Yume - Diário de Sonhos escrita por Kath Gray, Melissa Sbragia


Capítulo 11
Pesadelo Sem Rosto (Isabel)


Notas iniciais do capítulo

Esse pesadelo realmente foi muito tenso para mim. Eu achei que nenhum jamais superaria o do cemitério infinito, mas esse conseguiu. Mas como qualquer escritor, assim que acordei no dia seguinte, já com toda a situação totalmente superada, eu não conseguia parar de pensar em escrevê-lo! XD
Acabei demorando muito por vários motivos - provas, cursos, a certeza de que eu não ia esquecer esse nem que se passassem dez anos... XP -, mas aqui estou! Espero que gostem! o/
.
Obs: não se deixem enganar pelos primeiros parágrafos. Nem com as primeiras histórias. Ele piora com o tempo. É SÉRIO. ;-;



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Japão.

Ele estava muito diferente da minha última vez, mas eu nem percebia. Que importavam as aparências? Afinal de contas, eu estava ali.

O homem que me levaria para onde quer que eu estivesse indo já estava lá. Ele não era japonês, mas isso também não me surpreendia. Tinha cabelos negros e um rosto ocidental, e parecia me receber de bom humor, apesar de também ser profissional.

“Bom, já está entregue. Acho que vou indo”, disse minha mãe. Ela tinha ido me levar, e agora que eu já tinha chegado, estava pronta para pegar o trem-bala de volta para o Brasil. Se saísse agora, estaria em casa em menos de meia hora.

“Ah, fica mais um pouco”, insisti. “Você não queria experimentar as comidas que comi aqui? Podemos passar em algum lugar para comer.”

Minha mãe fingiu hesitar, mas era claro que não havia motivo para dizer não. O homem que ia me levar também incentivou-a, dizendo que sabia de um bom lugar lá perto.

Finalmente, ela concordou. Começamos a andar, descendo pela rua extremamente íngreme, quase a 45 graus. Ao nosso lado, as lojas, perfeitamente horizontais, tinham as portas em pequenos espaços alisados, enquanto o resto de suas paredes se afundava, com a rua subindo gradativamente em diagonal até chegar perto de seus tetos antes que a próxima loja começasse, como os degraus baixos de uma escada ao lado de uma rampa.

Chegamos a uma loja. Ela tinha todo o jeito de uma lanchonete; pequenos estandes com comidas nada saudáveis, mesas quadradas arrumadas em um padrão, um caixa com balinhas do lado.

Quando eu ia andar em direção a um dos estandes, ele me pegou de surpresa.

Um homem grande, segurando uma longa barra de ferro nas mãos. Ele gritava, não lembro se alguma frase em especial ou apenas o som de sua raiva, e veio em minha direção.

A barra de ferro me atingiu nas costas com força. Senti mais o impacto do que a dor, provavelmente por causa do choque. Fui atingida outras duas vezes antes que o homem que nos acompanhava conseguisse ficar entre nós dois.

“Espere! Ela não é um deles”, afirmou ele. Ele parecia conhecer o outro homem.

Ele tentou convencê-lo, mas o outro ainda hesitava, cético.

Para poder mostrar a ele que eu realmente não era “um deles”, ele pediu para eu me virar e levantou minha camiseta.

“Viu? Ela está machucada”, disse ele. Para provar isso, ele começou a mexer em meus ferimentos. Os dois tocavam e sentiam cada parte de meus ossos; eu devia ter quebrado alguma coisa ou algo do tipo, porque nesse momento eu realmente sentia aquilo doer. Minhas costas deviam estar completamente roxas.

Eles continuaram tocando os ferimentos por mais alguns segundos. Não sei direito por que, mas não protestei. Talvez porque fosse mais seguro apenas deixar ele perceber por si mesmo que eu não representava perigo. Ou então para tranquilizá-lo; por algum motivo, ele realmente parecia estar em pânico quando me viu. De qualquer forma, se aquilo fosse ajudar, eu teria que me segurar por alguns momentos.

Finalmente, o homem maior se convenceu. Deixei minha camisa cair novamente, cobrindo meus machucados. Não me lembro como se deu nossa visita a partir daí; no próximo momento de que me lembro, eu estava em outro lugar.

 

.

 

Eu estava numa sala de depósito.

Era como aquela sala sem uso em que as pessoas guardavam coisas diversas nas escolas. Uma janela grande e clara com visão da parte de trás do pátio, armários quase vazios, várias coisas empilhadas no chão, enormes portas transparentes delizantes e alguma poeira. Apesar disso, tinha um bom espaço desocupado no meio dela.

E nesse espaço desocupado, havia duas garrafas.

As duas eram completamente transparentes e grandes como as de um refrigerante, com o formato das garrafas de álcool que eu sempre via junto com os produtos de limpeza lá em casa. Estavam cheias até a tampa com uma substância que parecia cola branca com um pouco de corante azul, formando uma cor azul-clara insaturada.

Havia um bilhete com elas.

Era o bilhete de um garoto. Eu não o conhecia, mas conseguia vê-lo em minha mente; um estudante no segundo ano do colegial, com curtos cabelos castanhos e uma pose entusiasmada, como se jogasse alguma coisa muito interessante. Eu conseguia vê-lo de frente para as garrafas, de frente para as quais eu me agachava agora. Ele tinha um sorriso de quem tinha feito algo único, que poderia ser muito útil para mais uma de suas brincadeiras.

Nesse bilhete, ele falava que aquelas eram as últimas. Agora, ele não poderia mais fazer aquelas substâncias, e não tinha tempo de ensinar outras pessoas a fazê-las.

Ele dizia que era para a pessoa que as achasse usá-las da forma que achasse melhor.

Era um sentimento poderoso, aquele. Saber que a habilidade de fazer aquelas coisas tinha passado de pessoa para pessoa, até chegar em seu último artesão. Eu não sabia por que ele pararia de fazê-las ou ensiná-las; em minha visão, quando ele escrevia aquele bilhete, um sorriso estava em seus lábios, como alguém que passava o segredo de sua pegadinha para seu herdeiro. Tudo estava tranquilo. Mas se era tudo tão simples, por que ele pararia?

Eu não sabia exatamente o que eram aquelas substâncias. Só sabia que tinham a ver com explosões.

 

.

 

O meu banheiro não era muito grande. Principalmente perto do das outras pessoas que eu conhecia.

Nele, havia um box, que era basicamente uma porta de vidro que deslizava de lado e separava o cômodo praticamente na metade. Era dentro desse box que ficava o chuveiro.

Eu tinha acabado de sair do banho. Ainda nem estava vestida; uma das minhas toalhas estava acomodada em meus ombros e cobrindo minhas costas do frio, enquanto eu usava a outra para secar meu cabelo e pescoço. Eu conseguia ver o vapor do lado de dentro do box, que eu fechara assim que saíra. Ele grudava nas portas geladas e condensava, formando ainda mais gotas de água em sua superfície.

Quando me secava, percebi que algumas gotas de água começavam a vazar do chuveiro. Aquilo não era novidade; nosso chuveiro sempre demorava um pouquinho para fechar completamente. Mas então, a água começou a aumentar, até fazer barulho ao se chocar no chão.

E continuou aumentando.

“Mãe!”, gritei. “Tem alguma coisa errada com o chuveiro!”

Aquilo era um pouco preocupante. A nossa conta de água ficaria alta demais se não o fechássemos, mas eu não conseguia alcançá-lo; era muito baixinha. Eu também não gostava de desperdiçar água, nem que fosse apenas uma vez.

Mas minha mãe não chegava. Enquanto isso, a água continuava aumentando.

Ela não parava. Depois de menos de um minuto, ela saía com tanta força que ricocheteava no chão e tornava a subir. Era quase tão forte quanto a mangueira de um bombeiro. O barulho era alto e irritante, e a água agora subia tão alto que eu quase sentia algumas das gotas passarem por cima do vidro. Mal era possível ver a parede do outro lado, tamanha era a vazão e a quantidade de água que subia. E ela continuava aumentando. Barulho, água, vapor.

E de repente, um rosto surgiu.

Não era um rosto de carne e osso. Apenas a água. Era como uma ilusão de ótica, mas era real. Um rosto de água surgindo em meio aos ricochetes, delineado somente pela forma como a água batia no vidro e perto dele.

Ela não tinha olhos, e no lugar da boca havia apenas um enorme círculo, muito maior e mais redondo do que o de qualquer humano normal. Não havia uma superfície sólida, mas isso só tornava a visão mais aterrorizante.

A mulher começou a gritar. Ela gritava e batia no vidro com força, tentando sair. Sua voz era alta como o som de puro desespero, e penetrava fundo na minha alma como facas. Ela batia, e o vidro balançava, fazendo barulho.

Eu estava paralisada. O vidro continuava balançando. Gritos. E ela batia, e socava, e batia. Punho após punho, seus gritos sem fraquejarem por um momento sequer.

 

.

 

E então eu acordei.

Eu estava na cama da minha mãe. Como às vezes meu pai dormia no estúdio e minha irmã preferia o próprio quarto, nesses dias eu dormia com ela.

O meu coração batia rápido por causa do pesadelo. Não tão rápido quanto se esperaria normalmente, mas costumava ser assim comigo; minha alma estava muito mais perturbada que meu peito naquele momento.

Estava escuro. Completamente escuro. Minha mãe não usava abajures quando dormia, diferente de mim. Como eu tinha tido medo de escuro por muito tempo quando era criança, acabei pegando a mania de sempre dormir com alguma luz acesa. Embora eu ainda fizesse isso, no entanto, já não tinha mais tanto medo.

Eu conseguia sentir o volume da minha mãe à minha frente. O cobertor se curvava para cima antes de tocar o colchão. Seu calor e sua respiração estavam logo à frente, e ela dormia tranquilamente.

Eu pensei em acordá-la, mas hesitei. Ela tinha que trabalhar cedo no dia seguinte, e tinha mais necessidade de sono do que eu, que podia dormir cinco horas e ficava bem do mesmo jeito. Ela sempre dizia que se alguma coisa acontecesse eu podia acordá-la, mas ainda assim eu pensava se havia mesmo necessidade disso.

Ponderei mentalmente por vários minutos, pesando na balança o meu estado de espírito e o sono de minha mãe.

Mas não conseguia me decidir. Finalmente, optei por uma outra coisa.

Por algum motivo, o colchão dela tinha uma coisa, como pequenas telas. Três delas, alinhadas no meio da cama. Elas faziam algumas coisas diferentes.

Toquei na que estava debaixo do meu corpo, e ela se iluminou. Mandei uma mensagem para minha mãe. Quando se recebia uma mensagem, a sua tela vibrava. Decidi que se ela não acordasse com isso, eu a deixaria dormir.

Senti-a se mexer. Ela tocou a própria tela e viu a mensagem.

“O que foi, Bel? Aconteceu alguma coisa?”, perguntou, sonolenta.

“... Eu tive um pesadelo.”, respondi.

Compreensiva, minha mãe perguntou como eu estava. Ela sabia que ouvir sua voz me acalmava.

Conversamos um pouco, e ela me tranquilizou. Falou que estava tudo bem, que tinha sido só um sonho.

Aos poucos, senti meu coração se acalmar. Apesar das imagens ainda bem vivas em minha mente, eu estava conseguindo deixar aquilo um pouco para trás.

Por fim, ela disse que ia acender a luz. Eu disse que tudo bem; me senti agradecida, já que luz sempre me fazia bem.

Ela acendeu a luz do closet que tinha do lado dela da cama. Era uma espécie de quartinho minúsculo onde ela empilhava os sapatos e pendurava roupas compridas ou chiques.

Mesmo sendo mais ou menos difusa e mais amarela do que as outras lâmpadas, foi um alívio conseguir enxergar. Tudo estava normal.

Então, ela olhou para mim para conversarmos.

Meu coração parou. No lugar de seu rosto, estava o mesmo da mulher de meu pesadelo. Dois buracos no lugar dos olhos, e uma enorme boca redonda dando para uma escuridão infinita.

Mais uma vez, fiquei completamente paralisada. Senti minha alma gelar.

Ela começou a gritar.

 

.

 

Novamente, eu acordei.

Dessa vez, meu coração estava ainda mais palpitante. Minha respiração estava barulhenta; uma das coisas que me deixava nervosa na escuridão e silêncio completos era ouvir minha própria respiração. Me dava a sensação de que alguma coisa aconteceria a qualquer instante.

Ali não havia mais telas no colchão. Agora, eu realmente estava na cama de minha mãe.

Senti o cobertor pesado sobre meu corpo. Morno. O ar quente que saía de minha boca batia em sua superfície e retornava ao meu rosto.

Senti alguém atrás de mim. Pelo toque, percebi que era meu pai. Não fiquei surpresa. Ele devia ter mudado de ideia e pegado um ônibus no meio da noite. Não seria a primeira vez, e era muito a cara dele. Ele fazia isso quando estava com muita saudade da minha mãe e de nós, mas também tinha que trabalhar muito.

À minha frente, estava a minha mãe. O mesmo volume familiar, o mesmo calor, a mesma respiração.

Apesar do cenário familiar, eu ainda estava perturbada. A ilusão de já ter acordado uma vez me deixava muito nervosa, e o susto tinha me deixado completamente em pânico.

Pensei em acordar a minha mãe, mas hesitei. Primeiramente por causa do sono e de ela ter que acordar cedo, e segundo porque, apesar de agora eu saber que estava acordada, a situação de antes tinha me deixado marcada.

Mais uma vez, pensei se devia ou não acordá-la. Pensei, e pensei, e pensei, mas, diferente da outra vez, dessa vez eu não conseguia decidir de jeito nenhum. Finalmente resolvi acordá-la, mas quando fui falar, minha voz não saiu.

Mais uma vez, tentei chamá-la, mas não consegui. Eu comecei a lutar contra meu próprio altruísmo; ela não me culparia por isso. Eu sabia que não. Ela era minha mãe, afinal. Mães nunca se importavam de fazer coisas pelos filhos, mesmo que essa “coisa” fosse acordar no meio da noite antes de um dia longo de trabalho. Na verdade, principalmente se fosse isso.

Finalmente, consegui chamá-la. Na primeira vez, a voz saiu fraca, mas chamei-a novamente em seguida, dessa vez com um pouquinho mais de convicção.

“Filha? O que foi?”, ela respondeu. Fiquei aliviada; ela tinha acordado. Se eu tivesse que chamar mais, provavelmente acabaria desistindo.

Contei para ela do pesadelo. Ela me ouviu em silêncio, e quando acabei de falar, me confortou, dizendo que tinha sido apenas um pesadelo. Um sonho ruim.

Falamos um pouco, ela tentando me acalmar com sua voz suave e carinhosa. Finalmente, ela falou que voltássemos a dormir.

Normalmente, apenas essa conversa seria o suficiente para eu conseguir voltar ao sono, mas dessa vez era diferente.

“Mãe, acende a luz?”, pedi.

“Acender a luz? Por quê, filha?”, perguntou ela.

Sem responder à pergunta, insisti. Pedi que ela a acendesse.

Ela disse que não precisava disso. Eu insisti novamente.

“Só acende a luz, por favor?”, pedi outra vez.

Ela não me respondeu. Ouvindo um breve suspiro, achei que ela tivesse cedido, e estava vencendo sua preguiça para alcançar o interruptor. Então, esperei que ela acendesse.

Mas ela não se moveu.

“Mãe, acende a luz, por favor”, pedi novamente, um pouco nervosa.

Não houve resposta. Ela ficou em completo silêncio.

“Mãe, acende a luz!”, insisti, minha voz começando a tremer.

Mas ela continuou em silêncio.

E não acendeu a luz.




23-24 de agosto de 2017












Pós-notas:

Depois disso, eu acordei mais uma vez. Apesar de achar que eu já tinha acordado das outras duas vezes, dessa vez a sensação era bem mais convincente. Eu sentia meu corpo de outra forma e estava bem mais ciente de mim mesma e do que acontecia ao meu redor.

Dessa vez, meu “pai” não estava comigo. Além disso, não hesitei na hora de chamar a minha mãe.

Ela perguntou o que era, e eu disse que tinha tido um pesadelo. Pedi para ela acender a luz, o que ela fez prontamente. Olhando no rosto dela, eu pulei direto para a parte em que tinha “acordado” pela primeira vez no sonho. Contei de como a acordei, mas ela não era ela. Contei sobre como tinha pedido para ela acender a luz, mas ela não tinha acendido.

Quando contava essa parte, comecei a chorar copiosamente. Eu já tinha sonhado várias coisas; uma vez, vi minha irmã ser comida por um T-rex numa invasão de dinossauros à cidade da minha terapeuta. Em outra, a terra foi atingida por uma chuva de cometas e quase todos os humanos morreram: minha irmã e meu pai não tinham conseguido chegar ao abrigo subterrâneo; de toda a cidade, apenas doze pessoas haviam sobrevivido; vi minha mãe atender um telefonema e me contar aos prantos sobre como minha avó tinha morrido a poucos metros do abrigo perto da casa dela. Já sonhei que podia voar, mas estava presa à noite em um cemitério infinito, e por onde eu passava as pessoas ganhavam vida. Elas não sabiam que já estavam mortas e gritavam por ajuda em desespero, mas eu não podia ajudá-las. Ouvi minha primeira cachorra ganir em algum lugar desci e comecei a cavar o chão com minhas mãos desesperadamente ao lado de minha mãe, apenas para ver que ela tinha sido substituída por um canídeo furioso de olhos vermelhos brilhantes, que rosnava para mim e minha mãe como se estivesse prestes a saltar sobre nossos pescoços.

Mas apesar de esse último ter me deixado perturbada por várias horas, eu nunca tinha chorado depois de um pesadelo. Talvez tenha sido por eu ter ficado presa no ciclo infinito de acordar e perceber que não tinha conseguido escapar do pesadelo. As vezes que eu narrei aqui foram das duas de que me lembro, mas a verdade é que, logo depois de acordar, a sensação de que tive é que tinha havido muitas vezes mais.

Minha mãe me abraçou e disse para mudarmos de assunto. Ela perguntou o que acontecia na partida que estávamos vendo de um anime de basquete que assistimos juntas muito tempo atrás e estávamos revendo. Ela não tinha boa memória, mas eu sempre decorava tudo. Falei sobre como os protagonistas começavam a ganhar do adversário, mas a plateia ficava com pena do outro time e começava a reclamar quando os principais ganhavam e a comemorar quando perdiam. Falei sobre como eu não gostava daquela parte porque achava falta de educação, mesmo que o outro time também fosse legal.

Finalmente, eu disse que estava mais calma. Ela fez menção de apagar a luz, mas perguntei para ela se podia contar uma tirinha que tinham feito sobre o anime antes. Ela perguntou se eu podia contar depois de apagar a luz, mas pedi para contar antes. Pacientemente, ela tornou a sentar e esperou eu contar a tirinha inteira. Eu queria que ela tivesse rido no final, como fizera nas outras vezes, mas compreendi que ela estava com sono e a situação não era muito leve ou alegre. Eu mesma devia estar com uma cara péssima, então acabei deixando isso de lado, mesmo sentindo que me sentiria muito melhor se tivesse visto ela rir.

Finalmente, ela apagou a luz. Eu me sentia muito mais tranquila, mas fiquei com medo de que o pesadelo não fosse me deixar dormir de novo. No final, no entanto, dormi até bem rápido para os meus padrões, mas fiquei cansada o dia seguinte inteiro.







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