Spotted: Behind the Gossip escrita por naymeestwick


Capítulo 8
Capítulo 7 - Entitled mine


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez, eu estou atrasada, mas não se preocupe. Os dois últimos capítulos que saíram serão postados agora! ♥



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Tradução: Intitulado meu

I liked it in the dark, feeling all around 'til I fell and stumbled, but now I've got a spark, gonna light a fire and watch it crumble. I wasn't free, always in a cuff, no more asleep. Now I woke up too. / Eu gostei disso no escuro, sentindo tudo até que eu caí e tropecei. Mas, agora eu tenho uma faísca. Vou acender o fogo e vê-lo desmoronar. Eu não estava livre, sempre nos dos bastidores. Mas, eu não estou mais dormindo. Agora eu acordei.

(Leighton Meester, Entitled)

 

O alarme disparou às 7 da manhã. Isso significava que eu tinha menos de uma hora para estar no set. Ainda com os olhos fechados, espreguicei-me. Havia sido uma noite e tanto. Meu corpo ainda estava abalado, todas as sensações ainda eram muito recentes. Não precisava me esforçar muito para ter a perfeita lembrança daqueles lábios junto aos meus. Daqueles olhos profundos que estavam o tempo todo vidrados nos meus. As mãos macias que acariciavam minha pele com delicadeza e a apertavam com firmeza nos momentos e lugares certos.

Ainda estava com os olhos fechados e as lembranças de seu rosto iluminado por um pequeno fio de luz que vinha de fora, atravessando as gotas da chuva e refletia diretamente em seu olhar. Nossas respirações eram tudo que conseguíamos ouvir. Era um misto de exaustão e ansiedade. Não havia como parar. Não havia como esquecer. Não havia como relutar.

Tudo caminhava com perfeição, até que algo monstruoso e tenebroso ameaçou roubar minha paz. Tinha dúvidas sobre o que aquele pesadelo representava na minha vida. Um aviso ou apenas a manifestação do medo de me entregar a alguém? Eu não sabia identificar. E aconteceu novamente.

— Olha o que você fez! Você destruiu minha vida. — Gritei desesperadamente, observando o estrago feito por aquele demônio que assombrava minha vida.

— Eu te avisei. A culpa é sua! Eu avisei. Você é uma estúpida! — Foi tudo que eu ouvi antes de sentir minha garganta fechar e o ar desaparecer. Eu estava me afogando em minhas próprias lágrimas. Tudo era escuro, nublado, tumultuado. — Edward!!!! — exclamei em voz alta, porém não estava mais sonhando.

A realidade me invadiu com um soco no estômago quando eu olhei para o lado e Ed não estava lá. Estreitei os olhos para protegê-los da claridade. Onde ele estava quando o pesadelo retornou? Senti meu coração alcançar a boca em menos de um segundo. Eu não acredito. Senti meus olhos queimarem e as lágrimas ameaçarem rolar. Mas, eu não entendia porque estava me sentindo tão devastada. Aquele sonho tinha sido tão real. Durante a madrugada, ele estava ao meu lado. Mas, naquela manhã, ele não estava mais e eu me senti estranhamente sozinha. De repente ele está procurando algo para comer. — Pensei O lado que ele passou a noite ainda estava aquecido e com o cheiro dele. Uma esperança invadiu meu coração e eu levantei rapidamente e corri para a sala. Ela estava vazia. Não havia um rastro. Por alguns segundos, imaginei estar louca.

Voltei para o quarto com os ombros e o olhar caídos. Senti um frio atingir o meu corpo e acho que ele invadiu minha alma, porque eu estava gelada por dentro. Para que tanto drama? — Eu perguntava para mim mesma. Você passou os últimos dois anos saindo com caras que nem tinham nomes. Eles nem ao menos dormiam ao seu lado e você torcia para que eles fossem embora em menos de uma hora. Mas, com Ed, eu sentia algo completamente diferente. Ele não era só mais um cara. Ele não devia estar pronto para se jogar naquele abismo, por isso ele se foi. Sem nem ao menos avisar que estava indo. Me senti usada. Se arrependimento matasse, eu não existiria mais. Nada havia ficado concreto entre nós naquela noite, por isso eu não deveria esperar ser acordada com café na cama e flores. Você está mesmo criando expectativas? Você não aprende mesmo. Que vergonha! Vergonha de mim, de você, Ed. De nós dois.

I'm an amnesiac, forgot what it's like, to be happy. Some kind of maniac, that'll follow you around when I know you don't want me. I was so blind, don't ask, don't care. Open my eyes, now I see, there's something that I've been entitled to for too long, too long, too long... Something that I've been missing, uh-oh-ohh. Shame on you, but shame on me, too

Eu sou um amnésico, esqueci o que é ser feliz. Algum tipo de maníaco, que vai segui-lo quando eu sei que você não me quer. Eu estava tão cega, não pergunte, não se importe. Abro os olhos e agora eu vejo que não há algo que eu tenha direito há tanto tempo... Algo que eu estou perdendo. Que vergonha de você. Que vergonha de mim, também.

(Leighton Meester)

Espantando meus pensamentos, caminhei até o banheiro com passos lentos e deparei-me com o meu próprio reflexo no espelho. Leighton, você parece derrotada. Foi apenas uma noite, não pode ser tão importante. — Abri a torneira e deixei a água escorrer — Eu não podia questionar ou cobrar coisa alguma. Não queria fazer cena, nem mostrar que estava sentida com algo. Precisava ser fria. Eu tinha uma opção... — Enfiei a mão na água fria — Fazer o que eu fazia melhor. — Atirei o líquido em meu rosto sem nenhum pudor. — Ser uma atriz. — Encarei-me novamente, mas agora eu tinha um novo olhar. O olhar que me pertencia. Estava na hora de jogar aquela sensação de impotência ralo abaixo. Você não conhece a verdadeira Leighton? Aprecie.

Em menos de uma hora, eu já estava dentro do carro particular da emissora. Impecavelmente dentro de um conjunto composto por uma saia cinza escuro com cós intermediário e com o comprimento nos joelhos, que se alinhava perfeitamente ao meu corpo e me garantia curvas delimitadas. Combinadas com uma blusa de listrada de mangas compridas e golas italianas por baixo de um belo blazer de camurça preto.

Tive muita sorte por não encontrar ninguém que fizesse meu estômago ficar embrulhado, antes do café, no estúdio principal. Tudo estava em silêncio, pois parte dos outros integrantes do elenco estavam fazendo ensaio e ambientação das cenas do meu aniversário —Ops! da Blair— que seriam gravadas ainda naquela semana em uma cobertura muito elegante e bem decorada. Por outro lado, eu faria uma externa. Faríamos apenas uma cena e, para isso, havia uma mobilização enorme para a equipe preparar o espaço para realizar as produções, como retoques, ensaios, pequenas reuniões e todas as praxes de um dia de gravação comum. Eu me produzi no estúdio e fui com o carro da emissora para a locação.

Aquela manhã estava inteiramente reservada para uma externa com Ed. Era o pior momento para evita-lo, mas eu teria que tentar. Principalmente enquanto não estivéssemos gravando. Apenas uma manhã e eu voltaria para a tranquilidade das filmagens em grupo. Parecia que eu já tinha visto aquela cena, eu estava irritada novamente com Ed, a diferença era que estava de dia. Eu acho que estava vivendo um ciclo.

Quando o carro encostou próximo à entrada do pequeno hotel Huston, eu não saí do carro. Meu telefone tocou.

— Leigh, você está perdendo a sua festa! — Blake gritou por cima da música alta. Eu ri daquela piada.

— B, que farra é essa? Me esperem! — Falei emotiva — Eu daria tudo para estar com vocês agora. — Minha voz ecoou fraca ao final da frase e eu encarei meus próprios pés, sozinha no carro. O motorista havia saído para fumar.

— É quase isso... Estamos estudando Guitar Hero — Ela riu, provavelmente de algo que viu enquanto falava. Estudar Guitar Hero? Isso, com certeza, era ideia da Stephanie. — com a Stephanie e a Jennifer (preparadora de elenco) aqui. — Eu sabia! — Estou aproveitando para dar um banho na Jessy. Nasci para jogar esse jogo. — Ela riu novamente. Quanta animação... Revirei os olhos.

— Parece estar sendo tão divertido! — Senti uma pontinha de inveja por estar em uma situação bem tensa. — Como eu não posso estar na minha própria festa? — Ironizei para amenizar o drama.

— E a gente ainda ganha por isso! — Ela falou animada — Mas, daqui a pouquinho você vai estar aqui conosco.

— É... — Observei a movimentação na rua. — Então... Jessy? Quando vocês se tornaram tão próximas? — Fiz um biquinho enciumado.

— Ela é uma pessoa muito bacana, Leigh. Ainda não entendo como você não gosta dela.

— Ela é uma falsa — Retruquei.

— Mas, ela parece ter mudado e está querendo consertar as coisas do passado com você.

— Consertar? De onde você tirou isso? — Fiquei realmente intrigada — Ela não mudou nada. Se eu te contar o que ela aprontou você não vai acreditar. — Meu tom de voz se alterou ao lembrar do plano que ela armou para conquistar a confiança de Ed. — Mas, de onde você tirou essa história de que ela está tentando consertar as coisas do passado?

— É uma longa história... — Ela disse e eu franzi o cenho por saber que havia uma "longa história" por trás daquele discurso sem sentido. — Mas, podemos falar sobre isso mais tarde, no almoço. O que acha de nos encontrarmos no Eleven Madison Park? A gente aproveita o tempo da reunião dos chefes para colocar o papo em dia.

— Esbanjando todo o pagamento? — Ri, divertindo-me com a escolha de Blake para o almoço — Com certeza estarei lá, estou mesmo precisando de uma distração. Estou muito tensa. — Apenas emocionalmente.

— É claro! Afinal, para que servem os salários se não para esbanjar. Te encontro às 13h?

— Com toda a certeza. Assim que acabarmos aqui, vou para o Main me trocar e nos encontramos. Eu não vejo a hora disso acabar. Estou escutando os gritos de Josh daqui.

— Nossa! Então vai ser bem pesado hoje, ele está assim desde semana passada. Mas, pensa pelo lado bom, o Ed está com você. Um rosto amigo sempre faz bem. — Se o sarcasmo dela atravessasse o telefone, sairia da boca dela e daria um tapa na minha cara.

— Não quero ouvir esse nome. — Tentei manter meu tom de voz brando para não me entregar. Doeu dizer aquilo depois de passar uma noite inteira gritando por ele no ápice do meu prazer.

— Ainda com essa paranoia, Leigh? Achei que o Ed tinha ido conversar com você para se desculpar. — O som parou e a voz dela continuou em tom alto. E, para nossa infelicidade, o Penn escutou.

— Você está falando com a Leigh? — Ouvi sua voz ao fundo.

— Sim, mas ela vai gravar. — Ela falou porque sabia o quanto Penn gostava de bater papo. Blake tinha um tom de hesitação na voz.

— Bla, que história é essa que eu ouvi? — Ele continuou falando — Então, o Ed saiu ontem para ir para à casa da Leigh? — Ele não sussurrou. — Então é verdade o que andam falando? — Hello!!! Eu estou ouvindo. Estão falando do quê? Que confusão!

— BLAKE! — Berrei do outro lado da linha visivelmente atônita.

— Depois a gente conversa, ela tá aqui no telefone. — Ela sussurrava tão alto quanto um megafone. — Oi! Desculpe, era o Penn. Sabe como é, né? Veio dizer que estava com saudade. — Que falsidade! Achei melhor me fazer de desentendida.

— É! — Fui curta e um tanto dura. — Tenho que ir. — Desliguei sem dar tchau. No almoço ela iria me explicar cada detalhe daquela história. As pessoas sabiam que o Ed iria para a minha casa? Preferi fingir que havia escutado errado.

Será que não teria fim? Minha vida estava tomando um rumo muito estranho. Primeiro, eu sou repreendida na frente de toda a equipe ao parecer ter passado a noite com o Ed. Depois, as pessoas falam mal, me apontam e me acusam de algo que eu não tinha feito. Mais tarde, a gente se beija na gravação. Depois, eu começo a nutrir um milhão de sentimentos por ele, a troco de nada. Agora, a cada novo encontro, as tais borboletas fazem um estrago no meu estômago. Quando eu sei que ele está com a Jessica, sinto vontade de estrangular os dois. Então, eu vou a uma revista conceituada para fotografar e ser entrevistada e sou atacada "moralmente" por algo que eu fiz e não sei. No dia seguinte, eu me deparo com o motivo da minha decadência parado na minha porta. E tudo desce por água abaixo de vez...

Por que todos estavam mentindo e escondendo coisas? Aquilo era tão sem sentido que me assustava. Decidi vasculhar a internet, procurando pelo meu próprio nome no Google, mas não encontrei nada fora do comum: meus trabalhos recentes e notícias sobre Gossip Girl. Então, resolvi procurar por Ed e encontrei algo que me deixou ainda mais estarrecida e confusa.

"Você conhece Ed Westwick? O ator revelação da série Gossip Girl passa a manhã com colega de elenco na cafeteria Starbucks, 280 Park Ave, New York."

Gelei.

Será que estavam falando de nós?

Espera! — Disse a mim mesma. — Nós estávamos no Au Lait. no bairro Brooklyn Heights, bem longe de Manhattan. Apertei os olhos enquanto pressionava a seta do teclado do meu V3 cinza para baixo. Mas que filho da... — Falei em voz alta quando vi a foto — Senti minha respiração ficar pesada e meu estômago se revirar ao ver Ed muito elegante, com um cachecol azul por cima da jaqueta de couro marrom que cobria uma long sleeve preta e jeans claros. Seus cabelos estavam lisos e bagunçados, do jeitinho que eu gostava, diferente de como faziam na série. Ele jogava os fios para trás e eles se desencontravam, fazendo uma bagunça natural e perfeita. Ele estava com o aquele olhar charmoso e atraente. Certamente, seus olhos castanhos claros estavam esverdeados por conta do dia nublado. Senti uma saudade apertar o meu peito e uma dor ainda maior por ver que todo aquele charme era para outra pessoa. Jessica estava sorridente do outro lado da mesa que ficava na parte externa do Café. Parecia plena e visivelmente animada. Com razão. Senti vontade de procurá-la e fazê-la engolir aquela foto junto com o meu relato da noite anterior.

Ai, que inferno! — Resmunguei jogando a cabeça para trás e fechando os olhos com a esperança de colocar todos os pensamentos em ordem. Sentia raiva dele e vergonha por ter me entregado daquela forma. Sentia raiva da Jessica por estar fazendo de tudo para envolvê-lo naquela teia de enganação. E, principalmente, sentia raiva de mim, porque, de alguma forma, eu acreditava ter algum direito sobre ele, depois de tudo que vivemos naquele domingo, e sentia medo de perder. Neste exato momento, ainda com os olhos fechados, eu ouvi a porta do carro bater. Abri o olho direito e poupei o esquerdo. Eu já sabia o rumo daquela história.

— Ainda bem que o seu anjo da guarda chegou. — Que audácia! Fitei-o furiosamente e ele percebeu, provavelmente ligou todas a peças daquele quebra-cabeças, porque a culpa estava estampada na cara dele. Junto com aquelas sardinhas lindas... Não perca o foco, Leighton. Seja firme! Não pronunciei uma palavra sequer. Apenas escorreguei para o lado e saí do carro. — Leighton! O que é isso? — Ele berrou de dentro do automóvel.

Virei-me lentamente, quase como em uma cena cinematográfica. Em seguida, abaixei-me e encarei-o pela janela do carro. Estreitei os olhos e projetei uma expressão sarcástica. Blair teria orgulho.

— "Isso" é o que eu deveria ter feito na semana passada.

— Eu não estou entendendo. O que deu em você do dia para a noite? — Ele pousou os dedos sobre a janela semiaberta.

— Pergunte a você mesmo! — Desviando o olhar, vasculhei a bolsa que estava com meus acessórios e peguei a tiara preta com um pequeno véu da mesma cor que eu usaria naquela cena. As tiaras eram a assinatura da Blair e quando eu as usava, adquiria esse poder. — Eu não sou idiota, Edward. — Coloquei a tiara na cabeça e ergui uma sobrancelha. Ele hesitou e não ousou dizer nada. — Enquanto você acha que pode brincar comigo, eu já te coloquei no baú. — Caminhei com um ar de plenitude ignorando sua feição assustada. Ele havia ficado chateado, mas eu precisava pensar em mim.

— Quê? — Ele abriu a porta desesperado e saltou do carro, correndo para me alcançar. — Leighton, o que você tem na cabeça? — Ele segurou meu braço com força e eu puxei, tentando me soltar, em vão. — O que eu fiz? O que eu posso fazer para resolver? Fala comigo! — Ele parecia desesperado.

— Eu não quero falar com você. — Com um movimento brusco, consegui me soltar e virei-me, a fim de encará-lo. — Não encosta mais a mão em mim! — Falei pausadamente para que não ficassem dúvidas. — É só isso que eu quero de você. — Vi seus olhos perderem o brilho. Ele cerrou os lábios e encarou-me, sério. Eu desviei o olhar, sentindo as farpas das minhas últimas palavras fincarem em meu coração. Senti uma vontade imensa de chorar, meus olhos ardiam, mas eu me mantive firme. Sem nada demonstrar.

Voltei a caminhar lentamente. Ainda saboreando o gosto amargo do que havia sido dito. Ed não tentou me impedir, não disse uma só palavra. Também não se mexeu. Ficou parado como uma estátua, com as mãos nos bolsos, fitando o vazio. Não sei o que ele pensava. Se estava arrependido por ter saído cedo para se encontrar com a Jessica ou se estava realmente magoado com aquela situação toda. Não sabia se ele tinha um plano ou o que ele pretendia comigo. Mas, para uma pessoa como eu que enfrentou o que eu enfrentei com apenas 17 anos, aquilo era muito pouco. Se ele queria brincar ou se pensou que poderia me dizer coisas bonitas e depois ir embora, deixando-me triste e desolada, que continuasse pensando que tinha esse direito. Eu não era uma amadora nos jogos do coração.

Já passava das dez da manhã, quando começamos a gravar. Após conversarmos um pouco e acertarmos alguns detalhes com Josh e a diretora do episódio, iniciamos a cena externa.

— Atenção, Meester. — Disse Lee Shallat-Chemel, a diretora do episódio 1X08 que estaria conosco durante toda aquela semana, com um megafone, do lado de fora da igreja onde nós estávamos gravando algumas cenas naquele dia. Um amor de pessoa, por sinal, ela deixava o ambiente mais leve. Eu estava atrás de uma porta de madeira grande e quase não conseguia escutar o que vinha de fora. Por sorte, havia dois assistentes de gravação ao meu lado com seus fones, conduzindo-me para que tudo acontecesse na hora certa e para me passar as informações que vinham de fora. Rapidamente, me colocaram na posição inicial e deram uma explicação rápida sobre quais seriam meus primeiros passos. Concentrei-me completamente neles e agradeci quando Mercy fez um retoque de 30 segundos na minha maquiagem.

— Obrigada, pessoal. Estou pronta! — Falei ignorando todos os problemas anteriores. Não queria me desconcentrar com nada que não valia à pena. Não era mais Leighton Meester, era o momento da Blair Waldorf.

— Ação! — Lee ordenou com voz firme.

As portas se abriram e por elas eu passei como uma rainha. O roteiro dizia "Blair para, substitui a tiara por óculos escuros e sorri com ar de alívio". Na cena, eu havia acabado de confessar para um padre todos os pecados da noite "anterior" na limusine com Chuck. Na vida real, eu precisava fazer o mesmo. De repente eu me sentiria tão leve comigo mesma quanto a Blair estava se sentindo naquele momento. Leve e sem culpa. Ao sair da igreja, fiz exatamente como pedia o script. Sair, andar, sorrir, expressar. Mesmo tendo feito tudo certo, a diretora pediu que repetíssemos porque ela queria a cena de vários ângulos. Assim fizemos. Após o 7º take, passamos para a cena que era chamada de 003 e eu ia dividir com o Ed. Chuck. Foco, Leigh. Não é ele, é o personagem, não misture. — Disse a mim mesma enquanto me concentrava. Depois de esperar alguns acertos, eu voltei a colocar os enormes saltos agulha e firmei os pés no chão para não desequilibrar.

— Atenção, Meester — Lee gritou novamente — Ao meu sinal, você vai descer a escadaria e atravessar a rua. Faremos uma cena ininterrupta até você chegar àquela outra calçada. — Ela apontou o trajeto com o dedo indicador até parar na calçada que ficava do outro lado.

— Certo. — Confirmei com o polegar.

— Ok — Ela olhou e mexeu em alguns papeis — Ação!

Desci as escadarias com cuidado para não quebrar os saltos que estavam me matando. Como o esperado, eu me desequilibrei e quase estraguei aquela belezinha que eu estava calçando. Depois disso, perdi a concentração e isso resultou em uma sequência de falhas de todos os tipos. Era para ser apenas uma caminhada até o outro lado da rua.

Depois de chegarmos ao take 22, a diretora sugeriu uma pausa e pediu para que levassem água para mim. Josh estava ainda mais irritado pelo atraso da gravação. Nós tínhamos até as 11:30 da manhã para liberar a rua. Naquele momento, já eram 11:15 e não havíamos gravado nem metade da cena 003.

Agradeci quando Tracy, uma das assistentes de produção, me entregou um copo de água. Minha garganta estava seca.

— Leightooon... — Josh falou resmungando enquanto se aproximava — você não tem se esforçado muito nos últimos dias — Ele colocou as duas mãos nos meus ombros.

— Desculpe, Josh. — Baixei os olhos — Não tenho estado muito bem nos últimos dias e olha para esses saltos... — Mesmo que eu tenha feito inúmeros desfiles com saltos imensos nas aulas de personificação da série, naquele dia eu me sentia um pouco desestruturada e isso claramente refletia externamente.

— Nós vamos tentar de novo, eu consegui mais uma hora de locação. Por favor, seja a atriz maravilhosa que sempre foi e passe por cima dos seus problemas. Eu sei que você é capaz! — Ele apertou minha mão de leve para me encorajar. Por trás dos chiliques, ele era uma das melhores pessoas com quem eu havia trabalhado.

— Obrigada! — Sorri com carinho.

— 15 minutos e retornamos sem pausas. — Ele falou andando para perto da diretora.

Para me concentrar, eu fechei os olhos e pressionei as têmporas. Isso sempre me ajudava. Uma lágrima escorreu pelo meu olho esquerdo, fazendo uma marca sobre a maquiagem. Limpei com cuidado, ainda com os olhos fechados, e quando abri, vi Chace e Ed correndo em minha direção. Cada vinha de um lado e chegaram juntos.

— Leigh, você está bem? — Os dois falaram ao mesmo tempo. Foi uma cena engraçada. Fiquei feliz pela preocupação de ambos, mas me alegria passou com Ed tocou meu braço.

— Não! — Falei sacudindo os braços e olhando para os dois — Preciso de espaço — Sinalizei para que eles se afastassem. — Vem, bro! Tudo que eu precisava hoje era encontrar você. — Falei sem olhar para Ed. — Com licença! — Falei em tom de arrogância e lancei um olhar furioso. Em seguida, Chace e eu saímos de braços dados e começamos a caminhar

— Maninha, não é de hoje que estou vendo você agir de forma estranha. Você costumava ser tão animada, brincalhona, profissional e concentrada. Mas, agora não consigo encontrar isso em você. — Ele disse de maneira muito carinhosa e doce, como sempre fazia, enquanto segurava minhas mãos e acariciava com os polegares.

Eu abaixei a cabeça e encarei meus próprios pés em uma sapatilha de pano azul. Senti o vendo frio tocar minha pele e respirei fundo, tentando encontrar as palavras certas para responder algo concreto para o meu amigo.

— Eu errei de novo! — Falei com a voz embargada — Eu abri meu coração e já me ferrei. Será que eu nunca vou aprender? — Franzi a testa como se questionasse a mim mesma. Ele ficou em silêncio escutando, porque sabia que eu costumava desabafar de uma vez só. — É por isso que eu me fecho, sabia!? Tenho feito isso durante os últimos anos, mas dessa vez foi diferente, achei que era o cara e que eu estava pronta para seguir em frente. Eu simplesmente me deixei levar e quebrei a cara. Estou tão envergonhada... — Falei com a voz fraca e voltei a mirar os meus pés, sentindo medo do sermão que eu estava prestes a escutar.

— Quem é esse cara? — Ele disse um pouco alterado.

— Você não conhece. — Tentei rebater para não continuarmos aquele assunto.

— Não vai me dizer que é o...

— NÃO! — Falei mais alto que o normal observando uma veia que saltava em sua testa. — Você ficou louco? — Diminuí o tom para que ninguém pudesse nos escutar — Seria um suicídio. Acho que eu nem estaria aqui conversando com você agora.

— Não fala isso, Leigh. Vira essa boca pra lá! — Ele tampou minha boca com a mão — Ele não te procurou mais, né!? Porque se ele aparecer, eu juro que vou dar um jeito nele. Nem que tenha que custar minha própria vida. — Ele cerrou os punhos e estreitou os olhos.

— Para de falar essas coisas... — Fiz bico, irritada — De qualquer forma, parece que ele sumiu de vez. Não precisa bancar o Super-Homem. Depois que eu comecei a trabalhar aqui, ele nunca mais deu as caras. — Respirei fundo.

— É bom mesmo! — Ele falou com um tom convencido — Minha princesa, — Ele acomodou meu rosto em suas mãos e falou olhando-me nos olhos — eu acho que você só está com medo de viver tudo de novo. Por esse motivo, você está procurando defeitos no cara para se convencer de que nenhum homem presta mais. Por que você não dá uma chance? — Ele falou com calma.

— Pra ele, não! — Fui firme e direta.

— Não é para o cara, seja ele quem for... — ele deu de ombros — Dê uma chance para você mesma! — Ele soltou meu rosto e voltou a segurar minhas mãos. Eu fiquei sem saber o que dizer e ele continuou — Apague da sua mente tudo que você viveu no passado com Phillip e pense em si mesma. Coloca nessa cabecinha que você merece ser feliz depois de tudo que aconteceu. — Depois de falar, ele beijou minha testa com carinho e me abraçou. Nesse momento, olhei para trás e vi Ed, ainda parado no mesmo lugar, encarando-nos descaradamente. Encarei-o de volta sem disfarçar e imaginei se eu deveria dar a minha única chance de ser feliz nas mãos dele e se ele realmente merecia uma segunda chance depois daquela manhã insuportável.

— Vou pensar com carinho nisso. — Voltei os olhos para Chace, que estava trocando mensagens com alguém. Seus olhos azuis estavam iluminados. Aquela reação despertou minha curiosidade, mas preferi não dar muita atenção ao fato.

— Faça isso! — Ele sorriu — Agora vai lá e arrasa, Blair Waldorf! — Falou animado. Eu sorri e comecei a caminhar pelo caminho de volta. — Ei, Leigh, eu te amo.

— Eu também te amo. — Falei em um tom mais elevado para ele me escutar por cima do barulho. Acelerei o passo e vi o Ed conversando com duas assistentes de produção, muito animado. Claramente, ele não estava sentindo o mesmo vazio que eu. Muitas dúvidas pairavam sobre a minha cabeça.

Felizmente, faria uma cena de briga com ele, não precisaria ter contato físico. Nem preciso dizer que eu fiz isso com os pés nas costas. Meu único problema foi conter a vontade de estrangulá-lo bem ali.

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Após a gravação, voltei para o Main para me trocar e retirar a caracterização. Na viagem de volta para o estúdio, Ed e eu viemos no mesmo carro, mudos um ao lado do outro. Ainda sofrendo com a atração que sentia por ele quando estava perto, ainda sentindo o frio na barriga e uma certa ânsia por estar próxima dele e não poder tocá-lo.

Quando chegamos ao destino, eu saí na frente e corri, literalmente, para dentro. Passei pelo extenso corredor que levava aos camarins e às salas dos produtores. O estúdio Main era o que chamávamos de principal, pois era onde ficavam todo o nosso figurino, os materiais e equipamentos de gravação, os camarins personalizados e os cenários da cobertura da Blair, loft dos Humphrey, partes da casa do Nate, o quarto da Serena e a suíte de Chuck. Por isso, nós passávamos boa parte do tempo lá e eu realmente me sentia em casa.

Tranquei-me no camarim das meninas e encostei na porta, ofegante pela corrida. Respirei fundo e comecei a retirar a roupa com cuidado. Tirei cada peça, me enrolei em um robe de seda bege e calcei meus chinelos. Procurei a capa para guardar as peças em segurança pois, no dia seguinte, usaria de novo para gravar outras cenas do mesmo dia (na série). Depois, caminhei até o espelho e comecei a remover a maquiagem. Meu cabelo já estava sem volume por causa da umidade, por isso eu não me preocupei em arrumá-los. Depois do almoço, eu iria para o estúdio 2 para me unir aos demais membros do elenco, para fazer a ambientação da festa e ensaiar minhas cenas. Inclusive as cenas românticas com o Ed. Irritei-me ao lembrar. Mas, desviei os pensamentos e abri o celular para avisar Blake que eu estava prestes a sair. Na verdade, eu não tinha colocado a roupa, mas como Blake costumava se atrasar, preferi apressá-la.

Continuei respondendo algumas mensagens e assustei-me quando alguém abriu a porta que estava trancada. Com o susto, saltei da cadeira, colocando-me em pé em menos de um segundo. Senti uma mistura de tensão e alívio quando o vi. Tão lindo, com os mesmos trajes de mais cedo, quando a foto do tal site foi tirada. Queria ter passado por ele e saído do local, mas uma força maior fez com que minhas pernas não se movessem.

— Leighton, não grita! — Ele falou e bateu a porta atrás dele. Era realmente o que eu queria fazer — A gente precisa ter uma conversa séria e vai ser agora. — Ele falou em um tom autoritário e sério. Percebi que ele parecia tenso. Lembrei das palavras de Chace e concluí que realmente precisávamos falar sobre tudo que estava acontecendo entre nós. Mas, dessa vez, longe da cama.

— Então fale e seja breve, porque tenho um compromisso e já estava saindo. — Falei sem perder a compostura e sem demonstrar vulnerabilidade. Ele deu uma boa olhada em mim.

— E você vai fotografar para a Victoria's Secret?

— Ai, meu Deus! Que vergonha. — Falei quando me dei conta de que estava com o robe semiaberto e parte da minha lingerie estava à mostra. Em seguida, ajeitei-o e fiz um nó bem apertado.

— Não sei porque sentir vergonha se nós já tivemos muito mais um do outro.

— Esse é o motivo da minha vergonha. — Falei entre os dentes e ele estreitou os olhos, intrigado.

— Vergonha? É isso que eu sou pra você depois de tudo que aconteceu ontem? — Ele falou, magoado.

— Quem é você para exigir algum tipo de consideração pelo acontecido? — Cruzei os braços e olhei em seus olhos, esperando que ele percebesse o quanto eu me chateei por acordar sozinha e saber que ele tinha saído para se encontrar com a Jessica. — Ed, quer saber? Eu não quero mais falar sobre isso. — Falei com ar de cansaço na voz — A gente não começou nada e já estamos estressados um com o outro. Vamos passar uma borracha nisso, ok!? — Desviei o olhar, como quem dá de ombros, e esperei que ele me ouvisse.

— Então é assim, Leighton? — Ele começou a caminhar lentamente em minha direção — Em uma noite, você diz estar se sentindo como se estivesse no céu e agora vem me dizer que devemos passar uma borracha em tudo que aconteceu e ignorar o fato de estarmos visivelmente atraídos um pelo outro? — Ele estava cada vez mais próximo e eu já podia sentir a tensão em meu corpo.

— É exatamente isso! Nós fizemos apenas sexo, Ed. Não foi um casamento. É completamente normal para pessoas como você e eu. Aposto até que você tem mais um monte de casinhos como o nosso. Ontem já passou. Hoje é um novo dia. Viva ao sexo casual e à juventude! — Falei em tom sarcástico e sacudi as mãos em uma espécie de comemoração forçada.

— Não foi casualidade, Leighton. Foi algo maior e mais intenso. Algo que eu não sei explicar... Uma espécie de magia que rolou entre nós — A imagem dele sorrindo com carinho para Jessica depois de viver o que ele chama de "magia" me fez pensar no quanto aquilo soava falso. Me senti enganada.

— Magia? Ed, para de ser dramático! Esta conversa não vai a lugar nenhum. Vamos deixar as coisas como estão. Por favor, me esquece e tira a palavra "nós" da sua boca. Porque nunca vai acontecer! — Senti um aperto no peito quando disse aquilo. No fundo, eu queria dizer que o queria, com toda a minha alma. Mas, não queria estar sujeita àquilo. Meu psicológico estava completamente abalado a ponto de eu me sentir enciumada ao imaginar que ele pudesse estar dormindo com outras pessoas. Tudo que eu queria dizer era que ele era meu e que eu ia fazer de tudo para mostrar isso ao mundo. Mas, eu não podia. Aquilo tudo era uma prévia do que minha vida viraria dali pra frente, uma grande confusão causada por uma decisão errada. A verdade é que eu sentia medo e estava sendo covarde comigo mesma, porém, achei que o melhor a fazer naquele momento era esquecer o que passou e fingir que foi apenas um sonho.

— Leigh... — Ele tocou meu braço e eu desviei o olhar.

— Vai embora, Ed!

— Leighton, se você acha que eu vou sair daqui, só pode ter perdido a cabeça em algum lugar. — Ele tocou meus ombros de leve e eu senti um arrepio invadir meu corpo. — Quando eu disse ontem que não iria a lugar algum, estava falando sério. — Ele deu aquele sorriso de canto da boca, que só ele conseguia, pela primeira vez naquele dia e eu senti minhas pernas vacilarem por alguns segundos. — Ontem, você implorou para que eu não te deixasse só e eu tornei isso a minha missão de vida. — Ele começou a se aproximar ainda mais, fazendo-me recuar alguns passos até encostarmos na penteadeira de madeira que estava fixada na parede. Ficamos próximos o suficiente para sentirmos as respirações um do outro. — Agora, você pode implorar, gritar e espernear, mas eu não vou sair do seu pé. — Ele encarou-me e eu me senti hipnotizada por aqueles olhos cor de mel. Por mais que estivesse decepcionada com ele, estava feliz por ele estar ali. De uma maneira muito estranha, só ele conseguia tirar de mim a angústia que ele mesmo causava.

— Agora chega, Ed. Vai embora. — Insisti, mesmo sabendo que ele não obedeceria. Não quis dar o braço a torcer, para ele não achar que poderia me ter em suas mãos. Ainda que já tivesse. Aquela proximidade estava propensa a uma catástrofe. Meu coração estava acelerado e cada veia do meu corpo implorava para que ele arrancasse meu robe e me devorasse ali mesmo — Você já disse o que tinha para dizer...

— Não, eu só estava começando. — Sem pensar duas vezes, ele agarrou-me pela cintura e puxou-me para um beijo intenso e arrebatador. Quando nossas línguas se encontraram, senti minha alma suspirar de alívio.

Deixei que ele conduzisse aquela dança, porque sozinha eu não raciocinaria conscientemente. Quando nos beijávamos, eu esquecia de todos os motivos que nos afastavam e nada mais importava além daquele momento. Ele desatou o nó do meu robe e parou para olhar-me de cima a baixo com o olhar de um predador que estava prestes a devorar a caça, ele mordeu os lábios e suspirou fundo. Aquilo me excitou mais do que eu pude expressar quando puxei-o de volta pela gola da blusa e segurei seus cabelos com força. Voltamos a nos beijar e eu comecei a pensar no quanto os beijos dele eram gostosos e em como ele conseguia me deixar em chamas enquanto mordia minha orelha e descia pelo meu pescoço com a ponta da língua, enquanto apertava suas mãos passeavam por dentro da minha calcinha, até alcançar meus ombros e beijá-los. O sentimento de paixão provocava em uma possessividade fora do normal. Você é meu. Intitulado meu por direito, pelo meu direito à felicidade, disse a mim mesma naquele momento. Cada célula viva do meu corpo clamava por ele e minha mente estava em desvantagem naquela briga. Não medimos o risco do que poderia acontecer ali, naquele momento. Muito menos pudemos prever a cara de Josh, quando passou pela porta e nos flagrou no meio de um beijo tão intenso, que não notamos sua presença até que ele berrou:

— Meester e Westwick, que porra é essa que vocês estão fazendo aqui?


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Notas finais do capítulo

E ai, Leigh? É sim ou não? Seu destino está em suas mãos. Você vai esquecer o passado e seguir em frente com esse homão que está aos seus pés? E agora, gente? O que o Josh vai fazer com eles? Eu estou morrendo de medo. Com os dedos cruzados para isso não virar um escândalo.

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A partir de agora, nós entraremos na história de cabeça na história. 2007 está quase no fim, mas nossos protagonistas ainda passarão por muitos momentos de emoções até o último minuto do ano. Tem fôlego? Então, não pisque nem perca nenhum detalhe.



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