Pov's Spencer.

Já havia se passado mais de um mês desde que voltamos de Londres, mais de um mês que eu não via a Katherinne, nos falávamos quase todos os dias, desde que um não atrapalhasse o trabalho do outro, ela ainda não deu previsão nenhuma de quando viria pra Washington, estava pensando em ligar pra ela quando recebi uma mensagem da Garcia.

"SMS"

"Bom Dia, queridos, Hotch me mandou convoca-los, há um caso interpessoal ao qual iremos dar inicio, assim que chegarem serão instruídos, tempo máximo para estarem aqui é de 20 minutos.

Estamos aguardando!"

Assim que recebi a mensagem peguei meu casaco, a chave do carro e fui para a sede da UAC, chegando lá vi algumas pessoas que eu não conhecia, apesar de serem levemente familiares, antes que eu pudesse me aproximar deles vi o Aaron me chamando para ir a sala de reuniões.

—Oque está havendo? Quem são eles?

—Bom, como a Garcia mandou na mensagem esse é um caso interpessoal, acho que todos aqui sabem oque isso significa.

—Significa que um de nós esta ligado ao caso, seja por motivo familiar ou social.

—Muito bem Reid.

—Não poderíamos esperar menos do nosso geniozinho.

—Muito engraçado Morgan, mas afinal quem de nós está envolvido no caso?

—Na realidade nenhum de nós.

—Como assim nenhum de nós?

—Quem está envolvida no caso sou eu, olá pessoal.

Fiquei em choque ao vê-la, ela não me disse que viria, não conseguia falar, e nem sabia oque falar, todos a cumprimentaram e a abraçaram, quando restava apenas eu, que estava lá sem ação ela começou a falar.

—Sinto muito não ter avisado que viria, também fui pega de surpresa, não era minha intenção esconder isso de vocês, de nenhum de vocês.

Assim que ela disse isso ela me olhou, eu sai do meu estado de estátua e perguntei.

—Mas, porque teve que vir pra cá de surpresa? Porque sem avisar?

—Meu pai me ligou hoje cedo e me disse que eu deveria vir pra cá, porque algo estava acontecendo e ele precisava de mim aqui, quando embarquei no jatinho eu não tinha a mínima ideia do porque estava vindo, quando cheguei no hangar, JJ foi me encontrar, e só depois de algum tempo fui descobrir oque estava acontecendo.

—Ok, mas oque está acontecendo?

—Aquele homem que está aguardando do lado de fora é Anthony Castellamare, ele é meu pai biológico.

—Mas o Hotch disse que o caso afetaria alguém da equipe, da nossa equipe a UAC, você é tenente da Interpol, não tem como associar uma coisa a outra.

—Há um mês o Aaron vem conversando com os diretores do FBI e com a embaixadora Prentiss, e depois de um tempo a minha transferência foi aceita, eu ia fazer uma surpresa a vocês, mas dada as circunstâncias eu tive que vir antes e por isso vocês descobriram dessa forma, sinto muito ter escondido isso de você Spencer, mas foi preciso, nós não sabíamos se daria certo.

—Tudo bem, então quer dizer que agora você faz parte da nossa equipe?

—Na realidade isso quer dizer que eu sou sua chefe.

—Oque? Como assim?

—Bom, por causa de toda a minha situação com o Mrs. Scratch, eu estou saindo da UAC e entrando no programa de proteção a testemunha, isso já está decidido há algum tempo, ofereci a Emily o meu lugar, mas ela não quis aceitar, então venho conversando com a Kate sobre isso, e depois de muito esforço ela aceitou, mas ela viria para cá daqui duas semanas, mas por causa desse caso tive que chama-la antes.

—Ah sim, mais enfim qual é o caso?

—Garcia, poderia fazer a honra de apresentar o caso?

—Tudo bem, uma menina de 6 anos foi dada como desaparecida na noite de ontem, porém os pais não quiseram comunicar a policia e começaram as buscas sem as autoridades locais, somente nessa manhã que a irmã da vitima ligou pra nós e nos contou o ocorrido, nossos agentes foram as ruas atrás do casal, pais da vitima e os convidou a vir até aqui para darmos inicio ao alerta Âmbar, eles se recusaram a vir e agrediram verbalmente nossos policiais, que foram obrigados a algema-los e traze-los a força, a falta de confiança deles acabou dificultando nosso trabalho, agora pelo tempo estipulado pelo alerta Âmbar temos menos de 12 horas para encontra-la com vida.

—Então a menina desaparecida é sua irmã Kate?

—Sim, na realidade é meia irmã e meia prima, é um pouco confuso.

—Pode explicar?

—Claro JJ, bom como eu disse em Londres, meu pai abandonou a minha mãe e a gente e se casou com outra mulher, com quem vive uma vida até hoje, acontece que essa outra mulher é irmã gêmea da minha mãe, então a menina sendo filha da minha tia é minha prima, e como ela é filha do meu pai, tecnicamente é minha irmã.

—Ual, que história confusa, mas porque eles não quiseram envolver a policia?

—É oque vamos descobrir agora.

O casal preso estava muito agitado e soltando ameaças a todos que se aproximavam, todos os policias estavam com receio de se aproximar, porem a Kate não hesitou em momento algum, ela é perfeita demais, tudo oque ela faz é com excelência.

—Se vocês prometerem não mordem ninguém eu tiro as coleiras, quem você pensa que é? Sua policiazinha de araque.

—Você já foi mais educado antigamente "Papai".

—Papai? Quem você pensa que é pra me chamar assim, eu nunca teria uma filha tão arrogante como voc...

A mulher que estava ao lado dele encarou a Kate e depois de um tempo ela percebeu algo, e sua feição mudou, e tudo que ela fazia era tentar fazer o marido parar de falar, depois de um tempo ela o interrompeu .

—Tony... Tony para...PARA!

—Oque foi Marina? Já estamos presos mesmo.

—Você não sabe quem ela é?

—E eu deveria saber?

—Deveria, já que ela tem seus olhos.

—Oque?

Ele parou e a observou, e depois de um tempo ele percebeu.

—Ka... Kate? ... É você?

—Imaginei que não me reconheceria, faz tanto tempo que resolveu ir embora.

—Virou policial?

—Agente Federal na realidade, e vocês dificultaram ao máximo nosso trabalho.

—Porque vai nos ajudar? Você nos odeia.

—Se tem uma coisa que aprendi é não sentir é ódio de pessoas que são dignas de pena.

—Vocês podem encontrar nossa filha?

—Vamos fazer o possível Marina, mas como eu disse vocês dificultaram tudo quando decidiram não chamar a polícia.

—Nós achávamos que conseguiria...

—Vocês não tinham que achar nada, esse é nosso trabalho...

—Ei Dr. Reid se acalme, vamos fazer o possível para encontra-la com vida, porém mesmo sendo ótimos no que fazemos, não podemos garantir. Afinal temos menos de 12 horas pelo alerta Âmbar.

Eu não conseguia manter a calma, eles praticamente acabaram com a chance de encontrarmos essa menina com vida, sem contar que eles desacataram a Kate.

Kate não falou mais nada, apenas saiu e nos chamou para irmos a sala de reuniões, JJ ficou com o pai e a tia dela do lado de fora, antes de chegarmos a sala o Anthony a chamou.

—Katherinne?

—Agente Beaumont pra você.

—Desculpe.

—Oque quer?

—Podemos conversar?

—Desculpe, mais não misturo vida pessoal com profissional, e não tenho nada que conversar com você, aguardem aqui, assim que tivermos notícias a Agente Jareau vai informa-los.

—Tudo bem.

Vi que ela ficou meio apreensiva, o caminho até a sala de reuniões foi em absoluto silêncio, chegando lá o Aaron quebrou o silêncio.

—Filha? Está tudo bem?

—Sim, temos que começar a trabalhar, quando ela foi vista pela ultima vez?

—Ainda não sabemos, a irmã dela que nos ligou não deu muitas informações.

—Tudo bem, e aonde esta essa irmã?

—Ela não disse, mas posso tentar retornar a ligação para ela.

—Faça isso Garcia, preciso dela aqui. Por hora vou conversar com o casal estressadinho lá fora.

—Tem certeza filha? Eu posso ir se você quiser.

—Está tudo bem pai, eu vou, só pede para a JJ leva-los para a sala de interrogatório.

JJ acompanhou eles até a sala de interrogatórios e se retirou, logo depois a Kate foi para lá.

—Graças a Deus é você, precisamos mesmo conversar.

—Já disse que não misturo vida pessoal e profissional, e vocês nem fazem parte da minha vida pessoal, estou aqui para obter informações sobre a sua filha.

—Oque quer saber?

—Qual o nome completo dela?

—Violeta Alice Castellamare.

—Qual a idade dela?

—6 anos.

—Por volta de que horário ela sumiu?

—Olha era umas 20:00 hrs, na realidade foi nesse horário que demos falta dela.

—E qual foi o último horário que a viram?

—Era 14:00 hrs.

—E oque estavam fazendo que não procuraram por ela desde as 14 hrs?

—Ela estava de castigo, então a trancamos no quarto, as 20 hrs quando fomos ver ela, encontramos o quarto todo revirado e quebrado, a janela aberta e ela havia sumido.

—Vocês já pensaram na possibilidade dela ter destruído as próprias coisas e ter fugido?

—Porque ela faria isso? Só por causa de um castigo?

—Vocês são presentes na vida dela? Ou a deixam de lado?

—Nós saímos direto, ela ou fica com a baba ou com a irmã, mais oque isso te a ver com o sumiço dela?

—Vocês se surpreenderiam com o alto índice de crianças da idade dela com depressão e transtorno bipolar.

—Está insinuando que nossa filha é revoltada e louca?

—Ser depressivo não é ser louco Sr. Castellamare, a ausência de um dos pais já causa sérios danos, a ausência dos dois tende a ser pior, talvez o fato de vocês darem mais atenção para a filha mais velha e deixar ela de lado a faça imaginar que ela não é importante, e o castigo tenha sido o motivo que a levou a fugir.

—Esta dizendo que nossa filha não foi sequestrada? Que ela fugiu por birra?

—Pelo tempo ela pode sim ter sido sequestrada, mas também pode estar perdida, não podemos descartar nenhuma possibilidade.

—Você foi revoltada e depressiva também depois que eu fui embora?

—Cada um tem um jeito de lidar com a dor Sr. Castellamare, eu tive sim meus momentos de depressão mais dei a volta por cima, e isso não diz respeito a vocês e nem ao momento, nossa prioridade é encontrar a Violet com vida.

—Kate, precisamos de você na sala de reuniões, é importante.

—Alguma informação sobre a nossa filha?

—No momento a conversa é entre agentes senhores, assim que pudermos repassar chamamos vocês.

Descobrimos um possível paradeiro dela, mas precisávamos da Kate, a noticia não parecia ser boa.

—Oque houve?

—Recebemos um pacote, e uma carta feita com colagens.

—E qual o conteúdo de ambas?

—Na caixa contem uma mecha de cabelo e pedaços de unhas parece que arrancadas no vivo, mandamos para o laboratório e foi confirmado que é da Violet.

—Meu Deus, e na carta?

—A carta está aqui.

“ ESTAMOS COM A PRECIOSA VIOLET, POR ENQUANTO TIRAMOS SÓ CABELOS E UNHAS, QUEREMOS 150.000,00 EM DINHEIRO OU ELA MORRE, O PRAZO QUE VOCÊS TEM É DE MEIA HORA OU RECEBERÃO UM NOVO PRESENTE, A E NÃO TENHO OQUE ESCONDER ENTÃO BEM VINDA A NOVA YORK QUERIDA SOBRINHA.

BEIJINHOS BEIJINHOS

TIO RUDY”.

OBS: USEI COLAGENS PORQUE ADORO COMO FICA ENIGMATICO.

—Meu Deus.

Vi que a Kate ficou abalada, na realidade todos nós percebemos, então JJ perguntou.

—Kate você está bem?

—A carta é pra mim.

—Quem é Rudy?

—É meu tio, irmão do Anthony, mas porque ele faria isso?

—Só tem um jeito de descobrir.

Quando Kate abriu a porta para sair deu de cara com a Garcia que vinha com noticias.

—Kate era você mesmo que eu queria, consegui falar com a Valery, a irmã mais velha da Violet, ela esta vindo para cá, e disse que sabe quem é o sequestrador.

—Eu também sei.

Kate apenas saiu sem dizer mais nada e foi em direção a sala de interrogatório com a carta na mão.

—Pode me dizer porque o Rudy iria querer se vingar de você?

—Do que está falando?

—Disso.

Ela jogou a carta na mesa, Anthony e Marina começaram a ler e Marina caiu no choro.

—Podem me responder?

—É uma rixa antiga, Rudy era apaixonado pela sua mãe, quando me casei com ela ele ficou muito furioso, e jurou que não ficaria assim, quando vocês nasceram ele voltou e pediu para ser padrinho, eu permiti porque ele pediu perdão.

—Ele nunca foi presente como padrinho, ele era presente em outros modos.

—Como assim?

—Isso não vem ao caso, estamos falando da Violet.

...

—Kate a Valery chegou, e quer conversar com todos vocês juntos.

—Ok, a coloque na sala de reuniões já vamos para lá.

Kate acompanhou o casal até a sala de reuniões e entrou, quando todos se sentaram ela começou a falar.

—Sinto muito Kate, mais vou ter que contar.

—Contar oque?

—Você sabe, o Rudy me contou, quando começou a fazer isso comigo também.