Caminho Incerto escrita por Clarinesinha


Capítulo 10
8 - "Romeu e Julieta"




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Estava no meu quarto quando alguém bate à porta, demoro algum tempo a sair deste meu estado de letargia. Não me apetece ver ninguém, não quero falar com ninguém e muito menos ouvir mais um sermão. Estou cansado de se meterem na minha vida, principalmente a Mara, sei que a magoei quando lhe disse aquilo, sei que fui longe demais, mas estou sem chão, não sei o que fazer ou pensar. Deixo-me estar onde estou, num dos cantos do meu quarto, encolhido com a cabeça entre os joelhos, mas o "alguém" que está à porta não desiste e continua a bater.

— Não quero falar...deixem-me...- digo alto para que quem quer que esteja do outro lado me ouça.

— Diogo. Sou eu a mãe, posso entrar? Podemos falar?

— Não quero falar com ninguém...deixem-me em paz...por favor...- as palavras saem um pouco engasgadas por conta do meu choro, contudo, isso não impede que a minha querida mãe abra a porta. Bolas! Pensei que tinha fechado a porta, devo ter-me esquecido de a fechar à chave depois que a Rute saiu.

A minha ratinha veio ter comigo assim que me ouviu fechar a porta, estava com uma cara assustada, deve ter ouvido não só a nossa discussão na sala, bem como todo o barulho que fiz no quarto, aliás parece que passou um furacão por aqui. Com a raiva com que estava atirei com tudo para o chão...e quando digo tudo, foi mesmo tudo. Antes  da minha mãe fechar a porta, consigo ouvir o meu pai.

—"Esperamos pela tua mãe. O Diogo hoje é melhor nem aparecer...é melhor ficar no quarto a pensar na vida."

— Também não estava a pensar sair daqui hoje...- disse com um ar de raiva, tristeza, frustração...tudo misturado.

— Diogo...- a minha mãe olha para o quarto, acho que sei o que está a pensar...- espero que tenhas uma boa criada para te arrumar o quarto, porque eu não te vou arrumar isto.

E depois de dizer a última frase desfaz-se numa gargalhada. Acho que estava a pensar que me ia fazer rir, mas sinceramente não tenho vontade, se bem que confesso que se as circunstâncias fossem outras até tinha sido uma boa piada, porque: primeiro nós não temos empregada e segundo eu não dinheiro tenho para mandar cantar um cego, quanto mais para pagar a uma empregada...

— Mãe...- e olho para ela sentindo já uma lágrima a querer escorrer. Ela senta-se na minha cama neste momento, já sem lençóis, e com os abraços abertos chama por mim. Levanto-me do chão, deito-me na minha cama e coloco a cabeça sobre as suas pernas como fazia quando era pequeno. Como tinha saudades destes mimos, mas quando somos rapazes e crescemos começamos a pensar que este tipo de coisas são para meninas, mas posso garantir-vos que mimo de mãe é bom em todas as idades.

— Diogo, sabes que o que disseste à Mara foi muito grave, tu magoaste-a e muito...- quis falar mas ela não me deixou e continuou...- Eu sei, e ela no fundo também sabe, que foi dito no calor da discussão e que tu a adoras...mas sabes o que tens a fazer, certo?

— Eu sei...fui horrível com a Mara. Tu sabes que ela é muito mais que minha irmã... mas eu estou perdido, não sei o que fazer, o que sentir...e ela hoje só sabia me recriminar quando eu precisava era dela ao meu lado, precisava dos conselhos da minha irmã e não das palavras de...

— Vou-te fazer esta pergunta uma vez, e quero a verdade. O que é que fizeste naquele quarto e que deixou a tua irmã tão zangada?

— Eu...- eu não quero dizer-lhe, mas sei que a minha mãe não me vai deixar em paz até o ouvir...Ahhh!! Que se dane vou-lhe dizer, mais sermão menos sermão que importância tem até já devia estar habituado. E sei lá até pode ser que a minha mãe me ajude a perceber o que vai na minha cabeça, mas principalmente no meu coração.- Eu beijei-a. Eu beijei a Madalena, foi isso que a Mara viu...

— Tu beijaste...Diogo ela tem a idade da tua irmã...- eu quero responder mas de novo ela não me deixa continuar...- Tu gostas dessa miúda mesmo, ou é apenas algo passageiro?

— Não sei mãe...eu acho que eu gosto. Pelo menos o André diz que eu estou completamente apaixonado. Eu não sei se é paixão ou se é amor...só sei que me sinto diferente quando estou com ela, quando a vejo...sinto uma necessidade indescritível de a proteger de tudo.- disse-lhe e estava a ser o mais sincero possível. Não sei se era Amor...mas com certeza era algo.

— Mas tu nem a conheces filho...como é que podes estar apaixonado. Viste-a o quê, umas duas vezes.

— Mas aí é que está, eu conheço-a mãe...e quando me apercebi quem era não consegui deixar de pensar nela.

— Diogo não estás a fazer sentido. Como é que podes gostar, amar alguém...seja o que for que dizes estar a sentir, que há horas atrás nem te lembravas quem era.

— Porque...Ai mãe, é uma história muito longa...

— Tenho todo o tempo do mundo...por isso podes começar a falar.

— Lembras-te que há cerca de dois meses fomos de férias para Lisboa visitar os Tios...- E comecei a contar-lhe toda a minha história com a minha "Rainha da Noite" a "Minha Anja".

"Este ano os meus pais decidiram ir passar férias a Lisboa...sim Lisboa...tantos sítios para ir tipo: Paris, Londres, até Madrid seria mais fixe. Mas não o meu pai tinha trabalho e a minha mãe queria passar um tempo com a minha tia e com a minha avó, assim estas seriam talvez as férias mais sem graça dos últimos anos. Fomos apenas os quatro: os meus pais, eu e a Rute. A Mara estaria a trabalhar pois não tinha conseguido férias e o meu irmão iria lá ter por uns dias já que conseguira ter uma folga nos estudos.

A casa dos meus tios não era um palácio (se bem que comparativamente à nossa em Coimbra podíamos dizer que sim, e olhem que a nossa era uma vivenda mediana com piscina e um modesto jardim)...longe disso, mas era o grande o suficiente para todos: os meus pais ficavam no quarto de hóspedes, eu e o Miguel (assim que ele chegasse de Londres onde estava a tirar o Mestrado em Administração) iríamos partilhar o quarto com o meu primo Simão e a Rute iria partilhar o quarto com a nossa prima Gabriela, elas tinham uma diferença de um mês entre elas e muitas vezes pareciam mais gémeas que outra coisa, aquilo que uma fazia a outra ia atrás.

Saímos algumas noites os quatro, se bem que pela Gabi e pela Rute elas saiam todas as noites, mas com alguma diplomacia a minha tia e a minha mãe conseguiam, de vez em quando, convencê-las a ficar algumas noites em casa, o que fazia o meu pai radiante pois não gostava que a sua menina andasse por aí à noite, apesar de não estar sozinha...mas a Rute era a sua princesa, e em vez de saírem a Gabi convidava as amigas para passar o dia com elas o que muitas das vezes levava a passarem a noite também.

Nesses dias, eu e o meu primo aproveitávamos para sairmos sozinhos (e com o Miguel enquanto ele esteve connosco) e foi numa dessas saídas que eu a vi pela primeira vez, era linda: cabelos loiros mas não muito claros e uns olhos verdes como nunca tinha visto. Fiquei verdadeiramente encantado por toda aquela vista, pela maneira que se vestia devia ter uns 17 para 18 anos, estava com um vestido vermelho acima do joelho, umas sandálias altas com salto...e um Bolero de cabedal preto que logo tirou. Tinha um corpo de menina, mas toda uma atitude de mulher...era fascinante olhar para ela.

Naquela mesma noite meti conversa com ela...disse que se chamava Natália e tinha 18 anos...falamos durante um tempo mas ela teve que voltar para as amigas e assim que lá chegou ouvi um verdadeiro coro de gargalhadas. Saímos umas outras vezes, ás vezes com as duas "crianças" outras só nós os três. E se bem que estava sempre com alguma esperança de a encontrar nem sempre isso acontecia. Mas uma noite tive a sorte do meu lado, e quando entramos na discoteca lá estava ela no meio da pista a dançar como se não houvesse amanhã, aquela miúda era verdadeiramente um ser do outro mundo.

De repente ela e mais dois outros miúdos, um rapaz e uma rapariga, vieram ter com o meu primo e perguntaram pela Gabi. Fiquei algo surpreso como é que eles a conheciam, eles eram com certeza mais velhos que a minha prima, no entanto, acabei por esquecer esse pormenor. Ouço o meu primo dizer que ela não tinha vindo e afastamos-nos deles indo para o bar para pedir as nossas bebidas, apesar de ter ficado curioso não perguntei nada. Eles os três continuaram na pista de dança muito animados.

Passado algum tempo o meu primo e o meu irmão, que ainda estava connosco em Lisboa, iria de volta para Londres nos dias seguintes, foram para a pista dançar, contudo eu deixei-me ficar junto ao bar olhando para aquela "criatura" que me fascinava, até que ela se aproximou de mim.

"- Oi, és amigo dele?" Disse ela apontando para o meu primo.

"- Sou...e tu, também és amiga dele?" Não sei porque não lhe disse que era meu primo...mas esta coisa do mistério estava a ser fascinante e excitante.

"- Podes dizer que sim...que o conheço. E então vais ficar aí ou queres ir dançar um pouco?"

"- Isso é um convite...ou uma provocação?"

"- O que achas? Mas se não aceitas, tudo bem...há muito homem por aqui que não vai dispensar isto...- e dá uma volta sobre si fazendo um ar de safada.

A forma como ela me convidou foi engraçada e algo "sexy" e acabei por ir; dançamos imenso mas trocamos também alguns piropos nada de especial nem romântico, ela tinha um lado algo sarcástico que eu adorei. Quando ela se foi embora deu-me um guardanapo, colocou-o no bolso da minha camisa, aproximou-se de mim deu-me um beijo na cara e segredou-me algo como "Não o percas...é algo precioso" não percebi como é que um simples guardanapo podia ser precioso, mas assim que o abri percebi o que é que ela quis dizer: tinha um número de telemóvel escrito. Nessa mesma noite quando chegámos a casa enviei uma mensagem para o número que ela me tinha dado espero sinceramente que seja o dela...

"- Boa noite, Rainha da Noite, espero que este seja o teu número mesmo, e que nenhuma "avozinha" me ligue a dar um sermão. Não seria muito agradável. O teu Precioso D."

Passado algum tempo o telemóvel começa a vibrar (sim estava no vibratório já que eu partilhava o quarto e não queria incomodar ninguém) vejo que é uma mensagem que acaba de entrar e depressa logo a abro.

"- Boa Noite. Rainha da Noite!? Estou mais para princesa...mas gostei da alcunha. Boa Noite para ti também precioso...ou será que serás um sapo disfarçado?"

O sarcasmo desta rapariga deixava-me louco, nunca me tinha acontecido escrever mensagens a uma rapariga que mal conhecia às tantas a manhã, este não era eu. Em relação a este tema de raparigas e namoros sou talvez tímido e bastante reservado. Não sou de namoricos breves, e para namorar tenho que conhecer muito bem a rapariga, acho que por causa deste meu feitio é que só tive uma namorada. Acabo por lhe responder também com algum sarcasmo...

"- Não, não gosto de bichos. Estou mais para um príncipe disfarçado de servente."

"- Um príncipe disfarçado de servente? Não será mais o contrário, um servente disfarçado de príncipe?"

"- Não sei...terás que ser tu a descobrir..."

"- Pois acho que a conversa vai ter que acabar por aqui precioso...a Rainha não fala com subalternos."

"- Hum! Uma Rainha Orgulhosa..."

"- Não apenas cautelosa..."

"- Prometo que nunca lhe faria mal..."

Ela não me responde mais, achei que seria o fim. E não sei porquê fiquei com uma sensação de vazio depois desta nossa troca de mensagens...mas acabei por adormecer sonhando com ela. Acordei com o vibrar do telemóvel, era cedo umas 08h00 da manhã, a sério quem quer que seja vai ouvir-me, estou de férias...e isso significa acordar o mais tarde possível.

"- Bom Dia Precioso. Então vemo-nos logo à noite...ou tens que engraxar os botins do rei, ou será do príncipe? Não espera tu és o príncipe...deves ter muitos duelos a combater."

A sério esta miúda estava a deixar-me louco...nem sei o que sinto, mas sei que não era normal, o que se estava a passar comigo! Se tinha vontade de sair e ir ter com ela? Tinha. Mas hoje seria o último dia do Miguel em Lisboa e aposto que os meus pais me iriam obrigar a ficar em casa e fazer alguma cena em família (tipo um jogo de Pictonary ou de Cluedo...qualquer coisa desde género...o que eu odiava estes jogos neste momento).

"- Hoje o servente não pode...um príncipe de um reino longínquo vai se amanhã embora...e já sabes o servente tem alguns afazeres..."

"- Hum! Acho que a Rainha da Noite vai arranjar outro precioso hoje para dançar...que pena, perdeste a tua oportunidade. Xau"

"- Como é que o servente pode remediar a situação à Rainha da Noite? Por favor de-me mais uma chance...- eu decididamente não estava no meu juízo perfeito."

"- Humm! Tentador, a Rainha vai pensar no seu caso e já o informo..."

"- Estarei às suas ordens minha Rainha..."

O dia foi passando e nada de mensagens, nunca me tinha sentido assim: nervoso, ansioso, frustrado...o que esta miúda me estava a fazer, o tempo passava e nada. Já estávamos a jogar um jogo de Party quando ouço o som de uma mensagem a chegar...

"- A Rainha informa que esta noite também não poderá estar presente na sessão de dança, assim marcaremos outra sessão, terá apenas mais uma chance. Saudações."

Está miúda estava realmente a gostar desde jogo de Rainha e Precioso...e o mais estranho é que eu também. Mas pelo menos consegui aproveitar o resto do serão sem ter a sensação de vazio...

Nas semanas seguintes continuamos com a troca de mensagens e sempre que saía com o meu primo conseguíamos falar um pouco...não muito, e só quando ela via que o meu primo estava longe e distraído. Ainda não tinha percebido o porquê dessa atitude, parecia que tinha medo dele...ou não sei. Falávamos, riamos, dançávamos....e sim trocamos algumas caricias e alguns beijos. Eu estava completamente envolvido por toda esta maluquice.

Uns dias antes das férias acabarem o meu primo percebeu que se passava alguma coisa entre nós (na mente dele passava-se muito mais do que realmente se passava...sim houve troca de carícias, de beijos alguns mais atrevidos que outros...mas nada mais) e a caminho de casa revelou-me algo que me fez querer desaparecer...me fez querer atirar no primeiro poço que encontrasse...afinal a minha Rainha era apenas uma Princesinha e se isso não bastasse era colega da minha prima Gabi. Nem podia acreditar no que ele me disse, ela tinha a idade da Rute ela era menor...enganou-me...como é que eu caí na lábia dela...entrei em casa e fui-me deitar. Fingi que dormia mas a verdade é que passei a noite toda acordado, desliguei o telemóvel pois ela começou a mandar mensagens e naquele momento tudo o que eu menos queria era falar com ela. Acabei por adormecer...

No dia seguinte tinha a caixa das mensagens cheia...apaguei todas as mensagens dela sem as ler e bloqueei o número. Não queria ter problemas, ela era menor e fosse o que fosse que eu sentia por ela estava determinado a esquecer. Assim e ao contrário do que normalmente eu sou, saia todas as noites, dançava como um doido, e sim bebi...e muito. Bebia para conseguir esquecer e para me libertar...bebia porque era a única coisa que me fazia esquecer dela.

Numa das últimas noites a Gabi e a Rute quiseram sair à noite. Contudo, o meu pai não deixou a minha irmã ir (o que eu em silêncio agradeci e muito, não queria de forma nenhuma encontrá-la) era tudo o que eu menos me apetecia...e depois eu tinha quase a certeza que se a Gabi queria sair era muito provável que ELA lá estivesse. Mas o meu tio acrescentou de seguida que a Gabi só iria se eu e o meu primo fôssemos...e claro que tive uma gaiata em cima de mim quase a implorar-me para vir, e o que acham que fiz? Acabei por ceder, contrariando a minha vontade, mas lá fui.

E foi nessa noite que tudo aconteceu. Quando chegámos à porta ela já lá estava, e foi nessa noite que eu conheci o "namorado". Foi também nessa noite que ela percebeu o porquê de eu simplesmente ter deixado de responder. Quando estava no bar a minha Rainha tentou falar comigo, tentou explicar-se. Uma coisa eu não podia negar ela era esperta e logo entendeu que eu sabia quem ela era, e que ela era menor. Mas também foi nessa noite que eu a beijei pela primeira vez, que a beijei com a certeza que ela seria para sempre a minha "Rainha da Noite", naquele hospital, depois do que aquele animal lhe fez, antes dos pais aparecerem no quarto de hospital...eu beijei-a como nunca antes o tinha feito..."

— Foi isto mãe, quando eu percebi que ela afinal era menor eu decidi esquecê-la...mas acho que não fiz um bom trabalho...porque cada vez que a vejo sinto algo aqui dentro. Cada vez que tento afastar-me existe sempre algo que parece que nos junta.

— Como assim Diogo?

— Mãe quais são as probabilidades de ela vir para Coimbra morar depois do que aconteceu em Lisboa, de ter sido eu a encontrar, do caloiro que eu ajudei ser irmão dela.

— Já percebi...Diogo já pensaste que talvez tudo isso seja um sinal? Que talvez vocês esteja destinado a estar juntos? Não agora, mas talvez num futuro próximo.

— Mãe não me estás a ajudar...só me estás a confundir mais...

— A única coisa que eu sei filho é que tua estás sim apaixonado. E estás a sofrer porque não podes estar com ela. Deixa a poeira passar, quando ela se recuperar falas com ela.

Talvez a minha mãe tenha razão, neste momento apenas eu a reconheci. Ela ainda nem me viu, vou deixar ela recuperar e depois falo com ela. Depois de falar com a minha mãe, os meus olhos pareciam que tinham levado um murro. Sentia-os inchados e cansados. Expliquei ainda que não a reconheci pois ela pintara o cabelo, a minha Rainha tinha cabelos dourados, mas a Madalena de agora estava com cabelos castanhos alourados, a minha mãe não me disse mais nada, deixou-se apenas estar ali a massajar os meus cabelos e eu acabei por adormecer. Sim e a sonhar com ela...afinal nos sonhos tudo é possível e ninguém manda nos sonhos.

 


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