Mordet Et Vivit escrita por MaryDiAngelo


Capítulo 25
Conversas Constrangedoras & Beijo na Boca


Notas iniciais do capítulo

Olar amorinhas! ♥
Vocês estão bem? Eu espero que sim.
Fiquem com mais um capítulo!

Good Reading ^-^



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— Qual o seu problema? — Nico questionou sem entender, seus olhos negros seguindo os movimentos de Thalia.

Já fazia um bom tempo que a garota estava indo de um lado para o outro na sala, enquanto ele apenas folheava uma revista de materiais de construção que tinha vindo de brinde com o que Silena tinha comprado. Estava quase decorando o que tinha em cada página, bem como os códigos para as coisas. Loja, me contrata!

— É perigoso sair dos limites da floresta! — Thalia o respondeu, finalmente parando e levando as mãos na cintura. — Eu não sei como você consegue estar aí, jogado no sofá quando nossa matilha está lá fora, passando entre humanos e, possivelmente, entre outros clãs de outros lugares que podem ser do mal e fazer churrasquinho deles!

— Thalia! Ei! — Nico arregalou os olhos, levantando as mãos em frente ao corpo com as palmas viradas para ela. — Vamos acalmar os ânimos, está bem? Ninguém vai virar churrasquinho de ninguém!

— Como você pode provar? — ela semicerrou os olhos, desconfiada.

— Eu acho que a fome está te afetando. — Ponderou, crispando os lábios e tombando a cabeça para o lado. — Você comeu o resto do cereal que Silena te deu ontem de manhã?

— Olha! Um passarinho! — Thalia desconversou, apontando para o teto da casa.

— Eu não vou cair nessa. — O di Angelo cruzou os braços, balançando a cabeça negativamente. — Thalia...

— Não. É sério! — ela o interrompeu, agora com a voz transbordando confusão.

— Eu não...

Antes que ele terminasse de falar, o barulho de algo gosmento se chocando contra o chão o fez levantar as pernas, assustado.

— E ele não sabe ir no banheiro... — a Grace sugou os lábios para dentro da boca, evitando rir da situação do vampiro, sentindo vergonha alheia por ele.

— Mas... — Nico levantou o rosto, torcendo o nariz ao ver que realmente tinha um passarinho empoleirado em um dos galhos que reforçavam as poucas vigas de madeira que tinham sobrado. — Ei! Você não pode ficar aqui dentro! Xô! Seja livre!

Thalia levou as mãos em frente aos lábios, abafando a risada.

Ele olhou para o chão, tomando o devido cuidado em levantar para não escorregar no presentinho que tinha ganhado do pássaro, subindo no sofá e começando a agitar os braços acima da cabeça.

— Eu acho que ele deve estar te achando louco, sabe? — ela comentou, subindo seus olhos azuis para onde o animal estava.

O pássaro tinha a pena em uma coloração peculiar, já que misturava o amarelo e um azul. Seu bico era laranja e estava entreaberto, bem como sua cabeça tombada para o lado, mostrando que estava confuso com o jeito dos humanos.

— Gente, que matagal!

A voz feminina vindo tão de súbito fez com que Thalia pulasse de susto e, em um reflexo, desferiu uma cotovelada no estômago da silhueta que estava atrás de si.

— Aí! — Bianca di Angelo resmungou, torcendo o nariz e puxando o ar com força para seus pulmões. — Menina, de onde surgiu essa força e esse tamanho todo?

— Bianca! — Nico arregalou os olhos, descendo do sofá. — O que você tá fazendo aqui? Tem noção que a floresta está perigosa? Por que veio aqui? Os lobos poderiam estar aqui! Você ficou maluca?

— Ei! — ela levantou uma das mãos em sinal de rendição, já que na outra segurava uma lebre morta. — Eu vim em paz, e trouxe isso pra você, Thalia.

A Grace se virou, apenas notando naquele momento o animal morto. Um brilho faminto passou por seus olhos e ela não demorou a agarrar a lebre, começando a correr nas pontas dos pés em direção a cozinha, deixando escapar alguns fragmentos de risada maquiavélicas por seus lábios.

— THALIA, ASSA ISSO ANTES, MENINA! — Bianca negou em reprovação, temendo que ela se empolgasse e engolisse tudo de uma vez para se saciar. — A quanto tempo ela está sem comer?

— Algo descente? — Nico respondeu de pronto. — Desde o incêndio, mas se considerar o cereal...bom, não sei, ela desconversou... — franziu o cenho, parecendo se tocar que estava faltando alguma coisa. — THALIA! VOCÊ NÃO ME RESPONDEU, MOCINHA!

Eu sou uma pessoinha feliz com uma lebre fresquinha, lá-lá-lá! — A Grace cantarolou enquanto tirava a pele da lebre, a faca dançando perigosamente em seus dedos.

— Alguma chance de ela comer sem assar? — Bianca questionou meio desconfiada para seu irmão, vendo-o semicerrar os olhos.

— Não. — Balançou a cabeça negativamente.

— Fico mais tranquila assim.

—...Ei! Você ignorou minhas broncas mais do que as que eu do em Thalia!

Nico brigou por fim. Seus olhos negros analisando todo o rosto de sua irmã antes de sorrir, abrindo os braços sugestivamente e sentindo o corpo dela chocar-se contra o seu em um abraço de urso que ele sentia falta.

— Eu sinto o amor de vocês dois no ar..., mas podem pelo menos sair da frente da porta pra que eu e minha lebre possamos passar? — a voz da Grace estava meio hesitante, não querendo estragar o momento, todavia sua fome falava muito mais alto do que os dois que poderiam se abraçar um pouco para o lado.

— Quando a pessoa é desagradável, ela é em todos os momentos da vida dela e dos outros, sabe, gente? — Nico resmungou, soltando a irmã e dando licença para que a garota fosse para o lado de fora da casa. — O que vai fazer?

— Assar! — respondeu como se fosse óbvio. — O que mais eu faria?

— Não sei. Você é meio maluca, faz o que der na teia...

Thalia apenas sorriu em resposta. Tinha colocado o animal dentro de uma pequena panela que Silena tinha tratado de comprar para que não ficassem sem nada na casa, deixando-a no chão com cuidado e indo atrás de pedaços de madeira, começando a arquitetar uma fogueira.

— E lá vai ela. — Nico negou em reprovação, cruzando os braços e vendo-a tropeçar na própria panela, quase perdendo uma lebre.

Bianca juntou as sobrancelhas, observando a garota. Entretanto não tinha vindo ali para se focar totalmente na humana: tinha que colocar muitos papos em dia com seu irmão.

— Então — ela chamou a atenção dele. — Pode me explicar como você está se mantendo aqui?

O di Angelo pareceu empalidecer, ficando em um silêncio tão constrangedor que até mesmo o pássaro – ainda empoleirado na vida de ramos – resolveu se pronunciar, piando e ateando voo, passando no meio dos irmãos e indo atrás de sua liberdade.

— Olha o passarinho! — ele apontou para o céu, mesmo que soubesse que não funcionaria, já que Bianca não tirava os olhos dele, como se o analisasse.

— Você... — parou, parecendo ponderar. Depois, meneou a cabeça. — Você está se alimentando de Thalia?!

Nico trocou o peso do corpo de um pé para o outro, repentinamente incomodado com o ambiente que eles estavam, bem como a quentura que tomou posse de seu rosto.

— Eu nem sabia que esteticamente conseguíamos ficar vermelhos. Parabéns, Nico: está superando os limites da morte. — Bianca riu, desacreditada.

Ele revirou os olhos, balbuciando palavras desconexas contragosto.

— Foi só uma vez, tá?! — disse por fim.

— E você sabe que...

— Sei! — a interrompeu. Sabia muito bem dos riscos que tinha ao se alimentar do sangue de uma humana.

Nico respirou fundo, seus olhos voltando-se para Thalia que já tinha aceso a fogueira e montado um suporte para sua panelinha. No momento, se encontrava pulando ao redor das labaredas, se aquecendo e ao mesmo tempo celebrando por ter uma lebre para comer.

— Alguém se feriu no incêndio? Do lado de vocês? — ele resolveu perguntar o que estava entalado a muito em sua garganta, se recostando no que formava o arco da porta da frente.

— Não. — Bianca seguiu o exemplo dele, ficando de frente para o irmão enquanto seus olhos analisavam a humana. — Todos estavam no castelo, aparentemente resolveram atear fogo na floresta por nada.

Nico suspirou, aliviado.

— E como andam as coisas? Sabe...você e o Leo, Percy e Annie... — citou seus amigos e sentiu seu pseudo coração se apertar contra seu peito.

— Leo está bem. Nós estamos bem. — Respondeu, agora fitando-o. — Percy e Annabeth continuam na mesma, os dois se ajudando e se apoiando.

Dispensou uma resposta, assentindo de leve.

Os dois se deixaram cair em um silêncio confortável, sempre gostavam de apreciar o tempo que tinham sem trocar muitas palavras, apenas usufruindo do primeiro momento para que eles pudessem trocar as fofocas e depois ficarem apenas na presença um do outro.

— Eu vou ir falar com ela. — Bianca lançou um olhar sugestivo para ele, mandando uma piscadela e caminhando até onde Thalia estava sentada, devorando sua recém assada lebre.

Claro, porque é super comum uma vampira estar no meio do território dos lobos em total paz fazendo um acampamento com uma humana. Até parece que passo por isso todo dia! Nico pensou consigo mesmo, balançando a cabeça negativamente e decidindo ficar por ali mesmo apenas para checar se as duas continuariam protegidas.

— Você mudou bastante, sabia? — a di Angelo se sentou ao lado de Thalia, chamando sua atenção. — Parece que ontem eu estava te ameaçando de morte...

— É uma bela e memorável lembrança, Bianca. — Respondeu sarcástica, mesmo que o sorriso em seus lábios mostrasse que levava para o lado divertido.

A vampira sorriu, dando de ombros e tombando a cabeça levemente para trás, focando seus olhos no prefácio de fim de tarde vindo à tona com o pôr do sol. Uma pergunta pareceu iluminar sua mente e ela a explorou, procurando um modo mais sutil de indagar tal.

— Alguém te chama atenção? — foi o mais próximo que conseguiu, voltando seus olhos negros para Thalia que tombou a cabeça para o lado, exalando confusão. — Sabe...atração...borboletas no estômago...meninos...meninas...

Thalia quase cuspiu a lebre.

— C-como?

A di Angelo assistiu o rosto da humana tingir-se de um vermelho intenso, subindo as sobrancelhas ao ver que tinha ido um pouco longe demais na hora de começar o assunto.

E, mesmo que a Grace estivesse querendo enfiar a cabeça embaixo da terra e sumir, foi inevitável levar seus olhos para Nico quando uma memória voltou a sua mente.

— Senhor Presinhas! Senhor Presinhas! Senhor Presinhas! — o tom afobado da pequena garota de apenas sete anos fez com que Nico arqueasse as sobrancelhas, se perguntando o que deveria estar acontecendo para que ela viesse correndo daquele jeito até a adega.

Assim que ela passou pela portinhola, ele tombou a cabeça para o lado em confusão.

— O que foi?

— Eu dei um beijinho! Um beijinho na boca!

Os olhos de Nico quase saíram de órbita com o tanto que os arregalou.

— Como é que é? — sua voz saiu esganiçada e quase desesperada.

— Um lobinho me beijou! — Thalia agitou as mãos em frente ao corpo, mas parou ao ver que ele tinha um semblante ultrajado. — Por que você está com essa cara, Senhor Presinhas?

— Thalia? — a voz de Bianca a tirou de seus devaneios.

A garota desviou os olhos de Nico, arregalando-os e se perguntando quanto tempo tinha ficado o encarando.

Hum... Então? — a vampira voltou a indagar, fingindo que não tinha visto ela se tornar vaga de repente.

— Eu não costumo reparar nas pessoas a minha volta desse jeito, Bianca. — Respondeu com um sorriso constrangido tomando seus lábios, levou uma das mãos para a mecha que se soltou de seu rabo de cavalo, pondo-a atrás da orelha e desviando o olhar para o chão.

— Comece a reparar, super recomendo! — Bianca afirmou deliberadamente, levando as mãos para as coxas e sorrindo. — Enfim, eu vou parar com esse assunto por aqui antes que você exploda de tão vermelha que está, ok? E vou aproveitar para que essa seja minha deixa de ir, antes que a matilha volte e me pegue por aqui, o que, sabemos, não vai ser agradável.

Se levantou, indo até seu irmão e ficando na ponta dos pés para abraçá-lo com força.

— Fique vivo, ok? — sussurrou em seu ouvido, sentindo os braços dele rodearem sua cintura e a apertar contra si. — Só mais um pouco e você vai voltar pra nossa família...

— Eu não vejo a hora. — Nico deixou um beijo na testa de Bianca, abrindo um sorriso quando eles se separaram. — Até breve, irmãzinha.

A di Angelo piscou, indo até Thalia para se despedir.

— Obrigada pela lebre. — Agradeceu, ainda se sentindo embaraçada por ter entrado no precário assunto “namoradinhos” com Bianca.

— Disponha. — Respondeu, deixando um toque suave no nariz dela com o dedo indicador. — Até logo, menininha.

A Grace assentiu com um pequeno sorriso nos lábios.

E, antes de ir embora, Bianca olhou por cima do ombro e encontrou os olhos de seu irmão. Só mais um pouco, Nico. Só mais um pouco.

Sorriu. Depois, se virou. E adentrou na floresta.


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Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao final de mais um capítulo! :3
Então? O que acharam? O que querem que aconteça?

Quem não tem aquela de churrasco que chega peguntando dos namoradinhos, hein? Claro que esse papel tinha que ir para Bianca di Angelo, não é mesmo?!

Até o próximo o/
Beijos de Escuridão ♥
~Mary.



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