Aurora escrita por Um conto em ponto


Capítulo 1
Aurora




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/729151/chapter/1

—Bom, Como você se sente? – Perguntou a psicóloga.
—Eu sempre desejei morrer fazendo algo que eu amasse- Dizia relaxada, deitada em um tradicional divã - gostaria fosse uma morte rápida, sem dor, sem sofrimento. E meu maior prazer é poder proporcionar isso as pessoas. Todos que um dia tiveram uma noite comigo, sem dúvida nenhuma morreram felizes, tiveram a morte dos sonhos literalmente.
— E você se sente bem com isso? –Perguntou em quanto anotava em tópicos os consideráveis distúrbios da paciente.

—Eu sempre soube que era diferente, um pouco estranha, quase nunca notada. Não fui a mais inteligente, nem a mais bonita e muito menos a mais popular.
—Isso te incomodava?
—Isso nunca me incomodou. Na verdade eu sempre gostei, silêncio, ninguém me olhando. Algo raro de se ter quando é criado em uma família de três irmãos, empregados, mãe, pai e amantes. A graça de ser pouco notada é de sempre notar tudo. Ninguém me percebia mas eu sempre percebia tudo. A melhor parte da morte do meu pai depois de uma grande herança que nos foi deixada, foi o desaparecimento das amantes fantasiadas de empregadinhas que costumavam frequentar nossa casa em quanto mamãe se dedicava a nossa criação. Fora isso, tudo foi normal, Fui uma ótima filha de luto, afinal nunca é difícil forjar chateação quando já se é descontente.
—Você sente que não amou seu pai?
—Não, isso não quer dizer que eu não gostava dele, ele foi um grande homem, me ensinou muitas coisas, inclusive que quando a vida lhe da uma boa oportunidade você deve agarrar. Me ensinou que o dinheiro pode até não comprar felicidade, mas o prazer, ah.....-Parou um instante e sorriu- Esse no mercado tem de todos os preços.
 A psicóloga se viu intrigada com aurora, não conseguia vê-la tão fria, embora soubesse que os lobos se escondem em pele de cordeiro mas não perdem a caça, ela sentia que aurora não era uma assassina em comum, acreditava que não era tão fria, mas considerava cedo para um laudo.
—Mas me diga, você ama alguém?
—Bom –Disse olhando para o teto em quanto girava um anel com o polegar-Eu não costumo amar as pessoas e nem é por maldade, amar é um dom e eu nunca fui muito talentosa. Mas se eu fosse amar alguém certamente esse alguém seria o meu pai, era um homem lindo, inteligente, um canalha , mas um canalha incrível.
—Está me dizendo que nunca se apaixonou?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!