Mordet Et Vivit escrita por MaryDiAngelo


Capítulo 26
Dores do Sangue


Notas iniciais do capítulo

Olar amorinhas! ♥
Bom, só vão ler. Nos falamos nas notas finais.
Good Reading ^-^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/728420/chapter/26

— Pronto, eu coloquei a porta provisória no lugar e, se você quiser dormir, eu te acordo quando eles chegarem. — Nico tentou negociar para que ela dormisse, mas Thalia nem mesmo lhe deu atenção. — Vamos, Lia.

Ela sentiu sua barriga tremular, torcendo o nariz e puxando mais as pernas contra seu abdômen. Apoiou sua bochecha nos joelhos juntos, de modo que ficasse observando o vampiro se mexer devagar.

A luz da lua era a única coisa que os iluminava, já que as plantas não vinham com uma lâmpada de brinde, tampouco fios para que pelo menos dessem jeito de por energia na casa.

— Você precisa dormir, garota insolente! — Nico colocou as mãos na cintura como se brigasse com ela. O que, na verdade, era uma das coisas que mais fazia. — Eu falo sério, Thalia. Você está sem dormir a um tempo, pensa que eu não noto?

— É meio difícil com nós dois dormindo juntos em um saco de dormir apertado, não? Além de estarmos no meio de vários lobos, claro. — Thalia o respondeu, o tom calmo. — Estou preocupada, não acho que conseguiria dormir se tentasse.

— Pois bem, vamos apostar? — se aproximou com um sorriso crescendo em convencido brilhando no canto de seus lábios. Ela balançou a cabeça negativamente. — Poxa!

Nico tinha uma mão estendida na direção dela e, quando viu que seria deixado no vácuo eternamente, preferiu usar a velha técnica de fingir que estava se espreguiçando, fazendo com que sua blusa subisse com o movimento.

Foi inevitável que os olhos azuis de Thalia não fossem para lá, fitando a linha do quadril do vampiro. O corpo pálido e magro, mesmo que alguns músculos fossem perceptíveis.

— Sua tentativa de disfarçar foi ridícula. — A Grace esclareceu, subindo as sobrancelhas com um sorriso divertido brilhando em seus lábios ao vê-lo levar a mão para o peito, em cima de seu coração.

— Eu não faço ideia do que você está falando!

Ela riu, desencostando suas bochechas dos joelhos e deixando com que suas costas fossem contra o encosto do sofá, sentindo um alívio em sua espinha quando o fez.

Nico tomou o lugar ao seu lado, suspirando baixo e apoiando os cotovelos em suas coxas, ficando inclinado.

— Eu também estou preocupado, sabia? — sua voz estava baixa, mas ele sabia que Thalia tinha escutado. — Então, vamos fazer assim: deixa que eu cuido de ficar preocupado por você também, aí você descansa um pouco, ok?!

Ela apenas balançou a cabeça em negativa.

— De qualquer forma, estou sem sono, Nico. Se quiser dormir… — deixou que suas pernas escorregassem para ficar com postura reta, dando um leve tapa em sua coxa sugerindo que ele poderia deitar ali se quisesse.

O di Angelo a analisou por meio segundo, abrindo um pequeno sorriso e deitando-se com a cabeça no colo dela, focando seus olhos nela que também sorriu.

— Você está com uma cara péssima. — Pontuou, as pontas dos dedos tocando-lhe a bochecha em um carinho.

Ele revirou os olhos em resposta, a fazendo semicerrar os olhos em uma clara repreensão. Todavia, manteve-se concentrada em deslizar seus dedos pelo rosto dele, traçando o caminho de seu queixo até a orelha. Se observasse bem, conseguiria ver as veias roxas desenhadas sob sua pele extremamente pálida que lhe dava o ar de cadáver. Apesar que ele era mesmo um. Thalia pensou consigo mesma, rindo internamente.

Nico franziu o cenho, mas não quis perguntar. Com cuidado, segurou seu pulso e guiou sua mão até seu peito, abrindo um pequeno sorriso ao fitá-la nos olhos divertidos.

— Não bate. — Ela pontuou, afagando o lugar com o dedo polegar.

— Não. Não bate. — Respondeu com um pequeno sorriso. Lembrava-se muito bem da mesma cena se repetindo em uma memória em sua mente, quando Thalia era apenas uma criança irritante.

Nico estava tão imerso em seus pensamentos que não percebeu algo pulsando contra seus dedos, agora, com muito mais frequência do que antes. Juntou as sobrancelhas e desceu seus olhos para sua mão que ainda segurava no pulso da garota. Prendeu a respiração, notando que era o coração dela que estava acelerado e bombeava o sangue nas veias com força.

— Nico?

— Desculpe. — Respondeu de imediato, soltando-lhe o pulso e levantando o corpo para voltar a se sentar ao lado dela.

— Você está sem tomar uma gota de sangue desde... — Thalia deixou a frase morrer em seus lábios, suspirando e negando. Sim, é claro que ele estaria sem se alimentar desde que tomou o sangue dela.

— Eu estou bem, sério. — Nico se apressou em dizer, mesmo que os olhos oscilando entre o vermelho sangue e a imensidão negra o denunciassem.

Ela apenas dispensou uma resposta concreta, levando a mão até o bolso e pegando seu fiel canivete.

— Não! — ele a parou quando viu o que tramava fazer, segurando sua mão. — Dessa vez, não. Eu disse que não aconteceria de novo. E não vai. Se quiser, pode tirar o quanto quiser de sangue, eu não vou sorver nenhuma gota.

Thalia o fitou nos olhos, seu semblante se tornando algo sério.

— Eu não vou deixar você passar fome sendo que tenho sangue no meu corpo que posso muito bem dividir com você. Então, para com isso, Nico. Você tem vergonha ou algo do tipo? Preciso te lembrar que me viu crescer?

— Exatamente por isso! Eu posso perder meu controle e te matar, Thalia. Eu não quero ter esse risco. Eu não quero te machucar! — repeliu, soltando a mão dela e se afastando mais.

Eles caíram em um silêncio por um tempo, mas foi a garota que o rompeu:

— Nico... — Thalia o chamou, tendo sua atenção e abrindo um sorriso. Um sorriso calmo que o fez se dispersar totalmente e focar-se nela. E apenas nela. — Você precisa se alimentar, eu estou aqui. Vai ficar tudo bem. Confia em mim, ok? Você não vai perder o controle, não vai me machucar.

Nico fixou seus olhos no dela por um longo tempo, até que assentiu, soltando o ar.

— Com uma condição — Disse antes que ela esboçasse uma reação. — Se eu não conseguir parar...Você usa o canivete. E você sabe para que.

Thalia tinha entendido muito bem que era para usar nele. E, para que ele confiasse nela, precisava dar confiança a ele. Por isso, assentiu.

Lentamente, Nico se aproximou. Primeiro envolveu sua mão. Fez questão que seus dedos se entrelaçassem ao dela, sentindo sua barriga tremeluzir, bem como um arrepio subir por sua espinha. Os olhos negros encarando os dela como um pedido de desculpas antecipado, mesmo que Thalia não demonstrasse fraqueza alguma: ela parecia tranquila em fazê-lo, como se soubesse que ele precisava disso.

Depois, levantou devagar ambas as mãos unidas, deixando um beijo no dorso da dela e soltou o aperto. Seus lábios deslizaram em um movimento sutil, deixando leves beijos por todo o caminho de sua mão até seu pulso, os olhos fixos nos dela em todo momento, notando que não tinha nenhuma alteração em seu semblante, como se ela o incentivasse.

E, assim que Nico beijou seu pulso, Thalia sentiu um arrepio por todo seu corpo, rezando para que ele não percebesse. Seu coração estava acelerado e sua respiração descompassada, sendo obrigada a entreabrir os lábios para que pudesse se controlar com a intensidade do olhar dele cruzando com o seu.

Thalia sentiu a respiração quase inexistente dele em sua pele e seus lábios se entreabrindo mais uma vez. Mas dessa vez não foi para deixar um beijo. E, então, veio seus dentes.

Ela não soube dizer se era por estar extasiada que não tinha sentido dor alguma assim que as presas fincaram-se em seu pulso, ou se era por estar tão entretida com os olhos de Nico que não tinha notado quando havia começado. Todavia, sentia o sangue sendo retirado de seu corpo, sendo sugado de suas veias.

Nunca iria admitir, mas tinha ficado com medo do que viesse a sentir quando o di Angelo começasse a se alimentar. Pensava que ia ser uma dor terrível que a lembraria a morte assim como ele lembrava. Mas não era nada disso. Era um sentimento de devoção, de cuidado, algo mais carinhoso.

Então foi como se Nico estivesse revelando sua alma através de seus olhos negros, Thalia o sentia. Sentia seus medos mais obscuros, seus desejos mais inalcançáveis, seus sentimentos mais confusos. E, estranhamente, ela sabia que ele também a sentia.

Ela se viu colocando a mão livre no ombro dele, o canivete esquecido em cima do sofá e a realidade se tornando cada vez mais indistinguível, mais borrada e confusa. Foi nessa hora que Nico se forçou a parar, tirando sua boca dali devagar e a fazendo perder o fôlego quando a dor veio cortante.

Nico sabia dessa parte, sabia que a dor vinha depois do ato, e que era bem doloroso. Por isso se recusava a se alimentar de Thalia e remeter a ela essa dor, mas como o mal feito tinha sido feito, a puxou sutilmente para aninha-la em seu peito, mantendo seu pulso junto de seu abdômen, pressionando-a enquanto a ouvia arfar, seu coração acelerado.

— Me desculpe, por favor. — Nico sussurrou, aproveitando que estava perto de seu ouvido.

— Não tem o porquê se desculpar, Nico. — Respondeu suavemente, seu cenho franzido em forma de confusão, não entendendo o porquê de a dor vir depois que ele já tinha se alimentado. — Estou bem, ok? — sua voz soou abafada pela camisa dele.

O di Angelo suspirou, seus lábios pressionando-a entre as têmporas, deixando um beijo demorado ali e ouvindo-a ofegar uma última vez antes de se desvencilhar dele.

— Eu já volto. — Disse, se levantando do sofá cambaleante e indo em direção a cozinha, onde ficava a caixa de primeiros socorros.

Fez um curativo em cima da mordida, comprimindo os lábios e suspirando quando sentiu a dor se tornar cada vez menor, até que não passasse de um incômodo.

Assim que voltou para a sala, Nico ainda não tinha se mexido. Os olhos estavam cravados nas paredes e a luz da lua iluminava parcialmente seu corpo, deixando sua pele pálida em contraste com a penumbra.

Ele tombou a cabeça para trás, recostando no encosto do sofá e Thalia caminhou até lá, mantendo-se atrás do móvel. Fitou os olhos negros de cima, prestando atenção a cada detalhe que o rosto dele tinha enquanto o próprio a encarava de volta.

Em um movimento sutil, a Grace deixou que seus dedos o tocassem na bochecha, acariciando ali. Nico fechou os olhos, aproveitando-se do toque quente em seu rosto e levando sua mão contra a dela, apertando a palma dela ali, como se pedisse por mais carinho.

No entanto, o vampiro ouviu ao longe as patas chocando-se contra a grama de madeira grotesca, sabendo que era matilha voltando.

— Eles chegaram. — Anunciou de súbito, seus olhos se abrindo e seu corpo levantando.

Tirou a porta provisória do lugar, ciente de Thalia logo atrás de si com expectativa, esperando que tudo estivesse bem com eles. Quando o primeiro lobo surgiu com um cervo morto em suas costas, a Grace quase gritou em alegria.

E isso foi se prolongando, cada vez que mais lobos surgiam com animais mortos em suas costas, até que a matilha inteira estivesse chego.

Thalia e Nico se apressaram em tirar os animais de cima deles para que pudessem voltar a forma humana, a garota pegando as lebres e os ademais de pequeno porte, e ele os cervos.

Logo, todos estavam reunidos na sala, enquanto Thalia e Silena cuidavam de arrumar um lugar para guardar toda aquela carne.

— E então, o que vocês dois aprontaram? — a Alpha questionou, estreitando o olhar para a Grace. — Fico surpresa de a casa ainda estar em pé.

— Exagerada! — Thalia respondeu, balançando a cabeça. — Bom... — murmurou, baixando a voz e se aproximando mais de Silena. — A Bianca veio aqui e me trouxe uma lebre.

— É o que? — a Beauregard arregalou os olhos. — Ela é doida? Vocês são doidos? — a voz era um sussurro forçado e acusador. — E se tivéssemos voltado mais cedo? Sabe as possibilidades de toparmos com ela e matarem ela por simplesmente ser uma vampira que não é o Nico? Eu...eu não acredito!

— Calma, Silena! — Thalia pediu. — Deu tudo certo!

Silena balançou a cabeça, suspirando e tentando manter a calma.

— Vocês só me dão trabalho! — resmungou, fazendo com que a Grace prendesse uma risada nos lábios para não acabar levando uns tapas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao final de mais um capítulo! :3
Então? O que acharam? O que querem que aconteça?

Esses dois são uns amores, não?
Acharam que está forçado?
Está ruim?
Devo apagar e chorar em um cantinho?

Comentem para conversarmos! ^-^
Aos ademais que estão comentando: eu juro que irei responder todos os reviews que vocês deixam com todo o meu amor e carinho!

Até o próximo o/
Beijos de Escuridão ♥
~Mary.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mordet Et Vivit" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.