Capítulo 6 – Parte 3 – Almoço Uchiha

Uchiha Sasuke estava concentrado na área externa de sua casa.

Devido a adrenalina e inspirado pelo acontecimento que definirá o curso de sua vida, ele estava se esforçando um pouco. Aprimorando o melhor possível nesta manhã... Começinho de tarde.

Ao simples vislumbre de seus alvos, ele logo salta e lança algumas kunais nos mesmos, independentemente do ângulo ou se seu campo de visão e alcance são “favoráveis” para tal lançamento.

Seu objetivo é ultrapassar seu limite e obter maior alcance, praticidade e explorar todo seu potencial shinobi a fim de atacar quaisquer alvos que sejam necessários. Para este objetivo é que está em tal treino. Ou será que não?

Francamente falando... Seu potencial já era bem superior ao de outros colegas de sua idade. Este treino ainda não poderia ser comparável ao de seu irmão, exímio praticante de todas as técnicas shinobi e cuja maestria e domínio de um simples shurikenjutsu sequer podem ser totalmente mensurados por seu pequeno irmão.

— Mas não vou desistir. Ele é minha meta! Serei tão bom quanto ele. E o tou-san e a kaa-san também vão se orgulhar de mim. Eu quero te alcançar, meu nii-san.

— Pois então deve saber a hora certa de parar e descansar, Sasuke.

Sasuke, ao ouvir tal voz característica, pousa de qualquer jeito de seu salto, interferindo com seu ataque aos alvos e falando contente logo em seguida.

— Itachi-nii-san. Que bom vê-lo em casa. Veio para quê? É difícil te ver tão cedo...

— Ora,ora... Hoje eu pude obter uma pequena folga. Poderei almoçar em casa. Que tal? Vamos ter um almoço em família hoje.

— Ãhn? Mas só nós dois não é uma refeição em família...

— Então olhe mais atentamente. – Diz Itachi com um sorriso singelo, apontando à entrada da casa.

— Meninos. Ei! Vamos... Venham. – Diz uma bela mulher, de cabelos cumpridos e negros. Estava de avental, pois parecia ter acabado de sair da cozinha.

Os dois logo sorriem em retribuição e encaminham-se em direção a esta pessoa tão conhecida e amada por eles. Mikoto Uchiha, a mãe dos dois jovens. Ela também obteve um tempo livre para este dia. Decidiu que deveria fazer algo de especial para seu filho, pois daqui a um dia seriam as provas que irão definir seu futuro.

Um tipo de prova diferente das que ela mesma, que Fugaku e Itachi passaram. Os tempos eram outros e toda motivação possível era bem-vinda. Mesmo que com algo tão singelo e trivial, como uma simples refeição em família.

E ela não era a única a única a partilhar de tais sentimentos. Desconhecido de Sasuke, ela tinha combinado isso com seu outro filho e comentou (esperançosa) sobre o assunto com seu marido.

Por mais que soubesse a pressão e sufoco que o mesmo estava passando por conta deste mesmo momento de provas. Ela queria, ao menos dessa vez, ver toda a família reunida e contente...

Não esperava ver realmente Fugaku ali, mas Itachi conseguiu chegar e realizar tal desejo. Mas o que ela não esperava ver aconteceu. Ouvindo outro barulho na casa, ela se vira na direção. Era a porta da frente sendo aberta e seu marido entrando pela mesma.

— Espero não estar atrasado.

— Olá, querido. Que bom que conseguiu chegar.

— Olá, Mikoto. Desculpe, mas não podia prometer nada ontem. Bom. Eu aproveitei e acabei trazendo também uma convidada. – Ao falar, percebesse um sutil movimento atrás dele. Havia outra pessoa esperando para ser “anunciada” e poder entrar.

— Ãhn? – Ao terminar, ela percebeu a silhueta da tal pessoa e se alegra ao ver de quem se trata – Oh, que surpresa! Entre, entre. Fique a vontade. Venham, vamos todos nos acomodar aqui na mesa...

— Hi,hi. C-com licença. E desculpe a indelicadeza de aparecer assim.

— Que nada. Você é muito bem-vinda. Não se preocupe. Mas como foi que meu marido a trouxe até aqui?

— Ah. É que enquanto caminhava para cá, pensando em resolver alguns detalhes complicados, eu a encontrei também caminhando pela vila. Já que eu soube que meu filho conseguiu vir, achei propício convidá-la também. Somente assim Itachi nos apresentaria adequadamente. – Quase como se tivesse ouvido a conversa, Itachi chega com Sasuke logo atrás e se surpreende com as pessoas que se depara.

— Ah-h. otou-san. Que bom que conseguiu chegar... Ãhn? Izumi-san?

— O-olá, Itachi-kun. Desculpe-me aparecer assim, de surpresa.

— Eu a convidei, meu filho...

— Há-há-há. Tudo bem, tudo bem. Venha. Vamos almoçar agora. Junte-se a nós. – Disse Itachi que não estava incomodado e sim feliz com a visita surpresa.

Logo ela ruborizou um pouco a face, mas respondeu positivamente, com um balançar de cabeça.

— Oh, Izumi-chan. Que surpresa. Agora estão todos reunidos aqui. Que estranho... Tem alguma razão para isso tudo?

— Não, não. Só que achei bom termos uma refeição em família. Todos andam muito atarefados com seus próprios problemas. Já que todos puderam se juntar, assim poderemos relaxar um pouco.

— Tá. Que bom, então...

***

Neste almoço simples, um dia antes das provas da academia ninja, houveram momentos a muito tempo não vivenciados por esta família. Sentimentos expressados, momentos de alegria, confiança e conselhos de como agir durante o exame. Ocasião de família reunida e feliz, mesmo que com uma convidada.

O pai orgulhoso e na expectativa, mesmo estressado e atarefado. Ele ainda quis aproveitar tal momento plenamente.

Itachi calmo e feliz, com atenção a essa rara cena de mesa cheia.

A mãe sempre puxando conversa e incentivando o filho, vez ou outra confidencializando momentos “constrangedores” deles logo antes de se formarem também.

Sasuke... O centro, o foco.

Feliz, falativo, convencido... Falando do sensei problemático dele (Jiraya-sensei, seu tutor provisório) e contando vantagem, se referindo como: “Já alcançando o nii-san”.

— Oh, mas o Jiraya-sama fez um grande favor em treiná-lo nesse pouco tempo.

— Eu sei, kaa-san. Mas é muito difícil acreditar no grande ninja que ele é, quando passa a maior parte do tempo “vadiando” e “importunando” jovens garotas. - Acho que é por isso que o Naruto é tão pirralho daquele jeito. Deve ter aprendido com o padrinho dele.

— Em questão de criancices, é isso que seu pai fala. O Hokage é constantemente “atormentado” por causa dessas traquinagens infantis de seu filho. Há-há-há... – Fugaku falava contente, lembrando das conversas e transtornos que seu amigo Minato passava constantemente.

Um almoço atípico e caloroso. Os típicos e inflexíveis Uchiha... Estavam conversando e almoçando pacificamente.

Os que mais possuem sentimentos felizes e turbulentos. Um exemplo de amor e ódio.

Por isso, não mexa com um Uchiha...

Continua...