Mordet Et Vivit escrita por MaryDiAngelo


Capítulo 28
Análises do Coração


Notas iniciais do capítulo

Olar amorinhas ♥

Este capítulo é dedicado a Dudinca, minha amiga que fez aniversário dia 21 (levemente atrasada, nénon? Mas pelo menos veio!). Enfim, espero que goste! ♥

Ademais, vamos dar uma surtada com esse capítulo, porque...se preparem!



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Duas semanas. Esse era o tempo que tinha se passado desde que Nico tinha se alimentado de Thalia. E, desde então, evitava chegar perto dela a qualquer custo, assim como estava se isolando dos demais membros da alcateia para não gerar uma briga ao caso de ele se descontrolar.

No entanto, aquele dia ela estava no sofá, encolhida com um cobertor sobre os ombros e ainda tremia. Sabia que não iria ajudar muito graças a sua temperatura, mas foi até lá e se sentou ao seu lado. E, pouco tempo depois, suas costas estavam contra o sofá e Thalia ressonava em seu peito.

Ele abaixou o olhar, analisando-a sutilmente. Os olhos fechados com longos cílios curvadinhos que delineavam o olhar, a forma que o nariz empinado a deixava com um semblante angelical, as leves sardas salpicadas por seu nariz e bochechas, os lábios avermelhados contra a pele pálida entreabertos para que ajudasse na respiração.

Seu corpo quente contra o dele causando arrepios involuntários e o aquecendo. A coberta caída sobre os dois enquanto Nico a abraçava sutilmente, sentindo um alívio quando ela parou de tremer.

Perdeu a conta de quanto tempo eles ficaram daquele jeito: Thalia dormindo finalmente aquecida, e Nico a observando, engolindo todos os detalhes que seu rosto tinha e, em um momento, também fechou os olhos para descansar.

Todavia, ao mesmo tempo que ele teve a ideia de dormir, Chris adentrou a sala com a brilhante ideia de cantar o mais alto que seus pulmões permitiam.

Nico abriu os olhos ao sentir Thalia pular em seus braços, sorrindo divertido ao ver que ela olhava para os lados, perdida. Mas logo levantou a cabeça, notando onde estava e sorrindo sonolenta para o vampiro.

— Ah… — Chris comprimiu os lábios ao ter o olhar deles em cima de si. — Desculpa. Não sabia que vocês estavam dormindo.

O di Angelo apenas balançou a cabeça em negativa, olhando para o lobo que subiu as sobrancelhas sugestivo, resolvendo deixá-los sozinhos depois de já ter concluído o objetivo que nem sabia que era um.

Thalia bocejou, uma das mãos indo até os lábios e os olhos se fechando de automático enquanto se espreguiçava, deixando a tarefa de ser segurada por Nico. Seus olhos foram para os dele, abrindo um sorriso sutil, juntando as mãos e espalmando-as no peito dele, apoiando o queixo ali para conseguir ficar observando-o.

— O que foi? — o di Angelo manteve a voz baixa, tirando a mão que estava nas costas dela e levando-a para seu rosto, tocando-lhe na bochecha em um carinho.

Em resposta, Thalia suspirou.

— Por que você está tão longe ultimamente? — perguntou, seus olhos medindo qualquer reação que ele poderia ter, torcendo para que não fosse levantar e sair correndo.

De certa forma, apenas em observar seus olhos negros se dilatando a medida que seu corpo se tornava tenso, a Grace soube a resposta. E mesmo que não admitisse a si mesma, ansiava por ele novamente.

Eles caíram em um silêncio. Não aquele desconfortável, mas, sim, esclarecedor. Pareciam se entender através dos olhares e dos toques, o indicador dela desenhando padrões desconexos no peito coberto pela blusa preta costumeira, a mão dele acariciando-a na bochecha, fazendo com que Thalia inclinasse mais sua cabeça, incitando que ele continuasse a carícia. E os olhos mesclando-se como um só, o azul turbulento e o negro intenso sendo discrepantes e, ao mesmo tempo, convergentes.

A mão de Nico que a segurava nas costas deslizou sutilmente por sua curva, até estar em sua cintura, dedilhando a pele desnuda pela blusa que havia subido. Quando a ponta de seus dedos subiram um pouco mais, delineando suas curvas delicadamente, Thalia levou sua mão em cima da dele e conteve um riso, encolhendo os ombros ao sentir a área sensível a cócegas lançar espasmos gradativamente por seu corpo.

O di Angelo subiu as sobrancelhas, um sorriso travesso tomando seus lábios:

— Então a madame tem cócegas?

Thalia balançou a cabeça, mesmo que o riso nervoso que escapava de seus lábios denunciava que ele estava certo. Voltou seus olhos semicerrados para o italiano, debatendo consigo mesma se deveria nocautear ele ali e fingir de desentendida quando acordasse, cruzando os dedos atrás das costas para que o rapaz esquecesse do pequeno detalhe das cócegas.

— Que bom saber. — Concluiu quando não obteve resposta.

Em milésimos, era Thalia que estava com as costas contra o acolchoado do sofá. Os dedos gélidos de Nico passando propositalmente acima da linha de sua cintura, a fazendo se debater e começar a rir alto tentando se livrar dele de qualquer jeito. No entanto, o vampiro dificultou quando deixou o peso do corpo dele contra o dela, entrelaçando suas pernas para que não fosse acertado por um chute.

— P... Para! — Thalia pediu, ofegando. Os olhos marejados. — Nico!

O di Angelo riu, finalmente parando de percorrer o corpo de Thalia. Ela suspirou agradecida, levando a mão para limpar as lágrimas e, logo depois, deixou um tapa no braço dele.

— Seu idiota! — reclamou, formando um bico. — Não gostei!

Ele dispensou uma resposta, apenas balançou a cabeça e a observou nos olhos.

Isso era uma coisa que Nico gostava de fazer. Poderia passar horas e horas olhando para aquele azul tão intenso que o lembrava uma densa tempestade de raios, tão petulantes quanto zafiras.

— Você está fazendo de novo. — Thalia disse em um fio de voz, um sorriso leve aparecendo em seus lábios.

— O que? — ele subiu as sobrancelhas, se fazendo de desentendido.

A Grace mordeu o lado de dentro da bochecha, sentindo um formigamento passar por todo seu corpo.

— Me analisando — “não precisa parar. Eu gosto” complementou, levando a mão até os cabelos negros do vampiro e infiltrando seus dedos ali.

Nico apenas sorriu. Um sorriso que indicava que havia sido pego no flagra. E ela poderia jurar que as bochechas dele ficaram rosadas.

Thalia desvencilhou com cuidado sua mão dos fios, traçando o caminho do maxilar sutilmente, vendo-o fechar os olhos para aproveitar mais do contato com a pele quente em contraste com a sua. Fitou o rosto dele, não se acanhando quando passou o polegar sobre seus lábios, chamando a atenção dos olhos dele novamente para os seus, os quais tratou de levantar de imediato.

— Você está com sede. — Aquilo não era uma pergunta, e Nico sabia muito bem disso. Por isso, apenas a fitou em silêncio.

Aproveitando a outra mão inerte, Thalia buscou a dele e, quando a encontrou em sua cintura, guiou até que estivesse próxima de seu pescoço, soltando o ar pesado quando sentiu o corpo dele rígido contra o seu.

— Confia em mim. — Pediu, a voz baixa ao passo que tombava a cabeça para deixar seu pescoço alvo exposto.

Dessa vez, Nico não se afastou. Sua mão foi deixada sobre a pele pálida, onde ele conseguia ver a pulsação da garota, bem como conseguir sentir - e ouvir - o coração dela com as batidas cada vez mais ritmadas e aceleradas.

Engoliu em seco, escorregando as pontas dos dedos pela clavícula marcada de Thalia e abaixando seu rosto com cautela. Ela sentia a respiração quente dele bater contra sua pele, causando uma sensação de formigamento, bem como um calor desconhecido se espalhando gradativamente por seu corpo e a outra mão de Nico apertando-a na cintura à medida que se aproximava mais.

Thalia entreabriu os lábios para tentar controlar sua respiração que estava aos tropeços, seu peito descia e subia descompassadamente, os olhos se fechando quando os lábios dele tocaram em seu pescoço, a fazendo prender a respiração.

Um suspiro saiu de seus lábios e ela se assustou com isso, mas não fez nenhum movimento brusco que o tirasse de seu pescoço ou o fizesse fugir. Apenas levou a mão inquieta até o cabelo dele, afagando e entrelaçando seus dedos nos fios negros, sentindo-o deixar mais um beijo em sua pele alva.

Ela sentiu a pressão dos lábios dele. E, depois, vieram suas presas.

Enquanto Nico puxava o sangue quente que lhe dava a vida de suas veias, Thalia só conseguia pensar em como era bom ficar com ele daquele jeito; como era bom alimentá-lo; como era bom sentir o medo abandoná-la, sendo substituído por uma felicidade tão grande que podia jurar que havia chego no paraíso.

Como da última vez, a Grace sentia o jeito que ele estava tenso em se alimentar de um ponto tão perigoso. E sabia que Nico sentia o quão intenso era o prazer que ela sentia em alimentá-lo.

No momento em que ele se afastou, Thalia arfou quando a dor cortante partiu de seu pescoço, se espalhando gradativamente por seu corpo todo, torcendo o nariz em uma careta desgostosa. Não queria sentir dor. Queria senti-lo.

Por tal, quando o di Angelo iria deixar o pescoço dela, Thalia firmou sua mão nos cabelos dele e o empurro suavemente de volta, sentindo-o apertar sua cintura em surpresa.

— Thalia?! — Nico a chamou sem entender, sua consciência começando a pesar por ter o sangue dela queimando em seu interior. — O que está…

— Continue… — suplicou, os olhos fechados e a cabeça tombando para trás, deixando a pele marcada por uma única mordida exposta a ele novamente. — Por favor.

— Eu já estou saciado! — repeliu, sentindo-a se agitar embaixo de si.

A mão dela deixou seus cabelos e essa foi a deixa que Nico levou para se levantar, as sobrancelhas juntas e os olhos a analisando. Thalia subiu o corpo, levando a mão para o pescoço, o tom de azul dos olhos nitidamente escuro e ilegível.

— Não! — respondeu, seu tom elevado a uma oitava mostrava sua frustração. — Você não pode!

O vampiro fitou as mãos dela trêmulas e fechando-se em punhos, o coração estava acelerado e seu peito subia e descia rápido demais. Ela estava brava...Por que ele tinha parado de se alimentar?!

— Ah, não… — Nico apertou os lábios, tendo a vaga memória da bronca de seu pai com Bianca quando a garota tinha resolvido se alimentar da mesma pessoa duas vezes.

“Nós, vampiros, temos muita influência no mundo humano, Bia. Você não pode fazer isso, piccola.”, Hades tinha dito. “Nós formamos um vínculo com a pessoa e, se isso acontecer muitas vezes, dependendo da intimidade que ambas tem, pode causar o vício. O vício de alimentar. E isso vai nos levar a matar a pessoa sem nem perceber, entende? Pois ela vai estar tão devotada e extasiada pela sensação de estar ‘servindo-nos’, que não vai mais querer parar”.

— Desculpa, Thalia. Mas eu não vou chegar perto de você de novo pra isso. — Nico levou o dedo no canto dos lábios para limpar-se, estava se sentindo cada vez mais culpado por ter aceitado aquilo sem resistir.

— Como é que é? — Thalia se levantou de súbito. — Você não pode fazer isso!

Assim que ela chegou perto de si, Nico fez questão em dar ênfase que não iria mais chegar perto dela com aquelas intenções e se afastou, seus olhos fixos nos dela e mostrando que não estava brincando. Os olhos de Thalia pareceram faiscar e, por um instante, ele sentiu um frio avassalador tomar conta do ambiente.

Depois, quando a garota notou que não iria acontecer nada entre eles, deu as costas e marchou para fora da casa.

— Atropela mesmo! — Silena se queixou assim que a humana passou brava ao seu lado, trombando seus ombros e continuando a bater o pé, nem parecendo notá-la ali. — Essa menina...

Negou em reprovação, vendo-a sumir entre as árvores antes de adentrar a sala, voltando os olhos para Nico que tinha uma das mãos na cabeça e andava de um lado para o outro, inquieto. As peças pareciam se encaixar em sua mente e ela subiu as sobrancelhas, indagando:

— O que você fez?

Quando Silena o abordou daquele jeito, Nico não viu outra escolha de confirmar o que ela já sabia, sendo a primeira vez que falava para a Alpha que Thalia estava o alimentando.

—...E agora ela está viciada! — finalizou com uma “bela” notícia.

— Tá, deixa eu ver se entendi: você fez a Thalia ficar viciada em dar o sangue dela pra você chupar? — Silena questionou, estava sentada no sofá de frente para ele, observando-o gesticular como se não houvesse amanhã.

— Não precisava especificar, mas, sim. — Respondeu, torcendo o nariz atento ao vocabular dela.

A Beauregard o fitou por alguns segundos antes de deixar um soco forte no ombro dele.

— EU NÃO ACREDITO NISSO, DI ANGELO! — é, ela estava calma demais, Nico pensou consigo mesmo ao vê-la gritar. — SEU...SEU…

— Irresponsável? — Nico opinou, encolhendo os ombros quando a Alpha voltou seus olhos enraivados na direção dele, o fuzilando. — Ok, ok! Não está mais aqui quem falou.

— E agora? O que eu vou fazer? — Silena colocou as mãos na cabeça, respirando fundo.

— O que nós vamos fazer?! — Nico a corrigiu, temendo ter a cabeça decepada por ela com as próprias mãos.

— Não, não! — ela negou, balançando a cabeça. Um sorriso de escárnio nos lábios rosados. — Você vai ficar longe dela até tudo isso se resolver.

— Claro. E claro que você vai conseguir domar aquela garota viciada. — Repeliu sarcástico, subindo as sobrancelhas e cruzando os braços, incomodado.

— Eu to com uma vontade enorme de te bater, sabia? — Silena virou-se para ele novamente.

Ah, ok. Agora eu sou um problema. Nico chegou a conclusão mentalmente, desmanchando a pose superior e apenas dando de ombros. Se arrependimento matasse, com certeza o vampiro estaria morto pela segunda vez em sua vida pacata.

— Pelo menos você sabe como curar isso? — a Beauregard chamou a atenção dele mais uma vez.

— A única maneira que eu penso seria abstinência. — Nico respondeu, explorando sua mente atrás de outros jeitos que poderiam a curar, mas não obteve muito sucesso em achá-los.

— Tá… — ela se levantou, colocando um dedo dentro do passador  de sua calça jeans, comprimindo os lábios. — A gente poderia...Hum…

Silena tentou elaborar algo em sua mente que a deixaria longe do vampiro por tempo o suficiente que estivesse totalmente limpa.

— Colocar ela na adega? — Nico foi quem deu a ideia, subindo as sobrancelhas como se ponderasse. — Prendemos ela lá e fazemos igual vocês fizeram comigo: vamos cuidando enquanto a deixamos lá para refletir sobre o que fez e até o vicio ter deixado ela por completo.

— E você acha que ela vai aceitar? — a Alpha questionou, duvidosa.

— Não custa tentar, não é? — o di Angelo respondeu com uma ponta de esperança que tudo voltaria ao normal.


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Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao final de mais um capítulo! :3
Então? O que acharam? O que querem que aconteça?

E Thalia e Nico? O que acham?
Comentem, vamos falar sobre! Eu não mordo :')

Até o próximo o/
Beijos de Escuridão ♥
~Mary.



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