - Amanda... Então era verdade... Sou eu, Car-

Um pequeno zumbido, um chiado, desestabilizou os dois, Amanda sentiu a visão ficar turva, o homem parecia estar sendo afetada também.

— Merda... - ele parecia estar gritando, mas mesmo assim Amanda o ouvia como se o volume de tudo estivesse no mínimo - Avisa a Duda! Avisa a Duda! Merda! Não há tempo, fale para ela que o desgraçado do... – Amanda não conseguiu ouvir o resto, foi como se o volume tivesse sido completamente abaixado.

O homem se levantou e vestiu uma capa preta que cobriu todo seu corpo, olhou em volta como se estivesse procurando Amanda e pulou tão alto que se perdeu no céu.

O nome dele ecoou em sua cabeça, e tudo ficou preto novamente.

O velho soltou a cabeça de Amanda, e ela caiu para trás.

— Amanda! - Jonas segurou a filha desacordada no colo.

Lucas observou tudo sem reação. Tudo estava estranho, complicado demais para entender, só queria saber o que procurou saber todos esses meses e ir embora agora, longe desses mutantes caipiras malucos.

— Senhor Mandigold, eu...

— Garoto! - a voz cheia de autoridade dele retornou, paralisando-o - Você está fazendo as perguntas erradas garoto, procurando saber algo que vai te levar para longe do seu objetivo.

— Mas o que quer dizer?

— Você não procura por eles, garoto. Uma hora ou outra eles te acham.

Lucas sentiu seu sangue fervendo.

— Então... Então nada do que eu procurei... Esse tempo todo, eu...

— Me perdoe, garoto - Lucas quase pôde sentir compaixão na voz do velho. Quase.

— Não... - ele se apoiou na mesa enquanto todos o encaravam - Não!

O garoto golpeou a mesa com tanta força que ela estremeceu, a dor percorreu seu corpo, mas ele ainda não queria parar. Outro golpe, outro, e então sumiu.

— Você ainda quer fazer o que eu te pedi? - o Velho falou, se dirigindo a Jonas, que parecia um pouco preocupado no momento - Vai abriga-lo também?

O tom de autoridade implícito demonstrava a expectativa dele, era melhor dizer sim mesmo que fosse uma tarefa complicada, então Jonas confirmou com a cabeça. Seu Oséias tossiu novamente, mas Jonas estava ocupado demais com Amanda em seus braços para ajudar. Ele segurou na mesa.

— Não se preocupe comigo, o garoto realmente precisa de encaminhamento - ele segurou a mão da garota - Com a chave que dei a ela, tudo vai ser esclarecido.

Jonas o ouvia atentamente, ele sabia do que o Velho estava falando.

— Temos que coloca-los no caminho certo, Jonas...

A voz dele falhou novamente, agora bem pior do que antes, por conta do grito. Ouviram um grito de ódio fora da casa, era a voz de Lucas, ele havia aparecido alguns metros ao lado dela, no meio do mato, e agora estava tendo um verdadeiro ataque histérico.

— Eu cuidarei dele, por enquanto...

Jonas já estava colocando Amanda em suas costas, ele já sabia o que viria, o velho o havia contado tudo.

— O Hospital... Vai cair... - disse o Velho.

— Vai cair - ressoou Jonas, levando Amanda inconsciente em suas costas.

***

Mais meia hora de caminhada no mesmo sentido da estrada, e deram de cara com um posto e uma parada para ônibus, os dois quase gritaram de alegria. Seus estômagos não se cansavam de lembra-los que precisavam comer, e por sorte, Lucas tinha dinheiro no bolso, pelo menos nessa noite ele não teria que roubar.

Uma placa na entrada do posto dizia "São Paulo: 6km", o chão de asfalto deu lugar aos paralelepípedos, e de momento em momento um carro ou outro entrava, com velocidade diminuída. Em sua caminhada, Lucas percebeu o quanto estavam sujos; eles precisavam se limpar ao menos um pouco para não levantar suspeitas.

— Amanda, ali - ele nem precisou falar nada, apenas apontou para os banheiros e tudo ficou claro.

Correram, riram e correram mais. Cada um foi para seus respectivos toaletes e se higienizaram, estavam exaustos, mas aquilo com certeza foi revigorante. Quando Amanda saiu, Lucas já estava lá fora esperando por ela, olhando para as estrelas.

— Mulheres demoram demais para se arrumar - ele comentou.

— Ah não seja tão chato - ela passou as mãos levemente pelo cabelo loiro desarrumado - Estava só limpando o cabelo.

O garoto a segurou pela cintura com as duas mãos, olhando em seus olhos grandes e profundos como o oceano.

— Você é linda.

As bochechas da garota coraram, ela desviou o olhar.

— Que galanteador, não? - disse Amanda, Lucas riu e se afastou.

— Anda vamos, eu tô morrendo de fome.

Se dirigiram para o self service 24h do posto, nada muito moderno, era bem modesto aliás. Com uma decoração artificial de cozinha de interior para fazer o cliente se sentir em casa, um fogão grande à lenha, panelas com porções variadas da cozinha tradicional mineira. Lucas pegou um prato para si e um para Amanda, os dois se serviram como se estivessem em cinco pessoas, olhar para toda aquela comida os lembraram de que estavam morrendo de fome, haviam fugido o dia inteiro sem descanso. Os poucos funcionários que estavam trabalhando os olharam com curiosidade, não era comum dois jovens com roupas esfarrapadas pagarem por toda aquela comida, estavam prontos para expulsar os dois, mas quando Lucas pagou em nota, o tratamento começou a ser diferente. Um homem de camisa branca apontou a mesa, e os dois finalmente puderam descansar.

Por uns minutos, nenhum deles falou nada, sentaram e comeram como se a comida fosse escapar do prato. Amanda riu disso. Ela sempre fora uma garota requintada, enquanto seus amigos comiam como esfomeados, ela fazia aula de etiqueta na refeição. Sempre um contraste, sempre um destaque. Mas agora, lá estava ela, atacando o prato de comida e percebendo o quão era bom uma carne vermelha mal passada de vez em quando.

— Que foi princesinha? - Lucas perguntou, com um sorriso marcado por uma casca de feijão presa no lábio.

— Você vai arrumar mesmo um apelido diferente toda vez que for falar comigo? - ela apoiou o queixo nas mãos, olhando Lucas acenar que sim com a cabeça. - Tá, eu deixo.

— Sei disso...

— É...

— Você já dormiu na grama? - o garoto fez uma pergunta aleatória, enquanto Amanda bocejava.

— Uma vez, quando eu era criança, a gente acampou para ver a super Lua - ela respondeu olhando para cima, relembrando.

— Sério?

— Sim, eu acho que tinha uns 11 anos, faz tempo, meu pai comprou uma barraca e a gente fez uns lanches, subiu a colina e dormimos lá - Lucas observava a beleza da garota, enquanto imaginava a situação, mesmo que estivesse agora prestando atenção mais no movimento dos olhos dela e em como suas mãos se mexiam enquanto ela contava - O Pai ficou mais de uma hora tentando descobrir como montava a tenda - ela riu - Foi um dos dias mais legais que eu já tive.

— Essa é uma bela coincidência.

— Como assim?

— Há 6 anos, eu tinha uns 13 anos, todo mundo se reuniu no pátio do Hospital por ordem de meu pai, ninguém entendia por quê... E aí o Octávio abriu o céu para a gente. - ele demonstrou com as mãos, as nuvens saindo do caminho da visão por ordens de Octávio, o mutante que controla o clima - A super lua de 2004, e nós tínhamos visão privilegiada, ela foi maior no Maranhão do que foi em todo resto do Brasil, e a gente ficou apaixonado por ela. - agora era a vez de Amanda ser fascinada pelo jeito empolgado de Lucas, um rapaz cheio de força, entretanto, tão inseguro de si. Ela sentiu vontade de vê-lo feliz daquele jeito para sempre.

— Por que seu pai queria que vocês vissem a lua?

— A gente nunca descobriu, eu perguntei pra ele, mas ele desconversou, nunca contou o porquê - ele desviou o olhar - Romântico, não?

— O quê? - perguntou a garota.

— Nós tivemos nossa própria conexão, nessa época - ele olhou nos olhos dela e segurou sua mão - estávamos longe um do outro, mas estávamos olhando pro mesmo lugar...

— É igualmente​ estranho o meu pai também ter tido a ideia de acampar para ver a Lua?

— Não entendi... - Lucas olhou confuso para ela.

— Meu pai, ele insistiu para que fossemos acampar nesse dia, não era um programa nada comum, mas acabou sendo divertido.

— Jonas fez questão disso... - ele parecia estar assimilando algo, seus pensamentos estavam longe, viajando em alguma teoria.

Porém, fora interrompido com um chiado numa televisão no canto do estabelecimento, que, momentos antes, entregava de jeito monótono as notícias da madrugada, e agora estava mostrando imagens de uma perseguição na tela. Não qualquer perseguição, a que Lucas e Amanda acabaram de sair.

— Merda! - Lucas exclamou, incrédulo.

— Você tinha razão, eles realmente têm contatos na polícia - ela constatou, com olhos arregalados - Somos procurados agora...

Ela sussurrou, enquanto via uma foto sendo mostrada na tela, uma foto que fora tirada há poucos meses com os jovens da Igreja, todos estavam apagados da foto, menos duas pessoas.

Duas pessoas sorridentes. Lucas e Amanda.

— Ai, meu Deus... – Amanda encarou Lucas, e depois correu os olhos pelo self service.

Lucas estava olhando fixamente para a TV, quando sentiu alguém tocar seus ombros.

— Se eu fosse você – uma voz masculina ressoou – Viria comigo agora.

Amanda não o viu chegando, o que a aterrorizou. Lucas, pelo contrário, sabia muito bem quem era ele.

***

Os rugidos do garoto eram altos a ponto de assustar os pássaros por perto. Lucas viu quando Jonas saiu carregando Amanda no colo, entrou em seu carro e se foi. Novamente ele estava sozinho, novamente sem um rumo, sem curso. A sensação de vazio o preencheu de tal forma que ele queria poder teleportar para cima e cair em queda livre e terminar tudo isso. Lucas chutou a terra, poeira voou em seus olhos e ele se sentiu mais patético ainda. Colocou as mãos nos olhos e as sentiu, elas estavam quentes, tão aconchegantes quanto cobertores no frio.

— Merda! Merda de habilidade idiota! – xingou enquanto limpava os olhos.

Sentiu o toque de algo duro em seu ombro, se virou e viu que era uma bengala, era o velho Seu Oséias, o olhando como se fosse um pai zangado repreendendo o filho.

— O que é? – resmungou Lucas de jeito ranzinza, recebeu um golpe no ombro da bengala do velho – Ai! Qual seu problema?

E Oséias, sem responder a pergunta do garoto, deu-lhe outra pancada, dessa vez no outro ombro.

— Levanta daí – Lucas estava olhando para cima para falar com o velho, havia escorregado enquanto chutava o mato, e agora estava em relevo baixo, como uma criança brincando numa poça de lama.

— Vai se ferrar, Mandigold! – esbravejou Lucas, enquanto se levantava.

O velho lhe golpeou de novo quando ele colocou o pé para subir dando-lhe uma rasteira, Lucas caiu de cara e rolou de volta.

— Mas que porra! – ele rugiu.

— Esqueci de dizer... – o velho levantou as sobrancelhas – Limpe sua mente... E venha até a minha casa... – Lucas o encarou, com uma expressão clara de que ele iria sumir dali na primeira oportunidade – Tenho que te dizer algo.

Oséias deu as costas e foi-se para casa. Lucas levantou um pouco de terra com as mãos e jogou para o lado com toda a força que conseguira.

***

Amanda não sabia quanto tempo havia passado, na verdade, poderiam ter sido apenas minutos, ou até dias, ela nunca entenderia. Seus pensamentos não se apresentavam de modo concreto, ela sentia uma intensa sensação de estar pensando tudo ao mesmo tempo, e isso lhe deu dor de cabeça; resolveu parar de pensar. Agora, ela não sabia se tinha resolvido parar de pensar nesse exato momento, ou se havia decidido isso há semanas.

Tudo estava confuso para ela, até que o Nada se transformou em Algo, e do Algo, surgiu os grupos de imagens novamente. Agora, pareciam memórias de alguém muito mais familiar a ela que anteriormente, com ela mesma estando em algumas delas. Essas memórias não eram tão velhas quanto as outras, e tinham uma aura gentil, diferente da aura fria e dura como pedra de antes. Ela fechou os olhos e estendeu o braço para frente — mesmo que não pudesse se ver, ainda sentia seu corpo se mexendo — como se buscasse alguma coisa, e um dos grupos veio ao seu encontro.

De novo, mesmo sentindo os olhos fechados, ainda podia ver claramente as imagens se juntando como peças de um quebra cabeças extenso, e sua forma final era a própria memória em si, tão real quanto fosse possível. E, agora, era noite. Não uma noite qualquer, mas uma cheia de estrelas, e a Lua estava mais cheia do que deveria. Era uma noite de super Lua. Em algum lugar da sua visão periférica estava seu pai, ela e sua mãe, deitados em algum pico com visão privilegiada da noite, mas isso era apenas captado com o canto de seu olho.

Sua atenção era sobrenaturalmente voltada a grande Lua que se destacava no céu, brilhante, levemente avermelhada, tudo que acontecia era apenas visão periférica, ela não conseguia se concentrar em nada que não fosse a Lua. Não havia nada além da Lua para ver ali, então fechou os olhos de novo, e estava de volta ao Nada.

***

Lucas fora vencido pela curiosidade, sua vontade era de sair dali e viver nas ruas até morrer, mas ainda tinha coisas que queria perguntar ao velho Seu Oséias. Estava um pouco mais sujo que antes quando chegou no casebre, mas ele não se importava. Entrou pela porta da frente.

— Que interessante – O velho comentou entre tosses – Parece estar um pouco menos estressado que antes.

Lucas o encarou, engolindo toda a frustração que estava sentindo.

— Não se preocupe garoto, eu te entendo.

— Como o senhor pode me entender? – Lucas perguntou, com asco na voz – como pode sequer entender o que eu estou sentindo?

O velho devolveu o olhar na mesma intensidade, como se estivesse prestes a bater no rapaz novamente, mas ficou calado.

— Eu sai do nordeste desse país enorme há​ um ano com apenas um objetivo: encontrar você, encontrar a porra da resistência, e quando finalmente consigo progresso, eu tenho que engolir que tudo o que eu estou buscando está inalcançável. – o garoto suspirou – Pode falar para mim, essa resistência, o Lar Arsalein, não existe, não é? Não passa de um boato idiota que os chefões do Hospital acreditavam e temiam, não é? – o velho não o respondeu, apenas o encarava com a mesma expressão dura no rosto.

Lucas engoliu seco.

— Quer saber, dane-se – ele jogou as mãos para cima – Está tudo contra mim, tudo isso é Karma eu acho, por ter apoiado e feito... Feito... Aquilo... – ele pôs as mãos no rosto, abafando o choro.

Ele não percebeu quando Seu Oséias colocou as mãos enrugadas em seus ombros.

— Terminou?

— Eu só... Queria forças.

— Eu sei – o velho se afastou – Garoto! – ele exclamou subitamente – Você precisa de força, e eu preciso lhe preparar para o futuro, lhe preparar para quando eu não estiver mais aqui.

Lucas o encarou confuso, ainda com algumas lágrimas nos olhos.

— Posso conseguir que a "resistência" – ele colocou entre aspas com os dedos – Te encontre, garoto.

— Como? – havia um toque de empolgação e outro de desespero na voz do garoto.

— Por um processo lento e demorado – disse o velho – Pode levar dias, pode levar anos. Tudo depende de você.

— O que quer dizer com isso?

— Tudo depende do seu desempenho no nosso treinamento.

— O senhor vai me treinar? – até Lucas percebeu que a forma como se dirigia a Oséias estava diferente agora.

— Sim – confirmou o velho, enquanto ia para cozinha buscar uma xícara de café – Entretanto, é uma espada de dois gumes, e você terá que fazer uma escolha.

— Qual? – Lucas já não se aguentava de empolgação. Ele estava sentindo a esperança voltando.

— Você pode treinar comigo, e eventualmente encontrar o Lar ou ser capturado pelo Hospital no processo – disse Oséias – Ou, pode esquecer sua sede de vingança, esquecer o Lar Arsalein, e não se preocupar nunca mais com o perigo de ser encontrado pelo Hospital.

Lucas o encarou incrédulo, em um primeiro momento parecia muito tentador, mas a memória de Lucas — O outro, o original — lhe atingiu como um raio.

— Estou pronto para o treinamento, senhor – disse o garoto, determinado.

— Então se limpe, temos que ir.

— Ir? Onde? – Lucas ficou confuso.

— Vamos à Igreja, claro – O velho disse, quando trouxe o café para ele e para Lucas. Pareceu estar se divertindo com o rosto incrédulo do garoto.


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Notas finais do capítulo

Quem tocou no ombro do Lucas no self service? como vai ser esse treinamento? quem é o homem do futuro? quem é duda? Kk



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