Aurora escrita por Um conto em ponto


Capítulo 2
Tio Alvaro




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—Me apaixonar, eu me apaixono todos os dias loucamente, minha primeira paixão infelizmente não está mais aqui para contar essa história comigo, mas de onde estiver sabe que foi o mais importante de todos.
Por um instante parecia existir tristeza no olhar de Aurora.
—Um namorado?
—Meu tio Alváro.

“-Quem quer ouvir uma história? –Álvaro dizia apanhando um livro da enorme estante na sala.
—Eu !!!-Respondiam as crianças sentando-se em volta do tio.
—Então venham, fiquem mais perto do tio. Aurora você não vem?
—Eu não gosto de histórias tio.
—Ah mas nem as contadas por mim? –Dizia trazendo-a para perto. -Senta aqui no meu colinho e para de bobeira. “

—Eu realmente nunca gostei dessas historinhas.
—O que já considerado incomum para uma criança não acha?
—Confesso que adorava ser sempre a favorita do meu tio. E o tempo foi passando e as historinhas do meu tio passaram a ser conversas mais sobre filmes, livros, baladas, bebidas entre outras coisas. E eu com dezesseis anos –Sorriu com malícia- ainda sentava no colinho do meu tio. Bruna e Sophie...
—Suas irmãs?
—Sim, as gêmeas de 14 anos. Elas raramente participavam das nossas conversas. Eu, tio Alváro e Rafael nosso irmão mais velho, que na época tinha dezoito. Éramos adolescentes de pais ausentes, família classe alta e muito tradicional. Raramente conversávamos com nossos pais sobre qualquer coisa, já com o tio falávamos sobre tudo. Inclusive sobre sexo. Confesso sempre amei falar de sexo, ainda mais sentada no colo do meu tio, fingindo ser aquela menininha de oito anos em quanto ele tentava disfarçar sua excitação.
—Não me diga que você e seu tio...
—Para admitir que eu tenho um defeito, a verdade é que eu nunca soube a hora de parar. Comecei a falar cada vez mais de sexo, e o provocava cada vez mais. Maravilhoso era quando eu conseguia ficar momentos sozinha com ele, as vezes eu o tocava, e amava ver sua cara de nervoso. Outras vezes eu ficava totalmente nua na sua frente. Implorei que ele me ensinasse todas as artimanhas do sexo, muitas vezes eu me tocava na sua frente mesmo ele sempre fugindo. Pobrezinho, uma hora cedeu, não resistiu.  Ficamos por dois anos fazendo sexo escondido pela casa toda, na piscina, no banheiro, no closet. Tudo era desculpa para o tio Alvaro dormir em casa. Sabe o que é pior? Ainda vejo aqueles olhos azuis em todos os outros. Posso estar com qualquer cara que por um momento sempre é ele que está na minha frente.
—Você o matou?
—Um belo dia ele chegou em casa para um jantar apresentando Maria, uma garota da minha idade como sua namorada e para piorar futura esposa, ele nunca nem havia tocado no nome dela , de onde que surgiu aquilo? Isso nem vem ao caso pois éramos apenas sexo, nunca houve intenções entre nós pois ele era meu tio. Mas sempre contamos tudo e se ela tivesse alguma doença? Eu confiava nele.
—Então você não considera que teve ciúmes?
—Ciúmes nunca, Maria até era legal, bonita, mulata de corpo violão. Só de pensar nas coisas que meu tio fazia com ela, eu já sentia um desejo enorme de participar, seria incrível, algo novo. Mas quando eu disse isso a ele , ele não gostou , me disse –Você é louca Aurora, você realmente tem problemas sérios, por te amar digo que você tem que se tratar, você é uma menina doente. E nós não podemos mais ter nada, eu realmente quero construir algo com Maria, temos que fingir que isso entre nós nunca existiu, ta tudo errado, nunca devia ter acontecido. –Ainda sou capaz de ouvi-lo me dizendo isso. Desde então ele sumiu, não atendia minhas ligações, não nos visitava mais.
—E como você se sentiu com isso?
—Louca, doente, culpada. Mas eu tinha noção que não estava sozinha nessa.
—Então você o matou?
—Pedi a mamãe que me levasse para vê-lo , ela nem se quer estranho já que ele havia sumido de casa, e jamais diria o motivo. E com a chegada de Maria minha mãe não iria desconfiar de nós , e sabendo de meu apego com ele nem se que hesitou, e assim fomos para um café na casa do titio.
—Você o matou lá? –Mel começou a imaginar mil coisas em sua mente que em tantos casos jamais tinha visto alguém como Aurora. 
—Claro que não, dei-lhe um bilhete impresso, dizendo o lugar, e o horário onde eu queria encontra-lo, sem assinatura, nem nada. E ao entrega-lo na despedida do café eu disse-lhe ao pé do ouvido que se não aparecesse no local eu contava a todos tudo o que ele fez comigo desde de meus dezesseis aninhos, imaginando o escândalo ele cedeu. Foi a única vez que eu disse –Eu te amo.
—Bem pensado para a idade que tinha.
—Eu o esperei em uma antiga fabrica de doces abandonada, havia ido com alguns amigos em uma cachoeira, nem se quer deram falta quando deixei o local que era por perto. Meus amigos eram uns drogados, qualquer um que os encontravam no caminho sabiam exatamente o que foram fazer ali, então facilitaria um álibi caso precisasse. Na Fábrica eu cheguei antes dele, tirei minhas roupas e me vesti com uma fantasia de policial clichê que encontrei na internet, comprei no cartão dele mesmo, ele amava quando eu me fantasiava pra ele. Fiz só uma alteração, as algemas eram reais dessa vez.  Luvas, coletes, algemas. Ele, homem até tentou resistir, mas que homem registe a uma fantasia tão bem bolada? Tudo que ele me dizia era que aquilo não era certo entre um beijo e outro. Eu deixei claro , eu disse que era só uma despedida e depois nunca mais teríamos nada.
 Mel parecia vidrada no que estava ouvindo
—Continue.- Dizia como uma criança que queria ouvir um conto de fadas. Mas dentro de uma fantasia seria de psicóloga.
—Então eu o algemei em barras de ferros que tinham nas paredes. Estava de luvas pretas, as quais eu passava as pontas dos dedos da boca. Fui beijando seu corpo todo até vê o quanto ele ainda me desejava. Quando vi seu membro o chupei até que ele implorasse por mais. Seu rosto expressava puro prazer. Ele sentia desejo de me tocar, mas eu só mordia os lábios o provocando ainda mais. Apanhei uma barra de ferro que estava no chão e fui passando por seu corpo o deixando arrepiado, ajoelhei diante dele e tornei a chupa-lo até ele gozar. E quando ele finalmente gozou, coloquei um saco plástico em sua cabeça, e amarrei . Sentei em uma antiga mesa de madeira e me masturbei o vendo se debater até morrer. Depois voltei para a cachoeira e queimei as roupas no caminho jogando as cinzas nas águas correntes.

 

 


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