Aurora escrita por Um conto em ponto


Capítulo 3
Mel




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 -Por alguns dias aquelas imagens não deixavam minha cabeça, meu tio desesperado se debatendo até sessarem seus movimentos. Eu confesso que senti muito prazer naquilo, vê-lo completamente nu algemado, me causava ondas incríveis de prazer. Não precisava ter acabado, éramos o par perfeito, parecíamos ser feitos para amantes um do outro. Mas ele achou melhor arrumar uma Maria, que vivesse com ela de lá do além então. Ao menos a ultima noite, seu ultimo gemido ,o ultimo orgasmo foi comigo e não qual a nova favorita dele.
—Quando você pensa nele, sente-se como?
—Eu sempre me lembro dele com amor e carinho. É por isso que estou aqui hoje confessando minha vida pra você doutora, ele me disse que eu precisava me tratar –Nesse momento Aurora fez contato visual com a doutora Mel, que retribuiu o olhar da paciente dando-lhe um sorriso de lado. –E também colocando em risco tudo que construí até hoje, você pode me denunciar não é mesmo?
—Denunciar não, seria antiético. Mas talvez um dia eu publique um bom livro sobre você -Sorriu e acertou o óculos empurrando-o com o indicador para mais perto dos olhos.
—Eu ficaria lisonjeada. Mas só uma curiosidade, esse tipo de história seria algo que a doutora gostaria de ler? Te atraí?
 Por um instante as duas ficaram se olhando em silêncio. Mel sentiu suas bochechas corarem, em seguida desvinculou-se da paciente e respondeu:
—Quem faz as perguntas aqui sou eu.
—Tudo bem. –Respondeu sentando-se no divã o qual encontrava-se deitada há alguns minutos atrás . Acendeu um cigarro e o tragou em quanto a psicóloga a olhava sem dizer nada provavelmente perdida em algum devaneio. –Pois então continue. –Soltou a fumaça que havia tragado.
—É que por hoje está bom, até passamos o horário. –Respondeu recuperando-se de seus pensamentos que se encontravam confusos.
—Tudo bem, eu realmente espero que volte na semana que vem.
—Claro que voltarei, afinal, sou paga pra isso. Fique bem querida.
—Obrigada, eu lhe acompanho até a porta.
 Se despediram então com um aperto de mãos, e a psicóloga deixou a casa.
 Mel atendia Aurora em casa, pois a mesma não podia correr o risco de ser gravada, filmada, denunciada. E Mel era uma boa psicóloga, não muito recomendada pelo pouco tempo de carreira, mas foi uma das melhores alunas de seu curso, o que já agregava seu currículo. O que fez com que Aurora a contratasse era a tal falta de experiência, sentia mais conforto e sabia que ela seguiria a risca seus princípios pois ainda não estava contaminada pelo mercado.

 Após uma intensa tarde de trabalho Mel chegou em casa e logo sentiu um agradável cheiro de sua comida favorita, frango grelhado. Seu marido em seguida veio lhe receber com beijos e abraços.
—Hummmm, sinto cheiro de homem na cozinha? –Disse dando-lhe um beijo, em seguida cheirando seu pescoço, passando as mãos por suas costas dando-lhe um abraço apertado.
—Você aceita jantar com esse humilde cozinheiro senhora?
—Claro, algum motivo especial?
—Eu, você –Fez um ar de suspense. –A sociedade com a empresa automobilística.
—NÃO –Disse surpresa- Jura? Que maravilhoso meu amor!!!!-Deu-lhe inúmeros beijos –Você merece.
—Agora já podemos pensar naquele carro que você quer.
—É? Que mais?
—Aquela casa com piscina..
—Hum, casa com piscina é bom...
—Nosso bebê.
 Era notável o desapontamento nos olhos da psicóloga.
—Amor, acho que estou com muita fome, tomo um banho rápido, e já volto ta? –Deu-lhe um selinho e subiu as escadas que davam para suíte, deixando seu marido sem saber o que havia dito de errado.

 Em quanto a água do chuveiro descia seus cabelos, e escorria quente por suas costas, Mel conseguia pensar em apenas uma coisa. O que levou Aurora a matar o tio? Como era capaz de sentir prazer com alguém morrendo na sua frente? Como seria acabar de fazer sexo com seu marido e vê-lo morrer em seguida? Amordaçado, algemado, acorrentado. Mil perguntas começaram a correr-lhe a mente . A psicóloga Mel até compreendia certos distúrbios mas a humana se encontrava intrigada. Quando se deu conta o quão longe estava sua cabeça , se apressou, tinha que deixar o trabalho no trabalho e sabia disso, mas não conseguia parar de imaginar coisas. 

—Meu amor, como você está linda. –Disse Marcelo puxando a cadeira para a esposa. -Ela o olhou e agradeceu. –Espero que goste.
—Está maravilhoso-Disse após experimentar.
—Que bom que gostou, você sempre é quem torna tudo especial. Mas me conte, como foi seu dia?
—Como todos os outros.
—Liguei no consultório você não estava, onde foi?

—Ah sim, estou com uma paciente nova que só aceita ser atendida em casa. 
—Quanta mordomia, quem seria essa paciente especial ?
—Você não vai acreditar. Ninguém mais, e ninguém menos que Aurora Baréh.
—A dona da rede de tvs internacionais e das grifes em Londres?
—Exatamente.
—Estou chocado amor. E uma mulher dessas tem problemas? Só se for quantos milhões eu devo investir? Que sapato eu uso? Devo arrumar um namorado ou uma namorada, o que atraí mais a mídia?
—Pare Marcelo, ela tem problemas como qualquer pessoa e até mais sabia? Você jamais deveria olhar pra alguém e julgar assim.
—Desculpa amor, eu só não consigo imaginar o que uma celebridade dessas tem de problemas, ou o que fez você aceitar atende-la em casa.
—Sério que o nosso jantar vai ser sobre o meu trabalho?
—Você está brava?
—Não estou.
—Sim você está -Disse ele levantando-se de seu lugar e massageando a mulher que por um instante fechou seus olhos e se imaginou o amarrando naquela cadeira e vendo ele morrer na sua frente excitado implorando por prazer.  –Imagine só se a Aurora assina com a empresa, eu seria reconhecido, e promovido, e poderíamos finalmente ter nosso baby. -Disse cortando qualquer imaginação da cabeça da mulher.
—Você está falando sério Marcelo?
—Você não quer esse bebe né?
—Eu também quero um filho amor, só precisamos estar preparados para a chegada dele, um bebe agora acabaria com os nossos planos.
—Tudo bem depois a gente vê isso, vai querer sobremesa? –Disse voltando para seu lugar.
 Após o jantar um vinho, após o vinho uma música, uma dança e uma noite de sexo.


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