Mordet Et Vivit escrita por MaryDiAngelo


Capítulo 24
Nico usa suas presinhas


Notas iniciais do capítulo

Olar amorinhas! ♥
Me desculpem pela demora, estava viajando e, consequentemente, sem internet. Então, assim que cheguei vim o mais rápido que pude para postar.

Enfim chegamos a 200 comentários ♥ Obrigada a todos os envolvidos, e um agradecimento especial a rainha (acá [Hell]y Nivoeh) que enviou lindos comentários até que o número arrendondasse e ajudou para que MEV crescesse, além de mimar bastante: esse capítulo é para você! ♥

Good Reading ^-^



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— Alguém viu o Nico por aí? — Thalia questionou, uma das mãos apoiando o peso de seu corpo no arco da cozinha com certo medo dos troncos enroscados ali, apesar de já ter se acostumado com a presença deles.

— A última vez que o vi estava descendo. — Chris foi quem a respondeu, sorrindo gentilmente. Ela assentiu agradecida, logo se dispersando.

Torceu o nariz ao fitar o corredor inteiramente formado por galhos, tendo algumas flores para enfeitar o lugar que apenas era iluminado pelas frestas que davam acesso a luz da manhã que estava do lado de fora. Os degraus que existiam para levá-la até a adega - onde antigamente Nico ficava acorrentado - haviam se tornado uma rampa escorregadia que se você não tivesse o devido cuidado e escorregasse, ia parar quando batesse na parede do outro lado do longo corredor.

Se agarrou nas paredes viscosas e começou a deslizar com cuidado pela rampa, prendendo a respiração quando pisou em um musgo que quase ocasionou sua queda e a fez sapatear por um bom tempo até que conseguisse recuperar seu equilíbrio. O que é pior? Se soltar e ir rolando ou tentar chegar lá intacta e em pé?

— Nico? — o chamou meio hesitante. De onde estava, conseguia ver o arco que era onde ficava a porta de ferro da adega que não existia mais.

Para seu alívio, o di Angelo apareceu no arco e juntou as sobrancelhas ao vê-la agarrada contra a parede.

— O que está fazendo, criatura? — questionou desacreditado, negando em reprovação com as mãos na cintura, lembrando muito uma mãe quando dava bronca em seu filho.

— Eu… — “estava te procurando”, complementou mentalmente, uma vez que não teve tempo de falar.

Seus pés escorregaram e ela se viu perdendo o equilíbrio. Fechou os olhos sabendo que a descida seria longa e nada agradável, além de dolorosa.

Todavia um puxão de súbito a fez abrir os olhos: Nico a segurava com um semblante de reprovação. Ela com os braços contra seu próprio torso por conta do susto, as mãos espalmadas contra o peito dele e as dele, uma em suas costas, mantendo-a ali, e a outra ainda segurava seu braço.

— É incrível como você parece um imã pra problemas, não é?! — o vampiro tinha o timbre irônico, o que a fez levantar os olhos para fitá-lo com os lábios apertados em uma linha fina.

— Não tem nada a ver! Já viu como esse corredor é escorregadio? — repeliu, cruzando os braços e fazendo com que eles se afastassem.

— Eu cheguei aqui, não cheguei?

— Aposto que rolou até lá embaixo!

— Do jeito que você ia fazer?

Implicou por fim, um sorriso divertido em seus lábios. Thalia balançou a cabeça em descaso, dispensando uma resposta e levando seus olhos para o ambiente ao redor.

— O que está fazendo sozinho nesse lugar? — ela perguntou, arqueando uma única sobrancelha e caminhando até a parede mais próxima, dedilhando os ramos deliberadamente.

Nico deu de ombros.

— Apenas pensando. E você? O que faz aqui?

— Vim atrás de você. Não é óbvio? — olhou por cima do ombro, notando que ele estava de costas para ela e com as mãos no bolso da calça.

A Grace juntou as sobrancelhas, se aproximando dele devagar e colocando a mão em seu ombro, o que o fez virar para ela.

— O que foi? — questionou.

A pouca luz do lugar iluminava o rosto de Thalia, dando ênfase em seu nariz pequeno e arrebitado, os olhos azuis sempre curiosos destacados por seus longos e curvados cílios negros, os cantos de seus lábios avermelhados sempre voltados para cima em um sorriso divertido e contagiante.

— Você está me analisando, Nico.

O di Angelo entreabriu os lábios. Sua barriga tremulou e ele riu.

— Você cresceu, Thalia. — Respondeu do mesmo jeito, mostrando que não tinha se abalado por ter sido pego no flagra. Tudo bem, pedi por isso.

Thalia dispensou uma resposta, seus olhos escorregando por todo o seu rosto, absorvendo cada detalhe que poderia. Levantou sua mão direita e a encostou em sua bochecha, aninhando o rosto dele em sua palma.

— A quanto tempo você está sem se alimentar?

A pergunta saiu arrastada e baixa de seus lábios, mas ela notou como tal frase fez efeito em Nico. Seu corpo ficou tenso e de imediato sua mão encontrou a dela em seu rosto, tirando-a dali em um movimento sutil.

— Isso não importa. — Foi o que respondeu.

Uma coisa que tinha aprendido em seu tempo com as caçadoras, foi que nunca deveria estar desarmada. E isso foi algo útil no momento. Thalia se afastou devagar e levou a mão para o bolso de trás de sua calça, tirando dali um canivete.

Todavia, antes que pudesse sequer abri-lo, Nico foi mais rápido e segurou sua mão fechada em torno do objeto gelado de metal.

— Nem pense nisso.

— Eu só ia cortar alguns ramos para ver se cresciam novamente. — Deu uma desculpa esfarrapada, fitando-o inexpressiva.

— Thalia! — ele repreendeu, seus olhos negros ilegíveis fixos nos dela.

A Grace sentiu seus joelhos enfraquecerem, mas manteve-se firme.

— Você não parece bem. — Argumentou, sua mão estava trêmula entorno do canivete. — E… Eu vou fazer um pequeno corte na minha palma, vai escorrer um pouco de sangue e você pode se alimentar.

— Não. — Respondeu de pronto, balançando a cabeça em negação. — Não. Nada disso. Nem pense nisso, Thalia.

— Você vai morrer se não se alimentar. — Irrompeu, puxando sua mão da dele e abrindo o canivete. O barulho da lâmina prata pareceu ecoar entre o ambiente silencioso e, agora, gélido. — Você precisa disso.

— Não de você. — Nico retrucou na defensiva.

Thalia apertou os lábios e, antes que desistisse, deslizou a lâmina em sua palma, arfando baixo quando sentiu o ferimento começar a queimar, observando o sangue começar a ser expelido, juntando-se na mão dela que estava em forma de concha.

Levou os olhos azuis para o rosto do vampiro, ofegando ao ver que as veias roxas estavam saltadas embaixo de suas pálpebras inferiores. As presas, agora maiores, apareciam por seus lábios estarem separados. E, claro, seus olhos vermelhos sangue.

— Pode pegar. — A Grace orientou, dando um passo à frente e vendo-o recuar. — Nico, de qualquer forma, eu iria desperdiçar esse sangue na minha mão, eu já tirei ele do meu corpo.

Ela avançou mais, agora se sentindo um pouco mais aliviada por Nico não ter se mexido. Levantou seus olhos e focou nos dele, mostrando que não tinha medo daquela parte dele - mesmo tendo visto bem de perto quando era menor -.

— Aqui.

Esticou sua mão e esperou até que ele colocasse a sua própria embaixo em um formato de concha, aninhando a dela contra a dele. E, enquanto o di Angelo levava com muita cautela ambas as mãos juntas até seus lábios, seus olhos não se desviavam em nenhum momento.

Thalia mordeu o lábio inferior quando Nico tombou sua mão para o lado sutilmente, deixando com que a pequena poça de sangue escorresse para seus lábios, sorvendo cada gota que pôde. Sua garganta queimou e arranhou pedindo por mais. Seus instintos gritavam para que saboreasse mais daquele agridoce.

Todavia, se sentiu bem em poucos segundos. Em poucas gotas estava completamente satisfeito. E isso o fez fechar os olhos, deliciando-se da sensação de ter seu pseudo estômago cheio.

Quando voltou a abri-los, os levou diretamente para Thalia que ainda o observava.

Levou sua boca para a palma dela de novo, dessa vez encostando seus lábios ali e deixando um beijo que a fez sentir um arrepio subir por sua espinha, o contraste de seu corpo quente com a pele gélida dele.

Nico escorregou seus lábios por ali, sujando-os de sangue e os deixando avermelhados. Depois, suspirou baixo e deixou mais um beijo sobre o corte, afastando a mão dela de seu rosto.

— Obrigado… — sussurrou, um pequeno sorriso se formando em seu rosto.

Thalia sentiu sua barriga tremular e retribuiu o sorriso dele.

— Sempre que quiser.

Ele balançou a cabeça negativamente, virando-se para uma das paredes de forma que ficasse de costas para ela, seus dentes passando pelo lábio inferior, tirando qualquer vestígio do sangue dela e sentindo os formigarem.

Definitivamente aquilo não aconteceria de novo. Entrou em consentimento consigo mesmo.

— Nico? — Thalia o chamou, o tom de voz hesitante.

Hum? — respondeu sem olha-lá.

— Acha que nós saímos inteiros dessa?

Nico sabia que ela estava falando em geral; e, querendo ou não, já tinha se flagrado pensando no que estava acontecendo. Ainda mais depois desse fogaréu. Não tinha tido notícias de sua família, e esperava para que todos estivessem bem ou, pelo menos, em situações melhores do que os lobos se encontravam.

— Sinceramente? — perguntou.

Caminhou até a parede oposta a porta, se sentando no chão e encostando as costas nos troncos que formavam a estrutura. A observou sugestivamente, e Thalia não se demorou em pé: logo estava sentada ao lado dele.

Nico a observou, subindo as sobrancelhas quando viu ela colocar gase em cima do corte, prendendo ali com um pequeno pedaço de fita.

— Você já tinha em mente que iria me dar seu sangue?! — acusou.

Mesmo na penumbra, conseguia ver o rosto dela tingir-se em vermelho.

— Talvez. — Deu de ombros, evitando levantar o olhar.

Thalia engoliu em seco com medo de que eles brigassem. Todavia, quando ele suspirou, ela soube que talvez eles não saíssem nos tapas.

— O que eu faço com você, garota? — perguntou tão baixo que poderia estar falando consigo mesmo.

— Não reclama, velho rabugento! — a Grace retrucou com um tom divertido. — Você é especial pra mim, Nico. Não deixaria você morrer. E uma das coisas que eu mais tenho nesse corpitcho, é sangue!

Apesar de tudo, ele sorriu levemente.

— Bom — começou, deixando claro que mudaria o assunto —, nós vamos sair dessa, Lia. Mesmo com o Luke solto por aí, tramando coisas para nos prejudicar e, provavelmente, se vingar de Silena por ter “tomado seu posto”...nós vamos conseguir.

Thalia ficou em silêncio por alguns segundos, seu dedo indicador contornando a fase em sua mão como se fosse um ótimo passatempo.

— Acha que Luke tem a ver com o incêndio? — questionou, por fim.

Nico suspirou.

— Eu não sei. — Admitiu. — No começo eu desconfiei, sabe? Matutei comigo mesmo tentando achar uma razão pra ele fazer isso, mas…

— Não conseguiu chegar a nada. — Thalia complementou, finalmente o encarando.

— Por que ele iria persuadir os humanos pra queimar a floresta? Sendo que também precisava dela pra viver? — Nico perguntou, sustentando o olhar dela.

— Talvez ele quisesse colocar os vampiros e lobos juntos? — sugeriu. — Tentar resolver a implicância entre as espécies?

O di Angelo juntou as sobrancelhas, balançando a cabeça em negativa, descartando a ideia.

— Quem sabe foi pra criar um arena? Como se a floresta destruísse ambos os lares e tivéssemos que apelar para cada um por si?

— Luke? — Thalia torceu o nariz. — Não!

— Querer atear fogo no castelo do meu pai? — Nico tentou, vendo-a menear a cabeça. — Nos lobos?

— Tirar nossa comida pra fazer com que todos fossem forçados a se mudarem para o lado Norte? Deixando essa área a mercê dele, e só dele? — Thalia completou, subindo as sobrancelhas com o que os dois tinham chego.

Nico sorriu.

— É, acho que o plano dele falhou mais uma vez.

A Grace começou a rir, pensando em mencionar que o plano de capturar Nico a vinte anos atrás tinha dado certo, mas talvez isso fosse tocar na ferida. Então achou melhor deixar quieto, puxando o ar com calma e tombando a cabeça para trás, encostando-a nos troncos.

***

— O que você quer dizer com “a casa está inteira?” — a voz enraivada de Luke fez o lobo ao seu lado recuar um passo, as mãos cruzadas em suas costas em uma pose descontraída.

— Acho que você… — se interrompeu assim que o primeiro soco foi desferido contra a pobre árvore.

Depois mais um. E mais um. E mais um.

— Luke! — Sky o interrompeu, uma de suas mãos o segurando nos ombros. — Pare com isso.

— Que eu saiba não tem a merda de uma bruxa naquela alcatéia! Como isso foi possível? Era para ter queimado no incêndio! — Luke retrucou, se afastando da garota com as mãos na cabeça. — Droga! Droga! Droga!

— Não é de todo ruim… — o acompanhante dos dois comentou, tentando descontrair o clima denso que havia pairado entre os três. — Pelo menos temos mais tempo para pensar em algo maior em vez da emboscada que estava esperando eles do lado Norte...talvez um pouco mais de dor e sofrimento? Sem ser uma morte rápida?

O Castellan apenas virou-se para ele com os lábios apertados em uma linha fina de reprovação, o cenho junto e o maxilar cerrado.

— Ok, não está mais aqui quem falou! — levantou as mãos em sinal de rendição, afastando-se mais para ter certeza que não seria atingido se Luke chegasse voando com os dois pés para o acertar.

— Já libertaram aquele vampiro? — o Alpha perguntou, repentinamente curioso.

Desde sua briga com Silena, tinha perdido alguns de seus dotes, mas ainda se dizia Alpha por ter uma matilha, mesmo não tendo os poderes de um. E como ninguém o contrariava, não tinha motivos para não usar o termo.

— Não. — Respondeu de imediato. — Ele está livre, mas se recusa a ir embora. Preferiu ficar brincando de família feliz com a Grace e com Silena.

— Que gracinha. — Luke tinha o tom sarcástico, bem como um sorriso. — Pena que essa família feliz não vai durar tanto, não é mesmo, Sky?

Hum? — a única garota ali se virou, totalmente alheia ao que eles falavam. — Ah! É, claro!

Luke sorriu para o lobo a sua frente, assentindo.

— Vá. E me traga mais informações logo. Não sou do tipo que espera.


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Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao final de mais um capítulo! :3
Então? O que acharam? O que querem que aconteça?

E esses dois? Não estão um amor? ♥

Até o próximo o/
Beijos de Escuridão ♥
~Mary.



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