Mordet Et Vivit escrita por MaryDiAngelo


Capítulo 23
Discurso Incentivador


Notas iniciais do capítulo

Olar amorinhas! ♥

"Ué? Mary, você não disse que ia demorar para postar?" bom, nos falamos nas notas finais!

Good Reading ^-^



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Silena sabia que caçar era uma coisa difícil no momento. Não sabia mais quanto tempo havia se passado desde o incêndio na floresta causado pela raça humana, mas, ao passar pelas árvores, conseguia sentir a magia exalando dali. É claro que as bruxas tinham dedo nisso. Nunca que plantas cresceriam tão rápido.

Voltava de mais uma de suas idas para a cidade para comprar material de construção, vide que a casa dos lobos não poderia ser ruínas para sempre. E, depois que o furdunço do desastre passou, eles chegaram a conclusão que conseguiriam erguer aquela casa sozinhos se todos se dedicassem a tal.

Seus pensamentos estavam voltados para uma prece para que tudo ficasse bem entre sua matilha. Como ela tinha saído sozinha, deixou com que os demais lobos fossem tentar caçar em um pequeno grupo, para ter certeza se os animais já estavam começando a voltar para a floresta recém erguida das cinzas. Literalmente.

Tinha o pressentimento que alguma coisa daria errado. E, é claro que ela estava certa.

Não muito longe de onde Silena vagava, sua matilha havia topado com alguns vampiros que, particularmente, Nico não era tão fã. O território de Hades abrigava todos daquela raça que tinha na região e, obrigatoriamente, tinham que acolher os que tinham má fama para o lado Norte.

Eles eram chamados Fúrias. Geralmente atacavam qualquer um a sangue frio, adultos, crianças, idosos. Não tinham filtro quanto a isso. E, em alguns casos, torturavam as vítimas, dando seus próprio sangue a elas e matando-as, para logo depois observá-los agonizar enquanto se transformavam e morriam pela ausência de sangue em seu organismo.

— Olha o que temos aqui… — Alecto, a única mulher do grupo dos Fúrias, se pronunciou com um sorriso de canto nos lábios. Os olhos se tornando um vermelho sangue e as costumeiras veias roxas surgindo abaixo de seus olhos, junto das presas em sua boca ganhando um tamanho maior. — Comida!

Os demais Fúrias começaram a soltar um rosnado que mais lembrava um chiado em seu peito, misturando-se gradativamente entre as copas das árvores e tornando o som irritante para a audição sensível dos lobos transformados bem a frente. Todos abaixados, mantendo as patas dianteiras firmes no chão, indicando que qualquer movimento a mais vindo da outra espécie os levariam a atacar sem hesitar.

E, de repente, foi a própria Alecto que avançou para cima do lobo mais a frente, que para seu azar, era Chris Rodriguez - que também era quem liderava o grupo pela floresta -. Ele saltou ao mesmo tempo que ela. Seus dentes afiados cravando-se no pescoço da fúria. Seu corpo colidindo contra o dela. E Alecto não tinha mais cabeça, tampouco vida.

O lobo de pelagem cinzenta e branca balançou a cabeça, rosnando alto. Os dentes à mostra, desafiando que mais algum vampiro viesse tentar atacar a matilha. Seguindo-o, os ademais lobos também começaram a rosnar.

Não foi preciso de mais nada para que os vampiros recuassem. O corpo de Alecto sem cabeça no chão não era convidativo, mesmo que a própria Fúria fosse a mais “deixada de lado” no grupo, pois sua ignorância e superioridade fazia muitas coisas darem errado, como também era um dos frutos de várias intrigas no território de Hades, o grupo ainda sabia que ela era uma das menos ingênuas.

Então se ela não tinha tido chance, eles estariam perdidos.

Chris relaxou sua pose. “Está todo mundo bem?”, mentalizou para a matilha, virando-se para observá-los. Uma resposta afirmativa veio de todos, mas não durou tanto tempo.

Ao lado de Deimos, dotado de pelos brancos com algumas manchas espalhadas por seu torso em uma tonalidade escura, estalos altos começaram a serem ouvidos. O lobo tombou a cabeça para o lado, focando seus olhos no formigueiro, de onde começou a sair uma enxurrada de formigas, cada uma correndo para um lado e fazendo-o se afastar intrigado. “Elas estão...fugindo?”, pensou, ouvindo algumas respostas confusas em sua cabeça.

Ele abaixou seu focinho, se aproximando mais do chão e notando que as diversas pedras que estavam na terra começaram a tremelicar, começando a ficar cada vez mais confuso.

Foi então que o chão começou a tremer de forma violenta, deixando alguns lobos sem nenhum equilíbrio e fazendo outros olharem ao redor, procurando uma ameaça. E foi quando a primeira surgiu em forma de uma explosão alta, jogando terra em tudo e em todos com um surgimento de um novo tronco, onde, anteriormente, estava a cabeça de Deimos.

Mais a frente alguns outros troncos começaram a surgir sem um aviso prévio, então de imediato eles começaram a correr de volta para a casa. Precisavam sair daquela área.

Todavia, o que tomou a frente não teve tanta sorte: em um salto, um tronco surgiu, o perfurando-o logo abaixo das costelas enquanto o tronco subia sem limites, até que ele estava tão grosso que dividiu ao meio, agora, o humano.

Os lobos começaram a ganir enquanto corriam para salvar suas vidas e, ao longe, Nico virou-se em direção a floresta.

— O que foi? — Thalia perguntou, seus olhos analisando suas feições e constatando que estava preocupado. — Nico?!

Ele apenas levantou a mão, colocando o dedo indicador em frente aos lábios para pedir silêncio. Os barulhos das patas cada vez mais bruscos. O chão abaixo de seus pés dando tremores de baixa intensidade, mas perceptíveis.

— Tem alguma coisa acontecendo. — O italiano virou-se para Thalia, vendo-a com os olhos arregalados. — Tha…?

Se interrompeu ao seguir o olhar dela, recuando dois passos ao ver as árvores da floresta crescendo cada vez mais, enroscando-se e estalando conforme criavam forma, aderindo-se as paredes chamuscadas da casa dos lobos, dando força a elas e entrelaçando os galhos.

— Céus...— a Grace levou as mãos em frente aos lábios. — O que está acontecendo?

Mesmo que ela perguntasse, conseguia sentir a resposta. A magia tão densa que poderia se tornar palpável a qualquer momento, irradiando dos troncos que ainda trabalhavam para moldar a casa, do solo, de qualquer coisa viva que se remetesse a floresta.

Os ganidos começaram a se aproximar rapidamente e os dois que estavam do lado de fora da casa se viraram para observar os lobos correndo em sua direção.

Chris não tinha nem parado quando voltou a ser humano, as roupas inexistentes em seu corpo, mesmo que ele não ligasse para isso.

— Os...troncos… — ofegou, apoiando as mãos nos joelhos e fazendo com que Thalia desviasse o olhar para suas mãos, não querendo encarar um batalhão de marmanjos nus, ainda que não ligasse, era constrangedor.

— Vou adivinhar: estão crescendo e fazendo coisas estranhas tipo aquilo? — Nico apontou para a casa que parecia se mexer sozinha, os troncos não paravam de se entrelaçar como se tivessem vida própria, mesmo já dando forma a mais nova casa dos lobos.

De trás das árvores, um lobo cinzento caminhava com uma calma admirável, em suas costas alguns materiais para construção estavam amarrados. Todavia, assim que levantou o olhar para fitar a casa, parou de súbito: as patas dianteiras se abrindo e firmando-se no chão e seu corpo indo para trás, sentando-se em uma pose que deixava claro que tinha se assustado com o que tinha a sua frente.

O silêncio se instaurou no lugar. Silena voltou aos poucos a sua forma humana, os cabelos castanhos tampando seus seios, mantendo-se encolhida com as pernas contra seu próprio torso, levando seus olhos a Nico que revirou os seus, abrindo mão de sua camisa e levando para que ela se vestisse.

— Isso é coisa das bruxas. — Ela pontuou assim que se levantou, arrumando a blusa, que chegava até suas coxas, em seu corpo. — A magia é notável e o crescimento da floresta está sendo bom, mas ao mesmo tempo prejudicial a nós que vivemos no meio dela.

— Então o que nós vamos fazer? — Deimos tomou a frente, a voz transbordando irritação, os punhos cerrados e não se censurando pela ausência de roupa. — Vamos, Alpha, não é você que tem que dizer o que temos que fazer? Comece pelo fato de estarmos sem nenhuma comida, o que já é um bom ponto. Hoje perdemos um dos nossos para um tronco! E agora vamos morrer de fome porque a merda dos animais não veem para cá, além de que os vampiros estão querendo nos atacar para virarmos o alimento deles!

Nico torceu o nariz perante ao jeito que o Beta estava agindo. Não era segredo que não gostava de Deimos. Mesmo antes de ele ofender Thalia - coisa que o fez odiar mais ainda -, desconfiava que ele poderia servir de espião para Luke e ainda estivesse do seu lado, tentando convencer os demais Betas a se rebelarem contra Silena.

— Nós apostamos em você como Alpha e agora estamos na merda! — Deimos tinha seus olhos fixos na Beauregard, que segurava o olhar como se isso não a abalasse. — E o que você vai fazer? Nada! Porque você não consegue controlar nada! Não é digna de uma Alpha!

— Opa! Opa! Opa! — Thalia se aproximou dos dois, entrando na frente de Silena e fitando Deimos em reprovação. — Deimos, você falar que ela não é digna de ser uma Alpha só prova o quão digna ela é só por aguentar você falando mentiras. Agora vamos estabelecer uma coisa aqui: se você não souber o que fazer para “dar um jeito” na situação que estamos, você fecha a sua boca e não reclama dos passos que estamos dando, entendido?

Ela voltou-se para frente, para os ademais Betas que, agora, pareciam se incomodar com suas partes expostas.

— Eu ainda não entendi porque vocês estão insistindo em brigas! Isso afasta as pessoas, o que não deveria acontecer com a gente, ainda mais nesse momento que estamos todos juntos passando por dificuldades em igualdade — Thalia voltou seus olhos para Deimos, deixando claro que era para ele que estava falando. — Nós precisamos nos unir, trabalhar juntos para conseguirmos dar um jeito e nos safarmos! Voltarmos ao que éramos antes! Cada um precisa de cada um aqui, não é matando, tampouco brigando que vamos chegar a algum lugar! — suspirou, dando uma pausa em seu discurso.

Passou seus olhos em cada um que estava ali, dando um sorriso incentivador antes de finalizar:

— Nós somos uma matilha ou o que?


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Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao final de mais um capítulo! :3
Então? O que acharam? O que querem que aconteça?

Ok, agora vamos a explicação: eu estava com um enorme bloqueio, mas sentei para conversar sobre o próximo capítulo com algumas pessoas e, PAH, de repente eu tinha um capítulo e estava inspirada para caramba!

Quero deixar um agradecimento especial a Semideusadorock que me ajudou com umas cenas nesse capítulo. Thanks, unicórnia! ♥

Enfim, é isso aí. Eu espero não subir, pois já tenho mais alguns capítulos escritos porque, literalmente, me deu uma crise de inspiração!

Até o próximo o/
Beijos de Escuridão ♥
~Mary.



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